Economia nacional

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Daniel

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Re: Economia nacional
« Responder #120 em: Abril 05, 2020, 08:04:23 pm »
“Existe hoje um sério risco de a economia colapsar”, alerta o comércio
https://eco.sapo.pt/2020/04/05/existe-hoje-um-serio-risco-de-a-economia-colapsar-alerta-comercio/
Citar
Face à pandemia de coronavírus, há hoje um “sério risco” de a economia colapsar, alerta a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP). Para a entidade liderada por João Vieira Lopes, esta não é uma crise temporária que será seguida de um retorno à normalidade. “Admitir que a crise se possa circunscrever ao segundo trimestre deste ano é, já hoje, inverosímil”, considera a confederação.

“Não é necessário termos uma visão catastrofista da situação para podermos afirmar que existe hoje um sério risco de a economia colapsar. Um cenário altamente provável diz-nos que a situação que iremos enfrentar não encontra qualquer paralelo na nossa história contemporânea”, defende a CCP, numa nota enviada às redações este fim de semana.Na perspetiva dos representantes do comércio e serviços, para a economia, o “‘vírus’ mais maléfico” é aquele que está a moldar os comportamentos dos cidadãos, nomeadamente em termos de consumo, e que “perdurará certamente bem para além do contágio da doença”.

Para a CCP, não é, de resto, “realista” antecipar que a quebra do consumo se venha a situar, este ano, entre os 2,8% e os 4,8% (como projetou o Banco de Portugal), atirando a confederação que esse recuo “será seguramente muito superior”.

No mesmo sentido, a confederação sublinha que esta não será uma crise que será sentida apenas no segundo semestre e evoluirá mesmo para uma “crise da procura”, em que “o turismo e os consumos de bens duradouros não vão recuperar ao longo de todo o restante ano, independentemente das medidas de defesa da saúde pública adoptadas”. “A ‘normalidade’ futura dificilmente se confundirá com a normalidade passada”, acrescenta a CCP.

Face a este cenário, a confederação liderada por João Vieira Lopes destaca, além disso, como três maiores preocupações: “evitar que os juros da dívida de países mais vulneráveis, como Portugal, possam disparar”; assegurar capacidade financeira aos países para que possam promover políticas públicas de combate à crise; garantir a sobrevivência das empresas de modo a travar uma elevada “destruição de capital e um aumento expressivo do desemprego”.E atira a CCP: “Estas políticas têm que concretizar-se num quadro temporal alargado, não se podendo circunscrever aos meses de ocorrência da crise sanitária. De pouco vale aliás que os países possam agora criar
 dívida pública se, de seguida, se confrontarem com a necessidade de aplicarem dolorosas políticas de austeridade; De pouco vale ainda assegurar, de imediato, às empresas meios para suportarem as quebras ou paragens de atividade se passados dois ou três meses elas se confrontarem com dívidas impossíveis de saldar e que as conduzam a falências em massa”.

A confederação remata sublinhando que é essencial que, por um lado, o Banco Central Europeia e a União Europeia “adoptem as medidas necessárias para aumentar significativamente a capacidade de financiamento dos países europeus” e, por outro, que o próprio Estado português aja de modo a “evitar custos para as empresas”, “garantir a necessária liquidez para [essas empresas] efetuarem pagamentos inadiáveis”, bem como de modo a assegurar “que os apoios atuais não se concertem simplesmente em dívidas futuras“.

“O Estado e as instituições públicas não podem certamente fazer tudo, mas nós podemos hoje expressar a profunda convicção que do acerto das políticas públicas — nacionais e comunitárias — dependerá muito o nosso futuro. Políticas a executar não apenas nos dois ou três próximos meses, mas com expressão nos próximos dois ou três anos”, concluem os representantes do comércio e serviços.

Infelizmente creio que a economia mundial vai mesmo colapsar, apenas por um motivo, o consumo e a procura por bens não essenciais vai continuar cair e muito.
Um exemplo, não vai ser de hoje pra manhã que as pessoas voltam a sentir confiança para viajar, assim sendo, o sector da aviação comercial e hoteleiro vai ter uma quebra pior que em 2008/2009.
 

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Viajante

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Re: Economia nacional
« Responder #121 em: Abril 05, 2020, 09:15:32 pm »
Tudo depende do número de meses que vamos ficar fechados.

Apesar de tudo, há um aspecto que não permite baixar muito o PIB, temos sido deficitários em produtos alimentares, o fecho de fronteiras vai prejudicar mais os países exportadores e favorecer os países com balança comercial mais desfavorável.

É verdade que as nossas exportações vão caír imenso, mas as importações vão caír ainda mais.

Não sei se os países ditos "ricos" não vão passar FOME. Talvez mais para a frente, aconteça aos produtos alimentares, o que está a acontecer actualmente com o equipamento médico ao passar por vários países!!!!!!

Vamos conseguir alimentar a nossa população? Não contem por exportações dos outros países!!!!!

Vamos conseguir manter a nossa base industrial?

E o fornecimento de energia (só vejo o fornecimento de energia eléctrica com autosuficiência), petróleo e outras matérias-primas, assim que a crise passar, vão ter os preços a disparar!!!!!

Então como vai ser na China, eles que já têm problemas para alimentar a população, a China depende muito da importação de alimentos.
Vamos ter uma terçeira Guerra Mundial pela insuficiência de alimentos, será?

Eu respondo-lhe com uma pergunta:

Quem é que investe mais no continente Africano?

A China está literalmente a "comprar" o continente inteiro!!!!

https://en.wikipedia.org/wiki/Africa%E2%80%93China_economic_relations

Este tipo de relacionamento China-África, claramente desfavorável para África, faz-me lembrar à uns séculos atrás, quando Portugal financiou literalmente a revolução industrial inglesa (com ouro) e ficávamos também a perder na balança comercial!

Repare, mesmo com um bloqueio à China, o que esta pandemia nos mostrou, é que em caso de aperto, os chineses espalhados pelo mundo, enviam tudo o que for preciso para o país. Tem dúvidas disso?
Por outro lado, com os excedentes colossais de moeda que tem pelas exportações patrocinadas pela OMC, compra pouco a pouco (se lhes deixarem) todos os sectores vitais de cada país ocidental.

Basta olhar para o nosso caso, eles já estão na produção de energia (EDP), transporte de alta tensão (REN), na Banca e Seguros (BCP, Fidelidade....) até estão no sector da água!!!!!

Para quem acha que o capitalismo está em decadência, coloquem bem os olhos na China dita "comunista", vence o ocidente no próprio terreno (capitalismo) e todos a olharem e a baterem palmas!
 
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Re: Economia nacional
« Responder #122 em: Abril 06, 2020, 09:31:25 am »
Tudo depende do número de meses que vamos ficar fechados.

Apesar de tudo, há um aspecto que não permite baixar muito o PIB, temos sido deficitários em produtos alimentares, o fecho de fronteiras vai prejudicar mais os países exportadores e favorecer os países com balança comercial mais desfavorável.

É verdade que as nossas exportações vão caír imenso, mas as importações vão caír ainda mais.

Não sei se os países ditos "ricos" não vão passar FOME. Talvez mais para a frente, aconteça aos produtos alimentares, o que está a acontecer actualmente com o equipamento médico ao passar por vários países!!!!!!

Vamos conseguir alimentar a nossa população? Não contem por exportações dos outros países!!!!!

Vamos conseguir manter a nossa base industrial?

E o fornecimento de energia (só vejo o fornecimento de energia eléctrica com autosuficiência), petróleo e outras matérias-primas, assim que a crise passar, vão ter os preços a disparar!!!!!

Então como vai ser na China, eles que já têm problemas para alimentar a população, a China depende muito da importação de alimentos.
Vamos ter uma terçeira Guerra Mundial pela insuficiência de alimentos, será?

Eu respondo-lhe com uma pergunta:

Quem é que investe mais no continente Africano?

A China está literalmente a "comprar" o continente inteiro!!!!

https://en.wikipedia.org/wiki/Africa%E2%80%93China_economic_relations

Este tipo de relacionamento China-África, claramente desfavorável para África, faz-me lembrar à uns séculos atrás, quando Portugal financiou literalmente a revolução industrial inglesa (com ouro) e ficávamos também a perder na balança comercial!

Repare, mesmo com um bloqueio à China, o que esta pandemia nos mostrou, é que em caso de aperto, os chineses espalhados pelo mundo, enviam tudo o que for preciso para o país. Tem dúvidas disso?
Por outro lado, com os excedentes colossais de moeda que tem pelas exportações patrocinadas pela OMC, compra pouco a pouco (se lhes deixarem) todos os sectores vitais de cada país ocidental.

Basta olhar para o nosso caso, eles já estão na produção de energia (EDP), transporte de alta tensão (REN), na Banca e Seguros (BCP, Fidelidade....) até estão no sector da água!!!!!

Para quem acha que o capitalismo está em decadência, coloquem bem os olhos na China dita "comunista", vence o ocidente no próprio terreno (capitalismo) e todos a olharem e a baterem palmas!

Caro Viajante estou completamente de acordo, com tudo o que escrevestes, no que diz respeito ao continente africano Angola é um bom exemplo, os chinocas têm comprado tudo por lá.
Na Europa passa o mesmo, eles compram tudo o que podem, e os políticos europeos a dormir, lojas chinesas por todo o lado com produtos contrafeitos Made in China, e que ninguém controla. Não tenho a mínima dúvida que ser for preciso os chinocas mandam tudo o que for preciso para o país.

Algo que não me assusta muito é os chinocas terem empresas na Europa, pois sei que em caso de Guerra por exemplo, essas mesmas empresas passam para as mãos do Estado.
 

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Re: Economia nacional
« Responder #123 em: Abril 06, 2020, 09:11:30 pm »
POUCA VERGONHA!!!!!!!!

Clubes avançam para Layoff (para já o Chaves e o Belenenses SAD).

https://www.publico.pt/2020/04/06/desporto/noticia/desp-chaves-tambem-avanca-layoff-1911239

O Governo vai permitir esta POUCA VERGONHA?!?!?!?!

Vamos ter jogadores com salários milionários a entrarem em layoff? Brincamos!?
A salvar, que salvem as empresas, já que os trabalhadores ganham uma miséria em comparação com os jogadores.
Os clubes e os jogadores, sempre podem recorrer à UEFA ou Federação...... ou então às offshores onde escondem o dinheiro da fuga ao fisco!
« Última modificação: Abril 06, 2020, 09:14:13 pm por Viajante »
 
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Re: Economia nacional
« Responder #124 em: Abril 07, 2020, 01:18:02 pm »
Daniel Bessa. Portugal em termos económicos está pior que “numa situação de guerra”
https://sol.sapo.pt/artigo/692078/daniel-bessa-portugal-em-termos-economicos-esta-pior-que-numa-situacao-de-guerra-

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“Na esfera pública há, seguramente, áreas de investimento que vão ser aceleradas como forma de ajudar, assim haja recursos financeiros”. Já do lado do setor privado, não será essa a prioridade, alerta economista.
O economista Daniel Bessa considera que a atual situação económica, decorrente da pandemia, é pior do que uma "situação de guerra, quer em termos de paragem de produção, quer no que se refere à capacidade de recuperação”.

“Quedas destas ocorreram, embora não tão graves, em tempos de guerra”, começa por sublinhar o professor universitário, em entrevista à agência Lusa, acrescentando: “ainda estamos no princípio e só sabemos que, em termos económicos, o que se está a passar é gravíssimo”.

Daniel Bessa assegura que não há nada mais grave do que parar quase toda a produção ao mesmo tempo, tal como acontece atualmente, e que “esta é seguramente a crise mais grave por que passou o mundo”, lembrando que ainda não se sabe como vai acabar.

“Não sabemos quanto tempo é que vai durar e não sabemos onde está o fundo. Só sabemos que estamos numa descida inclinadíssima”, lamenta o antigo ministro da Economia do governo liderado por António Guterres, frisando que, “em tempos de guerra, de uma forma ou de outra, há uma máquina que tem de ser mantida a trabalhar para ganhar a guerra”, agora, “está tudo parado”.

O economista recorda que, em termos teóricos, se discute a forma das recessões, se em ‘V’, com uma queda abrupta seguida de uma recuperação também imediata e forte, ou em ‘U’, em que a queda não é logo seguida de uma igual recuperação. Discute-se, além da forma, em ‘V’ ou em ‘U’, se a queda é mais ou menos profunda.

Apesar dessa discussão, Daniel Bessa diz-se certo de uma coisa: “a produção está numa queda vertiginosa. A questão é saber como se sai daí, como é que se recupera, porque um dia terá de se recuperar”.

E, mais uma vez aqui, os efeitos económicos de uma guerra servem para exemplificar o que pode seguir-se.

“As situações de guerra são situações de enorme colapso e de que se sai muito rapidamente porque a guerra destrói tudo e há, portanto, uma capacidade produtiva que é preciso repor. No fim da guerra, o que é mais necessário é investimento, porque desapareceram as infraestruturas, desapareceram muitas unidades produtivas, e quando a paz chega é preciso um investimento maciço”, afirma.

Mas, mais uma vez, o atual cenário é diferente. “Desta vez, do ponto de vista económico, da criação de valor, está tudo parado e em certo sentido tudo destruído porque uma fábrica que não funciona não é uma fábrica, mas as capacidades estão lá”, salienta o economista, para concluir que não lhe parece que “à saída desta crise o mundo precise de um esforço de investimento tão maciço”.

Ainda assim, Daniel Bessa acredita que esse esforço de investimento possa vir a ser promovido pelo Estado.

“Na esfera pública há, seguramente, áreas de investimento que vão ser aceleradas como forma de ajudar, assim haja recursos financeiros”. Já do lado do setor privado, não será essa a prioridade.

“Do ponto de vista da produção civil, o que se torna absolutamente indispensável é repor o consumo e as cadeias de abastecimento porque as fábricas e os equipamentos já estão lá”, afirma.

Ou seja, explica o economista, este cenário sugere que “na recuperação da economia não podemos esperar uma fase ascendente tão rápida. Vamos ter uma recuperação mais lenta, que nunca será tão vertiginosa na subida como foi na descida e que vai demorar muito mais tempo a chegar aos níveis” antes do início da crise.

Para concluir, Daniel Bessa lembra que tem 72 anos, e diz “não acreditar que voltará a ver um Produto Interno Bruto mundial, nos anos que tem de vida, ao nível a que já viu”.

Eu aos poucos também começo a desconfiar, quando uma empresa tem de parar cerca de três semanas, e por esse motivo já não tem dinheiro, algo vai mal.
Temos maus administradores? Ou temos empresas economicamente muito fracas?  Qualquer empresa devia no mínimo ter capacidade financeira para infrentar este tipo de crise.
Não digo na sua totalidade, mas deviam ter alguma almoda financeira, o que parece não acontecer, pois a grande maioria precisa de ajuda do Estado e ainda assim muitas delas devem encerrar.  ::)
« Última modificação: Abril 07, 2020, 01:31:15 pm por Daniel »
 

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miguelbud

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Re: Economia nacional
« Responder #125 em: Abril 07, 2020, 11:19:30 pm »
Caro Daniel,

É uma misto de ambas, lembre-se que em 2012, quando o dinheiro era muito escasso, houve empresas que se endividaram para pagarem dividendos aos acionistas.
 

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Viajante

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Re: Economia nacional
« Responder #126 em: Abril 08, 2020, 02:03:54 am »
Eu aos poucos também começo a desconfiar, quando uma empresa tem de parar cerca de três semanas, e por esse motivo já não tem dinheiro, algo vai mal.
Temos maus administradores? Ou temos empresas economicamente muito fracas?  Qualquer empresa devia no mínimo ter capacidade financeira para infrentar este tipo de crise.
Não digo na sua totalidade, mas deviam ter alguma almoda financeira, o que parece não acontecer, pois a grande maioria precisa de ajuda do Estado e ainda assim muitas delas devem encerrar.  ::)

Daniel? 3 semanas? 3 semanas estão as empresas fechadas (a sua maioria) e quando é que vai terminar? Junho? Julho? Agosto?

Vou dar-lhe umas contas de merceeiro que fiz por alto, com base no relatório de gestão (a informação do relatório não chega para perceber os custos mensais totais). Veja por si só a magnitude do problema. A 31 de Dezembro a TAP tinha estes encargos mensais só com pessoal e encargos financeiros:
- Pessoal = 60 milhões€ (tem 9 000 pessoas a ganharem 700 milhões€ por ano)
- Juros = 5 milhões€ (60 milhões€ por ano)
- Leasing = 30 milhões€ (356 milhões€)
- Outros custos financeiros = 13,5 milhões€
Salários + encargos financeiros = 108,5 milhões€ por mês.

Agora acrescente-lhe 160 milhões de euros de dívidas de curto prazo a fornecedores e quase desapareceu os 426 milhões de euros que a TAP tinha em caixa/bancos!!!!!!

E ainda nem acrescentei futuros de combustíveis, manutenção, rendas, taxas, etc.....

Como as receitas são zero!!!!!! Diga-me lá o Daniel quanto tempo consegue aguentar uma empresa assim!!!!

O Daniel tem de pensar desta forma, quanto maior for a empresa e mais ramificações tiver um grupo, melhor aguenta uma crise.
Agora olhe para Portugal, com empresas minúsculas (quando digo minúsculas, não estou a exagerar, 96,1% são micro-empresas, até 10 trabalhadores, as pequenas representam 3,3%....... https://www.pordata.pt/Portugal/Pequenas+e+m%c3%a9dias+empresas+em+percentagem+do+total+de+empresas+total+e+por+dimens%c3%a3o-2859), como é que acha que se aguenta o Zé da esquina?
Não se esqueça que passamos por uma crise terrível, com queda nas vendas e pior, a banca fechou a torneira do crédito, com receitas de zero!!!! Como é que o zé da esquina vai sobreviver muito tempo!!!!!

Acho que está a avaliar mal o país, não temos resmas de milionários, a esquerda não deixa que "é pecado".

Agora faça estas contas, em 2019, o PIB nacional foi de 212 mil milhões € e as exportações foram de 60 mil milhões € (28,3%). Agora imagine que as empresas nacionais só conseguem exportar em Janeiro e Fevereiro (10 mil milhões), sem considerar a magnitude da quebra de consumo interna, consegue imaginar o que faz um queda de uns 50 mil milhões na nossa economia?!? Você mesmo já colocou aqui postes desses, consegue imaginar?
« Última modificação: Abril 08, 2020, 02:06:04 am por Viajante »
 

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Viajante

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Re: Economia nacional
« Responder #127 em: Abril 14, 2020, 01:20:11 am »

Covid-19: PIB cai 6,5% a cada 30 dias úteis. No 2º trimestre quebra será inédita, alerta Centeno




A economia portuguesa está “quase parada” e a “sofrer um choque inimaginável”, afirmou esta segunda-feira, em entrevista à TVI, o ministro das Finanças.

Os impactos desta paralisação serão de 6,5% do PIB anual a cada trinta dias úteis em que a economia esteja tão parada como está agora – mas o impacto é “tudo menos linear”, porque a economia se vai “deteriorando”, explica Centeno.

Ainda assim, sublinha, no conjunto do ano, “acho que não” vamos chegar a uma queda de dois dígitos do PIB. Mas alerta que no segundo trimestre, a queda será 4 ou 5 vezes qualquer queda já vista num trimestre em Portugal.

“O segundo semestre vai ter uma quebra próximo de 4 ou 5 vezes o máximo que já vimos um semestre cair em Portugal. (…) O défice de 2012 caiu 4,3 mas vai parecer uma flutuaçãozinha simples”, disse Mário Centeno.

Questionado sobre quando poderemos voltar à situação de 2019 – ano em que, pela primeira vez nos últimos 40 anos, o país fechou as contas públicas com excedente orçamental –  Centeno respondeu que calcula que regressemos a esses números em cerca de “dois anos”.

O ministro das Finanças revelou ainda o impacto das medidas até agora tomadas para fazer face aos efeitos da pandemia: “Pensamos que os estabilizadores automáticos possam representar juntamente com as medidas que já tomámos de apoio ao emprego números próximos dos seis, sete mil milhões de euros, que obviamente não vamos retirar da economia. São os efeitos que temos dos subsídios de desemprego, o lay-off simplificado, a flutuação cíclica com a economia na receita de impostos e contribuições”, adiantou o titular das Finanças.

Centeno foi ainda confrontado com a frase de António Costa, que na semana passada disse que não iria aplicar medidas de austeridade semelhantes à crise de 2008: “A austeridade não é solução” durante e no pós-crise, sublinhou.

Ao que o ministro respondeu: “O que temos que garantir é que há dinheiro para acudir à fase aguda da crise. É uma crise temporária, não é uma crise do nosso mercado de trabalho, não é uma crise do mercado financeiro, dos bancos. Estamos a tentar resolvê-la na sua origem, que não é económica. E temos que desenhar com a União Europeia o processo de saída desta crise. Não é uma saída imediata, porque não há solução definitiva para a crise sanitária, mas vamos tentar recuperar ao longo do ano”.

O ministro das Finanças lembrou ainda que em 2008, as contas públicas portuguesas foram sinalizadas por serem frágeis e que neste caso, Portugal entra na crise com superávite. “Desta vez, o paciente está em melhor estado”. E, desta vez, também a crise é diferente, concluiu.

https://executivedigest.sapo.pt/covid-19-pib-cai-65-a-cada-30-dias-uteis-no-2o-trimestre-quebra-sera-inedita-alerta-centeno/

Então talvez seja melhor em Maio, o governo ir abrindo sectores fundamentais da economia, em vez das Escolas não?
« Última modificação: Abril 14, 2020, 01:23:10 am por Viajante »
 

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Re: Economia nacional
« Responder #128 em: Abril 14, 2020, 02:20:06 am »
Vai ter de abrir progressivamente. Mas para os pais poderem ir trabalhar, os putos têm de ir para a escola.

Qual é a estimativa de queda do PIB para o final do ano? 30%?
Ainda o pessoal sonha com F-35 e Blackhawks...
« Última modificação: Abril 14, 2020, 03:03:19 am por HSMW »
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Re: Economia nacional
« Responder #129 em: Abril 14, 2020, 02:57:23 am »
Vai ter de abrir progressivamente. Mas para os pais poderem ir trabalhar, os putos têm de ir para a escola.

Qual é a estimativa de queda do PIB para o final do ano? 30%?
Ainda o pessoal sonha com F-35 e Blackhawks...

A estimativa é que a queda não chegue a 10%... O que já de si é um número catastrófico, inimaginável há pouquíssimo tempo atrás.
E sempre com base em cenários, depende de como as coisas acontecerem.

O pior é que penso que há sectores que não se levantam tão cedo, mesmo que as restrições sejam eliminadas. Com a crise por todo o mundo as exportações devem ressentir-se, principalmente o turismo. Até porque penso que também haverá receio das pessoas viajarem, sobretudo as mais velhas, que são das que mais gastam normalmente. Só isto representa uma enormidade de postos de trabalho, de micro e pequenas empresas, com um efeito de arrastamento enorme na economia...
« Última modificação: Abril 14, 2020, 03:03:30 am por HSMW »
 

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Re: Economia nacional
« Responder #130 em: Abril 14, 2020, 12:47:32 pm »
O problema das Escolas resolvia-se de uma forma muito simples, ATL para todas as idades e durante o verão todo! Agora que as Escolas públicas estão totalmente vazias, resolviam 2 problemas, o problema dos pais que não têem onde deixar os filhos (a TSF tem uma reportagem muito interessante de um médico português em Macau, que explica o que já se faz na Ásia e devíamos passar a fazer, como o uso de máscara em público e diz ele que é um disparate dividir as famílias por gerações, avós para um lado, filhos para outros e netos nem se sabe bem), e como é um ATL não é obrigatório, mas ocupava as crianças durante todos os meses. Porque mesmo que o governo abra as Escolas em Maio (11º e 12º) vai fechá-las em meados de Junho....... para férias!!!!!!!

Eu vou explicar como é que nós resolvemos o problema (Ensino Profissional do 10º ao 12º ano):
Na mesma semana que as Escolas foram encerradas, adquirimos o ZOOM Educação (2 066€), que permite criar até 20 salas virtuais. Tivemos uma primeira reunião com todos os formadores (quase todos a recibo verde, a nossa Escola de 180 alunos funciona com 13 pessoas a tempo inteiro, incluindo a Administração, serviços administrativos, auxiliares e até 1 professor a tempo inteiro) através do ZOOM, e uma pequena formação para os alunos do 10º e 11º (o 12º já terminaram as aulas e as Provas Finais, só falta mesmo é o estágio de 400h nas empresas).

Os nossos alunos do 10º e 11º estão a ter aulas no ZOOM (há Escolas Profissionais que utilizam o Teams da Microsoft), já tiveram 2 semanas com 4h síncronas (horas presenciais no zoom) por dia e 1h assíncrona (hora de trabalho, pesquisa ou teste on-line pelo google forms) por dia e a partir de hoje passam a ter 7h síncronas por dia e 1h assíncrona. Temos também a enorme vantagem de termos à anos um livro de ponto on-line que permite os alunos verem o seu horário, todas as notas, a matéria por cada módulo feito e por fazer e permite o professor receber trabalhos dos módulos pela plataforma do livro de Ponto.

Como nós no 10º ano oferecemos a todos os alunos 1 tablet, eles não podem alegar que não tem equipamento, mas mesmo assim, emprestamos portáteis a quem precisasse para assistir às aulas…… apesar do zoom permitir fazer videoconferências até pelo telemóvel!!!!

Não é a mesma coisa que as aulas presenciais, mas estão a ter aulas e em meados ou final de Junho, terminam as 1 100 horas que nos tínhamos comprometido (não podemos comprometer o arranque do próximo ano lectivo).

Além disso, como somos só 13, a Escola só tem 2 pessoas em simultâneo, 1 funcionário vem às instalações só 4 horas por semana. Somos só 3 da Administração, vem 1 dia cada. Temos luvas, máscaras, gel para todos! A esta hora não temos aqui nenhum aluno, mas estão a ter as aulinhas a partir de casa e cada turma com os seus professores como se estivessem aqui. Migramos todas as plataformas, desde contabilidade, salários, digitalização de documentos. Consigo trabalhar em casa como se estivesse aqui, acedendo a uma VPN.
 
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Re: Economia nacional
« Responder #131 em: Abril 14, 2020, 05:42:28 pm »
Temos também a enorme vantagem de termos à anos um livro de ponto on-line que permite os alunos verem o seu horário, todas as notas, a matéria por cada módulo feito e por fazer e permite o professor receber trabalhos dos módulos pela plataforma do livro de Ponto.

(...)

Migramos todas as plataformas, desde contabilidade, salários, digitalização de documentos. Consigo trabalhar em casa como se estivesse aqui, acedendo a uma VPN.
Um aparte: O problema que estou a assistir é que muitas empresas ainda estão na idade da pedra em termos de ERPs e sistemas que permitam o acesso remoto, seja por VPN ou sistemas SaS. Por isso é que tele-trabalho está a ser complicado para muitas empresas e um pesadelo para alguns patrões, especialmente aqueles controladores.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Re: Economia nacional
« Responder #132 em: Abril 14, 2020, 06:20:55 pm »
Temos também a enorme vantagem de termos à anos um livro de ponto on-line que permite os alunos verem o seu horário, todas as notas, a matéria por cada módulo feito e por fazer e permite o professor receber trabalhos dos módulos pela plataforma do livro de Ponto.

(...)

Migramos todas as plataformas, desde contabilidade, salários, digitalização de documentos. Consigo trabalhar em casa como se estivesse aqui, acedendo a uma VPN.
Um aparte: O problema que estou a assistir é que muitas empresas ainda estão na idade da pedra em termos de ERPs e sistemas que permitam o acesso remoto, seja por VPN ou sistemas SaS. Por isso é que tele-trabalho está a ser complicado para muitas empresas e um pesadelo para alguns patrões, especialmente aqueles controladores.

Cumprimentos,

Também, mas não só. As indústrias não têem forma de trabalhar remotamente, só os quadros superiores e dirigentes. As pequenas empresas/comerciantes..... não imagina quantas vezes temos de explicar aos comerciantes que tirar o SAFT mensal é só necessário escolher a data inicial e final, carregar no botão que se chama...... SAFT e escolher o local para onde vai o ficheiro SAFT (de um POS).....

Nós estavamos a meio caminho, por acaso tinha de investir num servidor novo (o nosso HP DL480G7 já leva 10 anos em cima!!!!!), tinhamos de substituir 2 NAS QNAP de 8 discos cada (discos red 2Tb), switchs cisco com gestão L3, mais licenças da Micro$oft, firewall física com contrato....... está a imaginar a conta, não está?
Passamos a ter espaço físico num servidor da empresa que nos presta assistência, incluindo cópias de segurança, assistência 24 sobre 24 horas e...... não temos de investir nem mais 1 cêntimo :)

Mas o teletrabalho não é a solução para tudo. Está por exemplo a imaginar operários de uma fábrica, um professor de educação física, um cozinheiro!!!!!!!

Mas resolve muita coisa.
Só tenho queixa dos operadores, por causa da quebra muito significativa da qualidade das linhas...... de fibra!!!!!!
 

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Daniel

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Re: Economia nacional
« Responder #133 em: Abril 14, 2020, 07:42:08 pm »
Vai ter de abrir progressivamente. Mas para os pais poderem ir trabalhar, os putos têm de ir para a escola.

Qual é a estimativa de queda do PIB para o final do ano? 30%?
Ainda o pessoal sonha com F-35 e Blackhawks...

A estimativa é que a queda não chegue a 10%... O que já de si é um número catastrófico, inimaginável há pouquíssimo tempo atrás.
E sempre com base em cenários, depende de como as coisas acontecerem.

O pior é que penso que há sectores que não se levantam tão cedo, mesmo que as restrições sejam eliminadas. Com a crise por todo o mundo as exportações devem ressentir-se, principalmente o turismo. Até porque penso que também haverá receio das pessoas viajarem, sobretudo as mais velhas, que são das que mais gastam normalmente. Só isto representa uma enormidade de postos de trabalho, de micro e pequenas empresas, com um efeito de arrastamento enorme na economia...

Caro Clausewitz estou completamente de acordo quando diz que o principal problema será o sector do Turismo, esse sector não se levanta tão cedo.
Sabemos que é um sector muito importante para a nossa economia, temos também o sector da aviação por exemplo a TAP, em que o governo já equaciona a sua nacionalização.

Ora se as pessoas não viajam, as companhias aéreas, hotéis, restaurantes, taxistas e as rentalcars por exemplo, simplesmente ficam sem trabalho.
Segundo o FMI a taxa de desemprego vai duplicar este ano em Portugal, quer dizer que teremos perto de 1 milhão de portugueses sem emprego, uma catástrofe.
Creio que este ano vai ser assim um pouco por toda a Europa e arredores, infelizmente, equanto a economia mundial contrai 3% e o PIB da zona Euro vai cair cerca de 8%.

A única coisa positiva no meio desta enorme crise pelo menos é a minha opinião, é que os bancos estão mais capitalizados e têm mais liquidez do que no passado, mesmo eu sabendo que também o sector bancário vai ser posto a prova.
A estabilidade financeira que tinhamos até aqui está ameaçada pelo Covid-19, e vai expor riscos dos juros baixos, como por exemplo no crédito habitação.
 

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Daniel

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Re: Economia nacional
« Responder #134 em: Abril 14, 2020, 07:49:17 pm »
Previsões país a país e na Zona Euro Portugal
Citar
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma recessão de 8,0% da economia portuguesa e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020, devido à pandemia de covid-19, de acordo com as Perspetivas Económicas Mundiais hoje divulgadas.

A única referência a Portugal nas Perspetivas Económicas Mundiais (‘World Economic Outlook’) hoje divulgadas, intituladas “O Grande Confinamento”, encontra-se na tabela em que o FMI prevê uma queda de 8,0% do Produto Interno Bruto (PIB) em Portugal em 2020 e uma taxa de desemprego de 13,9%, juntamente com uma deflação de 0,2% e um saldo da conta corrente positivo em 0,3% do PIB.

Para 2021 o cenário inverte-se, com a instituição liderada pela búlgara Kristalina Georgieva a apontar para uma recuperação de 5,0% do PIB, uma taxa de desemprego de 8,7%, uma inflação de 1,4% e um saldo da conta corrente a voltar para o negativo, nos 0,4% do PIB.

Em 2019, o crescimento do PIB foi de 2,2% e a taxa de desemprego foi de 6,5%.

Estas são as primeiras previsões para Portugal de uma instituição internacional no âmbito da pandemia de covid-19, e seguem-se às do Banco de Portugal (BdP), que, em 26 de março, estimou uma queda do PIB nacional de 3,7% num cenário base e de 5,7% num adverso.

No que concerne ao desemprego, os economistas do banco central projetaram uma taxa de desemprego de 10,1% em 2020, no cenário base, e de 11,7% no adverso.

Para 2021, o BdP apontava para um crescimento de 0,7% do PIB no cenário base e 1,4% no adverso, e quanto ao desemprego o banco central estima uma taxa de 9,5% no cenário base e 10,7% no adverso.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou na segunda-feira que as estimativas do Governo apontam para uma queda de 6,5% do PIB anual por cada 30 dias úteis em que a economia esteja paralisada devido à covid-19.

Questionado sobre se a queda do PIB poderá este ano atingir os dois dígitos, devido ao travão à atividade económica imposto pelo surto de covid-19, o ministro das Finanças admite que no conjunto do ano poderá não se atingir valores dessa magnitude, mas avisou que a queda homóloga no segundo trimestre será "com certeza de quatro a cinco vezes o máximo que alguma vez o PIB caiu num trimestre”.

Esse máximo, precisou, foi uma queda de 4,3% registada em 2012.

A China, segundo o FMI deverá escapar à recessão em 2020, crescendo 1,2%.  :snipersmile:
« Última modificação: Abril 14, 2020, 07:51:33 pm por Daniel »