A quase totalidade da população não estava preparada para este horror.
Alguns foristas algumas semanas antes alertaram para a necessidade de uma tomada de consciencia e de previdências minimas. Não vou ler postais antigos mas tenho uma ideia que esses foristas "alarmistas" não foram, na altura, muito levados a sério : "morre X gente/dia nas estradas , morrem de gripe e de AVC não sei quantos todos os anos, etc etc
Os que, semanas antes, tiveram a ideia de armazenar mantimentos, medicamentos que tomam diariamente, uma reserva de dinheiro, cultivarem o jardim, etc , não podem ser julgados agora como açambarcadores ; protegeram-se e chamaram a atenção para quem os quis lêr e ouvir, para essa necessidade . diria que esses alarmistas fizeram e fazem o seu dever .
Não contem com um Estado Todo-poderoso e senhor de recursos infinitos. No futuro podemos ser confrontados com um contexto em que o que vai valer , para além de uma boa dose de sorte, são as iniciativas que cada um tomou para se proteger a si, à sua familia, à sua comunidade. No meu caso pessoal, precavi-me ha ja muito tempo, na verdade eu sou muito precavido por natureza e desde ha muito tempo que tenho em casa, para além de quilos de latas de conserva, um gerador e reservas de combustivel, paineis solares, uma caravana, sementes, etc etc. Como bom sobrevivencialista, tenho um bom equipamento. Faltou-me a "dose de sorte" : tenho isso tudo em casa em Portugal, e fiquei bloqueado no estrangeiro. Pelos comentarios que li, mesmo que eu conseguisse regressar à MINHA casa em Portugal , ainda ia ser acusado de "transmissor de virus" e condenado à fogueira da opinião publica.
As coisas evidentemente têm duas saidas : ou melhora, o que é excelente ou piora. Vamos considerar que vai piorar e preparemo-nos agora para isso. O mercado ainda esta disponivel para fornecer as despensas de alguns produtos essenciais. As estações de serviço ainda têm gasolina sem restrições, o dinheiro ainda vale alguma coisa. Este momento é o de preparação, preparem-se pois camaradas ! Estão à espera de quê ? Não estou a dizer que prejudiquem terceiros ou que açambarquem o"tacho" das viuvas e dos orfãos...todos entendem o que eu quero dizer.
Na região de França onde me encontro, nos Alpes franco-italianos, os agricultores queixam-se que não têm ninguem para fazer a recolha do morango. Talvez amanhã não haja ninguem para as colheitas de outros legumes e frutas. No pequeno supermercado da aldeia que eu frequento, 6 dos 10 empregados recusam-se a ir trabalhar. O que vai acontecer no futuro com este rompimento da cadeia dos fornecimentos ? A ruptura na distribuição alimentar, desde a produção até à venda ao publico pode tornar-se critica. O que começa a acontecer nesta pequena aldeia alpina, pode generalizar-se ao resto da Europa. Portanto, enquanto ha possibilidade de encher a despensa , é fazê-lo ! Neste momento quem comprar 10 quilos de arroz e de açucar não vai prejudicar ninguem. Talvez amanhã, o acto de açambarcar seja contrario à ética ou até crime, hoje ainda não é assim, pois ainda ha que chegue para todos.
Se a coisa piorar, não contem com recursos que o Estado não tem. Nenhuma Nação tem 40 camas de Hospital nem 20 ventiladores por 100 habitantes. Obrigação de cada um criar as condições para poder ficar confinado em casa, ou numa caravana no meio da serra, para evitar o contacto social e eventualmente se salvar.
Honra e Gloria àqueles que pela sua profissão se vão sacrificar pela comunidade : pessoal médico e para-médico, agentes das forças de segurança e militares, motoristas da distribuição, operarios requisitados para produzir material e equipamentos médicos...
Esta Guerra, como todas as guerras, vai fazer muitos mortos, ...talvez uma dessas carcaças a apodrecer numa vala comum, seja a nossa. Temos que aceitar o preço a pagar ! A hora é de combate não é de choros e ranger de dentes.