Paisano, sem dúvida avião por avião, o SU-35 atualmente é superior, mas será que com o passar do tempo ele vai poder ser modernizado da mesma maneira que o Gripen será? O Gripen é um projeto novo, em que com o passar do tempo receberá diversas modificações como incoporação de novas tecnologias, já o SU-35 é uma incógnita, não se sabe o seu futuro, sabe-se que os russos já trabalham em uma nova aéronave que faça frente aos novos avanços dos EUA, será que o SU-35 não será protelado em favor deste novo projeto, será que ele manterá a mesma capacidade do Gripen em agregar novas tecnologias? Será que o SU-35 já não é o último suspiro da família SU-27? São essas questões que me incomodão! Outra coisa, será que com o passar do tempo o custo de manutenção de uma aéronave bi-motor não será muito superior a de uma aéronave monomotor?
Eu não conheço os critérios que vão servir para escolher o próximo caça brasileiro, mas tendo em conta as dimensões do país e os adversários prováveis, eu diria que o Su-35 é a melhor escolha.
Quanto às modernizações ao longo da vida da aeronave, acho que não há razões para temer.
Veja, João, que actualmente existem centenas de exemplares de dezenas de variantes do Su-27, Su-30, Su-33 e Su-35 (e futuramente, do Su-32/34). Isto constitui uma base de mercado que torna muito apelativa a criação de programas de upgrade (visto que muitos componentes são intercambiáveis entre as diversas versões). De entre os utilizadores, 3 deles - a China, a Rússia e a Índia- operam frotas suficientemente grandes, e têm uma capacidade industrial suficiente para desenvolverem modos de manter os diversos Su-XX competitivos ao longo da sua vida de serviço. O próprio Brasil pode mesmo aproveitar esta base de mercado para produzir componentes para os Su-35 que comprar, lucrando ao mesmo tempo com possíveis exportações.
Se tivermos em conta os típicos operadores dos Su-XX, vemos que eles não diferem muito dos operadores dos Mig-21 e Mig-29, ou seja, são países que mantêm durante bastante tempo os aviões que adquirem. Assim, é provável que, do mesmo modo que os Mig-21 e Mig-29 sofreram upgrades constantes, também o Su-35 venha a beneficiar da incorporação de tecnologias futuras.
Em relação ao Grippen, isto dependerá muito dos compradores que conseguirem ser aliciados a adquirir este caça - quanto mais aviões forem exportados, mais provável será que se criem pacotes de upgrades.
Claro que o Grippen será de certeza um caça mais económico de operar do que o Su-35, mas a verdade é que estão em duas classes bastante diferentes, e não sei se, com os números actualmente previstos, o Grippen conseguirá realizar as missões que a FAB pretende.
Cumptos.
JNSA