Soldados da CIA

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André

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Soldados da CIA
« em: Julho 11, 2007, 05:30:35 pm »
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Desde de sua criação em 1947, a Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA) tem mantido uma pequena mas eficiente capacidade de actuação operacional, através de uma unidade paramilitar secreta, antes vinculada ao Escritório de Serviços Estratégicos (OSS), que coordenou missões de operações especiais na Europa e Ásia ocupadas durante a Segunda Guerra Mundial.

Conhecida como Divisão de Atividades Especiais (Special Activities Division ou SAD), esta unidade atualmente subordinada ao Escritório de Atividades Clandestinas da CIA, embora nunca tenha contado com mais do que uma centena de efetivos, possui elementos treinados para ações em terra, mar ou ar, nos mesmos moldes e com a mesma eficiência das demais tropas de operações especiais do Pentágono. Apesar do esforço da CIA para manter este grupo longe dos holofotes, sempre negando sua existência, isto mudou radicalmente após os atentados de 11 de Setembro. A confirmação oficial aconteceu em novembro de 2001, depois de prisioneiros Talibans amotinados na prisão afegã de Mazar-e-Sharif matarem o agente Johnny Micheal Spann. Não só a CIA identificou publicamente Spann como um de seus elementos paramilitares, como o diretor da Agência o descreveu como "um herói americano que mostrou sua paixão por seu país através de sua abnegada coragem".

O papel exercido pelos paramilitares da CIA nas guerras do Iraque e do Afeganistão são agora plenamente conhecidos. No Afeganistão alguns dos membros da SAD agem nas "sombras" para localizar e capturar membros importantes dos Taliban e da rede terrorista al-Qaeda, actuando também como conselheiros militares das forças do exército afegão. Outros orientam os ataques da Força Aérea Norte-americana até aos seus alvos, na função de observadores aéreos avançados, ou participando de ações diretas em conjunto com unidades militares americanas. Os UCAV Predator, armados com mísseis anti-tanques Hellfire, fizeram sua estréia em combate durante a primeira fase da Operação Liberdade Duradoura, coordenados pelo pessoal especializado da CIA. Contriubuiram também para a neutralização de um comandante da al-Qaeda no Yemen.

Os membros da SAD tem estado também activos no Iraque desde a invasão americana em 2003, trabalhando com as forças de segurança iraquianas e apoiando as missões de operações especiais do Pentágono, incluindo as que levaram à captura de Saddam Hussein e do líder da al-Qaeda no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi. É também de conhecimento público qua a CIA está operando uma série de aeronaves, dentro e fora da zona de guerra, composta por helicópteros de origem russa Mil Mi-17, jatos executivos e aeronaves de linhas aéreas convertidas, em actividades de inteligência, reconhecimento ou apoiando as tropas regulares. Nos dias de hoje, a CIA não só admite a existência desses "guerreiros das sombras", como não inibe a crescente divulgação nos meios de comunicação de suas façanhas e de sua contribuição na luta contra o terrorismo. Este braço armado da CIA, que só age após autorização do presidente, complementa os esforços das forças armadas americanas e os seus membros são empregados com excepcional rapidez e agilidade, utilizando-se da rede de agentes da CIA ou cooptando novos colaboradores, como se pode observar no Afeganistão após o 11 de Setembro e mais tarde no Iraque.

Os paramilitares da SAD, muitos deles recrutados na comunidade de forças especiais, são treinados pela CIA como agentes de inteligência, dando a esta a habilidade não somente de monitorar a situação ao redor do globo, mas de poder mudá-la se necessário. A despeito de seu aparente sucesso, as operações paramilitares da SAD tem sido alvo de debates no Congresso, onde alguns legisladores questionam que possa estar havendo uma duplicação de esforços entre a CIA e o Departamento de Defesa, mas ambos reconhecem, em depoimentos aos congressistas, que as capacidades de suas unidades especiais são únicas e devem continuar actuando como forças que se complementam.