Há link para esse artigo? Thx
o que interessa desse artigo está aqui :
https://www.marinha.pt/pt/a-marinha/estudos-e-reflexoes/cadernos-navais/Documents/cadernos%20navais_53_af.pdf
6.1.1 Oceânica de Superfície
Deverá ser composta por patrulhas oceânicos, fragatas, reabastecedores, navios logísticos/anfíbios, navios de pesquisa oceanográfica e veleiros de treino.
6.1.1.1 Patrulhas Oceânicos
Vocacionados de raiz para atividades de segurança marítima, de fiscalização, de vigilância de área e de recolha de informações, garantindo desse modo a presença do Estado nas áreas de interesse nacional. Apesar de serem navios de baixo custo (relativo) de aquisição e operação, podem contudo ser modificados de forma modular para:
(i) funções anti-submarinas;
(ii) transporte de pessoal (até 50 elementos);
(iii) base operativa para drones de superfície, submarinos e aéreos;
(iv) navios auxiliares de combate à poluição marítima.
Nas funções anti-submarinas estes navios modificados com sistemas passivos (cauda rebocada) e ativos (de baixa frequência) passarão a desempenhar uma função estratégica no seio da OTAN, num espaço relevante para a organização: o triângulo estratégico português.
Na sua capacidade de transporte de pessoas podem revelar-se muito úteis e flexíveis em ações de apoio humanitário, assim como plataformas para lançar raides anfíbios com fuzileiros em costa aberta.
O desenho modular e adaptativo permitirá transformar um navio tipicamente de fiscalização numa unidade combatente, útil no inventário da OTAN, reforçando o valor militar da Marinha Portuguesa.
6.1.1.2 Fragatas, ou seu sucedâneo
Desenhadas originalmente para as funções de proteção das linhas/corredores de navegação mercante e de forças expedicionárias/anfíbias, devem estar aptas a combater ameaças de superfície, aéreas e, em particular, submarinas (aquelas com maior probabilidade de ocorrer no triângulo estratégico português).
Estes navios, pela quantidade e diversidade de armamento (peças de artilharia, rockets, mísseis, torpedos) que integram, podem ainda ser utilizados como instrumentos de flagelação/aniquilação de posições em terra, quer na orla costeira, quer em profundidade para o interior do território inimigo.
Também podem, em casos especiais, ser adaptadas para conduzir operações anfíbias isoladas de pequena dimensão, tipicamente raides e incursões, explorando o efeito-surpresa, utilizando o armamento próprio para suporte dessas operações.
São a componente de superfície que, pela sua dimensão, capacidade, presença e visibilidade, mais contribui para a perceção do poder do Estado no mar. Os submarinos, sendo um instrumento de negação dos espaços marítimos, atuando de forma encoberta, têm nas fragatas o seu oposto. Estas constituem-se pela sua visibilidade como elementos fundamentais para a perceção de controlo e ocupação desses mesmos espaços.
A simples presença, associada a uma elevada persistência na área de operações, à liberdade e espaço de manobra que o mar proporciona e a uma panóplia muito diversificada de ações que podem realizar, fazem das fragatas um instrumento essencial da diplomacia naval. A realização de exercícios em determinadas áreas selecionadas, a visita a portos estrangeiros, as operações de segurança marítima, estabilização, ou em sentido inverso, de perturbação, provocação, interdição ou bloqueio marítimo, entre outras, são exemplos de ações que poderão ser doseadas de acordo com o nível de tensão político-militar e com os objetivos pretendidos.
A recente evolução tecnológica rumo à robotização da guerra e o avanço significativo das armas anti-navio (misseis de alta velocidade e torpedos de longo alcance) vieram alterar substancialmente o quadro vigente dos conflitos marítimos.
As fragatas, tal como hoje as conhecemos e concebemos, são navios datados, ou seja, “fora de época”. No futuro, não muito longínquo, serão navios mistos, com alguma capacidade anfíbia, com uma robusta defesa próxima, portadores/transportadores de armas de longo alcance e de um núcleo variado de drones. Continuarão a ser dotadas de helicópteros orgânicos para missões de transporte de pessoal e armamento pesado.
Os drones permitirão criar uma bolha de deteção multidimensional alargada, que contribuirá substancialmente para o aviso antecipado e a defesa em profundidade dos futuros navios. Os mesmos drones servirão também para guiar as armas orgânicas das fragatas, aumentando o seu alcance, a precisão e a descriminação sobre os alvos a atingir.
Estes navios pela sua capacidade constituem, a par dos submarinos, o cerne do contributo da Marinha para os compromissos resultantes da defesa coletiva
das alianças que Portugal integra.
Similarmente ao Porta-Aviões que apareceu na I Grande Guerra do século XX, estes novos navios irão permitir a operação de drones aéreos, mas ainda também, no que é uma extensão do conceito, de drones de sub-superfície e de superfície.
6.1.1.3 Navios logísticos/reabastecedores e de transporte
Navios com capacidade para transportar combustível, material e pessoal, tendo a possibilidade de operar helicópteros pesados, médios e ligeiros. Devem ter capacidade orgânica para desembarcar (barcaças) cargas pesadas em zonas onde não exista, ou não esteja disponível, uma infraestrutura portuária. É possível, num futuro muito próximo, vir a dispor de navios designados na gíria anglo-saxónica por crossover: revolucionários, com uma elevada autonomia, que realizem simultaneamente as funções dos sucedâneos das fragatas atuais e dos navios logísticos e de transporte. A grande vantagem desta opção residiria na economia de escala, na simplificação logística da Esquadra, bem como numa maior flexibilidade e resiliência de emprego.
6.1.1.4 Navios oceanográficos
Vocacionados para a exploração científica dos espaços marítimos, contribuindo para o conhecimento do ambiente operacional da Marinha através da cartografia, hidrografia e oceanografia. Não faz sentido o Estado adquirir mais navios destes e entrega-los a instituições que não detêm o ethos, nem as infraestruturas, nem capacidade financeira para os sustentar. Invariavelmente, passado algum tempo, acabam por ser entregues à Marinha para os operar e manter. A irracionalidade de todo o processo tem óbvias consequências negativas, mormente na aplicação dos fundos existentes.
Faria, sim, sentido investir na capacidade de navios hidrográficos a cargo da Marinha e apetrechá-los o melhor possível para operarem, não só no interesse da Marinha, mas de todas as instituições do Estado que conduzem campanhas científicas no mar.
6.1.2 Submarina
Constituída por submarinos capazes de realizar a negação da utilização dos espaços marítimos, em situação de tensão ou conflito, a forças opositoras de superfície (dissuasão) muito mais poderosas. Para um país com a dimensão de Portugal e com as responsabilidades inerentes à posição e ao espaço marítimo nacional, os submarinos proporcionam in extremis a última opção militar. Em tempo de conflito, atuam essencialmente isolados, na modalidade de guerra de corso, podendo, no entanto, ser empregues em suporte avançado de forças de superfície, quer em ações de disrupção e/ou atrição de forças opositoras, quer na proteção das forças próprias. Ainda, em situações de crise e conflito, podem desferir ataques cirúrgicos de surpresa, à “queima-roupa”, nas zonas costeiras adversárias, assim como infiltrar/apoiar agentes sabotadores de forma totalmente secreta. Em tempo de paz, estes meios constituir-se-ão como a única capacidade apta a recolher informação de forma discreta, mesmo em zonas sob forte disputa, que sejam relevantes para o sistema de decisão nacional. Ou seja, podem estar onde supostamente o Estado não pode estar. As capacidades destes meios permitem ainda, sem se denunciarem, exercer a vigilância por largos períodos de tempo sobre atividades ilícitas. Esta capacidade é também crítica na luta anti-submarina, seja ela de vigilância e seguimento em tempo de paz, seja de contenção e destruição em tempo de tensão ou conflito. Pode ainda realizar ações percursores de operações anfíbias. É a capacidade militar da Marinha verdadeiramente diferenciadora, conferindo um poder desproporcional, quer no seio das alianças, quer contra opositores.
Abraços
Neste caso, houvesse coerência, o assunto da substituição da VG por Crossover que já foi aqui falado diversas vezes e com com beneficio para navio de apoio estava resolvido e, a barbaridade de conversa de uma suposta venda de submarinos nem se punha.
Já os NPO nem credibilidade têm para combater pirataria ou tráfico no caso de meios um pouco mais agressivos que um bote com uma AK ou vigiar alguma coisa que não seja à vista de cansativos binóculos.
Falta o quê mais esclarecer?
Nada, está tudo aí no papel, é só seguir