2008-01-25 20:34
Caso da morte por queda
Divulgada conversa entre INEM e bombeiros de Alijó e Favaios
É um caso flagrante de confusão e descoordenação nas emergências médicas.
[ Última actualização às 20:34 do dia 25/01/2008 ]
A TVI teve acesso à conversa telefónica entre o INEM e duas corporações de bombeiros de Favaios e Alijó. É um caso flagrante de confusão e descoordenação nas emergências médicas, de falta de meios e do abandono a que estão as populações do interior do país.
Depois de ter sido contactado pela família da vítima de uma queda, o INEM contactou os bombeiros de Favaios para se deslocarem ao local. Após uma conversa algo atribulada e que não surtiu qualquer efeito, o INEM decidiu pedir apoio a Alijó. Também aqui, à semelhança do primeiro caso, ficou a perceber que no quartel inteiro só havia um bombeiro.
Contactado pela TVI o INEM recusou dar explicações sobre o caso, mas os bombeiros de Favaios e de Alijó defendem-se, dizendo que não têm qualquer protocolo com o INEM, o que significa que não têm obrigação de ter ambulâncias e tripulantes a postos para dar apoio aos casos de emergência médica.
O caso passou-se na última terça-feira. Um homem de 57 anos morreu, no lugar de Sudra, concelho de Vieira do Minho, vítima de uma queda. INEM e bombeiros têm versões divergentes acerca do socorro prestado à vítima, nomeadamente sobre o tempo que a viatura do INEM demorou a chegar ao local.
De acordo com o presidente dos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho, Fernando Dalot, «o Centro de Orientação de Doentes Urgentes [CODU] alertou os bombeiros às 14:15, tendo estes chegado ao local um quarto de hora depois». «A VMER [Viatura Médica de Emergência e reanimação] de Braga também foi chamada e saiu para o local, mas só lá chegou cerca das 15:25», contou Fernando Dalot, citado pela Agência Lusa.
De acordo com o INEM, a VMER demorou apenas meia hora a chegar. «Há o registo de uma chamada às 14:10, mas nesse telefonema não foi possível apurar informação detalhada, tendo sido enviada para o local uma ambulância dos bombeiros», revelou o assessor do INEM, Pedro Coelho dos
Santos.
A mesma fonte disse à Agência Lusa que, «às 14:25, houve nova chamada, feita por uma enfermeira local, que informou que a senhor que caíra fracturara o pescoço e estava morto, tendo então sido accionada a VMER, às 14:26».
A viatura terá chegado ao local às 14:55, «encontrando a vítima já no interior da ambulância dos bombeiros, que não estavam a prestar qualquer socorro porque, entretanto, estivera no local o marido da enfermeira, que é médico, e confirmara o óbito, o que o INEM também pôde constatar», acrescentou Pedro Coelho dos Santos.
TVI