Uma perspectiva histórica
=================
É natural que a batalha não seja muito referida, porque afinal, ela representou o fim das pretensões de uma parte da nobreza portuguesa, à hegemonia ibérica.
Mesmo para os portugueses, a ideia de ter o Rei de Portugal como Rei de todos os reinos peninsulares não era muito bem vista.
A batalha insere-se na guerra entre Leoneses e Castelhanos.
Desde que o Reino de Castela passou a ser predominante na Coroa de Castela e Leão, que a nobreza Leonesa se mostrou pouco amistosa para com a nobreza de Castela. Castelhanos e Leoneses odiavam-se mutuamente.
Leão e Castela são originariamente reinos distintos, separados e com origens diferentes. Leão, era um reino baseado nos territórios cristãos da antiga Gallaecia e ía das Asturias até Lisboa, mas não incluía Castela.
Castela tem as suas origens no sudoeste dos pirineus, na dependência de Navarra, passando depois para a dependência de Leão e tornando-se finalmente um Reino.
Com a perda de Portugal, Leão entrou em decadência e a posterior unificação definitiva com Castela, relegou a nobreza Leonesa e Galega a uma posição subalterna.
= = =
No texto acima, é referido que o Rei português se achava com direito à coroa castelhana. Isso é correcto, mas insuficiente.
Foi o Rei de Castela "Enrique IV" que decidiu que a sua filha Joana, sería a futura rainha de Castela e Leão.
Essa opção do rei castelhano, implicou com o casamento de Juana com o rei de Portugal a futura união da Coroa de Castela e Leão com a Coroa de Portugal.
A nobreza Leonesa apoiou Juana, e teve o apoio de Portugal, enquanto que Isabel recebeu o apoio da Coroa de Aragão, porque o Rei de Aragão se achava também no direito de governar sobre Castela.
O facto é que o Rei de Portugal se apoiou numa facção da alta nobreza Leonesa, que não queria aceitar o dominio de Castela sobre Leão, mas com isso, não conseguiu o apoio das classes mais baixas, a baixa nobreza e o baixo clero.
A iniciativa do rei de Portugal, era também vista com muita desconfiança pelos próprios portugueses, porque a vitória de Portugal e dos nobres de Leão, implicava um reforço do poder da alta nobreza, que era visto como negativo.
Aliás, uma nota curiosa:
A bandeira/estandarte armorial de D. Afonso V:
Aliás, Toro, foi também o triunfo de outro homem, de que temos falado no tema dos grandes portugueses.
Com o fim do sonho Ibérico de Afonso V, subiu ao trono o seu filho, que ao contrário do pái, não estava minimanente interessado nas conquistas europeias.
Esse rei, é D. João II, o principe perfeito, e que criou as bases do império que Portugal criou na Índia.
Cumprimentos