Não tem nada de clubistico a não ser que considere que defender o que acho melhor para Portugal e para a Europa como clubismo. Clubismo é defender uma opção que é claramente desfavorável a nós só porque gosta mais da "cor". Felizmente em Berlim, Paris ou Roma pensam um bocadinho diferente. Até porque ameaçar um "aliado" com sanções se comprar vacinas ou se completar um pipeline que vai tornar a sua industria mais competitiva e cortar intermediários é claramente uma mostra de preocupação com o bem estar do "aliado"
Claro que não tem. Pró-Rússia, pró-comunismo, nada de clubismo.
Mas adiante. Não quer dizer que concorde com a política dos americanos, mas vai-me dizer que concorda com a dos russos? É que quem lê o que escreve, ainda pensa que os gajos, nomeadamente o Putin, são uns meninos de coro! Aliás, olhando para o que escreve (que não passa mais de sentimento anti-americano do que a procurar a independência e sucesso da Europa), percebe-se que prefere uma Europa inteiramente dependente dos russos.
Foi por medo, não porque os EUA não tenham o poder de destruir o Irão, mas sim que para o fazer iriam perder todo o ME e o preço militar e politico a pagar por isso é incomportável. A mensagem que ficou foi bem clara, pela 1ª vez um ataque militar oficial por parte de um estado a instalações militares americanas passou sem resposta. O mundo viu e tirou as suas conclusões e, se aqui se discutisse defesa em vez de convicções clubísticas, se calhar também se tinha visto e poderíamos estar aqui a ter discussões bem fundamentadas sobre as mudanças globais que esse acontecimento sinalizou para o mundo.
Resumindo, uma decisão estratégica, para não ter consequências, sobretudo políticas, na região. Mas mesmo ignorando estes factores, para quê comprar mais uma guerra no MO, quando a intenção era desde logo retirar tropas da região? Muita da conversa do Trump assentava na retirada de tropas, algo que ele usava para ganhar apoio interno, e ir para outra guerra lá, ia contra esse discurso. Se acho que outra administração, como a administração Bush, teria reagido de forma diferente? Possivelmente. Agora, sejamos francos, toda aquela situação foi peculiar, do início ao fim, que terminou com o lançamento de mais de meia dúzia de mísseis balísticos contra uma base americana, que não matou ninguém, e de seguida com o abate de um avião civil por parte dos iranianos, tendo esta última situação cimentado o assunto. Um ano depois, os iranianos ameaçaram com retaliação e tal, e nem vê-la.
Mas uma coisa é certa, o sinal de fraqueza foi tal, que o mundo parou para ver o resultado destas novas eleições, e ainda hoje o mundo está a tentar perceber como vão ser os próximos anos desta administração. A geopolítica mundial vai mudar, não com esta situação, mas com a resolução do tema China/Taiwan, e se vai ocorrer ou não uma guerra. Se não ocorrer, já sabemos quem é que "dissuadiu" a China.
Os únicos que têm a ganhar com instabilidade no continente europeu estão do outro lado do Atlântico. Foram os únicos que beneficiaram do suicídio colectivo europeu que foram as duas guerras mundiais e se se desse ao trabalho de ler, nem que seja na diagonal o célebre PNAC talvez consiga fazer uns exercícios de associação sobre o que se passa. Já agora uma questão lateral, o que pensa que os B-2 foram fazer às Lages? Turismo?
Sim, as guerras na Europa foram por causa dos americanos. Mais uma conspiração Putiniana? Eu cá acho que é perfeitamente normal que, no fim de uma potência, surja outra ou outras no seu lugar, e tal aconteceu muito ao longo da história. Aliás, existe até um sentimento algo unânime, por exemplo no Brasil, que com uma guerra entre a China e os EUA, eles podem vir a tornar-se os novos "Estados Unidos" após a guerra. Se isso vai acontecer ou não, é esperar para ver, mas não é culpa dos países que emergem, que as potências anteriores se matem uma à outra.
Quanto ao PNAC (o americano, não confundir com o Programa Nacional para as Alterações Climáticas
), em que é que isso difere dos chineses ou dos russos? Ou aliás de toda e qualquer potência da história da humanidade? Exacto, nada. Acha que se surgisse em Portugal a capacidade para exercer o mesmo tipo de plano, não se fazia o mesmo? De forma generalizada, todos querem ser o país mais influente do mundo, a diferença é que nem todos têm essa capacidade, uns já tiveram, outros têm, outros terão (e outros nunca terão).
Mais uma vez, não digo que seja uma forma moralmente correcta de agir, mas também não estou a ver ninguém a dar o exemplo do contrário.
Sim, os B-2 vieram cá para simular a invasão a Portugal. Já todos sabemos isso. Já quando passam cá os Bears russos, é apenas para tirar fotografias às paisagens nacionais.
Comparação esdrúxula, e eu é que não sei se é ilusão ou cegueira. Foi acordado em Minsk uma rota para a normalização e reintegração de Lugansk e Donetsk na Ucrânia. Os ucranianos não cumprem com o acordo, começam a concentrar tropas e inclusive ameaçam a Crimeia (essa situação merece um tópico à parte), temos Merkel, Macron, Putin e a NATO a dizer que os ucranianos têm de seguir os termos do acordado e que é a unica maneira de normalizar a situação e o meu caro DC saca do espanhóis e Alentejo. Para sua informação, se se dedicasse à defesa e tentássemos perceber, com discussões livres de "clubismos" patrocinados pelos Rogeiros de serviço, o que temos de defender, se calhar já tinha percebido que estamos a ser atacados por eles em todas as vertentes, só mesmo a militar é que ainda não entrou na festa. É que defesa é um bocadinho mais que zezinhos de camuflado com brinquedos de milhões a fazer fogos de artificio. Ou se calhar até sabe, mas são factos que não encaixam no "dogma" então não interessam
Meu caro, nesta situação na Ucrânia, só se sabe que nada se sabe. Dizer, com toda a certeza que foi a Ucrânia a violar o acordo de Minsk, porque "movimentou tropas", e assumir com toda a certeza que os russos não violarem o cessar fogo, parece-me no mínimo ingenuidade. A realidade, é que os próprios russos, vieram dizer que as suas movimentações eram apenas para um "exercício". A realidade também, é que se formos ver "quem começou", tínhamos de voltar a 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia, falar dos militares sem insígnias, do referendo "à porta fechada", e por aí em diante. Mas claro, Putin com as suas boas intenções.
Para terminar, que já vamos muito off-topic. Curisoso que respondeu a tudo, menos a isto:
A Europa, para sobreviver, sabendo que vai estar sempre dependente de terceiros, tinha de procurar uma solução em que dividia a dependência por vários intervenientes, e não apenas um. Assim, se um "fecha a torneira", o outro consegue compensar, e vice-versa. Isto também permite melhores preços, por haver concorrência, algo que não acontecerá ficando dependentes de só um.
Se calhar pensa de forma diferente, e total dependência da Rússia é que é o caminho a seguir.