Caso Alexandra: Exemplo do cancro da justiça portuguesa

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André

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« Responder #30 em: Maio 29, 2009, 11:20:20 pm »
Unicef Portuguesa manifesta «profunda preocupação» com o caso Alexandra


O Comité Português para a UNICEF manifestou, esta sexta-feira, «profunda preocupação» como caso caso de Alexandra, a menina russa recentemente entregue à mãe biológica por decisão da Justiça portuguesa.

«O caso da Alexandra vem reafirmar a importância do respeito pelo interesse superior da criança, princípio fundamental da Convenção sobre os Direitos da Criança. O interesse superior é um valor imperativo para o Estado, a família, as instituições de protecção da infância, bem como para autoridades administrativas e judiciais», refere a organização em comunicado.
 
Acrescenta que aquele valor «ganha uma particular importância quando estão em causa decisões e a procura de soluções destinadas a garantir o desenvolvimento da criança num ambiente protector, de compreensão e afecto, e a prevenir quaisquer riscos de negligência, abuso e maus tratos de que a criança possa vir a ser vítima».
 
Para o Comité Português para a UNICEF, o respeito pelos direitos fundamentais e a salvaguarda do interesse superior da criança devem ser valorados à luz de critérios objectivos, tendo em conta as opiniões e sentimentos da criança e as necessidades físicas, emocionais e educacionais presentes e futuras da criança.
 
Também deve ter em conta, segundo a UNICEF, os efeitos de «qualquer mudança das circunstâncias em que a criança vive, bem como a idade, o sexo e outras características (tais como as línguas que conhece e a forma como está ou não integrada na comunidade onde actualmente reside)».
 
Quaisquer maus tratos que a criança tenha sofrido ou possa vir a sofrer e a capacidade de os seus pais ou de outras pessoas satisfazerem as suas necessidades são outros aspectos a ter em consideração, adianta.
 
Lembra a propósito que, ao abrigo da Convenção sobre os Direitos da Criança, estas devem «ser ouvidas sobre todos os assuntos que lhes digam respeito, devendo a sua opinião ser tida em conta de acordo com a sua idade e maturidade, incluindo no âmbito de processos judiciais e administrativos que lhes digam respeito».
   
O Comite Português para a UNICEF considerou ainda «preocupante» a forma como «têm sido explorados por alguns meios de comunicação social os sentimentos e o drama familiar que envolvem esta criança».

TSF

 

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André

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« Responder #31 em: Maio 30, 2009, 04:22:45 pm »
Imprensa critica diplomacia russa por causa de Alexandra


A diplomacia russa está a ser alvo de fortes críticas na imprensa devido à sua participação no processo de entrega de Alexandra à mãe biológica.

«O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, que colaborou na devolução de Alexandra à mãe biológica, optou pela posição de patriotismo informativo. O tom das declarações dos seus funcionários é clara: não é preciso fazer da mosca um elefante. Embora fosse mais correcto dizer: fazer de um elefante uma mosca, em que se transformou a transferência da menina para a Rússia», escreve o diário Moskovski Komsomolets.

Na quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou órgãos de informação russos e portugueses de publicarem «artigos claramente provocatórios» sobre este caso.

«Não é importante o futuro da criança, que de facto caiu noutro mundo e que nem sequer fala russo, porque, ao que tudo indica, a mãe não falou com ela até aos seis anos. O importante é conservar a imagem de grande potência. Por isso é preciso, pelo menos por enquanto (se é possível! por favor!), não bater na criancinha em frente das câmaras. E não falar com os jornalistas com a voz embrulhada a uma mesa coberta com as nossas iguarias nacionais», ironiza o diário.

Escreve o Moskovski Komsomolets: «As nossas autoridades e órgãos de informação oficiais parecem ter desaprendido a olhar para a situação de forma simplesmente humana. Por isso, na realidade, hoje, a imagem da Rússia é salva não por funcionários indiferentes e jornalistas patrióticos, mas por pessoas simples».

O diário tem em vista a onda de simpatia para com o casal de acolhimento português na Internet russa.

O jornalista Serguei Parkhomenko foi ainda mais cáustico aos microfones da rádio Eco de Moscovo, considerando que Alexandra foi separada da família de acolhimento para «levantar em mais meio milímetro a dignidade nacional russa».

«E receio muito que estes jogos, "Traz uma criança para a Rússia a qualquer preço" e "Jogo da criança russa", se tornem populares entre os diplomatas e funcionários consulares russos em todo o mundo... Para o burocrata, o principal é apenas agradar às chefias. Ele não se preocupa com mais nada», sublinha o jornalista.

Os canais de televisão, incluindo o NTV, que iniciou a discussão ao mostrar as imagens de violência sobre Alexandra, deixaram de abordar este tema.

Apenas na Internet se podem encontrar posições favoráveis a Natália Zarubina, a mãe de Alexandra.

«O problema dos que exigem que a menina seja devolvida a Portugal consiste em que eles propõem criar um precedente mundial de renúncia aos direitos paternais e começar um processo universal de redistribuição das crianças segundo o princípio da eugénica», escreve Olga Sagareva no jornal electrónico Novie Khroniki.

«Ou seja, retirar todas as crianças às mães alcoólicas associais, às mães pobres, infectadas com o virus da SIDA em África e enviá-las para Portugal, para os tios e tias ricas. Retirar todas as crianças africanas aos países e entregá-las a Madonna e Angelina, enviá-las para os Estados Unidos, para o Pólo Norte», sublinha.

A menina, de seis anos e filha de uma imigrante russa, estava à guarda de uma família de Barcelos, em Portugal, há quatro anos, mas uma decisão do Tribunal da Relação de Guimarães, confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça, determinou a sua entrega à mãe.

O pai, um imigrante ucraniano, vive actualmente em Espanha. A criança, que fala apenas português, passou recentemente a viver com a mãe e a avó numa cidade russa, a 350 quilómetros de Moscovo.

Lusa

 

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André

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« Responder #32 em: Maio 31, 2009, 02:05:42 am »
O que fará a diferença no futuro?
Miguel Macedo


Isto não é uma guerra Russia / Portugal, na qual claro que não teríamos hipóteses, isto é um grito para que a Alexandra não venha a ter um destino negro após ter provado o doce da vida. Todos sabemos que a vida em Portugal não é fácil. Mas mesmo assim conseguimos ter um nível de vida que na generalidade é agradável. Com maior ou menor dificuldade ainda conseguimos guardar os nossos sorrisos e ter tempo para dizer aos nossos filhos que os amamos.

Eu ainda mantenho a opinião que 90% dos Portugueses são boas pessoas, dedicadas á família e com um bom íntimo. O que me preocupa é que a restante percentagem consegue por vezes encobrir o que de bom conseguimos ter. A guerra não é com a Russia. A guerra quando muito é connosco e com o nosso sistema. Fomos nós que dissemos á Alexandra que ela deveria ser expatriada. A lingua é um povo, a língua da Alexandra é Portuguesa, logo ela é Portuguesa. Se porventura ela neste momento tivesse com uma mãe que a amasse, fosse chinesa, italiana, russa, ucraniana, espanhola, croata etc. eu seria das primeiras pessoas a apoiar.

Mas como pai, sei o que é o amor pelos filhos. Se o meu filho me pede de comer, eu não procuro uma cerveja, eu procuro a comida dele e depois então e se houver tempo, arranjo a cerveja para mim. Se a minha filha pede de beber, eu procuro a bebida para ela e se houver tempo arranjo algo para mim. Os meus filhos estão primeiro, esta é a lei da vida, a lei dos animais e a lei que nos devia reger. Mas infelizmente numa sociedade cada vez mais alheia a valores tão básicos como o amor paternal ficamos com a ideia que tudo gira á nossa volta e que Nós devemos ter tudo. Os outros que esperem, nem que sejam os nossos filhos.

Não...

Nós devemos girar em torno deles... o mundo deve girar em torno das novas gerações. São elas o material genético que fará a diferença no futuro.

E neste caso em particular, quando o material genético está carregado de Vodka e onde uma criança teve a hipótese de ser arrancada a esse destino, tendo uma vida livre dos problemas que o alcool acarreta, e que por prepotência e falta de análise de um sistema a obrigam a voltar para esse destino urge dizer... algo está mal, algo está podre...

Nós cansámo-nos de ver sem nada fazer... esperamos que aconteça o mesmo com todos vocês... mostrem o vosso desagrado de forma ordeira hoje, em Braga. Pela Alexandra, pelos vossos filhos, pelos vossos futuros filhos, pelos vossos netos, para que possamos viver sabendo que lutamos por uma causa em que o mais alto são eles... o nosso material genético... os nossos filhos, a futura geração.


Bem ajam....

blog xaninhanossa

 

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Chicken_Bone

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« Responder #33 em: Maio 31, 2009, 07:40:14 pm »
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Comunidade russa pede regresso de Alexandra
18h19m

A comunidade russa de Braga manifestou-se, este domingo, publicamente a favor da família de acolhimento da Alexandra, pedindo o seu regresso a Portugal.

Em declarações aos jornalistas, uma das imigrantes presentes, Nadia Yuzinkevyhc, disse que "o melhor que a mãe, Natália Zarubina, podia fazer era entregar, de novo, a menina à família, já que não tem condições para a acolher e lhe dar uma educação decente".

A manifestação, que decorreu na Arcada, no centro da cidade, juntou cerca de uma centena de pessoas de origem russa, ucraniana e portuguesa, com cartazes protestando contra a decisão do Tribunal da Relação de Guimarães de entregar a criança à mãe biológica.  

No começo da concentração, um imigrante russo, médico de profissão, fez questão de queimar publicamente o passaporte da Rússia, dizendo "ter vergonha de ser russo" e acusando as autoridades da Rússia de terem contribuído para a provável desgraça futura da criança e de "nada fazerem para a ajudar".  

Para Nadia Yuzinkevyhc, que se encontrava ladeada de outras cidadãs russas, a mãe não tem condições para educar a filha: "a casa não tem condições para viver, e a menina não tem cama".  

"Eu tenho um café e ela vinha sempre pedir cerveja ou mesmo uma garrafa de brandy, nunca tendo pedido um rebuçado ou uma chiclete para a filha", afirmou.  

Disse que Natália Zarubina passava mais de seis meses sem se querer inteirar do estado da menina - entregue desde os 17 meses à família de Barcelos - ,acusando-a de "nem sequer lhe ter ensinado a falar russo, como sucede com a maioria das famílias russas que ensinam a língua aos filhos no estrangeiro".  

Afirmou que a ex-imigrante em Portugal "vai acabar por vender a menina a alguém na Rússia", e disse temer pelo futuro da Alexandra, já que, "com esta mãe, vai aprender a andar de garrafa na mão e ver a mãe sair para fazer sexo".  

A manifestação contou, ainda, com a presença do casal que acolheu a criança, tendo a mãe de acolhimento, Florinda Pinheiro, dito aos jornalistas que ainda tem esperança de que a menina volte para Portugal, "onde tem todo o carinho e amor e onde estava integrada no ensino, com bons resultados".  

No local, algumas cidadãs portuguesas, mães de crianças do infantário que a Alexandra frequentava em Braga, anunciaram a realização, sexta-feira à noite, de uma vigília com as crianças do estabelecimento, "para que a menina regresse a Portugal".  

Alexandra, de seis anos e filha de uma imigrante russa, estava à guarda de uma família de Barcelos, em Portugal, há quatro anos, mas uma decisão do Tribunal da Relação de Guimarães determinou a sua entrega à mãe. O pai, ucraniano, vive actualmente em Espanha.  

Na semana passada, a criança, que fala apenas português, passou a viver com a mãe e a avó numa cidade russa, a 350 quilómetros de Moscovo.


http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Socieda ... id=1249797
"Ask DNA"
 

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P44

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« Responder #34 em: Junho 01, 2009, 11:33:59 am »
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Comunidade russa manifesta-se para regresso de Alexandra a Portugal

O Diário de Notícias refere que a família afectiva de Alexandra está disposta a abrir um café para a mãe biológica poder trabalhar, de modo a que as duas regressem a Portugal.

"Abro um café, em Braga, onde a Natália Zarubina possa trabalhar", disse ao DN João Pinheiro, durante uma manifestação, em Braga, a defender o regresso da criança.

A mãe afectiva, Florinda Vieira, disse não aguentar de cada vez que recorda "os gritos dela na Segurança Social" e que "temos de lutar por ela".

O jornal avança ainda que o infantário de Barcelos, que a menina frequentava, vai organizar uma vigília na próxima sexta-feira, em Braga.

Mas já ontem as comunidades russas e ucranianas, além de dezenas de portugueses, mostraram a sua "revolta" com "as acusações mentirosas" da mãe biológica da Alexandra contra o casal português que a criou durante quase cinco anos depois de uma alegada denúncia de maus tratos.

"Ajudem a Xaninha a regressar à família que a ama" e "Queremos o bem-estar da pequena Alexandra" escrito em faixas de pano e em cartazes foram bem elucidativos do sofrimento que o casal João Pinheiro e Florinda Vieira está a viver. A dor deles contagiou dezenas de pessoas que se manifestaram no centro de Braga.

Durante a manifestação, Alexandre Afanasiev, um médico de nacionalidade russa, queimou publicamente o seu passaporte russo como forma de protesto contra a retirada da menina ao casal e pela "vergonha de ser russo". "Existe censura pela máfia russa", acusou, denunciando que "foi tudo um grande braço de corrupção com dinheiro do Governo russo".

Alexandre Afanasiev garante, segundo o DN, que irá ter acesso a imagens de Natália e da filha que não passaram na televisão russa porque foram censuradas.


http://noticias.pt.msn.com/article.aspx ... =147695447
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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André

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« Responder #35 em: Junho 01, 2009, 02:30:32 pm »
A petição internacional pela Alexandra reúne já mais de 20 mil assinaturas: 60% são de cidadãos russos.

 :wink: