Refiro-me especialmente à questão colocada pelo Jorge Pereira de 6 ou 8 fragatas.Também já considerei esta possibilidade. Mas isto, implica que as fragatas devem ser todas iguais, apenas com diferenças nos sistemas?
É que se é assim, então, para fragatas anti-aéreas, que passarei a chamar de contra-torpedeiros temos necessidade de navios com um tamanho superior de forma a poderem utilizar todas as vantagens dos radares que lhe serão colocados (e não vamos discutir agora quais os radares). Portanto, teremos um navio com 6.000 toneladas, no minimo.
Se vamos a considerar o mesmo casco para navios menos poderosos, então teremos barcos muito grandes e provavelmente sub-armados. O contra-torpedeiro, chegaría aos €600 milhões, e a fragata ASW, com casco idêntico, poderia ficar pelos € 350 milhões.
Ora, se compramos 3 contra-torpedeiros e 4 fragatas, teremos € 2,85 Bilhões.
Para pagamento a 15 anos, não temos dinheiro para esta marinha.
Os meus cálculos, consideraram que se atinge o objectivo de gastar 40% do orçamento das F.Armadas em pessoal, 30% em custos operacionais e 30% em aquisições.
Considerando as verbas inscritas no Orçamento do Estado, teremos 1.2 Bilhões por ano.
De aqui se deduz, um valor de € 360 milhões por ano, e se a marinha tiver direito a 33,3%, logo terá € 120 milhões por ano. Sempre a preços constantes de 2004.
Os preços que considerei são:
Contra-torpedeiro: € 600.000.000
Fragata ASW: € 350.000.000
Fragata AFCON: € 250.000.000
Corveta pura ASW: € 120.000.000
Corveta/NPO: € 80.000.000
Estes valores são valores de trabalho, para podermos fazer alguma ideia, com alguma lógica, baseada nos recursos que poderão estar disponíveis.
Considero o pagamento de um navio ao longo de 15 anos, de forma a que este esteja pago, quando for tempo de lhe fazer um update.
Considerando estes valores, na prática, isto quer dizer que: teremos dinheiro para:
Adquirir dois contra-torpedeiros, e paga-los a 15 anos.
Adquirir, 4 corvetas puras, para substituir as Vasco da Gama, como corvetas ASW.
(ou 6 NPO’s corvetizados).
Fazer um upgrade aos NPO’s.
Portanto, a marinha ficaría por volta de 2020 com:
2 Contra-torpedeiros tipo LCF
4 Corvetas ASW
8 NPO’s (com peça de 76mm e novo director de tiro)
Não vejo dinheiro para mais que isto.
Os navios anti-aéreos, considero-os importantes. São acima de tudo uma questão de afirmação e vontade política.
Não têm que ser utilizados nunca, mas servem para mostrar, aliás, como o fazem quase todas as marinhas do mundo. Se for possível passar para três o seu numero, o que só poderia ocorrer com mais recursos extra para o orçamento de defesa, melhor.
Outra possibilidade a considerar, e tendo em consideração a nossa ZEE, sería o reforço de mais quatro NPO,s, para os quais acredito haver pessoal. Parte desses NPO’s poderiam mesmo ser navios desarmados, e operados por pessoal civil, que em caso de necessidade pudessem ser levemente armados para funções de patrulha.
Portanto, como conclusão, cada vez vejo menos possível, a possibilidade de Portugal manter sequer o actual numero de cinco fragatas. (contando ou com as duas Perry ou duas João Belo).
A possibilidade de operarmos, mesmo que sejam só dois contra-torpedeiros, já será um esforço considerável, pois não podemos esquecer, que Portugal pagou 40% do programa das Vasco da Gama. Agora, falamos em comprar todos os navios, sem pedir auxilio a ninguem.
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Também estou de acordo com a questão do mediterrâneo. Pese embora o facto de, não sermos um país mediterrâneo. Enquanto participarmos nesses Battle Groups com os Italianos, de que também fazem parte os Espanhois e os Gregos, (todos países mediterrânicos) devemos considerar o mediterrâneo ocidental como um espaço de interesse.
Além disso, há 95% de probabilidades deo que quer que seja que afecte a nossa navegação, vir do estreito de Gibraltar.
Aqui, o mapa dos próximos anos, para dar uma ideia de quando os navios vão sair de serviço.