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Conflitos => Conflitos do Presente => Tópico iniciado por: Pimenta em Junho 19, 2009, 09:16:42 pm
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Numa conferência em Jerusalém, o actual primeiro-ministro de Israel. Benjamin Netanyahu afirmou que Israel estaria na disposição de aceitar a existência de um estado palestiniano a conviver com Israel.
No entanto o dirigente da direita de Israel, afirmou que o país não pode viver lado a lado com um vizinho, temendo a possibilidade de ser atacado a qualquer altura.
As declarações de Netanyahu são proferidas após pressões por parte da administração norte-americana - da qual Israel depende para sobreviver - no sentido de aceitar a solução de dois estados para a região.
As declarações do presidente norte-americano Barak Obama, foram entretanto muito criticadas pelos movimentos extremistas de Israel, que acusaram o presidente norte-americano de entregar Israel aos árabes.
Entre as questões que não têm solução à vista estão os territórios ocupados por cidadãos de Israel, dentro das áreas que supostamente devem pertencer a um futuro estado palestiniano.
Israel tem continuamente violado disposições internacionais e tem feito «vista grossa» à instalação de colónias de judeus em territórios que não pertencem efectivamente ao estado de Israel.
Essas colónias ou «colonatos» espalham-se por várias áreas da chamada margem ocidental do Jordão e ocupam algumas das terras mais importantes na região.
Para piorar a situação, o governo de Israel construiu muros de separação dentro do território palestiniano com o objectivo de proteger os colonos dos ataques dos árabes, que na sua maioria foram empurrados para fora das suas casas para dar lugar a colonos provenientes muitas vezes das mais diversas regiões do globo.
Regresso a Sião
Os colonos, que tomam e ocupam áreas do território que pertencem legalmente à Palestina, consideram que têm o direito de regressar à região utilizando para isso um principio que começou a ser desenvolvido no século XIX. Esse principio relacionava o direito de voltar a Israel por parte dos judeus, com o direito que lhes foi concedido em 535 AC pelo imperador dos persas. A defesa desse direito de regresso, foi a razão de ser de um movimento que ficou conhecido como «movimento Sionista».
Muitos dos colonos nessas regiões, são dos mais fervorosos apoiantes dos movimentos extremistas judeus, os quais têm uma considerável força eleitoral. Essa força eleitoral faz com que seja virtualmente impossível a um governo de Israel aceitar a retirada desses territórios.
A pressão por parte da administração norte-americana é vista como praticamente a única forma de pressionar o Estado de Israel a assumir posições menos extremistas, e a aceitação do principio da existência de um estado palestiniano independente é vista como uma concessão a Washington.
Palestina desarmada
A existência de um estado palestiniano desarmado, em que exista apenas uma força de policia, é a contrapartida exigida por Israel, que assim pretende justificar a cedência perante os sectores mais radicais.
A possibilidade de tal solução ser aceite pelos palestinianos é remota e mesmo inviável. Mesmo controlando parcialmente a região de Gaza e a margem ocidental do rio Jordão, a Autoridade Palestiniana viu-se envolvida numa guerra civil entre o movimento Fatah e o movimento Hamas, tendo este último tomado o controlo efectivo de Gaza.
As «forças armadas» dos dois movimentos estão equipadas com armamento ligeiro, tendo o Hamas capacidade para o fabrico de foguetes de artilharia rudimentares, derivados dos foguetes do sistema Katiusha soviético. A Autoridade Palestiniana, na margem ocidental do rio Jordão, possui além de armamento ligeiro, algumas viaturas blindadas sobre rodas.
Israel, Estado Judeu
Além da exigência de um Estado Palestiniano sem armas, Netanyahu afirmou ainda que o futuro estado teria que aceitar Israel como um estado Judaico, o que implica a redução dos direitos dos cidadãos não judeus de Israel, e implica também a aceitação legal de que os palestinianos que foram expulsos das suas terras, não terão mais o direito às propriedades que lhes foram retiradas.
Vários dirigentes árabes mesmo de sectores moderados como o presidente do Egipto, afirmaram já que aquelas condições são inaceitáveis. O movimento Hamas, afirmou mesmo que as declarações de Netanyahu e a sua exigência de reconhecimento de Israel como um estado judaico, são racistas.
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Portugal apoia elevação de estatuto da Palestina a Estado observador não-membro da ONU
30.11.2012 07:25
O governo português apoia a declaração da Palestina como Estado observador não-membro das Nações Unidas. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros esclarece que votou a favor, na Assembleia Geral da ONU, porque defende um Estado palestiniano independente e que viva em paz com Israel . Depois de conhecido o resultado, centenas de pessoas saíram para as ruas da Faixa de Gaza para festejar.
O voto favorável de Portugal para elevação do estatuto da Palestina nas Nações Unidas respeita a posição histórica do país e é um apoio à liderança palestiniana do presidente Mahmoud Abbas, disse hoje o embaixador português na ONU.
Na sua declaração de voto, após a aprovação pela Assembleia-Geral, por larga maioria, de uma resolução elevando o estatuto palestiniano para 'Estado observador não-membro' dentro da organização, o embaixador Moraes Cabral apelou também a um regresso à mesa das negociações.
Portugal, disse, sempre defendeu o "direito inalienável do povo palestiniano à autodeterminação", através do estabelecimento de um estado soberano, e fê-lo a nível bilateral e na União Europeia, onde desde o início defendeu um voto positivo.
"Em veracidade com estas posições de longo prazo votamos a favor da elevação do estatuto da Palestina", declarou o diplomata, na sua curta intervenção na Assembleia-Geral, tendo ao seu lado o número dois da missão, João Maria Cabral, e atrás de si outros diplomatas.
A resolução teve o voto favorável de 138 Estados participantes na Assembleia-Geral da ONU, nove contra e 41 abstenções.
O voto português, disse Moraes Cabral, é "também um reconhecimento do Presidente da Autoridade Palestiniana Mahmoud Abbas e do primeiro-ministro Salam Fayyad e do seu compromisso inabalável para com o diálogo e resolução pacífica do conflito".
Saudou ainda o esforço destes líderes palestinianos, "para preparar o povo palestiniano para ter um Estado" e a declaração de Abbas hoje na Assembleia-Geral, comprometendo-se com um processo de paz negociado.
"Na nossa visão, rejeitar a violência e escolher canais diplomáticos são condições fundamentais para alcançar a paz", adiantou o diplomata português.
O objetivo final, afirmou, deve ser um acordo pacífico e abrangente "na base da solução de dois Estados" tendo em vista diversos instrumentos internacionais e resoluções do Conselho de Segurança.
Com a decisão, Portugal espera "um ímpeto muito necessário ao processo de paz" passando necessariamente por negociações diretas.
"Instamos as partes a retomar as negociações sem demoras ou pré-condições", disse Moraes Cabral.
"A comunidade internacional deve agora fazer todos os esforços para assegurar uma retoma rápida de negociações credíveis tendo em vista uma solução final que torne realidade a solução de dois estados independentes", e assegurando uma Palestina "soberana, viável e contígua" e Israel "em paz e segurança", na base de fronteiras pré-1967.
Em nota divulgada em Lisboa, o ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou a elevação do estatuto palestiniano de forma "expressiva", comprometendo-se a continuar a "trabalhar empenhadamente" com os parceiros da União Europeia e outros para apoiar os esforços de "retoma e conclusão célere das negociações de paz entre Israel e a Palestina".
http://sicnoticias.sapo.pt/incoming/201 ... bro-da-onu (http://sicnoticias.sapo.pt/incoming/2012/11/30/portugal-apoia-elevacao-de-estatuto-da-palestina-a-estado-observador-nao-membro-da-onu)