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Estado de hibernação possível nos humanos

De acordo com um estudo publicado na revista Science, o estado de hibernação em humanos pode prolongar o tempo de vida, impedir amputações de membros destruídos e melhorara a eficácia dos tratamentos de cancro

Uma equipa de cientistas norte-americanos afirmou ter conseguido, pela primeira vez, provocar um estado de hibernação metabólico reversível em ratos de laboratório. Para tal os investigadores utilizaram um gás (sulfito de hidrogénio) que reduziu os níveis de temperatura no sangue dos roedores e provocou um estado de inactividade temporária
  "Conseguimos hibernar temporáriamente ratinhos através da redução do seu metabolismo, ou seja, exactamente o mesmo processo que ocorre naturalmente nos mamíferos em hibernação", explicou Mark Roht, responsável por este estudo.

Esta é a primeira vez que a ciência consegue induzir um estado de hibernação em animais que não o fazem naturalmente. Agora, o próximo passo é pôr também os humanos a «dormir». "Pensamos que todos os mamiferos, incluindo potencialmente os seres humanos, têm esta aptidão em estado latente e descobrimos com provocar e parar a hibernação em ratinhos sem nenhum efeito biológico nefasto", afirmou Mark Roth.

De acordo com o estudo publicado pela Science, este resultado poderá ter aplicações médicas bastante importantes. Se os cientistas conseguirem induzir um estado de hibernação nos humanos de forma
segura, é bem possível que a medicina terapêutica sofra uma grande revolução, uma vez que, ao tornar a actividade celular inactiva, o organismo deixa de necessitar de oxigénio.
Os investigadores acrescentam ainda que a hibernação metabólica pode ajudar no tratamento de problemas derivados de perda de sangue, hipotermia, febres malignas, paragem cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) ou de diabetes que, devido a danos nos tecidos, têm que fazer amputações de membros.

Outra vantagem desta descoberta está relacionada com as terapêuticas para o cancro. Segundo Mark Roth "as células cancerígenas não estão dependentes do oxigénio para crescer. Como resultado, são mais resistentes à radiação que as células saudáveis envolventes, que precisam de oxigénio para sobreviver". Ou seja, eliminar temporariamente a dependência de oxigénio das células saudáveis pode torná-las alvos menos vulneráveis da radiação e da quimioterapia e isso poupa os tecidos normais durante as altas doses de terapia para o cancro".
Fontehttp://www.ciberia.aeiou.pt