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Conflitos => Conflitos do Presente => Tópico iniciado por: Jorge Pereira em Setembro 07, 2007, 05:37:37 am

Título: Paquistão – A maior ameaça para o ocidente?
Enviado por: Jorge Pereira em Setembro 07, 2007, 05:37:37 am
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Terrorismo:
O risco está no Paquistão, não no Iraque
Por Jim Lobe

Washington, 20/07/2007(IPS) - A última avaliação das agências de inteligência dos Estados Unidos sobre a ameaça da rede terrorista Al Qaeda renova as dúvidas sobre a invasão do Iraque em 2003. Além disso, chama a atenção para o dia-a-dia mais conflitivo no Paquistão.

Uma versão não classificada de duas paginas da última Estimativa Nacional de Inteligência (NIE), elaborada em consenso pelas 16 agências do setor para ser entregue ao presidente George W. Bush, foi divulgada na capital norte-americana na terça-feira.

A análise indica que a Al Qaeda se recuperou após sua expulsão do Afeganistão em 2001, ao reconstituir sua organização central e alguns de seus campos de treinamento. Isto cria uma atmosfera de “ameaça intensificada” para os Estados Unidos, segundo a avaliação. De acordo com o estudo, o ressurgir do grupo foi possível, basicamente, devido aos “paraisos seguros” aos quais teve acesso em áreas tribais do oeste paquistanês. Outro motivo é sua associação com a Al Qaeda no Iraque, a qual ajudou a “energizar a comunidade sunita extremista, arrecadar fundos e recrutar e doutrinar” novos membros. Estas conclusões foram imediatamente acolhidas pelos críticos da política de Bush, especialmente os líderes do opositor Partido Democrata no Congresso.

Estes críticos argumentam há muito tempo que a invasão do Iraque não só desviou recursos e atenção do Afeganistão e Paquistão como, também, funcionou como ferramenta extraordinariamente efetiva de recrutamento para a Al Qaeda e outros grupos terroristas. “O Iraque é importante porque se converteu em uma causa célebre. A Al Qaeda nesse país e sua organização central exploram a imagem dos Estados Unidos como potência ocupante de terra muçulmana”, disse um especialista em Oriente Médio e analista aposentado da Agência Central de Inteligência (CIA), Paul Pillar, em uma análise publicada pelo jornal The Washington Post.

A NIE é a primeira avaliação sobre a ameaça potencial da Al Qaeda contra os Estados Unidos desde os ataques de 11 de setembro de 2001 que deixaram três mil mortos em Nova Yorque e Washington. O estudo reavivou um velho debate sobre a afirmação do governo a respeito de o Iraque constituir “a principal frente de batalha na guerra contra o terrorismo”, curiosamente, o próprio Bush baseou esta certeza em um comentário semelhante feito pelo líder dessa organização, Osama bin Laden. Especialistas em contra-terrorismo, particularmente nas agências de inteligência, questionam essa tese.

A última estimativa de inteligência apóia claramente esse cepticismo, ao enfatizar que os grupos da Al Qaeda presentes no Paquistão, junto com sua estendida rede de filiados e membros opeacionais, continuam sendo “a ameaça mais seria” para os Estados Unidos em seu próprio território. O governo Bush pressiona há muito tempo o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, para que ataque bases da organização nas zonas tribais do país, na fronteira com o Afeganistão. O exército do Paquistão o fez, com certo grau de sucesso, entre final de 2001 e 2004, quando capturou ou matou importantes chefes da Al Qaeda, algumas vezes com ajuda da inteligência dos Estados Unidos e de seus mísseis Predator.

Entretanto, depois de uma série de enfrentamentos com milícias da organização islâmica Talibã, que controlou a maior parte do território afegão entre 1996 e 2001, as tropas paquistanesas se retiraram dessas áreas nos últimos 18 meses. Isso foi feito depois de o governo prometer a chefes tribais expulsar rebeldes estrangeiros e prevenir e infiltração de membros do Talibã a partir do Afeganistão. De fato, a retirada do exército deixou a zona sob controle dos talibãs paquistaneses, que não só proporcionaram à Al Qaeda um abrigo seguro para reconstruir sua capacidade operacional mas, também, começaram a exercer agressivamente sua influência sobre territórios vizinhos e o próprio Paquistão.

Na semana passada, o sangrento desenlace do prolongado sitio do exército à Mesquita Vermelha, em Islamabad, capital do Paquistão, deu lugar ao rompimento dos acordos de paz em Waziristao, e a uma série de ataques e atentados suicidas com bombas. Musharraf, incentivado por Washington para enfrentar os combatentes que controlavam a mesquita, respondeu com um novo deslocamento de tropas nas áreas tribais. “Alguma ação militar é necessária e provavelmente deverá ser tomada”, disse o subsecretário de Estado para o Centro e sul da Ásia, Richard Boucher.

Boucher também afirmou que Washington espera conceder quase a totalidade dos US$ 350 milhões pedidos por Musharraf para treinar, equipar e enviar forças paquistanesas para as áreas tribais. Os planos incluem a criação de um corpo de guarda da fronteira, que se somaria aos esforços para reafirmar o controle do governo central. Washington já comprometeu a entrega de US$ 750 milhões, em cinco anos, para promover o desenvolvimento das áreas tribais. A ajuda total, porém, representa menos do que os Estados Unidos gastam em quatro dias com seu esforço militar no Iraque. Boucher acrescentou que a decisão de Musharraf de atacar a mesquita “implicou ultrapassar uma linha. Já não há retorno”.

O presidente do Paquistão enfrenta um acrescente oposição interna por parte dos partidos políticos seculares. O governo Bush de fato tem esperança de que Musharraf e os militares levem a luta às áreas tribais para, dessa forma, causar o maior dano possível à estrutura da Al Qaeda. “Veremos o desbaratamento de grupos extremistas ligados à Al Qaeda e também outros de caráter local, que realizam ataques através da fronteira no Afeganistão”, afirmou na televisão outro ex-agente da CIA, Robert Grenier.

Entretanto, uma ação mais agressiva acarretaria sérios riscos para Musharraf que, segundo se soube, foi forçado a sair das regiões de fronteira por pressão dos comandantes militares. “Estão muito preocupados com a possibilidade de desatar uma guerra civil mais generalizada entre os pasthuns” paquistaneses, disse Anatol Lieven, especialista no sul da Ásia do centro de estudos Fundação Nova América. A etnia pasthun (patana) é majoritária no Afeganistão e na fronteira paquistanesa. Entre seus membros predomina o Islã sunita.

“A maioria dos pasthuns vive no Paquistão, não no Afeganistão, mas estão muito identificados com os que ficam do outro lado da fronteira. E este grupo também é o que mais homens fornece, de maneira desproporcional, ao exército paquistanês”, disse Lieven. Um especialista do Centro Nixon, de Washington, Aléxis Debat, concorda com essa preocupação. “Existe uma grande tensão entre os pashtuns e os punjáis”, de ascendência indo-ariana, afirmou. “Se os patshuns, os punjáis, estão felizes e se os dois grupos começarem a se matar entre si as conseqüências podem ser muito serias”, disse à IPS. “Vejo isso como uma ameaça, inclusive no curto prazo, de que o Paquistão simplesmente se desintegre”, acrescentou.

Outro problema, segundo Debat, é que o exército “carece da capacidade para combater os insurgentes nas áreas tribais. As poucas operações feitas não tiveram sucesso e, simplesmente, jogaram a toalha”. Se o exército do Paquistão é realmente incapaz de iniciar operações ofensivas, ou não deseja fazê-lo, pode aumentar a pressão nos Estados Unidos para que intervenham diretamente, além das operações encobertas de inteligência e sua hoje limitada cooperação com missões especiais. A maioria dos analistas se diz contra esse curso de ação. “Causará distúrbios no Paquistão e no mundo árabe e levará, com toda certeza, a um nível maior de insurgência contra as forças dos Estados Unidos”, alertou Seth Jones, especialista no sul da Ásia do centro de estudos RAND Institute. (IPS/Envolverde) (FIN/2007)
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Enviado por: André em Setembro 10, 2007, 02:33:46 pm
Ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif deportado para a Arábia Saudita

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O ex-primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif, no exílio há oito anos, foi hoje deportado para a Arábia Saudita depois de passar apenas algumas horas no aeroporto internacional de Islamabad.

À sua chegada ao aeroporto de Islamabad, Nawaz Sharif foi detido, por algumas horas, pelas autoridades, por alegada corrupção, o que parecia indicar que seria transferido para uma prisão, mas foi embarcado num voo com destino à Arábia Saudita.

Sharif chegou esta manhã a Islamabad procedente de Londres e durante hora e meia um grupo de comandos e elementos dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras impediram que saísse do avião.

Horas depois, já no aeroporto, o coronel Mohammad Afzal, membro do Gabinete Nacional de Contas, apresentou a Sharif um mandado de captura - por várias acusações de corrupção - e pediu-lhe que a assinasse para o poder colocar sob custódia.

Sharif foi embarcado num helicóptero militar que o iria transportar para um local desconhecido, mas o aparelho deu meia volta e voltou a levá-lo para junto de um avião Airbus A-310, preparado desde este domingo para voar para a Jeddah, Arábia Saudita, segundo o diário paquistanês Dawn.

A Arabia Saudita é o país que acolheu Sharif em Dezembro de 2000, quando este chegou a acordo com o regime para transformar a sua ordem de prisão perpétua em exílio.

Sharif foi condenado por terrorismo, depois de ter sido afastado do poder em 1999 num golpe de Estado liderado pelo então chefe de Estado-Maior - hoje Presidente -, general Pervez Musharraf.

Antes da sua detenção e posterior deportação, Sharif teve tempo para afirmar que tinha regressado para restaurar o Estado de Direito no país, onde disse haver uma «guerra entre a democracia e a ditadura».

Musharraf repetiu diversas vezes que não permitiria o regresso de Sharif, apesar de, a 23 de Agosto, o Supremo Tribunal ter decretado, após um recurso do ex-primeiro- ministro, que qualquer paquistanês tem o direito de viver no país e que o ex-chefe do governo podia voltar.

A Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), partido liderado por Sharif, apresentou hoje um recurso perante o Supremo Tribunal, alegando que a deportação de Sharif constitui uma depreciação do veredicto do tribunal.

Nawaz Sharif foi primeiro-mimistro do Paquistão entre 1990 e 1993 e entre 1997 e 1999.

Lusa / SOL
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Enviado por: André em Setembro 13, 2007, 07:22:18 pm
15 soldados paquistaneses mortos em atentado suicida

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Pelo menos 15 soldados paquistaneses foram mortos hoje num atentado suicida contra uma instalação militar no noroeste do país, disseram fontes da segurança.

O ataque ocorreu numa cantina em Ghazi Tarbela, uma instalação do Exército situada a cerca de 100 quilómetros a sul da capital do Paquistão, Islamabad.

Segundo dois elementos da segurança que não quiseram ser identificados, o ataque foi perpretado por um bombista suicida que se fazia transportar numa viatura.

O porta-voz do Exército do Paquistão, major-general Waheed Arshad, precisou que 15 soldados foram mortos e 11 ficaram feridos, alguns com gravidade, mas não confirmou a natureza da explosão, adiantando que o caso está a ser investigado.

As fontes da segurança paquistanesa disseram que as vítimas pertenciam ao commando Karar, que tem participado em operações anti-terrorismo contra militantes islâmicos em várias zonas do país.

Um canal televisivo paquistanês noticiou que este commando participou no ataque do Exército à Mesquita Vermelha de Islamabad em Julho, que provocou mais de 100 mortos e suscitou uma série de ataques de represália contra as forças de segurança.

Diário Digital / Lusa

15 soldados mortos!!!! O Paquistão está bonito está :2gunsfiring:
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Enviado por: André em Setembro 18, 2007, 01:56:02 pm
Musharraf deixará chefia do exército se for reeleito

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O general Pervez Musharraf deixará o posto de comandante das Forças Armadas paquistanesas após as eleições, se for reeleito, anunciou hoje um dos respectivos advogados ao Supremo Tribunal de Justiça, Sharfuddin Pirzada.

«No caso de reeleição para um segundo mandato presidencial, o general Musharraf abandonará as suas funções como comandante das Forças Armadas logo depois das eleições e antes de tomar posse como presidente», afirmou o advogado.

Diário Digital
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Enviado por: André em Setembro 20, 2007, 05:34:29 pm
Bin Laden declara guerra a Musharraf

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O líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, declara «guerra» ao presidente do Paquistão e pede aos paquistaneses que se revoltem contra Pervez Musharraf, numa nova mensagem áudio divulgada hoje.

A tomada pelas forças de segurança da Mesquita Vermelha de Islamabad, em Julho, «demonstrou a insistência de Musharraf em manter a sua lealdade, submissão e ajuda à América contra os muçulmanos... e torna obrigatória a rebelião armada contra ele e o seu afastamento», diz a voz atribuída a bin Laden.

«Nesse sentido, havendo a capacidade, é obrigatório rebelarem-se contra o governante apóstata (que renega a religião), como é o caso», acrescenta a voz, cuja autenticidade ainda não foi confirmada.

A Mesquita Vermelha, usada como centro de formação nos preceitos do radicalismo islâmico, foi tomada de assalto pelo exército paquistanês ao fim de uma semana de cerco, imposto na sequência de confrontos com radicais.

O «número dois» de bin Laden, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, já tinha apelado aos paquistaneses para que se revoltem contra o presidente, um forte aliado dos Estados Unidos na luta anti-terrorista lançada após os atentados do 11 de Setembro.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: comanche em Setembro 20, 2007, 09:09:14 pm
A completar a notícia anterior,

Bin Laden promete vingança contra presidente paquistanês

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DUBAI, Emirados Árabes Unidos (Reuters) - O líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, prometeu lançar uma retaliação contra o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, devido à morte de um clérigo rebelde e à invasão de uma mesquita em julho, afirmaram sites norte-americanos na quinta-feira.

"Nós da organização Al Qaeda convocamos Deus como testemunha da promessa de que vamos retaliar pelo sangue de Abdul Rashid Ghazi e dos que estavam ao lado dele contra Musharraf e dos que o ajudaram, e por todo o sangue puro e inocente derramado", afirmou Bin Laden, segundo o site lauramansfield.com.

Ao menos 75 seguidores de Ghazi foram mortos na invasão da Lal Masjid, um complexo no qual havia uma mesquita e uma escola. O grupo mostrava-se simpático ao Taliban, organização derrubada do poder no Afeganistão durante uma invasão liderada pelos EUA.

"Então Pervez, seus ministros, seus soldados e aqueles que o ajudam são todos cúmplices no derramamento do sangue dos muçulmanos que foram mortos", disse Bin Laden, segundo um outro site dos Estados Unidos, siteinstitute.org.

A autenticidade das mensagens não pôde ser verificada imediatamente, mas um site ligado à Al Qaeda divulgou mais cedo que uma gravação de Bin Laden seria publicada com declarações de guerra contra Musharraf e o Exército paquistanês.

Horas antes, em uma gravação de vídeo, o segundo homem na cadeia de comando da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri, convocou os muçulmanos a lutarem contra os norte-americanos e os aliados deles em todo o mundo e elogiou as operações de militantes islâmicos.

Na gravação, feita para celebrar o sexto aniversário dos ataques de 11 de Setembro, Zawahri afirma: "Levante-se sob a bandeira vitoriosa do Profeta, ó nação do Islã, e lute contra a bandeira cruzada de Bush (George W. Bush, presidente dos EUA)."

O vídeo de quinta-feira foi o terceiro com uma figura importante da Al Qaeda a ser divulgado pelo braço midiático do grupo, o As-Sahab, neste mês a fim de lembrar os ataques de 2001 contra Nova York e Washington. Naquelas ações, morreram quase 3.000 pessoas.

Bin Laden apareceu em um vídeo no dia 7 de setembro, afirmando que os EUA, apesar de seu poderio, continuavam vulneráveis e que apenas a conversão dos norte-americanos ao Islã colocaria fim ao conflito.

Em uma gravação de áudio surgida no dia 11 de Setembro, Bin Laden elogiou os que descreveu como os "19 heróis" que realizaram os ataques de 11 de Setembro e louvou um dos participantes, que apresentou na gravação seu testamento.

Bin Laden e Zawahri estariam escondidos em uma área da fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, um terreno montanhoso e de difícil acesso descrito pelos serviços de inteligência norte-americanos como um reduto para a Al Qaeda e o Taliban, aliado dela.

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Enviado por: André em Setembro 21, 2007, 03:35:12 pm
Supremo paquistanês adia decisão sobre candidatura de Musharraf

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O Supremo Tribunal do Paquistão agendou hoje para a próxima segunda-feira a próxima audiência do caso que se destina a analisar se o presidente Pervez Musharraf poderá candidatar-se à reeleição nas presidenciais de 6 de Outubro, devido ao acumular das funções de chefe de Estado e do exército.
A sessão de hoje, a quinta desde que o processo começou (segunda-feira), decorreu no meio de protestos de opositores reunidos na sede do Supremo e liderados pela aliança de partidos radicais islamitas Muttahida-Majlis-Amal (MMA).

O tribunal deve decidir se o general pode ou não apresentar-se como candidato nas eleições presidenciais convocadas para 6 de Outubro mantendo ainda o comando das Forças Armadas.

O painel de nove juristas que analisa o caso, aberto na sequência de seis pedidos da oposição, ouviu hoje o representante do Fórum de Advogados - um dos organismos que apresentaram recurso - antes de agendar a próxima audiência para segunda-feira.

Frente ao edifício do Supremo, manifestantes da oposição entoaram slogans contra Musharraf e atearam fogo a uma imagem do general.

O líder do MMA, Qazi Hussain, afirmou num discurso que a população do Paquistão espera um julgamento limpo do Supremo e pediu aos magistrados que não decepcionem o povo nem se deixem levar pela «pressão» do regime de Musharraf.

A decisão do Supremo deve ser tomada, em teoria, antes do final do prazo oficial de apresentação das candidaturas às presidenciais, dia 27, já que afectará directamente uma eventual campanha eleitoral por parte de Musharraf.

Diário Digital
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Enviado por: André em Setembro 21, 2007, 04:22:49 pm
Apelo de Bin Laden divide paquistaneses

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A convocação de Bin Laden para uma jihad contra Pervez Musharraf tem dividido as opiniões no Paquistão, onde os mais conservadores dão graças ao líder da al Qaeda e outros consideram que ele nada tem a ver com os assuntos do Governo.

A convocação para Jihad, difundida por Bin Laden numa mensagem radiofónica, teve repercussão entre as alas mais conservadoras da população paquistanesa.

Na mensagem, Bin Laden promete atentar contra «o infiel» presidente do Paquistão, o seu Governo e o Exército.

«É obrigatório que os paquistaneses façam uma guerra santa contra Musharraf, porque ele está a opôr muçulmanos entre si em prol dos Estados Unidos da América», afirmou Iqbal Hussain, lavador de carros numa cidade a noroeste do país.

Abdullah Khan, vendedor em Chaman, afirmou que Musharraf transformou o Paquistão num «escravo da América».«Osama deu o recado certo, porque Musharraf está a apoiar as más intenções americanas em solo paquistanês. Ele está a matar o seu próprio povo em nome da luta contra o terrorismo».

Porém, nem todos partilham desta opinião. O mecânico Abdul Ghani afirma que «o Governo do general Musharraf é um assunto interno do Paquistão. Bin Laden não deveria interferir».

Para outro residente de Chaman, Bin Laden não acredita em democracia. «As políticas do General são contra o Islão e os muçulmanos, mas o Paquistão é um país democrático e só dessa forma é que Musharraf deve ser afastado».

Reuters/SOL
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Enviado por: André em Setembro 24, 2007, 03:36:33 pm
Confrontos entre polícia e opositores de Musharraf

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A polícia paquistanesa e militantes da principal aliança de partidos islamitas contrários à intenção do presidente, Pervez Musharraf, de voltar a disputar um novo mandato a 6 de Outubro envolveram-se hoje em confrontos em Islamabad.
Os agentes anti-distúrbios tentaram impedir que cerca de 100 manifestantes se aproximassem do edifício do Supremo Tribunal, em pleno centro da capital, enquanto os militantes do Muttahida-Majlis-e-Amal (Frente de Acção Unida, MMA), a principal aliança dos partidos islamitas no Parlamento, lançaram pedras contra a polícia.

A polícia deteve cerca de 20 manifestantes.

O general Musharraf assumiu o poder a 12 de Outubro de 1999 através de um golpe de Estado e é um aliado-chave dos Estados Unidos na «guerra contra o terrorismo».

Desde há dois meses multiplicaram-se os ataques, atentados e confrontos entre o exército e os islamitas - principalmente talibãs e alegados membros da Al aeda - refugiados nas zonas tribais do noroeste do país, ao longo da fronteira com o Afeganistão.

Na semana passada, Osama bin Laden convocou a Jihad (guerra santa) contra Musharraf e o respectivo exército para vingar o sangue derramado pelos «mártires do Islão».

Diário Digital
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Enviado por: André em Outubro 07, 2007, 01:30:33 pm
26 mortos em combates entre autoridades e rebeldes

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Pelo menos 26 pessoas, incluindo quatro civis, foram mortas hoje em combates entre rebeldes e as forças de segurança paquistanesas nas zonas tribais do noroeste do Paquistão, disse um porta-voz do Exército e residentes locais.

Os confrontos, de que resultaram também 15 feridos, ocorreram no distrito de Waziristão do Norte, onde os Estados Unidos afirmam que a Al Qaeda e os talibãs afegãos reconstituíram as suas forças, apesar de uma presença significativa de tropas paquistanesas.

Um porta-voz do Exército paquistanês, general Waheed Arshad, disse que os confrontos se seguiram a um ataque das forças de segurança contra militantes islamitas perto da localidade de Mir Ali, no Waziristão do Norte.

Nos confrontos, morreram pelo menos 20 rebeldes e dois soldados, precisou.

Residentes locais disseram que quatro civis, três mulheres e um homem, também foram mortos.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 08, 2007, 10:44:44 pm
Combates entre tropas e militantes islâmicos fazem 80 mortos

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Dois possíveis combatentes da al-Qaeda e 12 camponeses figuram entre os 80 mortos resultantes de combates ferozes no domingo entre tropas e militantes no noroeste do Paquistão, disse hoje um responsável militar.

O porta-voz do Exército paquistanês, major-general Waheed Arshad, disse que cerca de 60 supostos militantes e 20 soldados morreram em dois grandes recontros no domingo na região do Waziristão Norte, um reduto militante na fronteira com o Afeganistão.

Um agente de segurança de Miran Shah, a cidade principal do Waziristão Norte, disse hoje que dois árabes de baixa patente na al-Qaeda e um uzbeque morreram na segunda batalha, na área de Malagam.

O funcionário disse que as autoridades souberam da morte dos árabes através de informadores.

Segundo informou, as forças armadas enviaram helicanhões e caças para alvejarem posições militantes em diversas aldeias na região.

Cerca de uma dúzia de civis, entre os quais mulheres e crianças, perderam também a vida, quando um morteiro desgovernado atingiu uma casa junto de uma instalação do Exército em Mir Ali, disse o funcionário, não ficando clara a autoria do disparo do morteiro.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 09, 2007, 01:38:54 pm
Combates junto à fronteira com o Afeganistão fazem 195 mortos

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O Exército paquistanês informou hoje que o balanço dos últimos três dias de violentos combates contra militantes islâmicos junto à fronteira com o Afeganistão é de 195 mortes e 12 a 15 desaparecidos.
Os combates na região do Waziristão Norte saldaram-se pela morte de 150 militantes e 45 militares, refere uma nota do Exército paquistanês.

As forças de segurança rejeitaram um cessar-fogo proposto pelos rebeldes e vão «continuar a acção punitiva até que a paz esteja completamente restaurada», naquela área que é um reduto de grupos talibãs e pró al-Qaeda, informou o Exército.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Outubro 10, 2007, 07:02:12 pm
Paquistão aceita 24 horas de «cessar-fogo» para enterro de rebeldes

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Centenas de habitantes do norte do Paquistão atingidos por artilharia e ataques aéreos do exército, num ataque que matou mais de 250 desde sábado, tiveram hoje uma trégua para poderem enterrar as vítimas do conflito.
O confronto, ocorrido na região do Waziristão do Norte, que faz fronteira com o Afeganistão, foi o mais sangrento desde 2001, quando o Paquistão passou a apoiar a chamada «Guerra contra o Terror» liderada pelos EUA.

O porta-voz do exército, major-general Waheed Arshad, confirmou a pausa no combate, mas disse não irá haver cessar-fogo, e que a trégua não deverá voltar a repetir-se.

Arhad confirmou a morte de mais de 200 guerrilheiros e 47 tropas.

O Paquistão já tinha firmado um controverso cessar-fogo com rebeldes no ano passado.

No entanto, os EUA levantaram críticas, argumentando que o acordo criava esconderijos para a rede terrorista Al Qaeda e fortalecia a retaguarda da milícia talibã, que enfrenta as tropas norte-americanas no Afeganistão.

Di+ario Digital / Lusa
Título:
Enviado por: André em Outubro 23, 2007, 03:20:51 pm
2 bombistas suicidas na origem do ataque a Benazir Bhutto

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Dois bombistas suicidas estiveram aparentemente na origem da tentativa de assassínio de Benazir Bhutto e os investigadores estão a analisar a base de dados nacional dos cartões de identidade para os identificar, disse hoje um responsável.

O governador provincial de Sindh, Ishrat Ul-Ebad Khan, disse que condenados em sete anteriores ataques suicidas em Carachi estão a ser interrogados na esperança de que possam fornecer pistas sobre o ataque de quinta-feira, que matou 136 pessoas.

A polícia referiu inicialmente que apenas um bombista suicida tinha participado no ataque, mas Khan disse «ser mais provável» que tenham existido dois, depois de pedaços de uma segunda cabeça decapitada terem sido encontrados no hospital e no local do ataque.

Segundo Khan, o departamento estatal que tutela os cartões de identidade nacionais está ajudar a tentar identificar os bombistas. Uma fotografia já foi divulgada.

Embora ainda não tinham sido efectuadas detenções, Khan disse que a investigação está a avançar.

A porta-voz de Bhutto, por seu turno, reiterou o apelo para a substituição do investigador chefe, depois de ter defendido o pedido pelo Paquistão de ajuda especializada para o inquérito aos Estados Unidos e ao Reino Unido.

«Benazir Bhutto não está satisfeita com a investigação, comentários feitos por alguns elementos do governo culpando (o Partido Popular do Paquistão, de Bhutto) estão a aumentar a sua preocupação», disse a porta-voz Sherry Rahman.

Bhutto escapou ilesa ao ataque, que causou 136 mortos e mais de 400 feridos, durante a manifestação que juntou cerca de 250 mil simpatizantes da antiga primeira-ministra na sua recepção, após oito anos de exílio.

Benazir Bhutto governou o país por duas vezes, de 1988 a 1990, e entre 1993 e 1996. Em 1999 abandonou o Paquistão para fugir a acusações de corrupção.

Por outro lado, um importante dispositivo de segurança deve ser instalado na aldeia de onde é originária a família de Benazir Bhutto, no sul do Paquistão, e onde a antiga primeira-ministra é esperada, informaram hoje responsáveis locais.

«Estamos em estreita comunicação com a polícia e os órgãos de segurança e eles também estão a trabalhar», explicou à agência noticiosa francesa AFP Shafqat Soomro, responsável autárquico da aldeia de Ghari Khudar Baksh, onde foi edificado o mausoléu para o corpo de Zulfiqar Ali Bhutto, pai de Benazir e antigo primeiro-ministro (1971-1977), enforcado em 1979 pelo regime militar do general Zia ul-Haq que o tinha derrubado dois anos antes.

«As forças de segurança encarregar-se-ão da segurança no exterior do mausoléu e no interior é da nossa responsabilidade», adiantou.

A data de chegada de Bhutto é mantida secreta devido aos riscos de um novo atentado.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: JoseMFernandes em Novembro 08, 2007, 08:07:22 pm
"Os Serviços de Informação americanos receiam que durante a presente crise politica que o Afeganistão atravessa, possam vir a ser 'desviadas' armas nucleares(...)os cenarios possiveis seriam de um ataque a uma base nuclear por parte de uma rede terrorista, de uma facção das poderosas Forças Armadas poder alinhar com grupos terroristas para tomar o poder, embora qualquer destas eventualidades seja considerada pouco provavel por fontes oficiais.Uma outra hipotese mais realista poe em cena o risco de cientistas ou membros da segurança a trabalharem no programa nuclear paquistanes virem a escapar a controlo e aproveitarem a agitaçao para venderem tecnologia, equipamentos e segredos.
(...)"O Paquistão é bastante permeavel e ja deixou escapar informaçoes vitais sobre armamento nuclear" disse o presidente do ISIS(Inst. para a Ciencia e Segurança Internacional).(...)
A maior parte dos peritos pensam que o Paquistão produziu uranio enriquecido suficiente para fabricar cerca de cinquenta 'bombas' nucleares e que estes equipamentos estariam espalhados em meia duzia de lugares diferentes.Além disso o Paquistão dispoe igualmente de uma miriade de locais de produção com 'stocks' de centenas de quilos de materiais nucleares."


m/trad. abrev. de passagens do artigo  transcrito na integra a seguir.Como parece obvio nao serão so os serviços americanos a ficarem preocupados...



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Pakistan's nuclear arsenal a U.S. worry
American intelligence agencies are concerned the weaponry could be diverted amid the nation's political crisis.

By Greg Miller
Los Angeles Times Staff Writer

November 8, 2007

WASHINGTON — Alarmed by the political crisis in Pakistan, U.S. spy agencies have stepped up their scrutiny of the country's nuclear weapons program and directed analysts to reexamine the risk that rising instability could lead to the loss of a nuclear device or material, U.S. intelligence officials said.

The officials emphasized that there was no new intelligence to suggest that Pakistan's tight controls on its nuclear facilities are in any danger of being compromised.

Officials said the effort underway at the CIA and other agencies focuses on identifying scenarios in which further deterioration of the political situation could weaken the Pakistani government's ability to keep track of its weapons, components or even scientists.

"That was one of the things people immediately started asking about" when Pakistani President Pervez Musharraf declared emergency rule in his country Saturday and suspended the constitution, a senior U.S. intelligence official said. "How do we game this out? How might it happen?"

The official spoke on condition of anonymity when discussing internal deliberations.

The scenarios being considered include an attempt by Al Qaeda or another terrorist network to launch an attack on a nuclear site, or a move by a faction of the powerful Pakistani military to gain power by aligning with Islamic militant groups.

Officials said they considered both to be remote possibilities. More realistic scenarios, experts said, involve the risk that rogue scientists or security officials working in Pakistan's nuclear weapons program could seek to take advantage of the turmoil to sell technology, supplies or secrets.

"That is my fundamental worry," said David Albright, president of the Institute for Science and International Security in Washington. "If there is [further] instability, Musharraf is going to have less ability to exercise tight control. Pakistan tends to leak. It has leaked vital nuclear weapons information. It's the nature of the system."

Albright was referring to the illicit network of Abdul Qadeer Khan, the Pakistani nuclear scientist who has been held under house arrest in Islamabad, the Pakistani capital, since Western intelligence agencies unraveled a vast network he operated that sold nuclear secrets and technology to other countries.

Intelligence officials have testified that though Al Qaeda leaders have repeatedly expressed interest in obtaining nuclear capabilities, there is no indication the terrorism network has succeeded. If Al Qaeda were able to obtain enough fissile material, experts said, it would require only a limited amount of expertise to assemble a powerful bomb.

Pakistan is the only nuclear-armed Muslim nation, and it is fiercely protective of information about its capabilities and the locations of its weapons and facilities.

Most experts believe that Pakistan has produced enough highly enriched uranium for about 50 nuclear weapons or warheads, and that the devices are distributed among half a dozen or more locations. Pakistan also operates a constellation of weapons production facilities where hundreds of kilograms of fissile material are stored.

Experts said security around these sites is extremely tight and multilayered. Pakistan does not use the electronic systems that require the input of access codes to arm warheads, but its weapons are stored disassembled, with key components kept in separate, secure vaults.

Musharraf has improved the security system, centralizing control in a single government agency and putting a special branch of the military known as the Strategic Plans Division in charge of operations and security.

The senior officers in that division are vetted to eliminate candidates with sympathies for Islamic militants, officials said. The division is led by Lt. Gen. Khalid Kidwai, an officer with close ties to U.S. military officials.

"If we started to see things deteriorate, there would be an urgent and immediate effort to reach out to him," said Daniel Markey, a former State Department official who focused on U.S. policy in South Asia. Speaking of the Strategic Plans Division, Markey said, "If there's a safe box within Pakistan's army, this is it."

Musharraf's commitment to securing Pakistan's weapons has contributed to anxiety over what might happen if he were to lose power. Such concerns may help account for U.S. reluctance to impose sanctions or even issue more forceful rebukes to Musharraf for his decision to suspend the constitution.

Because the military is widely considered the most professional institution in the country, U.S. officials and experts said they regard the possibility of a failure of military control over the weapons as highly unlikely.

"You'd have to imagine competing forces within the officer corps at the highest levels," Markey said, "and one of those sides deciding they want to align themselves with the more extreme side of the Pakistani political spectrum."

Due to the military's capabilities, most experts also discount the possibility of an attack on a Pakistani nuclear facility by Al Qaeda or other terrorist groups. As a result, the most worrisome scenarios center on insiders in the Pakistani nuclear program, officials and experts said.

In 2001, just weeks before the Sept. 11 attacks, two Pakistani nuclear experts met with Osama bin Laden in Afghanistan to discuss how Al Qaeda should go about building a nuclear device. That meeting, and subsequent efforts by the CIA to track Al Qaeda's pursuit of nuclear weapons, was described by former CIA Director George J. Tenet in a book published last spring.

The experts, Sultan Bashirrudin Mahmood and Chaudhry Abdul Majeed, are believed to be under house arrest in Pakistan, officials said. But intelligence experts worry that the political instability in Pakistan could weaken the country's ability or effort to keep track of scientists and experts who might be inclined to share nuclear secrets out of ideological affinity with extremist groups or simply for profit.

"The control system is only as good as its weakest link," Albright said. "With tight controls and a strong leader you are OK. But if it becomes less stable, you could have fewer constraints and someone may grab an opportunity to steal something and sell it."

greg.miller@latimes.com

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Enviado por: André em Novembro 09, 2007, 12:33:30 pm
A vertigem de Musharraf
António Eduardo Ferreira

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A«lei marcial» imposta pelo general Pervez Musharraf, a segunda desde o golpe de Estado de 1999, levanta questões relacionadas com a instabilidade interna no Paquistão e outras relacionadas com a política externa dos EUA, designadamente a «guerra contra o terrorismo», um dos vectores da política internacional do pós-11 de Setembro.

Na vertente interna, o general presidente deixou-se levar pela vertigem pouco prudente de instaurar o estado de emergência - e mandar prender o próprio presidente do supremo tribunal de Justiça, líderes oposicionistas, activistas de direitos cívicos e centenas de advogados e manifestantes contestatários da sua recente eleição -, precisamente dois dias antes arriscar o chumbo da sua reeleição como presidente executivo de um país com mais de 160 milhões de mortais, na maioria muçulmanos.

Argumento: Musharraf, o zeloso general que tinha prometido assumir uma segunda legislatura na condição de civil, não despe o uniforme, suspende a Constituição e, mostrando-se patriota, decreta a lei marcial para «evitar o suicídio do seu país».

Em meados de Outubro, um atentado suicida de extremistas islâmicos quase atingiu Benazir Bhuto, antiga primeira-ministra e líder do Partido do Povo (PPP), regressada recentemente ao Paquistão.

Agora, ainda sem se saber por quanto tempo mais durará o estado de emergência e com as legislativas marcadas para Janeiro prestes a serem adiadas (pelo governo) por mais um ano, as prisões sucedem-se em várias cidades paquistanesas, de Carachi a Islamabad.

Novo bico-de-obra para a administração Bush: o colaboracionismo de Musharraf na luta contra a Al Qaeda, enquanto parceiro regional dos EUA para ajudar a estabilizar a região e combater os acólitos de Bin Laden também arrisca parecer agora um desperdício.

A cerca de um ano de eleições presidenciais nos Estados Unidos, os democratas têm agora mais uma onda para cavalgar, denunciando a parceria lançada na região como mais uma opção desastrosa. A linguagem diplomática de «revisão das condições do auxílio» é manifestamente insuficiente para travar as críticas dos democratas.

Em cinco anos, além de ajuda militar, o Paquistão recebeu 11 mil milhões de dólares (de assistência vinda dos EUA).

A luta contra os extremistas islâmicos refugiados nas montanhas, embora sem resultados prodigiosos, fez do Paquistão – um dos países da zona com capacidade nuclear - um aliado importante na região. Todavia, se a situação degenerar num conflito interno – independentemente da sua dimensão - será outro preço demasiado elevado para o balanço da administração de George W. Bush.

Segundo a imprensa internacional, depois de ceder à vertigem de aplicar a força e com o país «à beira de uma guerra civil», Musharraf não tem muito tempo até garantir as condições que permitam viabilizar um governo de coligação ao qual o seu segundo mandato, decerto não resistirá.

Diário Digital
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Enviado por: André em Novembro 13, 2007, 03:47:32 pm
EUA mandam enviado Paquistão para pedir fim do estado de emergência

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A Casa Branca vai enviar um enviado especial de alto nível ao Paquistão para insistir junto do presidente do país, Pervez Musharraf, para que suspenda o estado de emergência, noticiou hoje o jornal The New York Times.
Segundo o jornal, o Governo norte-americano não está satisfeito com o plano de Musharraf para realizar eleições em Janeiro e quer que o general ponha fim ao estado de emergência.

O jornal, que cita fontes não identificadas do Governo norte-americano, assinalou que embora a Casa Branca veja com bons olhos a ideia de realizar eleições em Janeiro, questiona se o pleito pode ser legítimo, uma vez que o país permanece sob os efeitos da lei marcial, situação que impede que os partidos da oposição possam fazer campanha ou reunir-se livremente.

«O presidente (dos EUA, George W. Bush) acredita que é preciso acabar com o estado de excepção, a fim de realizar eleições livres e justas», disse a porta-voz Dana Perino.

Por seu turno, um alto funcionário do Governo disse ao The New York Times que persiste a dúvida sobre a possibilidade de realizar eleições livres que reflictam os verdadeiros desejos do povo paquistanês, caso o general Musharraf continua a deter elementos da oposição.

Segundo o jornal, aqueles esses comentários reflectem a crescente frustração de Washington com Musharraf, bem como dúvidas acerca do tempo que o país poderá continuar na actual situação sem sucumbir a uma maior instabilidade.

O Governo Bush continua a apoiar publicamente Musharraf, a quem o Pentágono ainda vê como a melhor opção dos EUA para fazer frente aos membros do grupo terrorista Al Qaeda presentes no país.

O alto funcionário entrevistado pelo The New York Times assegurou que os Estados Unidos «não estão prontos para virar as costas a Musharraf», mas acrescentou que muitos no Governo estão preocupados porque temem que os erros do presidente paquistanês acabem por minar as suas bases, o que poderia obrigá-lo a entregar o poder.

Face aquela possibilidade, a Casa Branca tentou fazer uma distinção durante os últimos dias entre o apoio ao Paquistão e o seu apoio ao general.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Novembro 14, 2007, 12:39:01 pm
Musharraf diz que deixará o poder «quando acabar a agitação»

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O presidente do Paquistão, o general Pervez Musharraf, afirmou hoje que permanecerá no poder enquanto não acabar a agitação política no país, e defendeu energicamente a decisão de instaurar o estado de emergência.
Em entrevista concedida ao canal de televisão britânico Sky News, Musharraf confirmou que as eleições legislativas prometidas para 9 de Janeiro serão realizadas sob o estado de emergência.

«Quando não haverá mais agitação no Paquistão, deixarei o poder», garantiu. «Eu não sou um ditador, quero uma democracia», sustentou.

Musharraf admitiu que a situação política actual está complicada, e promoveu a unidade. «É preciso deixar o passado para trás. O país deve trabalhar com unidade para o bem do Paquistão», insistiu.

Musharraf impôs o estado de excepção a 3 de Novembro, alegando problemas com os militantes islâmicos e a interferência do poder judiciário, afirmando desde então que tomou a decisão pensando no bem da nação.

O general, que chegou ao poder mediante um golpe de Estado em 1999, encontra-se sob uma crescente pressão interna e internacional para pôr fim ao estado de emergência, renunciar ao cargo de chefe das forças armadas, restaurar a Constituição e permitir eleições livres e justas.

Musharraf tinha declarado domingo que o estado de emergência permaneceria em vigor até às eleições, para garantir que as mesmas decorram sem problemas.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Novembro 15, 2007, 01:56:57 pm
Estados Unidos já começam a admitir queda de Musharraf

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Os Estados Unidos já admitem a queda do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, e estão a discutir a situação política do país após a sua saída, segundo o jornal The New York Times.
Quarta-feira, responsáveis da Casa Branca, do Departamento de Estado e do Pentágono reuniram-se para definir a mensagem que o secretário do Departamento de Estado, John D. Negroponte, levará a Musharraf na sexta-feira, revelou o jornal.

Uma parte do governo dos Estados Unidos ainda acredita ser possível «salvar» a aliança política entre Musharraf e a ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto.

No Paquistão, porém, diplomatas e assessores do ditador e da ex-primeira-ministra dizem que as possibilidades de um acordo entre os dois é cada vez mais remota.

Os Estados Unidos estão a aperceber-se cada vez mais que os dias de Musharraf no poder estão contados e, nesse caso, deveriam preparar um plano de contingência para resolver a situação política, o que incluiria recorrer aos generais do país, acrescenta o jornal.

De acordo com o The New York Times, mais de uma dezena de oficiais em Washington e Islamabad, que falaram ao jornal sob anonimato, manifestaram dúvidas quanto à possibilidade de permanência do ditador paquistanês.

Os Estados Unidos estão a actuar com cautela, segundo um oficial citado pelo jornal. «O governo não quer encorajar um outro golpe militar no país. Porém, já começa a haver um entendimento na administração Bush de que Musharraf é parte do problema», disse.

Esse «entendimento» é significativo, uma vez que, nos últimos seis anos, Musharraf procura projectar-se como aliado fundamental do Ocidente contra os extremistas islâmicos e passar a mensagem de que a sua saída poderia resultar na tomada de poder pelos extremistas.

Embora o noroeste do país seja reduto da Al Qaeda, as autoridades acreditam que o exército paquistanês tem força suficiente para manter a estabilidade no país.

A tensão política no Paquistão aumentou nas últimas semanas desde que o governo decretou o estado de emergência no país.

O estado de emergência permite que as autoridades detenham pessoas sem a necessidade de ordens judiciais, limitem o movimento de pessoas ou veículos, confisquem armas e encerrem espaços públicos.

Em entrevista na quarta-feira, Musharraf disse que aquela medida permite «agir com mais liberdade» para enfrentar este problema. «Se não vencermos, haverá consequências para a região e para o mundo», acrescentou.

Diário Digital
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Enviado por: André em Novembro 16, 2007, 12:02:45 am
Parlamento dissolvido para as eleições gerais

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O Parlamento paquistanês foi dissolvido hoje à meia-noite (hora local, 19:00 em Lisboa), após um mandato de cinco anos, e o país será dirigido por um governo provisório até às eleições gerais de Janeiro, revelaram fontes oficiais.

«O primeiro-ministro cessante aprovou a notificação da dissolução do Parlamento. A medida entrou em vigor um segundo depois da meia-noite», indicou o ministro dos Assuntos Parlamentares, Sher Afgan.

O presidente Pervez Musharraf nomeara antes o actual presidente do Senado, Mohamedmian Soomro, para a chefia do governo de transição para gerir os assuntos correntes até ao escrutínio.

O actual mandato parlamentar de cinco anos terminou hoje, 15 de Novembro, tal como o actual mandato presidencial de Musharraf, apesar de o general o ter prolongado, através da imposição do estado de emergência que mergulhou o país numa profunda crise política.

Segundo Musharraf, a administração de transição terá como tarefa guiar o país para as eleições parlamentares que deverão realizar-se até 09 de Janeiro.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Novembro 16, 2007, 01:57:57 pm
Novo governo de transição toma posse

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O Presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, empossou hoje o novo governo de transição e levantou o termo de residência fixa da antiga primeira-ministra do país Benazir Bhutto, que considerou o novo executivo inaceitável.

O antigo presidente do Senado paquistanês Mohammedian Soomro, nomeado primeiro-ministro de transição encarregue de organizar as eleições legislativas previstas para antes de 09 de Janeiro, tomou hoje posse na presença de Musharraf.

«Juro preservar, proteger e defender a Constituição da República Islâmica do Paquistão», declarou Soomro, que vestia a tradicional túnica preta, sherwani.

Soomro, 57 anos, é um antigo banqueiro e membro do partido presidencial, a Liga Muçulmana do Paquistão-Q (PML-Q), e muito próximo do general Musharraf. Governador da província meridional de Sind em 2000, Soomro foi eleito senador pela primeira vez em 2003. Assumiu a presidência da câmara alta do parlmento um mês após a eleição.

Soomro substitui Shaukat Aziz, que deixa a direcção do governo após três anos no cargo.

O parlamento foi dissolvido quinta-feira à meia-noite, no termo previsto do mandato de cinco anos, pela primeira vez na história do Paquistão.

Em conferência de imprensa, Benazir Bhutto, cujo termo de residência fixa - imposto segunda-feira para impedir a líder da oposição de participar num marcha contra Musharraf - foi levantado durante a noite passada, rejeitou o novo governo de transição.

«Este governo transição é uma extensão da Liga Muçulmana o Paquistão-Q, o que não é aceitável», defendeu.

«Não discutiremos com ditadores a nossa estratégia e aquela que visa restaurar a democracia», sublinhou.

O general Musharraf, que também subiu ao poder através de um golpe de Estado, há oito anos, congratulou-se por ter conseguido instalar uma «nova cultura de transição suave rumo à democracia».

Opinião que não é partilhada pela oposição que tenta unir-se contra Musharraf.

Benazir Bhutto exige, além da demissão de Musharraf, o levantamento imediato do estado de emergência decretado há quase duas semanas.

A oposição, tal como a comunidade internacional, considera que as eleições não podem decorrer sob o estado de emergência, que limita ao mínimo as liberdades mais fundamentais dos cidadãos, nomeadamente as de expressão e de reunião.

Mais de 3.000 elementos da oposição, entre advogados e magistrados, continuam detidos e sob residência vigiada desde a instauração do estado de emergência.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Novembro 17, 2007, 03:22:40 pm
Exército mata 40 seguidores de clérigo islâmico rebelde

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Tropas paquistanesas apoiadas por helicanhões e artilharia atacaram militantes pró-talibãs no Norte do Paquistão, matando 40 seguidores de um clérigo islâmico rebelde, informaram hoje autoridades militares.

O ataque ocorreu na quinta-feira em Kuza Banda, Basham e Shangla, três praças-fortes dos rebeldes na província de Swat, informou o Exército.

Num incidente separado, dois soldados ficaram feridos quando a coluna em que seguiam foi atacada com granadas de mão, disse um porta-voz militar.

As últimas mortes elevam para 100 o total de baixas entre os rebeldes de Swat, onde as tropas combatem os seguidores de Maulana Fazlullah, um clérigo que tem incitado à guerra santa contra o Exército.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Novembro 18, 2007, 11:30:49 pm
Pervez Musharraf vai propor 8 de Janeiro para a realização de eleições legislativas

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O Presidente paquistanês Pervez Musharraf vai recomendar à comissão eleitoral a organização de eleições legislativas no próximo dia 08 de Janeiro, anunciou hoje um comunicado divulgado pelo governo.

Musharraf fez esta declaração depois de se ter encontrado com o número dois do Departamento de Estado norte-americano, John Negroponte, que lhe pediu para levantar o estado de emergência, organizar eleições livres e justas e negociar com a oposição.

"As eleições gerais poderão ter lugar no dia 08 de Janeiro", lê-se no comunicado governamental, que cita o Presidente Musharraf no decurso de uma reunião com aliados políticos na província de Sind, Sul do país.

Segundo o comunicado, Pervez Musharraf "declarou que iria recomendar à comissão eleitoral a escolha da data de 08 de Janeiro para realizar as eleições".

A comissão eleitoral declarou sábado que anunciaria a 21 de Novembro a data definitiva do escrutínio.

O Presidente Musharraf já anteriormente se tinha comprometido em organizar as eleições legislativas provinciais antes de 09 de Janeiro.

Lusa
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Enviado por: André em Novembro 19, 2007, 03:38:19 pm
Antiga estrela do críquete em greve fome na cadeia

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A ex-estrela do críquete Imran Khan, opositor declarado do presidente paquistanês, iniciou uma greve da fome na prisão, onde está desde quarta-feira acusado de incitar a manifestações contra o estado de emergência, anunciou hoje um porta-voz.
«Imran Khan começou uma greve da fome de duração indeterminada», afirmou Saifullah Niazi, porta-voz do pequeno partido político que Khan criou e dirige.

Khan, 55 anos, exige nomeadamente o levantamento do estado de emergência imposto pelo general Musharraf em 03 de Novembro e mantido, apesar de estarem previstas eleições legislativas para o início de Janeiro, referiu Niazi.

Detido quarta-feira durante uma manifestação na Universidade de Lahore (leste), onde se deslocou após dez dias de clandestinidade, Imran Khan foi acusado no dia seguinte de incitação à sublevação armada e preso por ter apelado para manifestações contra o estado de emergência.

Khan foi extremamente violento nas suas críticas desde o início do estado de emergência contra o general Musharraf, que apelida de «ditador militar», no poder desde um golpe de Estado há oito anos.

Imran Khan, que exigiu nomeadamente a pena de morte contra Musharraf, está detido na prisão de Deraghazi Khan, no centro do Paquistão, normalmente reservada aos suspeitos ou condenados por actos terroristas ou aos presos particularmente perigosos.

As notas de culpa referem-se a «incitação à sublevação armada, à desobediência civil e ao ódio», disseram responsáveis policiais.

Poderá incorrer numa pena de sete anos até prisão perpétua.

Antigo capitão da equipa de críquete que venceu a Taça do Mundo de 1992, Khan estava sob detenção domiciliária desde 03 de Novembro, tendo fugido alguns dias depois, quando a polícia, segundo ele, o ia buscar para a cadeia.

Na clandestinidade, multiplicou as declarações hostis contra Musharraf, chegando mesmo a exigir a pena de morte contra o presidente.

Entretanto, o Supremo Tribunal paquistanês chumbou cinco dos principais recursos da oposição contra a reeleição do presidente Pervez Musharraf, ficando apenas um por examinar ainda esta semana, anunciou hoje o advogado do governo.

A mais alta jurisdição do Estado, remodelada para uma composição mais favorável ao actual presidente e ao estado de emergência que decretou a 03 de Novembro, deveria examinar seis recursos sobre a validade do escrutínio presidencial de 06 de Outubro, mas também sobre a elegibilidade de Musharraf, contestada pela oposição.

«Cinco dos recursos foram chumbados. Falta apenas um, que será examinado quinta-feira«, afirmou Malik Mohammad Qayyum, Procurador-Geral do Paquistão, que funciona como advogado do governo.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Novembro 19, 2007, 03:42:42 pm
Musharraf desloca-se a Riade para reunião com rei saudita

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O presidente paquistanês, general Pervez Musharraf, desloca-se terça-feira a Riade para se reunir com o rei saudita, Abdullah Bin Abdelaziz, para uma visita de dois dias em que não se excluem contactos «indiretos» com o ex-primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif, noticiou o canal Dawn.
Segundo o Dawn, durante a visita, considerada «muito importante» nos círculos políticos, poderá ser abordado o eventual regresso de Sharif ao Paquistão, país que se encontra em estado de emergência desde 3 de Novembro.

Sharif foi deportado pelo regime de Musharraf para a Arábia Saudita em Setembro, ao tentar regressar ao Paquistão após sete anos no exílio.

Na semana passada, no entanto, Musharraf enviou uma delegação à Arábia Saudita para se reunir com Sharif em busca de uma «reconciliação» política, após a ruptura do diálogo entre o general e a também ex-primeira-ministra Benazir Bhutto.

As conversaçõess entre Bhutto e Musharraf ficaram bloqueadas desde que o presidente declarou o Estado de emergência, o que levou a ex-governante a iniciar contactos com outros dirigentes da oposição - entre os quais Sharif - para tentar criar uma aliança unida contra o general.

O Governo paquistanês afirmou que a visita de Musharraf à Arábia Saudita tem o objectivo de «rever as relações» com este país.

Musharraf decretou o Estado de excepção alegando o aumento da violência radical e da «ingerência» do Poder Judicial na política do Governo.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Novembro 26, 2007, 07:01:57 pm
Musharraf deixa Forças Armadas nos próximos dias, diz porta-voz

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O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, deverá deixar as Forças Armadas e tomar oje posse para um novo mandato na quinta-feira, anunciou o respectivo porta-voz, Rashid Qureshi.
Qureshi disse à BBC que o general Musharraf renunciará ao cargo de chefe das Forças Armadas do país antes de prestar juramento como presidente.

Musharraf está sob forte pressão internacional e interna para abandonar o cargo militar.

O presidente ocupa actualmente os dois cargos, mas comprometeu-se a sair do cargo militar e transformar-se num presidente civil.

Musharraf assumiu o poder no Paquistão depois de um golpe de Estado em 1999, depondo o governo civil de Nawaz Sharif.

O porta-voz do presidente não esclareceu se Musharraf renunciará à chefia das Forças Armadas paquistanesas na própria quinta-feira ou antes do prazo.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Novembro 27, 2007, 05:43:47 pm
Musharraf, futuro «presidente civil», diz adeus aos militares

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O chefe de Estado paquistanês reeleito, general Pervez Musharraf, iniciou hoje uma ronda de de despedida pelos quartéis, forçado a deixar a chefia das Forças Armadas antes de tomar posse quinta-feira como «Presidente civil».

Na chefia das Forças Armadas ficará o general Ashfaq Kiyani, 55 anos, leal a Musharraf, nomeado a 08 de Outubro vice-chefe do Estado-Maior e que deverá tomar posse quarta-feira, em Rawalpindi.

Com esta «passagem de poder», os cerca de 160 milhões de habitantes da República Islâmica do Paquistão, a única potência nuclear confirmada do mundo muçulmano e com 500.000 soldados, deverão assim iniciar, pelo menos formalmente, um período de democracia «normal».

Desde a independência há 60 anos, o país viveu a maior parte do tempo sob o poder de generais que tomaram o poder em golpes de Estado e outra parte sob o comando do Exército que controlava, de facto, os governos civis.

Mas a crise política que o Paquistão vive há oito meses e que se agudizou com a imposição do estado de emergência a 03 de Novembro, não deverá ser resolvida com o abandono de Musharraf da chefia das Forças Armadas.

A oposição, tal como a comunidade internacional, continua a exigir um «verdadeiro regresso à democracia» e que o Presidente Musharraf levante o estado de emergência antes das eleições legislativas de 08 de Janeiro.

Pervez Musharraf iniciou hoje uma ronda de dois dias pelo Estado-Maior General das Forças Armadas na cidade de Rawalpindi, na periferia de Islamabad.

As tropas desfilaram perante o antigo membro dos comandos das forças especiais, que sempre considerou o uniforme como uma «segunda pele», e que para esta ocasião vestiu o de gala, coberto de medalhas.

Chefe do Estado-Maior do Exército desde 07 de Outubro de 1998, Musharraf tomou o poder num golpe de Estado sem derramamento de sangue um ano mais tarde, a 12 de Outubro de 1999.

Em 2002, o golpe foi legalizado pela justiça e o parlamento confirmou-o na presidência após um referendo.

A 06 de Outubro passado, numa altura em que o seu poder era cada vez mais contestado na rua, Musharraf foi reeleito pelo mesmo parlamento, bem como pelas assembleias provinciais.

Mas o Supremo Tribunal - a pedido da oposição que contestava a elegibilidade de Musharraf - suspendeu a proclamação dos resultados, pendentes de uma decisão.

A 03 de Novembro, o general Musharraf decretou o estado de emergência, invocando a ameaça fundamentalista, enquanto a oposição e a comunidade internacional o acusaram de querer travar a mais alta instância jurídica do país.

No dia seguinte à imposição do estado de emergência, Musharraf afastou a maioria dos juízes que lhe eram hostis e na última quinta-feira o novo Supremo validou a sua reeleição.

No entanto, há vários meses tinha já prometido - como definido na Constituição - demitir-se da chefia das Forças Armadas, o que deverá formalizar quarta-feira, antes de prestar jurament dia seguinte.

Ao mesmo tempo, Musharraf quer manter o estado de emergência ao afirmar que é a única maneira de garantir um ambiente seguro para as legislativas e provinciais de 08 de Janeiro, quando o país regista uma vaga de atentados sem precedentes que causou mais de 250 mortos, em pouco mais de quatro meses.

Foi em Rawalpindi que um duplo atentado suicida causou 18 mortos sábado, quando um veículo armadilhado chocou contra uma viatura militar no recinto do próprio Estado-Maior, e outro contra um posto de controlo à entrada de uma base militar dos serviços de informação.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Novembro 28, 2007, 12:37:36 pm
Musharraf transmite comando militar a sucessor

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fa.abcnews.com%2Fimages%2FInternational%2Fht_ashfaq_kiani_071002_ms.jpg&hash=dfa88176333d33f666e129f7da5b92ba)
Ashfaq Kiyani é dado como moderado e pró-ocidente.

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O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, passou hoje o comando das Forças Armadas para o general Ashfaq Kiyani, um dia antes de ser empossado como «presidente civil».

Emocionado, Musharraf afirmou em Rawalpindi, praça-forte dos arredores de Islamabad, que a instituição militar era a sua «paixão» que preenchera a sua vida.

«Amanhã já não vou estar de uniforme», disse às centenas de convidados e dignitários presentes na cerimónia de transmissão de poderes, admitindo que se sentia «um pouco tristo».

«Depois de envergar uniforme durante 46 anos anos, digo adeus ao exército», acrescentou Musharraf que na terça-feira tinha iniciado uma volta pelos quartéis do país para se despedir dos militares que comandou durante mais de dez anos.

O novo chefe do estado-maior general das forças armadas paquistanesas, Ashfaq Kiyani, tinha sido nomeado a 08 de Outubro como adjunto e sucessor de Musharraf.

Na quinta-feira Pervez Musharraf presta juramento como presidente civil, num país ainda sob estado de emergência, devido à crise política.

Diário Digital / Lusa
Título:
Enviado por: Jorge Pereira em Dezembro 28, 2007, 01:36:16 am
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Nuclear Arsenal

The Natural Resources Defense Council (NRDC) estimates that Pakistan has built 24-48 HEU-based nuclear warheads, and Carnegie reports that they have produced 585-800 kg of HEU, enough for 30-55 weapons. Pakistan's nuclear warheads are based on an implosion design that uses a solid core of highly enriched uranium and requires an estimated 15-20 kg of material per warhead. According to Carnegie, Pakistan has also produced a small but unknown quantity of weapons grade plutonium, which is sufficient for an estimated 3-5 nuclear weapons.

Pakistani authorities claim that their nuclear weapons are not assembled. They maintain that the fissile cores are stored separately from the non-nuclear explosives packages, and that the warheads are stored separately from the delivery systems. In a 2001 report, the Defense Department contends that "Islamabad's nuclear weapons are probably stored in component form" and that "Pakistan probably could assemble the weapons fairly quickly." However, no one has been able to ascertain the validity of Pakistan's assurances about their nuclear weapons security.

Pakistan's reliance primarily on HEU makes its fissile materials particularly vulnerable to diversion. HEU can be used in a relatively simple gun-barrel-type design, which could be within the means of non-state actors that intend to assemble a crude nuclear weapon.

The terrorist attacks on September 11th raised concerns about the security of Pakistan's nuclear arsenal. According to press reports, within two days of the attacks, Pakistan's military began relocating nuclear weapons components to six new secret locations. Shortly thereafter, Gen. Pervez Musharraf fired his intelligence chief and other officers and detained several suspected retired nuclear weapons scientists, in an attempt to root out extremist elements that posed a potential threat to Pakistan's nuclear arsenal.

Concerns have also been raised about Pakistan as a proliferant of nuclear materials and expertise. In November, 2002, shortly after North Korea admitted to pursuing a nuclear weapons program, the press reported allegations that Pakistan had provided assistance in the development of its uranium enrichment program in exchange for North Korean missile technologies.


Espero sinceramente que isto esteja bem controlado, vigiado e protegido… :roll:
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Enviado por: ShadIntel em Dezembro 28, 2007, 11:55:37 am
Citação de: "Jorge Pereira"
Espero sinceramente que isto esteja bem controlado, vigiado e protegido… :evil:
Título:
Enviado por: ricardonunes em Dezembro 29, 2007, 01:59:55 am
Atentado desfaz estratégia ocidental para a região

Por vezes, o crime compensa, e os maiores beneficiários da morte de Benazir Bhutto serão os islamitas que desejavam o seu desaparecimento. Os partidos radicais, agrupados na coligação Muttahida Majlis-e-Amal (MMA) têm o campo aberto para um bom resultado nas legislativas, dia 8 de Janeiro. Os perdedores são todos os outros: do Presidente Pervez Musharraf ao partido de Benazir, mas também Nawaz Sharif e, de forma indirecta, os Estados Unidos.

A morte de Benazir Bhutto torna o Paquistão muito mais instável. A rede terrorista ligada à Al-Qaeda mostra notável eficácia, a ponto de impedir uma solução política para a crise em que o país se continua a afundar. Além disso, a líder do Partido do Povo Paquistanês (PPP) foi assassinada em Rawalpindi, no centro do poder militar nacional.

O Ocidente tem fortes razões para preocupação. A estratégia ocidental passava pela contenção dos grupos fundamentalistas e pela estabilização de um sistema democrático. A aliança entre Benazir e o Presidente Musharraf, concebida antes do regresso de Benazir do exílio, em Outubro, foi apoiada pelos EUA e era o pilar central dessa estratégia.

O acordo de partilha de poder tinha diversas vantagens: fornecia um mínimo de estabilidade e facilitava a transição da ditadura militar para a democracia: Musharraf teria de largar a farda e organizar eleições livres. Nos últimos meses, houve comportamentos contraditórios, foi decretado o estado de emergência durante oito semanas, mas alcançar a meta parecia possível.

Benazir era alvo prioritário para a Al-Qaeda e os talibãs e as autoridades paquistanesas não a protegeram. Todos os analistas afirmam que as forças de segurança, sobretudo os poderosos serviços de informação (ISI), estão infiltrados por radicais.

Musharraf tem agora nas mãos um país ainda mais perigoso. O seu partido, Liga Muçulmana do Paquistão, Quaid-e-Azam (PML-Q) surge nas sondagens com 23% de intenções de voto. No que respeita à distribuição do poder, o Presidente parece ter a faca e o queijo na mão, estando à beira de vencer as legislativas.

No entanto, depois deste assassinato, qualquer vitória sua será manchada por uma sombra de ilegitimidade. Musharraf abandonou a chefia do exército (Estado dentro do Estado), que entregou a um fiel adjunto, Ashfaq Kayani, mas a paciência dos militares é uma incógnita adicional na equação.

O partido do Presidente, PML-Q, está no poder, mas falta-lhe a máquina política dos partidos de oposição. Muitos dos seus dirigentes viam com maus olhos a aliança entre Musharraf e Benazir, que lhes retiraria muito do actual acesso ao poder.

Num único golpe, o partido de Benazir foi decapitado e tem duas saídas possíveis: boicotar as eleições (o que a sua líder nunca quis) ou seguir com a estratégia inicial e apoiar Musharraf, se conseguir vencer a votação. Em 2002, o PPP obteve 25% dos votos, mas havia indícios recentes de erosão eleitoral, mesmo com esta chefia carismática. Sem liderança, as suas hipóteses são escassas.

A Liga Muçulmana, facção de Nawaz Sharif (PML-N) também fica em posição complicada. Em 2002, teve apenas 11 %, embora essas eleições fossem manipuladas contra a sua formação. Há sondagens que dão ao PML-N mais do que ao partido de Musharraf, rondando um quarto do eleitorado. Mas a rivalidade com o Presidente impede qualquer hipótese de acesso ao poder. Por isso, o partido ponderou não comparecer nas urnas, recuando após a recusa de Benazir Bhutto em apoiar um boicote.

Se os partidos democráticos ficarem fora do Governo e o Presidente for incapaz de estabelecer a sua legitimidade, os únicos vencedores serão os islamitas. Fortes nas regiões tribais e nas zonas de maioria Pastune ou Baluche, os partidos do MMA (por exemplo, a Jamiat Ulema-e-Islam, JUI-F, do maulana Fazlur Rehman) têm laços tribais e políticos com os talibãs afegãos.

Para além do MMA, os maiores beneficiários deste assassinato político são os extremistas ligados ao terrorismo islâmico. Foi nestes meios ultra-radicais que nasceu e cresceu a Al-Qaeda, com a cumplicidade dos serviços de informação paquistaneses, os secretos vencedores.

DN (http://http)

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Continuo a achar que este artigo diz quase tudo sobre o que se passou no Paquistão, e o que se vai passar, mesmo, quando depois se vem dizer que foi a Al-Qaeda a perpetrar o atentado.

O poder vai cair nas mãos nos radicais... e vão ... ter acesso as bombas "antónias"!

Nos últimos anos tem-se perdido tempo na busca das ditas de destruição "maçia" no Iraque, como não encontraram viraram-se para o Irão.
E entretanto "dormiram na sopa", e...

Vamos ter um 2008 muito animado...

Espero estar enganado! porque a ter razão... vai correr sangue, e muito...
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Enviado por: André em Dezembro 29, 2007, 05:50:37 pm
Musharraf ordena firmeza para restaurar a ordem

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O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, ordenou hoje uma acção firme das forças de segurança para restabelecer a ordem no país, onde pelo menos 38 pessoas morreram na vaga de violência e pilhagens após o assassínio de Benazir Bhutto.

Enquanto os protestos e actos de vandalismo se multiplicavam hoje em vários pontos do país, a Comissão Eleitoral deu sinais de que vai anunciar um adiamento das eleições logo que termine o luto oficial por Bhutto, na próxima segunda-feira.

Numa reunião com altos mandatários do governo, responsáveis dos serviços de segurança e com o chefe máximo do Exército, Asfaq Pervez Kiyani, Musharraf reviu a situação de segurança e deu ordens de agir «com firmeza» contra os «elementos que querem aproveitar-se da situação lançando-se na pilhagem e no roubo».

O presidente afirmou que os distúrbios são actos de «malfeitores e de elementos anti-sociais» escondidos sob a capa de manifestantes políticos e não deve ser permitido que alterem o processo eleitoral em marcha, segundo a agência estatal APP.

O porta-voz do ministério do Interior, Javed Iqbal Cheema, garantiu em conferência de imprensa que 38 pessoas morreram e 53 ficaram feridas em incidentes registados por todo o país desde a morte de Benazir Bhutto, tendo sido particularmente graves na província de Sindh.

Apesar da destruição de propriedades num valor estimado em «dezenas de milhões de rupias» e dos surtos de violência que ainda se registam em várias partes do país, Iqbal Cheema qualificou de «satisfatória» a actual situação global de segurança.

Sindh, no sudoeste do Paquistão e fonte de votos do Partido Popular (PPP) de Bhutto, está isolado do resto do país, com todas as linhas de caminhos-de-ferro cortadas, as lojas e as bombas de combustíveis fechadas e constantes incidentes de violência nas suas ruas, segundo relatam os canais privados de televisão paquistaneses.

Calcula-se que dentro de dois ou três dias a população enfrente problemas de abastecimento de alimentos em Karachi, porto marítimo principal e capital financeira do Paquistão, onde se teme uma quebra na Bolsa quando esta reabrir na segunda-feira.

A violência no Paquistão parece, efectivamente, uma combinação entre a indignação de partidários do PPP - que hoje enfrentaram milhares de polícias em Rawalpindi, a cidade onde morreu a sua líder - e a acção de delinquentes que se aproveitam do caos, segundo observadores.

Ao luto oficial decretado por Musharraf junta-se o apelo à greve feito pela Liga Muçulmana do Paquistão, do antigo primeiro-ministro Nawaz Sharif, que decidiu boicotear as eleições de 08 de Janeiro e foi hoje a Naudero, em Sindh, apresentar pêsames à família de Benazir Bhutto e visitar o seu túmulo.

A realização das eleições em 08 de Janeiro parece cada vez menos provável, apesar da aparente normalidade relativa anunciada pelo governo, depois de a Comissão Eleitoral ter avisado hoje que situação de segurança não é «propícia» a escrutínios.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Janeiro 01, 2008, 02:15:44 am
Islamabad rejeita declarações de Hillary Clinton sobre morte de Benazir Bhutto

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O Paquistão denunciou hoje violentamente declarações atribuídas pela imprensa norte-americana à senadora Hillary Clinton, segundo as quais o exército paquistanês seria responsável pelo assassínio da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto.

A página digital do jornal norte-americano Newsday cita a ex-Primeira-Dama Hillary Clinton, segundo a qual fontes anónimas qualificaram o assassínio de Benazir Bhutto como uma "acção interna" porque o atentado suicida que custou a vida à antiga primeira-ministra paquistanesa ocorreu em Rawalpindi, cidade onde se encontra o quartel-general das forças armadas do Paquistão.

O jornal adianta que Hillary Clinton, favorita na corrida à candidatura democrata às presidenciais dos Estados Unidos, terá "sugerido a possibilidade de o assassínio de Benazir Bhutto orquestrado por parte do exército" paquistanês.

Islamabad acusou a rede islamita Al-Qaeda de ter ordenado o assassínio.

"Há os que dizem que foi a Al-Qaeda. Outros dizem que parece uma acção interna. Recordem-se de que Rawalpindi é uma cidade quartel-general", terá declarado a senadora norte-americana citada pelo jornal.

"Protestamos vigorosamente contra estas informações da imprensa que deturpam as declarações da senadora Hillary Clinton, dando a entender que as tropas paquistanesas teriam matado Bhutto", protestou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado.

"Rejeitamos tais insinuações ridículas, absurdas e sinistras que transpiram animosidade contra o Paquistão, com a intenção de destabilizar", denunciou o Ministério.

"Esperamos que os dirigentes responsáveis e as personagens públicas nos Estados Unidos se abstenham de proferir declarações que possam ser deturpadas, mal utilizadas e que possam fazer mal às pessoas que estão ainda em estado de choque", adianta o texto.

Após o assassínio de Bhutto, Hillary Clinton solicitou um inquérito internacional, medida que Islamabad rejeitou.

Lusa
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Enviado por: André em Janeiro 02, 2008, 02:01:36 pm
Tropas paquistanesas matam entre 20 a 25 insurrectos em combate

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Entre 20 e 25 alegados insurrectos morreram durante uma operação das tropas paquistanesas no oeste do Paquistão, disse hoje um porta-voz do exército.

Os combates começaram terça-feira, horas depois de os insurrectos terem sequestrado quatro membros dos corpos de segurança na zona de Ladha Fort, situada na província tribal do Waziristão do Sul.

As tropas, que lançaram uma operação com apoio da artilharia contra as posições dos insurrectos, mataram até à data entre 20 e 25 insurrectos nos combates, que continuaram durante a noite, segundo o porta-voz.

Os líderes locais pediram a reunião de um conselho (jirga), a fim de declarar um cessar-fogo nas próximas horas, afirmou o exército em comunicado.

Além disso, nas áreas tribais do Paquistão, prosseguiram terça-feira os confrontos sectários entre sunitas e xiitas, com sete mortos e 10 feridos na província de Kurram.

O exército está mobilizado na zona para reabrir as estradas e atenuar o foco de violência, que já deixou 100 mortos, segundo o general Waheed Arshad.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Janeiro 10, 2008, 04:44:20 pm
AIEA preocupada com o arsenal nuclear paquistanês

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A Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) manifestou hoje em Viena preocupação pelo arsenal nuclear do Paquistão, país que atravessa uma grave crise política após o assassínio da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto.

A porta-voz da agência da ONU, Melissa Fleming, afirmou em comunicado que o director-geral da AIEA, Mohamed ElBaradei, «acompanha de perto todas as situações que possam ter impacto sobre a segurança nuclear em qualquer parte do mundo».

A recente manifestação de preocupação de ElBaradei em relação à situação paquistanesa «tem como objectivo chamar a atenção sobre a necessidade de melhorar a segurança nuclear, não só no Paquistão, mas também em qualquer outra parte do mundo onde existam materiais e instalações nucleares», declarou Fleming.

A AIEA reagiu assim às críticas feitas quarta-feira pelo Governo paquistanês a declarações recentes de El Baradei, que se mostrou «preocupado» com a possibilidade de armas atómicas caírem em mãos de fundamentalistas islâmicos em países como o Paquistão.

O porta-voz paquistanesa dos Negócios Estrangeiros, Muhammad Sadiq, assegurou que o seu Governo tem «absolutamente» sob controlo o arsenal atómico local, «como qualquer outra» potência nuclear.

«Como director da AIEA, que é um organismo da ONU, (ElBaradei) tem que ter cuidado com as suas palavras, tem que manter-se dentro dos limites do seu cargo», disse Sadiq em conferência de imprensa em Islamabad.

O Paquistão dispõe há 10 anos de um arsenal nuclear que conseguiu desenvolver graças a cientista Abdul Qadeer Khan, que, ao mesmo tempo, montou uma rede clandestina de tráfico de conhecimentos e materiais atómicos para fins militares.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Janeiro 16, 2008, 12:14:49 pm
Sete soldados e 50 rebeldes mortos em confrontos no Paquistão

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Sete soldados paquistaneses e pelo menos 50 radicais islâmicos morreram em confrontos, depois de centenas de rebeldes vinculados à Al Qaeda terem tentado tomar o controlo de um forte paramilitar perto da fronteira com o Afeganistão, informou hoje um porta-voz do Exército paquistanês.

Os confrontos tiveram início depois dos terroristas, armados com lança-foguetes RPG-7, atacaram na noite anterior um posto avançado na cidade de Sararogha, em um distrito tribal do Waziristão Sul, informou o general Athar Abbas.

«Ontem (terça-feira) por volta da meia-noite, 400 infiéis atacaram o contingente de fronteira em Sararogha. Recebemos informações de que 40 a 50 infiéis morreram. Sete soldados caíram como mártires», disse Abbas.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Janeiro 20, 2008, 12:26:14 am
A Segurança Nuclear no Paquistão
Alexandre Reis Rodrigues

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O Paquistão tem o pior registo do mundo como o país que mais contribuiu para a proliferação das tecnologias associadas à produção de armas nucleares, em violação flagrante das obrigações a que estava sujeito por força da sua participação no Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

O problema vem da década de setenta, altura em que Islamabad iniciou secretamente o seu próprio programa nuclear, aliás através da apropriação de documentação secreta entre 1972 e 1975, quando Abdul Kadeer Khan, que viria a ficar conhecido como o «pai da bomba atómica paquistanesa», trabalhava em Amesterdão num laboratório de investigação. Manteve-se pelo menos até 2001, altura em que os EUA, já então na posse de indícios seguros de diversas violações do TNP, persuadiram o Presidente paquistanês Pervez Musharraf a exonerar Khan da chefia do A.K.Khan Research Laboratories.

Khan, aproveitando-se do seu estatuto de chefe do programa nuclear, tinha montado uma rede internacional de comercialização de materiais nucleares que incluiu a transacção de urânio, centrifugadores para o seu enriquecimento e planos, desenhos e esquemas de construção de armas nucleares. A dimensão e âmbito da rede que tinha montado tornou-se conhecida apenas em 2004 depois do Irão e da Líbia terem decidido revelar á AIEA a proveniência da ajuda recebida para porem em marcha os seus próprios programas de desenvolvimento de armas nucleares.

Veio a saber-se que Khan importava mais material do que o estritamente necessário para o programa paquistanês, para o vender subsequentemente a países terceiros (incluiu também a Coreia do Norte, entre outros), o que acabava por constituir uma forma de financiamento das actividades de investigação que o seu laboratório desenvolvia. Esta circunstância e a dimensão das transacções tornam inverosímil que Khan tenha actuado sem cobertura superior; no entanto, sabe-se que até 1999 quase não havia supervisão sobre as actividades e funcionamento dos diversos indivíduos e instituições, os quais operavam quase autonomamente.

Foi em Março desse ano que o Paquistão, então já preocupado com a necessidade de convencer a comunidade internacional de que tinha tomado todas as medidas necessárias anti-proliferação, estabeleceu uma estrutura de comando e controlo para gerir a infra-estrutura nuclear e todos os seus elementos estratégicos.

Essa estrutura assenta, desde então, numa National Control Authority, uma organização a três níveis, cujo principal órgão de tomada de decisões é o Employment Control Committee, uma espécie de comité político-militar, chefiado pelo Presidente da República e tendo como 1º e 2º vice-presidentes (vice-chairman e deputy chairman) o primeiro-ministro e o ministro dos negócios estrangeiros, respectivamente. Este comité, juntamente com o Developmental Control Committee, que converte as decisões políticas em objectivos de força e supervisiona a sua concretização, formam no seu conjunto o primeiro nível da estrutura geral.

O segundo nível inclui a Strategic Plans Division que, funcionando como uma espécie de secretariado da National Control Authority, é responsável pela gestão do conjunto, pelas ligações com todas as organizações de nível estratégico, pela supervisão dos respectivos orçamentos e, finalmente, pelo controlo de uma divisão de segurança, com 9000 a 10.000 efectivos, encarregada pela segurança física de todas as instalações. O terceiro nível abrange as forças estratégicas de cada ramo das Forças Armadas.

É nesta organização e, sobretudo, nos esforços que o Paquistão tem desenvolvido para mostrar que está a encarar a segurança nuclear e o combate à proliferação com a maior seriedade, que a comunidade internacional deposita agora as suas esperanças de que a capacidade nuclear existente no país não cairá nunca em mãos erradas. Os receios têm-se levantado, em especial no passado recente, perante a possibilidade de um colapso do governo ou do assassínio dos principais líderes do país, mas regra geral, o sistema instituído tem-se mostrado adequado.

De facto, o Paquistão dispõe hoje de uma doutrina nuclear com procedimentos de segurança e controlo que têm estado sob permanente revisão e reforço. As armas nucleares (presumivelmente cerca de 60) estão agora equipadas com um sistema de código de autorização de emprego (Permissive Action Link - PAL) e o processo de decisão requer uma prévia autenticação por duas (em alguns casos três) entidades. Mas é sobretudo o eventual desvio de qualquer quantidade, mesmo pequena, de urânio ou plutónio que preocupa a AIEA e o Ocidente em geral.
 
Jornal de Defesa
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Enviado por: André em Janeiro 21, 2008, 10:37:46 pm
Musharraf promete eleições livres aos europeus

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O presidente paquistanês prometeu hoje em Bruxelas que as eleições de Fevereiro no Paquistão serão "livres" e "pacíficas" e apelou aos europeus para "ajudarem em vez de criticarem" o seu regime, "na primeira linha da luta contra o terrorismo".

Ao longo de todo o dia em Bruxelas, Pervez Musharraf assegurou que as eleições legislativas e provinciais, que foram adiadas para 18 de Fevereiro depois do assassínio da líder da oposição Benazir Bhutto, serão "justas", "transparentes" e "pacíficas", e que os observadores europeus destas eleições poderão andar "por todo o lado".

O presidente, confrontado com uma crise política e uma vaga de atentados sem precedentes, garantiu também que o poder irá "para o vencedor, qualquer que ele seja", mesmo que se trate de partidos islamitas.

Nesta sua primeira saída ao estrangeiro desde o assassínio de Benazir Bhutto, Musharraf tentou tranquilizar os seus interlocutores europeus, inquietos com a desestabilização do único país muçulmano com capacidade nuclear confessada e considerado como essencial na luta contra o terrorismo.

O chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, depois de um almoço com Musharraf, reclamou também eleições "livres, justas" e que decorram "com toda a segurança".

"A nossa reacção, a nossa cooperação, o nosso grau de envolvimento (com o Paquistão) serão determinados à luz do resultado deste processo", declarou Solana aos jornalistas.

Musharraf pediu contudo aos ocidentais para lhe darem "algum tempo" para que o seu país alcance a democracia.

"Nós somos pela democracia, e eu introduzi a essência da democracia, mas não podemos ir tão depressa como vocês (os ocidentais). Dêem-me algum tempo para lá chegar", advogou.

Lusa
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Enviado por: André em Janeiro 22, 2008, 01:59:33 pm
Musharraf reúne-se hoje com Sarkozy em Paris

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O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, reúne-se hoje com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em Paris, na segunda escala do seu périplo pela Europa, que teve início segunda-feira em Bruxelas.
Musharraf, que chegou na noite de segunda-feira à capital francesa, será recebido à tarde por Sarkozy.

O presidente francês deve mais uma vez transmitir uma mensagem de confiança sobre as eleições parlamentares programadas para 18 de Fevereiro no Paquistão.

O governante francês já tinha declarado o seu apoio às eleições após o assassínio da líder da oposição e ex-primeira-ministra, Benazir Bhutto.

Em Bruxelas, Musharraf assegurou que as eleições serão limpas e livres, reafirmou o seu compromisso na luta contra o terrorismo da Al Qaeda e dos talibãs, e prometeu concluir a investigação do assassínio de Bhutto, a 27 de Dezembro.

Sarkozy deve reiterar a «solidariedade da França com o povo paquistanês» neste período «difícil», após o «odioso» atentado contra a ex-primeira-ministra, antecipou o Palácio do Eliseu.

O chefe de Estado francês destacará que «a única resposta» a apresentar contra o terrorismo e os terroristas é a realização de eleições «nas melhores condições possíveis de liberdade, pluralismo, transparência e segurança», segundo a mesma fonte.

Sarkozy deve dizer a Musharraf que Paris continuará a dar ao Paquistão «todo o seu apoio» na luta contra o terrorismo, já que a França e o mundo têm interesse na estabilidade, unidade e democratização do país.

Também deve afirmar que é «essencial» que o Paquistão desempenhe «o seu papel» para melhorar a situação no vizinho Afeganistão, onde a França tem mais de 1.600 soldados incluídos na ISAF (Força Internacional de Assistência à Segurança).

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Janeiro 25, 2008, 05:32:14 pm
EUA prontos a enviar tropas contra os extremistas islâmicos

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Os Estados Unidos estão prontos a ajudar o exército paquistanês a combater os extremistas no Paquistão se Islamabad pedir, salientou quinta-feira o secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates.
«Continuamos prontos, desejosos e capazes de assistir os paquistaneses e de nos aliarmos a eles para fornecer o treino suplementar, para conduzir operações conjuntas, se eles o desejarem», declarou durante uma conferência de imprensa no Pentágono.

Segundo Gates, o Paquistão não pediu assistência militar norte-americana suplementar, mas esta possibilidade é objecto de um «diálogo em curso».

Questionado para dizer se tropas de combate norte-americanas poderão juntar-se às tropas paquistanesas para lutar contra a Al Qaeda nas zonas tribais paquistanesas, Gates respondeu: «Se os paquistaneses quiserem, penso que o faremos».

Esta proposta ocorre num contexto de instabilidade política no Paquistão e do crescente receio de Washington da propagação do Islão radical.

Mas o envio de tropas norte-americanas para o Paquistão para ajudar o país a combater os insurrectos é um assunto delicado com Islamabad.

O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, disse recentemente que qualquer incursão não autorizada dos norte-americanos no Paquistão será considerada uma invasão.

«Eles têm claramente o direito de decidir se as forças de um outro país podem operar no seu território«, sublinhou Gates.

As discussões em curso incidem mais no envio de formadores norte-americanos na contra-insurreição do que em tropas de combate, segundo o Pentágono.

Até agora, a assistência militar norte-americana à formação do exército paquistanês limitou-se a treino para assalto aéreo.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Fevereiro 14, 2008, 04:59:24 pm
Musharraf afirma que esta será a «mãe de todas as eleições»

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O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, classificou hoje as eleições de dia 18 como a «mãe de todas as eleições» no Paquistão e advertiu a oposição de que não vai tolerar protestos na sequência de uma suposta fraude eleitoral.
 
Musharraf afirmou que o Paquistão está a apostar a sua reputação nas eleições de segunda-feira e garantiu à nação que o pleito será democrático, apesar de decorrer num clima de violência e de constantes atentados.

«Apesar de rumores, insinuações e todo tipo de apreensão, estas eleições serão livres, justas, transparentes e pacíficas», declarou o presidente paquistanês num discurso num seminário organizado pelo Ministério da Informação.

O mundo «está a observar-nos. O nosso prestígio nacional, a paz e a harmonia estão em jogo, o nosso futuro está em jogo», declarou.

Depois de pedir aos paquistaneses que participem nas eleições para «derrotar as forças extremistas», Musharraf exigiu que os candidatos políticos aceitem os resultados com elegância.

No seu discurso, transmitido pelas emissoras do país, o presidente disse aos líderes políticos que o Governo «não permitirá» qualquer tipo de «agitação» depois das eleições.

O Partido Popular do Paquistão (PPP), comandado pelo viúvo da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, Asif Ali Zardari, e a Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), ambos opositores do regime de Musharraf, ameaçaram realizar protestos caso ocorra, como esperam, uma fraude eleitoral.

Tanto a União Europeia (UE) como os Estados Unidos manifestaram dúvidas sobre a transparência das eleições de segunda-feira.

A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, disse quarta-feira que os paquistaneses estão a apostar nestas eleições e que o Governo deve «inspirar confiança» para que os cidadãos participem nas eleições.

A apenas quatro dias da votação, Zardari realizou hoje o seu primeiro grande comício na campanha em Faisalabad, uma das principais cidades da província de Punjab, a mais populosa e desenvolvida do Paquistão e reduto eleitoral da PML-N e do partido da situação, a Liga Muçulmana do Paquistão-Q (PML-Q).

Protegido por um vidro blindado e separado dos simpatizantes que compareceram ao comício por dezenas de metros de cordão policial e uma cerca de bambu e arame farpado, Zardari quis ganhar a confiança da população do Punjab, que dizem estar «oprimidas» como as do resto do país.

«Benazir queria servir os pobres e eu cumprirei a sua missão», prometeu o líder do PPP, que começou o discurso em punjabi antes de passar ao urdu (idioma da Índia e do Paquistão).

O PPP, cujo reduto se concentra na província de Sindh (sudeste), apresenta-se ao eleitorado paquistanês como o único com vocação nacional, num país com um mapa político dividido por linhas provinciais e étnicas.

À falta de sondagens nacionais, a imprensa está a divulgar inquéritos realizados por institutos estrangeiros, como o norte-americano Instituto Internacional Republicano (IRI, em inglês), que reflectem grande desconfiança no regime de Musharraf.

Segundo o inquérito do IRI, realizado no final de Janeiro, 75% dos entrevistados querem que Musharraf renuncie e 79% considerarão a hipótese de fraude se a PML-Q vencer as eleições de segunda-feira.

Além disso, 58% declararam-se dispostos a saírem às ruas para protestar em caso de fraude.

De acordo com o inquérito, o PPP vencerá as eleições legislativas com 50% dos votos, seguido pela PML-N, com 22%, enquanto a PML-Q consegue apenas 14%.

Outra sondagem divulgada hoje pela rede britânica BBC revela que 44% dos paquistaneses acreditam que as eleições de segunda-feira serão limpas e que quase dois terços pensam que o Paquistão voltará à normalidade se Musharraf renunciar.

O presidente dirigiu-se hoje a todas as «organizações estrangeiras» que estão a realizar sondagens para adverti-las de que «estão a brincar com a paz do mundo».

«Não perturbem a paz deste país, não alterem a paz desta região. Vocês estão a brincar com a paz do mundo», repreendeu Musharraf.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Fevereiro 18, 2008, 08:26:55 pm
Zonas perigosas passam no teste da segurança

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As urnas abriram com normalidade em Peshawar e mantiveram-se quase sem incidentes até ao fecho, às 17 horas locais (12:00 em Lisboa).

A provincícia de NWFP (Norwest Frontiers of Pakistan), de que Peshawar é a maior cidade, era uma das maiores preocupações do Governo paquistanês no que diz respeito à segurança, sobretudo pela proximidade com o Afeganistão e ainda por incluir a zona de FATA (Federally Administered Tribal Areas) onde os chefes tribais controlam política, religiosa e administrativamente toda a região. É nesta FATA e em toda a província de NWFP que se assitiu à maior onda de ataques suicidas com destaque para a pequena cidade de Parachinar onde um bombista suicida matou 47 pessoas e feriu mais de uma centena.

Os feridos mais graves foram chegando ao hospital central de Peshawar, quase todos de helicópetero, e ainda hoje de manhã chegou uma ambulância do aeroporto com mais 10 feridos. O responsável máximo do hospital de Peshawar, Assif Farman, explicou que os feridos que inspiravam mais cuidados chegaram com queimaduras graves e estilhaços em todo o corpo. Os doentes estavam quase todos na enfermaria num cenário dantesco com os mais queimados em posições estáticas, sem mexer os braços e pernas, como estátuas, enquanto os familiares os tentavam alimentar com palhinhas em copos de sumo. Assif Farman confirmou que estão 25 feridos naquele hospital, um dos quais com poucas hipóteses de sobrevivência, com queimaduras em 70 por cento do corpo.

Os locais de voto estavam definidos pelas autoridades como mais sensíveis, muito sensíveis, sensíveis e normais. Das 7931 centros de voto, 1094 foram classificadas acima do normal, com particular incidência para a zona de FATA.

A violência nas zonas tribais passa essencialmente por uma questão que raramente vem referida nas páginas dos jornais: estas áreas, há dezenas de anos, que são controladas, para além dos chefes tribais, por uma espécie de máfia local que produz e trafica armas, ópio e haxixe. São inúmeros os campos de cultivo de estupefacientes e fábricas que produzem armas e componentes.

Durante décadas, não houve lei na região e ainda hoje a falta de controlo governamental é visível. Todavia, a tentativa das autoridades paquistanesas de controlar as fronteiras do seu país originou uma onda de protestos entre os habitantes daquela zona, que aproveitaram ainda o facto de Pervez Musharraf apoiar os Estados Unidos nas acções contra os Talibans no Afeganistão.

O último local de voto que se podia observar estava precisamente antes de uma fronteira física com FATA, fortemente controlada por militares, que impedem qualquer passagem, sobretudo a estrangeiros, fortemente avisados pelo Governo para não se deslocarem àquelas àreas. O aviso governamental é também válido para a cidade de Peshawar, que ficou interdita a observadores internacionais e é desaconselhada a jornalistas. Aliás, em todas os locais de voto em que foi permitido entrar, apenas estavam representantes locais, o que pode ter originado o protesto de Zahoor Ahmed: o homem, de 30 anos, queixou-se a jornalistas da fraude a que tinha sido sujeito. Segundo ele, quando se preparava para votar, foi informado que o seu nome já tinha sido registado como votante. De pouco lhe valeram os protestos.

Para as expectativas e receios de violência generalizada, as eleições decorreram dentro de alguma normalidade, apesar do registo de confrontos esporádicos, que podem até ter originado mortes. O fluxo de informação é de tal forma avassalador que as confirmações com exactidão só são possíveis algumas horas depois.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Fevereiro 20, 2008, 12:38:20 pm
Musharraf quer uma «coligação harmoniosa» no Paquistão

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O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, defendeu hoje a formação de uma coligação de governo harmoniosa, depois da derrota sofrida pelo seu partido nas eleições legislativas de segunda-feira, indica um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

«O presidente salientou a necessidade de uma coligação harmoniosa visando uma direcção pacífica do governo, do desenvolvimento e do progresso do Paquistão», assinala o comunicado, depois do encontro entre Musharraf e um congressista norte-americano.

«As eleições deram um apoio maior às forças moderadas do país», afirma o comunicado.

Os dois principais partidos opositores - dos ex-primeiro-ministros Benazir Bhuto (assassinada em Dezembro) e Nawaz Sharif, a quem o general Musharraf derrubou em 1999 - saíram como os grandes vencedores das eleições legislativas.

A derrota das forças políticas que apoiam Musharraf deixou o presidente exposto a um Parlamento hostil e a uma eventual destituição do cargo.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Fevereiro 20, 2008, 07:25:19 pm
Bush confia que novo Governo do Paquistão manterá amizade

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O presidente norte-americano, George W. Bush, afirmou hoje que as eleições no Paquistão foram «uma vitória para o povo» paquistanês e acrescentou que confia em que as novas autoridades manterão a actual amizade entre os dois países.

«A questão é se (o novo Governo) será amigo dos EUA, e eu espero que sim», afirmou Bush em conferência de imprensa em Acra, na penúltima etapa do seu périplo por cinco países de África.

Bush considerou que as eleições do Paquistão foram «justas» e manifestou confiança em que as novas autoridades não permitam que o país seja «um refúgio seguro para os que desejam atacar os EUA e o Paquistão».

Nas eleições gerais realizadas segunda-feira, o presidente Pervez Musharraf sofreu uma grande derrota, com o seu partido - a Liga Muçulmana do Paquistão-Q (PML-Q) – a ficar em terceiro lugar.

O Partido Popular do Paquistão (PPP) foi o mais votado, tornando-se a maior força do Parlamento, embora com uma maioria relativa que requer alianças para formar Governo.

Em conferência de imprensa em conjunto com o presidente do Gana, John Kufuor, Bush classificou de «vitória significativa» a eleição em si e elogiou Musharraf por respeitar os compromissos que tinha assumido.

Aprecio o facto de que o presidente (paquistanês) tenha feito o que disse que iria fazer. Disse que faria eleições e disse que suspenderia o estado de emergência», acrescentou.

O presidente norte-americano afirmou ainda que o Paquistão e os EUA são «importantes aliados», salientando que têm interesses comuns, como a luta contra o terrorismo e contra «os radicais que assassinaram (a ex-primeira-ministra) Benazir Bhutto».

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Fevereiro 21, 2008, 08:02:48 pm
Partidos de Sharif e Benazir formarão governo

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Os dois partidos que venceram as eleições legislativas paquistanesas de segunda-feira formarão um governo de colugação, declararam hoje à imprensa os respectivos dirigentes, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif e Asif Ali Zardari, viúvo da ex-primeira-ministra assassinada Benazir Bhutto.

«Criámos uma agenda comum. Trabalharemos juntos para formar o governo federal e os das províncias», afirmou Sharif em conferência de imprensa conjunta com Asif Ali Zardari, que lidera o Partido do Povo Paquistanês (PPP) após a morte da sua mulher, em Dezembro.

«Garantiremos que completem um mandato de cinco anos», disse Sharif, referindo-se ao PPP.

Nas eleições legislativas da última segunda, o PPP e a formação de Nawaz Sharif venceram a Liga-Q Muçulmana do Paquistão, aliada do presidente Pervez Musharraf.

Sharif afirmou que ambas as partes superaram as suas diferenças sobre a exigência de que o presidente da Suprema Corte, Iftikhar Mohammed Chaudhry, volte a ocupar o cargo, depois de ter sido destituído por Musharraf, em Novembro.

«Em princípio não há desacordo na reabilitação» de Chaudhry. Trabalharemos as modalidades no Parlamento», explicou Sharif.

Zardari disse que há muitos pontos a serem discutidos entre os dois partidos, mas afirmou: «em princípio, concordamos em permanecer juntos».

O viúvo de Bhutto disse que a nova coligação não trabalhará com nenhum dos partidos que apoiaram o presidente Musharraf na legislatura anterior (2002-2007).

«Queremos fortalecer juntos o Paquistão e não contamos com os partidários de Musharraf. Não acho que existam as forças pró-Musharraf», declarou Asif Ali Zardari.

Zardari disse ainda que todos os problemas políticos do país «podem ser resolvidos pelas forças políticas», e comentou que o Paquistão precisa de uma solução para a insurreição na província do Baluchistão (sudoeste) e para outros «assuntos de autonomia política».

Os dois homens evitaram falar directamente do chefe de Estado, cujo partido sofreu uma estrondosa derrota nas eleições de segunda-feira.

Zardari não é hostil a uma convivência com o presidente Musharraf, privado de uma parte dos seus poderes de veto. Mas Sharif exige a retirada imediata daquele que considera um «ditador».

Sharif, ex-primeiro-ministro, foi derrubado por um golpe de Estado militar coordenado por Musharraf em 1999 e condenado à prisão perpétua, mas foi para o exílio. Hoje declarou que o poder do presidente é «inconstitucional e ilegal».

Segundo resultados quase definitivos, ainda não oficiais, porém, nem o PPP, com 87 cadeiras, nem a Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N) de Sharif, com 66 cadeiras, dispõem de maioria para governar sozinhos.

O partido que antes ocupava o governo, a Liga-Q Muçulmana do Paquistão (PML-Q), aliada de Musharraf, conseguiu apenas 37 lugares no parlamento, mas o presidente afirmou que não pretende sair e propôs uma «coligação harmoniosa».

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Fevereiro 26, 2008, 03:21:44 pm
Paquistão: novo motivo de inquietação
Alexandre Reis Rodrigues
 
(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.elections.com.pk%2Fimages%2Fnawazsharif.jpg&hash=e01610e42bc366145d8ac7f3b958167d)
 
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A grande surpresa das eleições legislativas no Paquistão foi o resultado alcançado por Nawaz Shariff, o líder do partido PML (N), que de uns reduzidos 5%, em 2002, passou para 25%. Esta surpresa é ao mesmo tempo mais um dos grandes problemas com que se debate o país para encontrar alguma estabilidade.

Como é que Shariff conseguiu esta “vitória”? Aparentemente, de uma forma muito simples: procurando capitalizar na antipatia dos paquistaneses para com os EUA e o Presidente Musharraf, isto é, procedendo exactamente ao contrário de Bhutto, cujo regresso tinha sido apoiado pelos EUA, sob o entendimento de que seria viável a sua convivência política com Musharraf.

Shariff, tendo sido deposto em 1999 sob acusações de corrupção, e tendo estado exilado 8 anos, precisava de se afirmar perante o país, no curto período de campanha eleitoral, e conquistar as simpatias do PML (Q) nascido do seu Partido (PML (N)), quando se exilou. Shariff percebeu que tinha à mão dois alvos fáceis e de grande valor estratégico: o Presidente, com apenas 15% de aprovação, e os EUA, que a grande maioria dos paquistaneses consideram a maior “ameaça” ao país, vindo mesmo antes da Índia! (89% dos paquistaneses não aprovam a guerra contra o terrorismo empreendida pelos EUA).

O problema é que Shariff, ao conseguir uma posição política relevante, passou a constituir também um elemento de perturbação do quadro político em que o Paquistão se move; ao contrário de Bhutto, mostra-se ambíguo em relação ao islamismo, aparentando, por vezes, estar aberto a um relacionamento próximo com os radicais; mostra pouca disponibilidade para compromissos; tem um ódio visceral ao Presidente Musharraf, que o depôs em 1999, e não está mais “limpo” do que Zardari, o viúvo de Bhutto e actual líder do PPP, quanto a acusações de corrupção. Uma das suas prioridades é trazer de volta o juiz Chaudry à Presidência do Supremo Tribunal e fazer voltar ao serviço os outros juizes afastados por Musharraf, o que o põe numa linha de confronto directo com este.

O PPP de Bhutto, agora chefiado por Zardari, foi o Partido mais votado, conseguindo 33% dos votos; a meio da campanha, percebendo que a campanha anti-americana do PML (N) estava a tirar-lhe apoios, ainda tentou mostrar-se distanciado dos EUA mas isso não chegou para conseguir uma margem de vantagem confortável. Agora, vai ter que fazer uma coligação; em teoria, teria duas hipóteses: aliar-se ao partido de Shariff, somando ambos 58% dos votos ou aliar-se ao partido que tem apoiado Musharraf, o PML (Q), o que corresponderia a uma base de apoio de cerca de 48%. Parece estar já assente que é a primeira hipótese que vai prevalecer, não obstante as pressões que os EUA poderão fazer na outra direcção.

Para que a coligação funcione vão ter que haver muitas cedências de ambos os lados e sobretudo bom senso, atributos que não abundam por aquelas áreas. Shariff vai ter que esquecer muito do que disse durante a campanha e recuar em várias áreas nomeadamente no relacionamento com os EUA, adoptando uma atitude menos agressiva para com o Presidente, em quem a administração americana continua a confiar (teria alguma alternativa segura?).

Ainda no âmbito das relações com os EUA, Shariff vai ter que prestar atenção ao parecer do Exército; o distanciamento político que o general Ashfaq Kayani tem procurado adoptar não irá certamente ao ponto de deixar alienar uma relação de que depende a importante ajuda militar que as Forças Armadas recebem e não vão querer abdicar.

Provavelmente, Shariff vai ter que reconsiderar também a sua intenção de tirar Chaudry da situação de residência fixa em que se encontra há três meses para o pôr de novo à frente do Supremo Tribunal. Esse desfecho pode ter um efeito de ricochete sobre o “branqueamento” que Musharraf lhe deu sobre a sua situação criminal, “limpando” as acusações de corrupção que sobre ele impendem. Chaudry, para manter uma imagem de independência do poder judicial, poderá ter que reconhecer que Musharraf não tinha autoridade para tanto e fazer voltar tudo ao princípio. Zardari, que também tem “telhados de vidro” (ainda não se livrou da alcunha de “senhor 10%”) tem evitado mostrar uma posição clara sobre este assunto, sugerindo que é questão para ser tratada pelo Parlamento.

No meio de tantas dificuldades e de inexperiência de vivência democrática (em 60 anos de existência, 33 foram sob ditadura militar), os motivos de inquietação internacional sobre a possibilidade de o Paquistão conseguir alguma estabilidade no curto prazo aumentaram significativamente com a proeminência política alcançada inesperadamente por Nazir Shariff.

Que farão os EUA neste contexto? Presumivelmente, vão tentar gerir a transição, continuando a trabalhar com Musharraf e apostando nele para fazer a ligação político-militar de que depende a sobrevivência do estado paquistanês. A alternativa de deixar cair o Presidente, que algumas correntes de opinião defendem, seria muito arriscada, não obstante lhes conquistasse simpatias na população e uma melhoria de imagem.
 
Jornal de Defesa
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Enviado por: André em Março 07, 2008, 02:08:21 pm
Coligação soma quase dois terços dos assentos no Parlamento

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Os três partidos da oposição paquistanesa que decidiram formar Governo de coligação somam quase dois terços da representação no Parlamento, indicou hoje a Comissão Eleitoral
Com a distribuição de assentos para minorias e mulheres no Parlamento do Paquistão, a Comissão Eleitoral deu por encerrada a composição do Parlamento após as eleições de 18 de Fevereiro.

Segundo os resultados, correspondentes a 331 deputados dos 342 que conformam a Assembleia, o Partido Popular do Paquistão (PPP), da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, fica com 120 assentos, outros 90 ficam para a Liga Muçulmana-N (PML-N), do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, e 13 para o Partido Nacionalista Awami (ANP).

Os três partidos somam até agora 223 deputados, perto dos 229 necessários para reconduzir os magistrados do Supremo Tribunal destituídos em Novembro pelo presidente do Paquistão, Pervez Musharraf.

O partido que apoia Musharraf ficou com 51 assentos, segundo a agência estatal APP.

De acordo com a estação Geo TV, o líder do PPP, Asif Alí Zardari, já terá entrado em contacto com alguns dos 18 candidatos independentes com assento de deputado para que se juntem ao Governo, o que daria à coligação os dois terços de representação parlamentar.

Além disso, ainda restam recursos e queixas pendentes de resolução em sete circunscrições, enquanto outras duas continuam sem ser apuradas.

Uma votação foi adiada e registou-se um empate numa circunscrição da Província da Fronteira do Noroeste (NWFP), segundo a APP.

Apesar de faltarem estes resultados, a distribuição de assentos de hoje já desenha o mapa político do Parlamento nacional, que deverá reunir-se em breve para realizar as primeiras sessões, o que dará passagem à formação de Governo.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Março 24, 2008, 09:10:16 pm
Casa Branca espera cooperar com novo governo

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A Casa Branca disse hoje «esperar» poder cooperar com o novo governo paquistanês apesar do risco de conflito entre este e o presidente Pervez Musharraf, aliado dos Estados Unidos.
A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, felicitou Yousouf Raza Gilani por ter sido eleito para o cargo de primeiro-ministro pela Assembleia Nacional.

Todavia, esta eleição traz para primeiro plano a questão do poder que resta a Musharraf, aliado da administração Bush contra o terrorismo, e as relações entre o Paquistão e os Estados Unidos.

Mal foi eleito, Yousouf Raza Gilani iniciou um braço-de-ferro com Musharraf ordenando a libertação de todos os juízes colocados em prisão domiciliária durante a imposição do estado de emergência decretado por Musharraf em Novembro de 2007.

Estes magistrados preparavam-se para se pronunciarem sobre a validade da reeleição de Musharraf para a presidência.

«A administração (Bush) alegra-se com a ideia de trabalhar com o novo governo no Paquistão, tínhamos boas relações com eles no passado, esperamos que isso vá continuar», disse Perino.

«Esperamos que a transição (política) seja muito pacífica», acrescentou.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Março 25, 2008, 05:36:56 pm
George W. Bush e PM do Paquistão concordam na continuidade da luta antiterror

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, telefonou hoje ao novo primeiro-ministro do Paquistão, Yousaf Raza Gilani, tendo ambos concordado em prosseguir com os esforços de combate aos militantes islâmicos, afirmou a Casa Branca.

Bush ligou para Gilani horas depois de este ter sido empossado pelo presidente paquistanês, Pervez Musharraf, um aliado fundamental dos EUA na campanha de combate ao terrorismo e que viu o seu poder diminuir dramaticamente no último ano.

«Os dois concordaram que é do interesse de todos continuar com a luta contra os extremistas. Sendo assim, estamos confiantes de que continuaremos a ter uma boa relação com os paquistaneses a esse respeito», afirmou Dana Perino, porta-voz da Casa Branca.

Na segunda-feira, a recém-eleita Assembleia Nacional do Paquistão escolheu como primeiro-ministro do país, por uma ampla maioria de votos, Gilani, um importante líder do Partido do Povo Paquistanês (PPP), ao qual pertencia a ex-primeira-ministra assassinada Benazir Bhutto.

John Negroponte, vice-secretário de Estado dos EUA, e Richard Boucher, secretário assistente de Estado dos EUA, estão no Paquistão para selar alianças com a nova coligação no governo, maioritariamente muçulmano.

Alguns dos novos membros da liderança paquistanesa sugeriram que se inicie um diálogo com os militantes responsáveis por uma série de atentados ocorridos no país. Tais apelos levantam dúvidas sobre se o Paquistão continuará a ser o fiel aliado dos EUA na luta contra esses grupos.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Março 26, 2008, 02:26:41 pm
PM quer solução política para luta antiterrorista

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O novo primeiro-ministro do Paquistão, Yusuf Raza Gilani, disse ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que a luta contra o terrorismo precisa de uma solução global, que inclua meios políticos e programas de desenvolvimento.
Gilani, que foi colaborador da ex-primeira-ministra Benazi Bhutto, assassinada em Dezembro, falou em conversa telefónica na terça-feira com Bush, segundo um comunicado divulgado hoje pelo gabinete do chefe do Governo.

O presidente norte-americano telefonou a Gilani para o felicitar pela eleição como primeiro-ministro.

Gilani foi eleito na terça-feira pelo novo Parlamento, dominado pelas forças opositoras ao presidente Pervez Musharraf, um fiel aliado de Washington.

«O Paquistão continuará a lutar contra todas as formas de terrorismo, porque o interesse nacional depende disso», disse Gilani a Bush.

«No entanto, precisamos de uma visão global, que associe em particular soluções políticas e programas de desenvolvimento», acrescentou, salientando que o Paquistão «está decidido a manter fortes laços com os Estados Unidos a longo prazo».

Antes, a Casa Branca tinha anunciado que Bush manifestou a Gilani a disposição de trabalhar com ele e que ambos salientaram a necessidade de combater o extremismo islâmico.

Gilani deve reunir-se hoje com o número dois do Departamento de Estado norte-americano, John Negroponte, e com o secretário de Estado adjunto para a Ásia Meridional, Richard Boucher.

As declarações foram divulgadas pouco depois do ex-premier Nawaz Sharif, derrubado em 1999 pelo general Pervez Musharraf, ter afirmado aos dois diplomatas norte-americanos que o governo reverá a política antiterrorista do presidente.

Washington acompanha atentamente a evolução da situação política no Paquistão, um aliado chave na luta contra o terrorismo.

O Partido do Povo Paquistanês de Benazir Bhutto e o grupo de Sharif derrotaram os aliados de Musharraf nas eleições legislativas de Fevereiro, o que representou uma viragem radical na política deste país, quase nove anos depois do golpe de Estado de Musharraf.

Os Estados Unidos prometeram enviar 750 milhões de dólares durante os próximos cinco anos para as empobrecidas e violentas regiões tribais do Paquistão.

Diário Digital / Lusa
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Enviado por: André em Março 27, 2008, 04:50:26 pm
EUA intensificam ataques em zonas tribais do Paquistão ...

Os EUA estão a intensificar os ataques contra combatentes islamitas nas zonas tribais do noroeste do Paquistão, informa hoje o jornal Washington Post.

De acordo com o diário, que cita fontes norte-americanas, Washington quer infligir o maior dano possível aos talibãs e aos membros da Al-Qaeda no Paquistão num momento de incerteza sobre o futuro político do presidente Pervez Musharraf, importante aliado dos Estados Unidos.

A oposição venceu as eleições legislativas de 18 de Fevereiro e formou o novo governo.

O novo primeiro-ministro, Yusuf Raza Gilani, disse ao presidente norte-americano George W. Bush que o país precisa de uma táctica global para combater o terrorismo, que inclua medidas políticas.

Entretanto, um dos líderes da coligação de governo, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, advertiu que o país vai rever a estratégia antiterrorista.

Segundo o Washington Post, nos últimos três meses os norte-americanos atacaram pelo menos três lugares utilizados pela Al Qaeda nas zonas tribais fronteiriças com o Afeganistão, matando 45 árabes, afegãos e outros combatentes estrangeiros.

As operações acontecem dentro de um «acordo tácito» com Musharraf e o chefe do Estado-Maior paquistanês, o general Ashfaq Kayani, segundo o qual os norte-americanos podem atacar os combatentes estrangeiros no Paquistão, mas não os talibãs locais, segundo o Washington Post.

Lusa
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Enviado por: André em Agosto 14, 2008, 02:53:05 pm
Musharraf apela à reconciliação nacional

O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, apelou hoje aos partidos políticos para que «enterrem as suas diferenças» para procurar estabilidade política e o desenvolvimento económico no país.

Num discurso transmitido pela televisão por ocasião do 61º aniversário da independência nacional, Musharraf apelou a uma «reconciliação» entre as diferentes facções políticas do país, numa altura em que pode estar à beira de ser destituído.

«Faço um apelo a todos elementos para que adoptem uma abordagem de reconciliação, de forma que haja estabilidade política e possamos confrontar com firmeza os problemas reais que o país enfrenta», afirmou Musharraf.

«Os nossos adversários estão a tentar desestabilizar o Paquistão em diversas frentes, tanto interna como externamente», prosseguiu.

Acrescentou que o país enfrenta uma «fase difícil da história», mas «nunca esteve tão forte», segundo a BBC.

O governo paquistanês precisa de enfrentar desafios como o aumento dos preços na alimentação e combustíveis, a desvalorização da moeda (rúpia paquistanesa), e uma campanha de milícias talibãs ao longo da fronteira noroeste com o Afeganistão.

As declarações de Musharraf ocorrem no meio de pressão crescente da própria coligação de governo, que na semana passada concordou com o início dos procedimentos de destituição contra o presidente, por corrupção e abuso de poder.

Quarta-feira, as assembleias de três províncias - Punjab, Sindh e Fronteira Noroeste - aprovaram resoluções a favor da destituição presidencial.

Musharraf já disse que prefere renunciar a enfrentar os procedimentos de destituição. O presidente tem a prerrogativa de dissolver o Parlamento, mas muitos analistas crêem que não a utilizará.

O general chegou ao poder através de um golpe em 1999, entregando o poder ao exército no ano passado. A coligação está no governo desde Fevereiro.

Lusa
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Enviado por: André em Agosto 18, 2008, 04:59:20 pm
Presidente do Paquistão anuncia demissão

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.huffingtonpost.com%2Fhuff-wires%2F20080818%2Fpakistan%2Fimages%2F912afbbb-e12d-4b11-a0b6-5f015e4e3fc5.jpg&hash=e30bf9933e765f736f3cb374c37b86cc)

O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, anunciou hoje a sua demissão, em discurso transmitido pela televisão nacional.

Pervez Musharraf ia enfrentar brevemente uma moção de censura no parlamento paquistanês, que poderia resultar na sua destituição. A demissão surge como uma fuga a esse cenário.

No anúncio da demissão, cujo pedido será entregue ainda hoje ao parlamento, Musharraf defendeu a sua governação, a boa performance económica do país, e declarou-se alvo de «mentiras» por parte da oposição, que o acusa de diversas inconstitucionalidades.

Pervez Musharraf, um dos principais aliados dos Estados Unidos na luta contra o terrorismo, chegou ao poder em 1999 por meio de um golpe de estado, na altura condenado pela maior parte da comunidade internacional.

Desde então, Musharraf enfrentou duras críticas de vários sectores da sociedade paquistanesa, e sobretudo do poder judicial. A sua governação foi marcada por vários golpes palacianos e por uma impopularidade crescente.

Em Fevereiro deste ano, as eleições legislativas resultaram na derrota final de Musharraf, que desde então conta com um parlamento hostil. A última campanha eleitoral foi ainda marcada pelo assassinato de Benazir Bhutto, uma das principais rivais do presidente.

SOL
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Enviado por: André em Novembro 03, 2008, 06:29:54 pm
Petraeus no Paquistão, onde a violência preocupa Washington

O general David Petraeus, novo chefe das operações militares norte-americanas no Afeganistão e no Iraque, visitou hoje o Paquistão, numa demonstração da preocupação de Washington face à escalada da violência neste país.
Após a visita deve ser reexaminada a estratégia dos Estados Unidos no Afeganistão e nas zonas tribais paquistanesas.

Entretanto, os dirigentes paquistaneses aproveitaram a ocasião para reiterar, em termos firmes, a sua oposição aos disparos de mísseis norte-americanos no respectivo território.

«Estes disparos são contraproducentes e dificilmente justificáveis quando provêm de um governo democraticamente eleito, e criam uma falta de credibilidade», declarou o presidente Asif Ali Zardari ao receber o general Petraeus.

Os tiros de mísseis podem «fomentar sentimentos anti-americanos e provocar uma onda de violência na população», advertiu, por sua vez, o Ministério da Defesa paquistanês.

Estes disparos norte-americanos contra esconderijos de insurrectos no noroeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão, abalaram as relações entre os dois países, aliados na guerra contra o terrorismo desde os atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington.

David Petraeus, 55 anos, que assumiu o cargo sexta-feira depois de ter obtido vários sucessos na guerra contra os rebeldes no Iraque, encontrou-se em Islamabad com os dirigentes civis e militares do Paquistão, antes de viajar para o Afeganistão, segundo a imprensa.

Sgundo muitos especialistas, as zonas tribais do noroeste do Paquistão tornaram-se a «nova frente» da guerra contra o terrorismo, onde se entrincheiraram talibãs afegãos expulsos do seu país desde 2001 e outros rebeldes ligados à rede Al Qaeda.

Washington e Cabul afirmam que estes grupos lançam a partir daquelas zonas ataques contra as forças internacionais no Afeganistão, e acusam Islamabad de não se empenhar o suficiente para os combater.

Lusa
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Enviado por: Miguel em Dezembro 07, 2008, 10:09:49 am
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Pakistan: 65 camions de l'Otan brûlés
AFP
07/12/2008 | Mise à jour : 09:20 | Commentaires 3 | Ajouter à ma sélection
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Des insurgés ont attaqué un dépôt de l'Otan au Pakistan, incendiant 65 camions devant approvisionner les troupes en Afghanistan et tuant un gardien, a-t-on appris auprès de la police.

Environ 250 insurgés armés, présentés comme étant des talibans, ont encerclé un terminal de l'Otan près de la ville de Peshawar, dans le nord-ouest du pays, et ont désarmé une dizaine de gardiens avant d'arroser les camions d'essence et y mettre le feu, selon la police. "Ils ont envahi le principal terminal et ont incendié chacun des camions qui s'y trouvait", a précisé un officier de police.

L'un des gardiens a été tué, a précisé Abdul Qadir Qamar, un haut responsable policier. Selon lui, les camions étaient remplis de provisions pour les soldats de l'Otan en Afghanistan. Les insurgés, qui avaient volé le carburant dans une station-service voisine, se sont enfuis, selon M. Qamar.

Il y a moins d'une semaine, des talibans avaient mis le feu à Peshawar à une dizaine de camions contenant des provisions destinées aux troupes de l'Otan en Afghanistan, et avaient tué deux personnes.
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Enviado por: André em Fevereiro 17, 2009, 07:45:41 pm
NATO preocupada com acordo do Paquistão com militantes

A NATO manifestou hoje perocupação depois depois de o Paquistão ter assinado um pacto com militantes islâmicos para aplicar a lei islâmica no vale do Swat, no noroeste do país, a fim de tentar conter a insurreição dos talibãs na região.

«Estamos todos preocupados com uma situação em que extremistas terão um paraíso seguro», disse o porta-voz da NATO James Appathurai a jornalistas.

A NATO lidera uma força internacional que combate militantes talibãs no vizinho Afeganistão, e Appathurai disse não saber se o acordo tornará a tarefa mais difícil, mas disse que «é certamente motivo para preocupação».

O porta-voz disse que a NATO não duvida do compromisso do governo paquistanês e do presidente Asif Ali Zardari para combater o extremismo.

Acrescentou que a NATO e o Paquistão querem aprofundar a cooperação na luta contra os militantes.

«Mas continua sendo o caso, sem duvidar da boa-fé do governo paquistanês, que essa região está a sofrendo muito severamente com o extremismo, e nós não queremos que isso piore», airmou.

Uma rebelião eclodiu em Swat em 2007, e os militantes controlam agora o vale alpino a apenas 130 quilómetros a noroeste da capital Islamabad.

O acordo para introduzir a lei Islâmica foi alcançado em conversas entre líderes islâmicos e autoridades do governo da província da Fronteira Norte Oeste, em Peshawar, na segunda-feira.

O enviado dos Estados Unidos ao Paquistão e Afeganistão, Richard Holbrooke, disse numa visita à Índia, na segunda-feira, que a situação em Swat mostra que norte-americanos, paquistaneses e indianos enfrentam o mesmo inimigo.

Lusa
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Enviado por: André em Março 28, 2009, 01:11:43 pm
EUA acusam inteligência do Paquistão de ligações com a Al-Qaeda


Responsáveis militares dos Estados Unidos afirmam haver provas de que elementos dentro dos serviços de inteligência militar do Paquistão continuam a dar apoio a militantes dos talibãs e da Al-Qaeda.

As afirmações de altos comandantes militares norte-americanos foram feitas após o presidente Barack Obama ter anunciado a sua nova estratégia para o Afeganistão, na sexta-feira.

Segundo esses responsáveis, a inteligência militar paquistanesa precisa de interromper o apoio aos insurrectos.

Numa entrevista à televisão norte-americana, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas norte-americanas, almirante Mike Mullen, disse que a ISI, a agência de inteligência militar paquistanesa, mantém laços com militantes de ambos os lados da fronteira com o Afeganistão e da fronteira com a Índia.

Noutra entrevista, o chefe do Comando Central dos Estados Unidos, general David Petraeus, disse que alguns grupos militantes foram estabelecidos pela ISI e que as suas ligações com a agência continuam.

Outros responsáveis, que falaram ao jornal The New York Times sob anonimato, deram mais pormenores sobre a acusação.

Segundo eles, o fortalecimento dos talibãs no sul do Afeganistão estaria sendo possibilitado pelo envio de suprimentos militares do Paquistão.

O jornal disse que a vigilância eletrónica e informadores tinham mostrado que o nível de cooperação entre a agência e esses grupos era mais forte do que se pensava anteriormente.

Os líderes paquistaneses negam publicamente qualquer envolvimento com os grupos militantes.

As autoridades norte-americanas admitem que os contactos podem não incluir os mais altos níveis das Forças Armadas e do governo paquistanês.

No entanto, os Estados Unidos parecem estar a perder a paciência com o Paquistão.

O general Petraeus disse que tinha casos recentes nos quais agentes da ISI pareciam ter avisado militantes cujos esconderijos tinham sido descobertos.

Acrescentou que a confiança no Paquistão será claramente afectada se as operações militares continuarem a ser prejudicadas por vazamentos de informações de inteligência.

Lusa
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Enviado por: André em Maio 04, 2009, 05:12:53 pm
Arsenal nuclear paquistanês está «seguro» diz chefe militar norte-americano

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.armytimes.com%2Fxml%2Fnews%2F2008%2F02%2Fap_mullen_080206a%2F080206_mullen_500_287.jpg&hash=697dfb2d3bdfbc0060a90a237b770dc2)

O arsenal nuclear paquistanês está «seguro», e não cairá nas mãos dos extremistas, garantiu hoje o chefe de Estado-Maior norte-americano, o almirante Michael Mullen.

«Estou convencido de que o arsenal nuclear do Paquistão está seguro», afirmou Mullen em conferência de imprensa.

Questionado sobre o risco de que este armamento nuclear possa cair nas mãos dos talibãs, que estão a ganhar força no Paquistão, respondeu: «não acho que isso possa acontecer, mas trata-se de uma preocupação estratégica, que todos nós partilhamos».

Quarta-feira, o presidente Barack Obama também tentou tranquilizar os norte-americanos sobre a ameaça nuclear paquistanesa.

Entretanto, segundo o New York Times de hoje, o governo norte-americano está muito preocupado com a vulnerabilidade daquele arsenal, num momento em que o Paquistão está a ver os talibãs a aproximarem-se cada vez mais da capital, Islamabad.

O almirante Mullen, que acaba de regressar de uma viagem ao Médio Oriente e à Ásia Central, reiterou a sua preocupação com a situação no Paquistão.

Lusa
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Enviado por: Jorge Pereira em Maio 07, 2009, 01:21:04 am
Aconselho vivamente a seguir o que se está a passar no Paquistão. É no mínimo PREOCUPANTE.
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Enviado por: André em Maio 11, 2009, 05:32:44 pm
Governo indiano está preocupado com avanço dos talibãs

O governo indiano está preocupado com o avanço dos talibãs em território paquistanês, mas não pode fazer muito para alterar a situação, lamentou a analista indiana Radha Kumar.

Directora do Nelson Mandela Centre for Peace and Conflict Resolution da Universidade Jamia Millia, em Nova Deli, Radha Kumar esteve em Portugal para participar nas Conferências do Estoril, que terminaram sábado.

A propósito dos combates entre o exército paquistanês e os talibãs no vale do Swat, na Fronteira Noroeste, e do facto de os rebeldes já terem chegado a 100 quilómetros de Islamabad, a investigadora comentou que «o governo indiano já se preocupa há muito, muito tempo».

«Sentimo-nos como Cassandras (profetisa da mitologia grega) totalmente frustrados. Observamos a situação desde 1996/97 (início do regime talibã no Afeganistão) e dizemos que este é o perigo e tem crescido e o nosso poder para fazer alguma coisa é tão limitado» , lamentou.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou hoje que pelo menos 360 mil habitantes fugiram nos últimos 10 dias daqueles combates no vale de Swat, capturado há dois anos por talibãs ligados à Al-Qaeda.

Em meados de Fevereiro, Islamabad assinou um acordo de paz, segundo o qual aceitava um cessar-fogo em troca da instauração, em Swat e em outros seis distritos, de tribunais islâmicos.

Mas os rebeldes não só não depuseram as armas como aproveitaram o cessar-fogo para ganhar terreno, capturando Dir Inferior e Buner, a uma centena de quilómetros de Islamabad.

Radha Kumar referiu que a Associação para a Cooperação Regional no Sul da Ásia (SAARC na sigla em inglês), criada em 1985 pelo Bangladesh, Butão, Índia, Maldivas, Nepal, Paquistão e Sri Lanka e a que o Afeganistão aderiu em 2007, se limita aos assuntos económicos e comerciais.

Na mesma altura em que aderiu ao SAARC, o «Afeganistão concordou com uma iniciativa regional do sul da Ásia contra o terrorismo, mas é um acordo no papel, ainda não temos cooperação», explicou.

«Agora temos de ver se conseguimos pôr substância nesse acordo. Se conseguíssemos cooperação regional contra o terrorismo estaríamos a construir os alicerces para a SAARC se tornar uma séria organização de paz, assim como de comércio» , disse ainda a analista indiana que coordena o programa sobre Paz e Conflitos do Delhi Policy Group.

«Mas isso só acontecerá se os Estados Unidos e a Europa pressionarem o Paquistão para permitir que isso aconteça» , salientou Radha Kumar.

Lusa
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Enviado por: André em Junho 22, 2009, 01:44:41 pm
Al Qaeda diz que usará armas nucleares paquistanesas contra EUA


O grupo terrorista Al Qaeda pretende capturar o armamento nuclear paquistanês e usá-lo contra os Estados Unidos, assegurou o considerado «número três» da organização, Mustafa Abul Jazid, em entrevista publicada na site da estação de televisão da Al Jazeera.
«Se Deus quiser, o armamento nuclear paquistanês não cairá nas mãos dos norte-americanos. Os muçulmanos capturarão essas armas e usá-las-ão contra os norte-americanos», disse o líder terrorista de origem egípcia.

Com a barba tingida de vermelho, um turbante branco na cabeça e rodeado de homens armados no que parece uma zona rochosa e rica em vegetação, Abul Jazid previu a derrota do exército paquistanês na sua actual ofensiva contra os talibãs do Paquistão.

O dirigente terrorista referia-se às operações levadas a cabo pelas Forças Armadas paquistanesas contra os talibãs no vale de Swat e na região tribal do Waziristão do sul.

«O exército paquistanês será derrotado e terá o seu fim no Paquistão», disse Abul Jazid, que foi entrevistado pela Al Jazeera algures na fronteira entre Afeganistão e Paquistão.

No entanto, o líder da Al Qaeda também sugeriu a possibilidade de assinar uma trégua de 10 anos com os EUA em troca de certas condições.

Entre elas estas, citou a retirada de todas as tropas norte-americanas dos Estados islâmicos, que deixe de apoiar Israel.

Além disso, Abul Jazid anunciou que a Al Qaeda tinha nomeado um novo líder da organização para a península Arábica, que identificou como Abu Basir Nasser al-Wahshi.

«Esta nomeação poderia fazer reviver a campanha da Al Qaeda na Arábia Saudita», disse Jazid.

O líder anterior da Al Qaeda na península Arábica, Saleh al-Oufi, foi morto pelas forças de segurança sauditas a 18 de Agosto de 2005.

Lusa
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Enviado por: Portucale em Julho 11, 2009, 10:05:11 pm
Apesar de ser do início do ano esta reportagem mostra o que se tem passado no Paquistão;

http://www.youtube.com/watch?v=kQB-Igkt ... re=channel (http://www.youtube.com/watch?v=kQB-IgktVEM&feature=channel)

http://www.youtube.com/watch?v=u43ngbDH ... re=channel (http://www.youtube.com/watch?v=u43ngbDH6og&feature=channel)

http://www.youtube.com/watch?v=2WmQTxwX ... re=channel (http://www.youtube.com/watch?v=2WmQTxwXrhA&feature=channel)

http://www.youtube.com/watch?v=6k3XGlO7 ... re=channel (http://www.youtube.com/watch?v=6k3XGlO7rWI&feature=channel)
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Enviado por: Portucale em Julho 11, 2009, 10:41:31 pm
Esta é a primeira parte da reportagem sobre o que se tem passado no Paquistão;

http://www.youtube.com/watch?v=_XJZnESw ... re=channel (http://www.youtube.com/watch?v=_XJZnESwcgo&feature=channel)

http://www.youtube.com/watch?v=30tGS-xD ... re=channel (http://www.youtube.com/watch?v=30tGS-xDJg0&feature=channel)

http://www.youtube.com/watch?v=Px4lhZza ... re=channel (http://www.youtube.com/watch?v=Px4lhZzaRpA&feature=channel)

http://www.youtube.com/watch?v=OAVv1epf ... re=channel (http://www.youtube.com/watch?v=OAVv1epfbqk&feature=channel)
Título:
Enviado por: André em Julho 22, 2009, 05:07:15 pm
Paquistão pede aos EUA mais tecnologia militar e ajuda aos deslocados


(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Fwww.topnews.in%2Ffiles%2FYousuf-Raza-Gilani105.jpg&hash=58f322c4c4e51efc0c93a7374fe51507)

O primeiro-ministro paquistanês, Yousef Raza Guilani, pediu hoje, em Islamabad, ao enviado dos Estados Unidos para o Afeganistão e o Paquistão, Richard Holbrooke, mais tecnologia militar e ajuda para os deslocados pela guerra.

Holbrooke chegou ao Paquistão de manhã e discursou perante organizações não-governamentais e veteranos procedentes do conflituoso vale do Swat, onde o exército paquistanês manteve duros combates contra os talibãs nos últimos meses.

No seu discurso, o enviado descartou que as forças dos EUA vão interferir no Paquistão, com um papel limitado às tarefas de assistência e reabilitação dos deslocados pelo conflito, segundo o canal de televisão Geo.

Nos últimos meses, os EUA utilizaram aviões não tripulados para bombardear alvos talibãs nas áreas tribais paquistanesas perto do Afeganistão, em operações aprovadas em privado, mas criticadas em público pelo Governo paquistanês.

«Guilani disse que os ataques contínuos nas áreas tribais são contraproducentes e impediram seriamente os esforços do Paquistão para acabar com a militância e o terrorismo nessa zona», disse hoje o seu gabinete, num comunicado sobre a sua reunião com Holbrooke.

O primeiro-ministro pediu a Holbrooke que os EUA «partilhem inteligência crível, utilizável e em tempo real» com o seu país, que disponibilizem tecnologia de aviões não tripulados e forneçam imediatamente equipamento e munição às tropas paquistanesas.

Além disso, segundo a nota, Guilani estimulou os EUA a continuarem de forma significativa com a ajuda de reabilitação e reconstrução para os deslocados pela guerra no norte e noroeste do país, um total de quase dois milhões de pessoas.

De acordo com a nota, Holbrooke reafirmou o apoio do seu país nessa matéria e prometeu 165 milhões de dólares, em breve, para o Paquistão, acrescentando que os EUA forneceram cerca de 50% da ajuda aos deslocados.

Guilani está à espera de que os EUA aprovem duas leis - uma de ajudas económicas e outra de acesso de produtos paquistaneses ao mercado norte-americano - e obteve promessas de progresso de Holbrook para Setembro deste ano.

A reunião de Guilani com o enviado norte-americano, que chegou hoje ao Paquistão, também teve a presença do ministro de Defesa do país, Chaudhry Ahmed Mukhtar, e da embaixadora dos EUA no Paquistão, Anne W. Patterson, entre outros.

Além disso, Holbrooke também se reuniu com o chefe das tropas paquistanesas, Ashfaq Kiyani, com quem discutiu «assuntos de interesse mútuo», segundo um comunicado divulgado hoje pelo exército.

De acordo com o canal Geo, Kiyani assegurou a Holbrooke que o processo de regresso dos deslocados pelo conflito às suas casas, iniciado na semana passada, superou as expectativas.

Lusa
Título: Re: Paquistão – A maior ameaça para o ocidente?
Enviado por: Lusitano89 em Novembro 29, 2009, 06:29:44 pm
Brown pede que Paquistão aumente pressão sobre a Al Qaeda

(https://www.forumdefesa.com/forum/proxy.php?request=http%3A%2F%2Ffirstjohnfourfive.files.wordpress.com%2F2009%2F04%2Fgordon-brown_457929a.jpg&hash=f51db4c61d3e5f884eb5b13c6120f04e)


O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, desafiou hoje o Governo paquistanês a aumentar a sua pressão bélica sobre a Al Qaeda e deter de uma vez os seus líderes Osama bin Laden e Ayman Zawahiri, que se acredita que estejam escondidos no norte desse país.

Em entrevistas à BBC e Sky News, o líder trabalhista não se esforçou em esconder a sua frustração pelo facto de que, oito anos depois dos ataques terroristas de 11 de Setembro contra os EUA, o Paquistão não tenha localizado os principais responsáveis.

Brown fez uma chamada às Forças Armadas paquistanesas e líderes políticos para que combatam a Al Qaeda directamente nas áreas tribais do Waziristão do Sul, perto da fronteira afegã, e acabe com a rede terrorista em vez de se limitar a isolá-la.

O Governo paquistanês destacou 30 mil militares no Waziristão do Sul para lutar contra os talibãs, mas Brown deixou bem claro, nas suas declarações à BBC, que o Paquistão deve tentar encontrar também a Al Qaeda.

Diário Digital
Título: Re: Paquistão – A maior ameaça para o ocidente?
Enviado por: Lusitano89 em Janeiro 03, 2011, 12:43:35 pm
Atentado contra franceses em 2002 foi vingança dos serviços secretos paquistaneses


A decisão da França em vender submarinos à Índia esteve na origem de um atentado perpetrado pelos serviços secretos do Paquistão contra funcionários do Estado francês, em 2002, que se pensava terem sido mortos por radicais islâmicos.

O atentado contra onze funcionários da Direcção de Construções Navais (DCN) do Estado francês, em 2002, em Karachi, foi planeado por membros dos serviços secretos paquistaneses, em represália por Paris ter decidido vender em segredo à Índia o mesmo tipo de submarinos que tinha negociado com Islamabad.

Esta pista foi revelada por "fontes exclusivas" do Libération, incluindo um oficial paquistanês que continua em funções e que em 2002 colaborava com o DCN, em representação do Paquistão. Alain Juillet, ex-dirigente da Direcção Geral de Segurança Exterior do Estado francês, defende que a hipótese de intervenção por parte dos serviço secretos paquistaneses deve ser tida em conta.

De acordo com o Le Monde, um antigo negociador do contrato assinado com o Paquistão confirmou a um juiz antiterrorista de França que havia um acordo prévio para Paris não vender ao eterno inimigo paquistanês, a Índia, material militar equivalente.

DN
Título: Re: Paquistão – A maior ameaça para o ocidente?
Enviado por: Lusitano89 em Outubro 21, 2011, 12:26:24 pm
Clinton aumenta pressão sobre o Paquistão e ameaça com acção unilateral


A Administração norte-americana intensificou hoje a pressão sobre o Paquistão para que combata mais intensamente os radicais islâmicos que têm desestabilizado o Afeganistão. As palavras de Hillary Clinton são duras: os extremistas têm operado no Paquistão e a partir do Paquistão há demasiado tempo.

É a segunda vez em dois dias que a Secretária de Estado norte-americana insta Islamabad a esforçar-se mais no combate ao grupo Haqqani, radicado na turbulenta região tribal do Paquistão, acusado de desenvolver ataques no Paquistão e no Afeganistão.

Hillary Clinton liderou uma comitiva de peso que incluía David Petraeus, agora director da CIA, e o general Martin Dempsey, que ontem se reuniu com oficiais paquistaneses e que já hoje reuniu com o Presidente e o ministro dos Negócios Estrangeiros do país.

«Devemos concordar que há muito que os extremistas têm conseguido operar aqui no Paquistão e a partir de terreno do Paquistão. Ninguém que tenha como alvo civis inocentes – sejam paquistaneses, afegãos, americanos ou quem quer que seja – deve ser tolerado ou protegido», disse Clinton.
A norte-americana acredita que Islamabad «tem um papel determinante no apoio à reconciliação no Afeganistão e ao fim do conflito» e alerta que se o Paquistão continuar a fechar os olhos àquele grupo ligado à Al-Qaeda, os Estados Unidos poderão agir unilateralmente.

Os Estados Unidos já tinham acusado a ISI, agência de espiões militares paquistaneses, de apoiarem o Haqqani, alegação que Islamabad desmentiu, mas já ontem Clinton tinha dito na capital do Afeganistão que os que permitirem a manutenção de bastiões terroristas pagarão «um preço muito elevado».

Clinton admite que combater terroristas «a partir do outro lado da fronteira não vai funcionar» e dá um exemplo da relevância que tem o Paquistão combater os terroristas aí sedeados: «Não se pode manter serpentes no jardim e esperar que elas ataquem apenas os vizinhos».

SOL
Título: Re: Paquistão – A maior ameaça para o ocidente?
Enviado por: Lusitano89 em Novembro 07, 2011, 07:45:22 pm
Paquistão treina 8 mil militares para proteger arsenal nuclear


O exército paquistanês anunciou que está treinar 8 mil efectivos para a missão específica de proteger o arsenal nuclear do país, noticiou hoje a agência Associated Press. O anúncio, feito no domingo, está a ser interpretado por observadores ocidentais citados por agências internacionais como uma resposta a receios dos Estados Unidos sobre a vulnerabilidade das armas nucleares paquistanesas a islamistas radicais.

As revistas norte-americanas Atlantic e National Journal publicaram na sexta-feira uma investigação conjunta em que afirmam que o Paquistão mudou a localização das suas armas nucleares para escapar ao escrutínio dos serviços de informações dos Estados Unidos.

As duas revistas adiantam que o general na reserva Khalid Kidwai, que chefia a divisão de Planeamento Estratégico das forças armadas do Paquistão, responsável pela segurança do armamento nuclear, ordenou a dispersão por vários locais do país de componentes e materiais sensíveis, que não foram transportados em veículos blindados em caravanas seguras, mas em camiões vulgares através das estradas congestionadas do país.

A Atlantic e a National Journal referem ainda que o comando das operações especiais das forças armadas dos Estados Unidos, o "Joint Special Operations Command" (JSOC), há vários anos que treina equipas para uma eventual operação contra instalações do arsenal nuclear paquistanês no caso de o governo central do Paquistão perder o controlo da situação no país.

O Paquistão já desmentiu as informações publicadas pelas revistas.

Lusa
Título: Re: Paquistão – A maior ameaça para o ocidente?
Enviado por: Lusitano89 em Março 27, 2012, 02:53:25 pm
Obama admite tensões na relação com o Paquistão


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, admitiu hoje a existência de tensões na relação com o Paquistão, numa reunião com o primeiro-ministro paquistanês, Yousef Raza Gillani, após o encerramento da 2ª Cimeira de Segurança Nuclear em Seul.
 
«Houve momentos nos últimos meses em que as relações atravessaram períodos de tensão», declarou o presidente norte-americano no início da reunião, a primeira entre os dois desde a morte do líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden, em maio do ano passado em território paquistanês.

Aquela morte, realizada por comandos norte-americanos na localidade paquistanesa de Abbottabad, fez com que as relações sofressem uma forte deterioração que ainda não conseguiu ser superada.

Desde então, o convívio sofreu novos revezes, como a morte de 24 soldados paquistaneses num ataque norte-americano em novembro. Precisamente, a reunião ocorre depois de o Pentágono anunciar que não levará a julgamento nenhum dos militares responsáveis pelo ataque.

De acordo com Obama, «é importante a existência de um diálogo franco para solucionar estes assuntos".

O Parlamento paquistanês está a rever a natureza da relação bilateral e em consequência disso, Obama espera «conseguir uma posição equilibrada que respeite a soberania paquistanesa, mas também que respeite as preocupações americanas em torno da própria segurança nacional» e a necessidade de combater o terrorismo.

Lusa