Portugal Ultramarino

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Luso-Efe

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Re: Portugal Ultramarino
« Responder #300 em: Dezembro 11, 2010, 01:53:43 am »
Citação de: "Luso"
Citação de: "Snowmeow"
O problema está no fato de que há certas mentes atrasadas que só veem coisas ruins do outro lado, e algumas dessas mentes têm influência. Daí, as piadas de português, a discriminação aos brasileiros, a troca de hostilidades em fóruns, redes sociais e no Youtube, e o pior: isso é joguinho de quem speaks English, pra evitar que o Brasil e Portugal cheguem a um acordo que pode transformar os dois países em uma força mundial.

Muito bem, e fico muito contente por ainda ir vendo que há gente com alguma cabeça, apesar de raras as demonstrações.
É efectivamente como diz. Há gente que não perdoa certas coisas e que ainda julga que pode dominar isto tudo sem mais nem menos. Não é bem assim. E por mim e por alguma boa gente que não será assim tão fácil

A hostilidade Portugal - Brasil é artificial e promovida por quem tudo faz para reinar dividindo.
E isto é assim desde finais do século XVIII, pelo menos.

As sombras, meus amigos. É através delas que as coisas se fazem e admitir isso já é bom para começar, pelo menos, a diagnosticar o problema e definir soluções.
É assim que aqueles levam a questão do PODER a sério.

X 2   :idea:

O que também é importante.   :idea:

Nós Portugueses temos que seguir o exemplo ingles em relação aos states, ou seja, apanhar o comboio brasileiro e subir com eles, que é o que os ingleses no fundo fazem em relação ao states.   :idea:

Mais, face ao perigo crescente do iberismo em Portugal que é bem real, prova disso é o facto do tópico sobre o iberismo já ir com mais de 70 páginas, e o do iberismo desportivo ir com 8 páginas, face a esse perigo que vem dos lados de castela, eu já defendi que no caso do pais estar prestes a cair no abismo Portugal se devia federar com o Brasil, prefiro de longe que portugal se federe com o Brasil que seja uma colonia castelhana.

Os senhores do costume, que passam a vida a concordar com os castelhanos e a atacar os Portugueses que alertam para o perigo do iberismo quase que me linchavam.


viewtopic.php?f=10&t=3652&start=1005

( lê o tópico desde o inicio para te enquadrares, porque que isso vai lincado para o meio do tópico não sei porque motivo em vez de ir para a o inicio)

Infelizmente há muitos acéfalos por ai na internet, que entram nesse jogo de insultos entre Portugueses e Brasileiros, paises e povos irmãos, unidos pela lingua, história e pela cultura, infelizmente estes tipos não tem esta percepção nem nunca vão ter, a vida deles resume-se a jogos de futebol e pouco mais, fazem parte da manada que não vê um palmo à frente dos olhos, e é constantemntebe diariamente enganada pelo que lhes dizem nos telejornais.

Alias a contra-informação nunca foi tanta como actualmente, tanto em Portugal como no mundo, basicamente a generalidade do povo sabe aquilo que interessa ao poder politico que se saiba, e aquilo que os americanos e os senhores Bildenberg's, Rotchild's e afins querem que se saiba.

Cumprimentos.
« Última modificação: Dezembro 12, 2010, 05:54:55 pm por Luso-Efe »
Chamar aos Portugueses ibéricos é 1 insulto enorme, é o mesmo que nos chamar Espanhóis.

A diferença entre as 2 designações, é que a 1ª é a design. Grega, a 2ª é a design. Romana da península.

Mas tanto 1 como outra são sinónimo do domínio da língua, economia e cultura castelhana.

Viva Portugal
 

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Snowmeow

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Re: Portugal Ultramarino
« Responder #301 em: Dezembro 11, 2010, 11:20:25 am »
[x2] :roll: ).
Mas olha só, parece que as coisas estão facilitando para nós, ao menos nos esportes: A candidatura de Portugal-Espanha à copa do mundo, que seria prato cheio para os iberistas, foi preterida em favor da Rússia. E a primeira etapa do brasileiro de GT de 2011 será em Portugal; ficaria lisonjeado de ver volantes portugueses correndo lado a lado com os brasileiros. Em especial o Filipe, que destronou as lendas no Race of Champions. :G-beer2:
"Não corte uma árvore no Inverno; pois sentirás falta dela no Verão." Jairo Navarro Dias
 

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Luso-Efe

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Re: Portugal Ultramarino
« Responder #302 em: Dezembro 12, 2010, 06:07:58 pm »
Citação de: "Snowmeow"
X 2  :roll: ).

Mas olha só, parece que as coisas estão facilitando para nós, ao menos nos esportes: A candidatura de Portugal-Espanha à copa do mundo, que seria prato cheio para os iberistas, foi preterida em favor da Rússia. E a primeira etapa do brasileiro de GT de 2011 será em Portugal; ficaria lisonjeado de ver volantes portugueses correndo lado a lado com os brasileiros. Em especial o Filipe, que destronou as lendas no Race of Champions. :G-beer2:

Caro Snow.

Já aqui o defendi várias vezes que o Brasil é a aposta certa para Portugal, temos que fazer de Portugal a porta de entrada do Brasil na Europa e alavancar aqui interesses brasileiros de modo a marcar também território face á ameaça castelhana.

Tal como te disse, eu defendi no tópico do iberismo, que se o pais estivesse perto do abismo, eu preferia que Portugal federa-se com o Brasil, do que fosse uma colónia castelhana.

Não sei se foste ao tópico ver o que eu disse, quase que fui linchado.

É o degredo total.

Obviamente que devemos manter a nossa relação transatlântica com os EUA, mas temos que apostar muito mais no Brasil e a todos os níveis.

Mesmo a nível de exercícios militares, a cooperação é nula, eu via com todo o interesse um exercício naval para os países lusófonos, ou se não fosse para tods, por exemplo um exercício em Angola, que pela localização, seria uma especia de ponto de encontro.

Depois nós já trocamos uma seria de argumentos e estamos sempre de acordo, para mim o Brasil é que é um pais irmão de Portugal, Espanha no máximo é um vizinho e mau vizinho a maior parte do tempo, quando não é inimigo.

A mim ate me dá náuseas ouvir aquela expressão iberista dos” nuestros hermanos”.

Isto é de vómitos.

Depois falas-te bem, os iberistas, incluindo os do fórum, que infelizmente aqui também os há,  andam com uma monca dos diabos devido ao facto de terem perdido o mundial esse mundial tenha como objectivo apenas e só castelhanizar os Portugueses, aquilo era só politica, não tinha nada de futebol.

Mas os traidores não vão desistir, eu já anadava a desconfiar, por isso é que criei o tópico iberismo desportivo, não se já viste.

viewtopic.php?f=10&t=9610

O objectivo agora é um europeu com os castelhanos, ou então acabar com o nosso campeonato, Portugal tem que mudar de governo e rápido e quem vier tem que cortar com estas iberices todos, senão o pais vai ter sérios problemas.

São iniciativas como essas, que fazem falta a Portugal e ao Brasil, essa ideia da 1ª etapa do Gt ser em Portugal é excelente.

Cumprimentos.

Off-topic- então o BOPE já encostou aquela bandidagem toda do tráfego de droga nas favelas.
Chamar aos Portugueses ibéricos é 1 insulto enorme, é o mesmo que nos chamar Espanhóis.

A diferença entre as 2 designações, é que a 1ª é a design. Grega, a 2ª é a design. Romana da península.

Mas tanto 1 como outra são sinónimo do domínio da língua, economia e cultura castelhana.

Viva Portugal
 

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Snowmeow

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Re: Portugal Ultramarino
« Responder #303 em: Dezembro 13, 2010, 10:38:33 am »
Citação de: "Luso-Efe"
Off-topic- então o BOPE já encostou aquela bandidagem toda do tráfego de droga nas favelas.
Já era hora, e não foi só o BOPE, foram as polícias Civil, Militar e Federal, mais as três Forças (Marinha {Fuzileiros! :mrgreen: ) até que a lei e a ordem estejam restabelecidas, com certeza, esse estado de alerta vai perdurar até a Copa e as Olimpíadas.

Só não podemos perder impulso.

Voltando ao tópico...
Citação de: "Luso-Efe"
Mesmo a nível de exercícios militares, a cooperação é nula, eu via com todo o interesse um exercício naval para os países lusófonos, ou se não fosse para tods, por exemplo um exercício em Angola, que pela localização, seria uma especia de ponto de encontro.
Eu achava que o exercício FELINO, que ocorre com os países lusófonos a cada dois anos, fosse uma forma de cooperação entre as forças Lusófonas.
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Re: Portugal Ultramarino
« Responder #304 em: Dezembro 15, 2010, 11:44:49 am »
Citação de: "Snowmeow"
Citação de: "Luso-Efe"
Off-topic- então o BOPE já encostou aquela bandidagem toda do tráfego de droga nas favelas.
Já era hora, e não foi só o BOPE, foram as polícias Civil, Militar e Federal, mais as três Forças (Marinha {Fuzileiros! :mrgreen: ) até que a lei e a ordem estejam restabelecidas, com certeza, esse estado de alerta vai perdurar até a Copa e as Olimpíadas.

Só não podemos perder impulso.

Voltando ao tópico...
Citação de: "Luso-Efe"
Mesmo a nível de exercícios militares, a cooperação é nula, eu via com todo o interesse um exercício naval para os países lusófonos, ou se não fosse para tods, por exemplo um exercício em Angola, que pela localização, seria uma especia de ponto de encontro.
Eu achava que o exercício FELINO, que ocorre com os países lusófonos a cada dois anos, fosse uma forma de cooperação entre as forças Lusófonas.

E é, só há uma diferença, esse exercício ocorre todos os anos.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Re: Portugal Ultramarino
« Responder #305 em: Abril 12, 2015, 06:47:32 pm »
Memórias duma vida, em histórias ao acaso... por mim vividas.
Citação de: "Jose Luiz Costa Sousa"
Portugal “autorizou” o desembarque dos cubanos em Angola, muito antes da Independência...fui testemunha presencial.

Ou, de como o poder político de Lisboa 75 montou uma "golpada encoberta", político militar em Angola, e que poderia ter vitimado muitos pára-quedistas em 75, isto para apoiar o MPLA; a coisa falhou, por obra e graça de circunstâncias várias... conforme o relato que se segue...absolutamente factual.

Cinco, dos meus já muitos anos, ficaram por terras e guerras de Angola e Moçambique; desse tempo, ficou-me a África no coração, a honra do dever cumprido e memórias, histórias da História que, ao acaso, gosto de contar, tal qual as vivi.

Angola, Julho de 1975, o MPLA, pela força das armas, tinha expulso de Luanda a UNITA e também o FNLA, havendo ainda nessa altura, deste último movimento, milhares de pessoas refugiadas junto do Palácio do Governador, cargo na altura desempenhado por um Alto Comissário, o General Silva Cardoso, da FAP.

Comandante ocasional da 3ª CCP, uma companhia de pára-quedistas do BCP 21 em Angola, coube-me garantir a segurança militar do Palácio.

Vivia então o MPLA a euforia da vitória contra o FNLA em Luanda; as centenas de mortos, dos massacres ocorridos nesses dias, eram rapidamente carregados em viaturas militares portuguesas e enterrados, por uma escavadora, em valas comuns no campo de golf.

O recolher era obrigatório, a morte e o terror tinham-se instalado na cidade; havia centenas de prisioneiros feitos pelo MPLA detidos na Praça de Touros, no Morro da Luz e no forte de S. Pedro, onde eram torturados e assassinados, diariamente.

Portugal abandonou lá à morte umas largas centenas desses prisioneiros, criminosamente, depois da independência, por ordem expressa vinda de Lisboa, que os considerou reaccionários e inconvenientes politicamente em Portugal.

Foram pois condenados sumariamente á morte por uns quaisquer políticos de Lisboa, eram trezentos e tal... pelas minhas listas.

Eu próprio fiz entrega ao Capitão Fernandes da FAP, oficial de ligação com o Alto Comissário no Palácio, e várias vezes, da lista desses prisioneiros, a pedido dos familiares.

Fora da capital, o MPLA estava sob forte pressão militar em duas frentes, os sul-africanos a sul e o FNLA a Norte; o dia da Independência aproximava-se e o controle total de Luanda era fundamental ao MPLA, para justificar ser este o único recipiente formal da Independência, conforme vontade do então pró URSS poder político português.

Apesar das vitórias em Luanda, apoiadas totalmente por Portugal, o potencial militar do MPLA, face à situação geral, não garantia que este conseguisse manter Luanda até 11 de Novembro, dia acordado em Alvor para a Independência.

Moscovo e Lisboa, então irmanadas nos ideais políticos, tinham esta questão crítica a resolver; nos limites das águas territoriais de Angola, navios cubanos com milhares de militares a bordo, aguardavam a oportunidade política para os desembarcar e entrar em Angola...

O ambiente em torno do Palácio do Governador era caos e drama; os militantes do FNLA ali refugiados, aguardavam em terror, a prometida evacuação para o Norte; sobreviviam comendo folhas das árvores e pouco mais.

Grupos militares do MPLA e o seu “poder popular”, em louca orgia de morte e chacinas, varriam a cidade em todas as direcções...

Os motoristas do Exército Português, por medo e ou ordens, recusaram conduzir as viaturas para transporte dos FNLA´s ao aeroporto, donde seriam evacuados, via avião militar, para Carmona...tive eu, capitão, mais alguns pára-quedistas, de conduzir as viaturas!

Naquele dia, excepcionalmente, todas as autoridades portuguesas se encontravam reunidas no Palácio:- o Alto Comissário, o General Almendra, Cmdt Militar de Luanda, o General Valente, Cmdt da Região Aérea, o General Ferreira de Macedo, Cmdt da Zona Leste, etc...e, estranha mas, óbvia coincidência, o grande “Descolonizador”, Major Melo Antunes, chegava nessa noite, vindo de Portugal, em missão especial, o que significava algo de extraordinário.

Jornalistas de todas as nacionalidades, nervosos, adivinhavam novidades.

Naquele dia de manhã, um providencial jornalista brasileiro, insistiu em falar comigo, por ser eu o responsável da segurança do palácio; disse-me dispôr de informações, de fontes fidedignas internacionais, inclusivé da Reuters, afirmando que:

- “O MPLA, apoiado por forças do exército e da marinha portuguesa, sob coordenação dum general do exército português, que nomeou, iam naquela noite tomar de assalto o Palácio, deter o Alto Comissário, o Cmdt Militar de Luanda e os militares portugueses que se opusessem, para o MPLA declarar de imediato e, unilateralmente, a Independência e poder, afastado e desresponsabilizado o governo Português, pedir o apoio militar dos cubanos, já ao largo, prontos a desembarcar“.

Achei a história fantasiosa, agradeci e nada fiz.

Passada uma hora, insistiu de novo em falar comigo e disse-me para tomar muito a sério a informação dada. Pelo sim pelo não, reforcei a defesa do Palácio.

Horas depois, três da tarde, o sargento encarregado da segurança externa do Palácio reportou-me que duas viaturas blindadas, da polícia militar portuguesa, tinham tentado forçar a passagem para o Palácio, foram impedidas e recuaram; estranhei, dei mais credibilidade à informação do jornalista, reforcei seriamente o efectivo e tornei, absolutamente rigorosas, as ordens de não deixar aproximar quaisquer militares portugueses do Exército e da Marinha.

Falei com o general Valente, Cmdte da Região Aérea e presente no Palácio, de quem eu dependia, informei-o da situação, disse-me não acreditar, foi falar com o Alto Comissário e reafirmou-me ser tudo especulação.

Entretanto, a polícia militar portuguesa, desta vez, com sete viaturas sob comando dum capitão do meu curso da Academia, voltou a tentar penetrar a defesa exterior; eram apenas testes para verificar as defesas do Palácio; impedidos pela ameaça das armas pára-quedistas, recuaram.

Os militares do MPLA circulavam nervosamente em torno da área do palácio; já sem quaisquer dúvidas, fiz novo contacto com o General e exigi firmemente ordens claras, para defesa ou não do Palácio e disse-lhe para informar o Alto Comissário que, caso eu e os meus homens fossemos armadilhados, tal como tinha acontecido com outros pára-quedistas, no 11 de Março de 75, no Ralis em Lisboa, alguém dentro do Palácio responderia caro por isso e, no acto; confirmou-me as ordens para a defesa do Palácio.

Já noite, alguns tiros foram disparados contra as sentinelas sem as atingirem, o dispositivo de defesa reagiu de imediato e em força; do interior do Palácio, o primeiro elemento a sair, muito tenso, foi o General, que o jornalista alegava ser o homem mandatado por Lisboa, para execução deste plano; visivelmente perturbado, interpelou-me de forma extremamente agressiva acerca do porquê de tal aparato de defesa; depois de alguns desenvolvimentos, nada mais aconteceu; a determinação da defesa pára-quedista, abortara o plano.

Cerca da meia-noite, o Major Melo Antunes chegou ao aeroporto; veio e fez uma breve reunião no Palácio e foi encontrar-se de imediato com o Dr. Agostinho Neto, na sua residência no Futungo de Belas, o que por si só diz da urgência dos assuntos a decidir.

Vinha validar e gerir as consequências do golpe planeado mas, falhado.

Este sinistro major, alma negra e, “intelectual” pró moscovita da revolução, foi sempre o omnipresente mentor e condutor pró soviético da descolonização e não só, armadilhando-a onde foi preciso para o efeito; mais tarde diria, cinicamente, que foi a “descolonização possível”; pagaram-lhe com um tacho na UNESCO.

Dias depois, onze da noite, em Luanda, na recta da Samba, indo eu a caminho do BCP 21, encontrei-me sozinho, frente a frente, com uma coluna imensa de viaturas militares cubanas, que se deslocava a coberto da noite e do recolher obrigatório, que eu não tinha respeitado.

Surpreendido e confuso parei, saí da viatura e identifiquei-me aos dois militares que se me dirigiram, um MPLA e outro Cubano; por sorte eu estava fardado, se não....; mandaram-me seguir sem nada dizerem.

Tinham desembarcado lá para a barra do Quanza; abortada a planeada declaração, unilateral e antecipada, da independência de Angola e, como alternativa, Melo Antunes terá acordado, no encontro com Agostinho Neto, em nome de Portugal, o desembarque clandestino das tropas cubanas em Angola, cerca de três meses antes da independência.

Portugal traiu assim, politicamente e de facto, os acordos de Alvor, assinados com os três movimentos.

Mais tarde, os navios regressaram a Cuba, já depois da Independência, levando consigo o primeiro pagamento da solidariedade proletária, carregando os modernos equipamentos médicos saqueados dos hospitais de Luanda, mais café, autocarros que circularam em Havana ainda com “Mutamba” no destino, viaturas civis, mármores dos cemitérios e gado, (que veio a provocar a peste suína africana em Cuba); era a colonização proletária.

Uns seis meses depois, já em Portugal, encontrei-me num juramento de bandeira na Base Escola dos Pára-quedistas em Tancos, com o General Valente, o mesmo com quem tinha dialogado no Palácio em Luanda, no decurso deste episódio e, que lá me tinha garantido, convicto, que a história do jornalista não tinha fundamento.

Dirigiu-se-me e, sem eu nada perguntar, disse-me:- "Lembra-se daquele dia em Luanda no Palácio? Pois confirmei já, aqui em Portugal que, de facto, aquele plano de assalto e tomada do Palácio existiu, era para executar e, só falhou, pela resistência encontrada”.

Caso o milagroso jornalista brasileiro, não me tivesse alertado para o traiçoeiro e criminoso projecto de Lisboa, soldados portugueses teriam morto e teriam preso outros militares portugueses, tudo em nome da (in)dependência então pró URSS, hoje, ironicamente já pró USA.

Eram estes então os donos do poder político pós Abril, em Portugal... miseráveis traidores e criminosos.

Numa entrevista dada a António Ferro, em 1933, Salazar questionava assim a ideia de descolonizar, -“Porque é que havemos nós de sair de África, onde estamos, há mais de 500 anos, para dar lugar aos Russos ou aos Americanos, que nada têm a ver com tal continente?”- Tinha razão como em tudo o mais.

Este episódio, entre muitos outros que vivi, ilustra bem a traição e a irresponsabilidade criminosa e cobarde duma descolonização anti africana e anti portuguesa, que conduziu, ao longo destes 40 anos, milhões de seres humanos à morte, à tortura, à fome, à doença, ao não futuro, tudo em nome de supostos ideais políticos, que não foram mais do que máscaras das cobiças internacionais pelos nossos territórios ultramarinos..

Um ideal político, por si só, não é bom, sê-lo-á sim se, na prática, dele resultar mais “felicidade” para o povo a que se destina; não foi o caso; muitas das vezes o ideal é o pior inimigo dum povo, pois é apenas uma máscara de algo muito pior; foi e é o caso.

Enfim, misérias do agonizar e morte dum Portugal que foi Grande.

Que os milhões de mortos, porque é de milhões que se trata, de Angola, Moçambique, Timor e Guiné, acontecidos durante e, sobretudo, pós descolonizações e dos quais, são assassinos morais os nossos “descolonizadores”, lhes pesem na bestunta (in)consciência, nestes tempos de fim do País que fomos, pois, “Os Países também morrem”.
Fonte: http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/descolonizacao-1391204

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 
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Re: Portugal Ultramarino
« Responder #306 em: Abril 12, 2015, 10:36:33 pm »
Vocês nem imaginam a dor que tenho sempre leio estórias deste tipo!

Eu que estive, estou e estarei sempre pronto a dar vida pela Pátria..

Sacanas pá!
 

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Re: Portugal Ultramarino
« Responder #307 em: Abril 13, 2015, 12:18:35 am »
Excelente texto!

 :Soldado2:
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