Alterações aos Incentivos Militares RV/RC das Forças Armadas

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LM

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« Responder #60 em: Outubro 31, 2007, 05:21:14 pm »
Custa-me, como cidadão civil, ver a forma como as condições profissionais dos nossos militares são discutidas...

O discurso que aqui tenho visto é o mesmo que seria utilizado pelos sindicalistas da CGTP para negociar anualmente com o MF os tostões e demais condições dos continuos do ministério...

Será que só eu acho estranho esta forma de ver as coisas, tendo em conta que estamos a falar de militares no activo, este radicalismo na mensagem?

O RC das forças armadas é visto apenas como uma porta para uma carreira na "função publica", não (como deveria) uma carreira militar, que necessita de um perfil especial... como já foi dito não é um contracto definitivo e, quem achar que as condições oferecidas não são boas, não renova... a "entidade patronal" quando não consegue captar "mão-de-obra" suficiente melhora as condições...
Quidquid latine dictum sit, altum videtur
 

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MaisAlto

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« Responder #61 em: Outubro 31, 2007, 06:12:21 pm »
Citação de: "Ranger Rebelde"
No meio dessa treta toda, surgiu uma ideia interessante, mas para o Ministério das Finanças: Começar a cobrar o imposto sobre a HIPOCRISIA! Palavras vindas de um MaisAlto, ex-militar RC, que andou, imagine-se, a "chular" o erário público, mas no entanto aproveitou-se da situação na altura em que esteve em regime de contrato e que agora cospe na mão de quem lhe deu de comer! Incoerências... :wink:
[/i]

Já estás zangado outra vez...
Não será incoerência gritar a plenos pulmões que, no que puderes fazer, nem mais um candidato irá para o Exército e desmotivarás todos os que tenham essas ideias, para depois recomendar aos que lá estão que se batam pela continuação dos vínculos, só para sacar mais umas massas no final..?

A questão em causa é só isto:

"quem achar que as condições oferecidas não são boas, não renova..."

Não é dificil de perceber, pois não?
 

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MaisAlto

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« Responder #62 em: Novembro 06, 2007, 11:39:38 pm »
Esse texto circulou por mail/spam há quase 2 anos...não há coisas assim mais recentes que queiras partilhar connosco...?
 

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sivispacem

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« Responder #63 em: Novembro 07, 2007, 12:19:14 am »
Citação de: "Ranger Rebelde"
Citação de: "MaisAlto"
Mister, a renovação dos contratos não é um direito...é necessário um encontro de vontade de ambas as partes. Mal comparado, é como a relação sexual...it takes two to tango !! Se uma das partes não quer, adeus!

 
A família Sampaio...

O facto de ser filha do Senhor Ex-Presidente da República das Bananas que também dá pelo nome de Portugal, não teve nada a ver com este reconhecimento das suas capacidades.
 
Há coisas fantásticas não há?


Desculpem-me os moderadores desta lista... mas acho que claramente se passou de todas as marcas possíveis!!!
Há muita coisa no meu país que não me agrada... mas escrever desta maneira é, para mim, inaceitável.
Ignoro se o autor deste prosa ainda integra as FA's portuguesas... mas espero bem que não!!!! Claramente não é lá que devia de estar..
 

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Cabeça de Martelo

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« Responder #64 em: Novembro 07, 2007, 04:52:56 pm »
Ranger Rebelde compreendo a tua revolta e como tu há muitos, mas não será melhor parares de bater na mesma tecla?!
Este fórum é sobre defesa e a tua participação é só relacionada com o associtivismo dos RC. Porque é que no meio dos teus posts, não vai participando noutros tópicos. O fórum ficava de certeza mais enriquecido com as tuas idéias e experiências e não ficavas com uma imagem não tão apegada a um associativismo militar que não é por vezes compreendida por grande parte dos Portugueses.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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MaisAlto

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« Responder #65 em: Novembro 07, 2007, 07:55:03 pm »
"e os militares RV/RC têm uma associação militar que muito tem contribuído para as melhorias das condições dos militares nestes regimes..."

Agora assim de repente a ver se me lembrava de qualquer coisa que possa exemplificar o "muito tem contribuído" ...naaa, não me ocorre nada!


"...só a maioria não sabe ou não quer saber, que realmente se têm alguns incentivos a funcionar na prestação do seu serviço militar à Pátria, podem agradecer à ANCE,"

São uns ingratos e mal agradecidos, os RV/RC...
O que me custa  a perceber é como pode uma associação pode assumir-se e dizer-se representativa de um grupo profissional e depois não consegue ter capacidade de mobilização para rigorosamente nada, uma vez que os alegados representados não querem saber da dita associação, não se interessam, andam a dormir na parada...
 

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The_Rebel

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« Responder #66 em: Novembro 08, 2007, 03:12:47 pm »
Citação de: "LM"
Custa-me, como cidadão civil, ver a forma como as condições profissionais dos nossos militares são discutidas...

O discurso que aqui tenho visto é o mesmo que seria utilizado pelos sindicalistas da CGTP para negociar anualmente com o MF os tostões e demais condições dos continuos do ministério...

Será que só eu acho estranho esta forma de ver as coisas, tendo em conta que estamos a falar de militares no activo, este radicalismo na mensagem?

O RC das forças armadas é visto apenas como uma porta para uma carreira na "função publica", não (como deveria) uma carreira militar, que necessita de um perfil especial... como já foi dito não é um contracto definitivo e, quem achar que as condições oferecidas não são boas, não renova... a "entidade patronal" quando não consegue captar "mão-de-obra" suficiente melhora as condições...


Não é só a si que este tipo de discurso deixa "desconfortável". Reconheço que algumas condições não serão as que eu desejaria, sendo que para qual faço, no momento oportuno alusão a elas a quem de direito. Agora, este "estilo" de abordagem de matérias, sem dúvida relevantes, deixa-me um pouco "constrangido".
Provavelmente discordarão de mim e provávelmente dirão que é por ter falta de experiência, mas não me parece que o Exército português possa ser adequadamente comparável a uma empresa, pelo menos do que diz respeito ao elemento humano. Esta é, no entanto, a minha opinião.

Quanto a sua relação com o estado (entidade """""patronal""""") saliento o óbvio... O Exército é o braço armado do nosso país! Não o único, mas significativa porção dele.

A meu ver um pouco de contenção e bom senso no que se diz em "hasta pública" é de valor e é coisa que me ensinaram quando me sentei nos bancos da minha "casa"... Logo nos primeiro dias.

Deixo por fim uma frase que o Tenente que me enquadrou quando entrei nos disse (ainda que não tenha capacidade de o citar palavra por palavra): "Desiludam-se e desistam todos o que esperem uma vida boa, bem remunerada e reconhecida, são soldados... O único ouro que alguma vez podem almejar ter é o que usaram em cima dos vossos ombros, de resto suor e sangue será o que darão e o que exigirão de quem abaixo de vós tiver." Terminou dizendo: "Nunca agradeçam a um subalterno por um trabalho bem feito, reconheçam-no e tratem-no como igual. Qualquer gratidão é para ser expressa para cima, tal como a reclamação de algo que os vossos homens precisem..."

Sei que sou utópico, e não tenciono me pronunciar muitas mais vezes, simplesmente "doi-me" a forma como certas coisas são aqui ditas, visto irem contra tudo o que gosto de acreditar que defendemos e valorizamos...


Cumprimentos,
The_Rebel
 

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ShadIntel

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« Responder #67 em: Novembro 08, 2007, 05:42:24 pm »
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Ranger Rebelde compreendo a tua revolta e como tu há muitos, mas não será melhor parares de bater na mesma tecla?!
Este fórum é sobre defesa e a tua participação é só relacionada com o associtivismo dos RC. Porque é que no meio dos teus posts, não vai participando noutros tópicos. O fórum ficava de certeza mais enriquecido com as tuas idéias e experiências e não ficavas com uma imagem não tão apegada a um associativismo militar que não é por vezes compreendida por grande parte dos Portugueses.


x2  :Palmas:
 

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ShadIntel

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« Responder #68 em: Novembro 08, 2007, 06:09:02 pm »
Citação de: "The_Rebel"
Citação de: "LM"
Custa-me, como cidadão civil, ver a forma como as condições profissionais dos nossos militares são discutidas...

O discurso que aqui tenho visto é o mesmo que seria utilizado pelos sindicalistas da CGTP para negociar anualmente com o MF os tostões e demais condições dos continuos do ministério...

Será que só eu acho estranho esta forma de ver as coisas, tendo em conta que estamos a falar de militares no activo, este radicalismo na mensagem?

O RC das forças armadas é visto apenas como uma porta para uma carreira na "função publica", não (como deveria) uma carreira militar, que necessita de um perfil especial... como já foi dito não é um contracto definitivo e, quem achar que as condições oferecidas não são boas, não renova... a "entidade patronal" quando não consegue captar "mão-de-obra" suficiente melhora as condições...

Não é só a si que este tipo de discurso deixa "desconfortável". Reconheço que algumas condições não serão as que eu desejaria, sendo que para qual faço, no momento oportuno alusão a elas a quem de direito. Agora, este "estilo" de abordagem de matérias, sem dúvida relevantes, deixa-me um pouco "constrangido".
Provavelmente discordarão de mim e provávelmente dirão que é por ter falta de experiência, mas não me parece que o Exército português possa ser adequadamente comparável a uma empresa, pelo menos do que diz respeito ao elemento humano. Esta é, no entanto, a minha opinião.

Quanto a sua relação com o estado (entidade """""patronal""""") saliento o óbvio... O Exército é o braço armado do nosso país! Não o único, mas significativa porção dele.

A meu ver um pouco de contenção e bom senso no que se diz em "hasta pública" é de valor e é coisa que me ensinaram quando me sentei nos bancos da minha "casa"... Logo nos primeiro dias.

Deixo por fim uma frase que o Tenente que me enquadrou quando entrei nos disse (ainda que não tenha capacidade de o citar palavra por palavra): "Desiludam-se e desistam todos o que esperem uma vida boa, bem remunerada e reconhecida, são soldados... O único ouro que alguma vez podem almejar ter é o que usaram em cima dos vossos ombros, de resto suor e sangue será o que darão e o que exigirão de quem abaixo de vós tiver." Terminou dizendo: "Nunca agradeçam a um subalterno por um trabalho bem feito, reconheçam-no e tratem-no como igual. Qualquer gratidão é para ser expressa para cima, tal como a reclamação de algo que os vossos homens precisem..."

Sei que sou utópico, e não tenciono me pronunciar muitas mais vezes, simplesmente "doi-me" a forma como certas coisas são aqui ditas, visto irem contra tudo o que gosto de acreditar que defendemos e valorizamos...

Cumprimentos,
The_Rebel


Talvez dois dos posts mais sensatos que já li sobre este assunto. Não pretendo nem entender, nem menosprezar a situação do RangerRebelde ou dos seus colegas, mas sempre considerei que ser militar de forma voluntária também consistia em dar a prioridade ao País antes de pensar nos seus próprios interesses. Como já foi dito em posts anteriores, sempre têm a opção de não renovar o contrato. Só espero que o RangerRebelde tenha a capacidade de guardar a cabeça mais fria em situação de combate do que em alguns dos seus posts incendiários aqui colocados.

Cumprimentos.
 

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ShadIntel

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« Responder #69 em: Novembro 08, 2007, 08:23:41 pm »
Lamento sinceramente que estas situações existam (e quando digo sinceramenta, é sem qualquer ironia). Mas parte da notícia do link acima colocado pelo RangerRebelde só vem reforçar o meu sentimento. Antigos militares que trabalhem para empresas de segurança, muito bem; que se tornem mercenários, porque não (até deve haver algumas empresas do ramo um mínimo respeitáveis); agora, o simples facto de evocar a possibilidade de alguns virem a colaborar com organizações terroristas significa que houve algo errado na sua selecção, e que o ingresso nas forças armadas não pode ter sido motivado pela vontade de servir o seu País. Não há ressentimento para com o estado que possa justificar o facto de estar pronto a juntar-se a terroristas, e quem sabe ser levado um dia a enfrentar antigos camaradas, com as consequências que se adivinham… Quanto ao sentimento de traição e abandono por parte do estado e da instituição militar, são coisas que acontecem infelizmente também noutras áreas, por parte de administrações ou empresas privadas. Quem esteve nas operações especiais deve ter mais que qualquer outro a força de erguer a cabeça e de passar a outra coisa, custe o que custar. Alias, parece que foi o que o RangerRebelde fez.
Informar os jovens sobre o que pode vir a acontecer quando terminarem os contratos, sim. Mas tentar dissuadi-los de ingressar no exército não soluciona os seus problemas e não é bom para o País.

Cumprimentos
 

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ricardonunes

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« Responder #70 em: Novembro 09, 2007, 10:36:10 pm »
Só para eliminar a opção "notificar quando for  colocada uma resposta" que devo ter activado inadvertidamente  :idea:
Potius mori quam foedari
 

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SLBFaNaTiC

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« Responder #71 em: Novembro 12, 2007, 04:20:11 pm »
Regime de contrato de 20 anos? :)


PTnet @ mIRC #Policia
Fórum Polícia Segurança Pública: www.forumpsp.net
 

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The_Rebel

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« Responder #72 em: Novembro 14, 2007, 02:29:04 pm »
Não pedi permissão ao autor para o citar, no entanto, e por ter sido um artigo publicado na Revista Militar, tomei a liberdade de o citar aqui integralmente.

Citar
General Gabriel Augusto do Espírito Santo*
 
 
Os Ruídos de Fundo
 
Quem convive com a comunidade dos militares há longos anos e se habituou a perceber os sinais do seu comportamento (os que se exteriorizam e são vistos e ouvidos e os que se calam, mas que se vão interiorizando e afectando factores estruturantes da Instituição Militar), reconhece que não se vive um momento saudável nas Forças Armadas. Há ruídos de fundo no seu comportamento que revelam falta de confiança no futuro, oposição e resistência a medidas estruturantes apoiadas em racionais que suscitam dúvidas e uma tremenda frustração face à diferença cultural que se estabeleceu na sociedade portuguesa entre o Estado (e a sua direcção política) e a Instituição Militar, cujo sinal mais evidente se traduz num entendimento diferente sobre a condição militar.
 
Sempre houve ruídos de fundo na caserna e uma das responsabilidades do comando e da sua cadeia hierárquica é saber detectá‑los a tempo e tentar corrigi‑los. Quase sempre com motivações originadas nas diferenças entre as expectativas criadas e as respostas obtidas, a sua orquestração procura obter apoios num corporativismo que sai dos limites do elemento estruturante do espírito de corpo podendo atingir os limites da desobediência e os princípios da disciplina. Na história das relações militares‑Estado da sociedade portu­guesa os exemplos evidenciam as consequências da resposta não atempada do Estado a esses ruídos de fundo que ultrapassam a capacidade da acção do comando.
 
As medidas que desde há muitos anos procuram adaptar as Forças Armadas Portuguesas à nova realidade da Nação e ao contexto estratégico em que se insere têm decorrido sem sobressaltos de maior. Ainda que a substancial redução em quantidade e capacidade de crescimento em caso de crise tenham diminuído substancialmente e sem as correspondentes necessidades de capacidades qualitativas conferidas por equipamentos e armamentos adaptados a novas ameaças e que sirvam como multiplicadores de menores efectivos, esta área não tem merecido sobressaltos maiores. Os militares são os primeiros a compreender que somos o País que somos e se às vezes emitem opinião, para que raramente são consultados mesmo em matérias de segurança, é para manifestar alguma surpresa pela lógica de prioridades que tem regulado a atribuição de recursos que todos reconhecem ser escassos e mal distribuídos. Há alguns anos que defendemos a necessidade de construir um Orçamento das Forças Armadas seguindo a metodologia da «base zero» ditada pela lógica das novas realidades e para não se continuar a defender o argumento de que se gasta demasiado com a força militar. Com a lógica de nova metodologia para o Orçamento (a que existe tem mais de 50 anos!) poderiam tirar‑se conclusões mais sólidas e caminhar para correcções lógicas.
 
O que actualmente preocupa a comunidade militar situa‑se noutra área: a que se relaciona com a condição militar e como ela é entendida pelo Estado e a sua direcção política. Há, de facto, uma divergência cultural entre o Estado e os militares nesse entendimento, que vai originando ruídos de fundo e que não deveriam existir em regimes democráticos, onde a frontalidade da acção do comando deve ser correspondida com a lógica de decisões e não a teimosia de argumentos inconsistentes.
 
A condição militar deve ser olhada pelo Estado como algo a dignificar perante a Nação, entendida como elemento distintivo que foi assumido voluntariamente por alguns dos seus cidadãos para o serviço de todos, fazendo o juramento de a esse serviço sacrificar a vida. A condição militar é exclusiva dos militares e não pode ser repartida por outras forças ainda que armadas e ao serviço da comunidade. A condição militar é o dever dos que servem a Força Militar da República, que também não deve ser dividida. Os exemplos históricos de tempos em que se quis dividir a força militar da Nação e do Estado deveriam estar presentes no processo de decisão de quem tenta estas vias.
 
É dever do Estado explicar à Nação o que significa a condição militar e as suas especificidades. É assim nas Democracias, onde especificidades de sistemas de ensino, de saúde e mesmo de habitação da Instituição Militar e da condição militar dos que a servem não constituem privilégios, mas sim a forma como se procura retribuir a disponibilidade permanente e particular de servir a Nação.
 
Valerá a pena continuar a insistir em argumentos tantas vezes repetidos pelo Comando das Forças Armadas nos locais próprios? Insistimos que sim, já que o ruído de fundo continua persistente sem ser convenientemente filtrado.


Creio que esta seria uma forma mais correcta de passar a mensagem. Haverá formas mais eloquentes e até mais apelativas, mas igualmente correctas.

Gostei de ler este artigo. Deixo aqui o link para o original http://www.revistamilitar.pt/modules/ar ... php?id=211 .

Espero que aos poucos nos consigamos todos (estado e Forças Armadas) nos posicionar de forma a melhor servirmos a nossa Nação e os seus interesses (que também são os nossos, estado e elementos das Forças Armadas).


Cumprimentos,
The_Rebel
 

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Lancero

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« Responder #73 em: Novembro 16, 2007, 04:15:48 pm »
Mudado dado o carácter claramente político do tópico.
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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markseia

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« Responder #74 em: Novembro 20, 2007, 03:25:49 pm »
Camarada
A tua luta pelo associativismo parece-me já estar num ponto de exagero extremo e radical.

A ANCE deveria já ter feito à muito tempo mais do que tem feito até agora. Parece-me que estes sim andam a dormir na parada. Nos 10 anos que cumpri como militar bem tentei ser esclarecido por eles mas em vão. Claro que a culpa não é totalmente da ANCE, pois as chefias tratam-na da mesma forma como os próprios RCs que é de Indiferença. Não é uma AOFA nem uma ANS, fundadas por quadros... a ANCE é apenas um grupo de “civis” ex-militares e uma associação com pouca adesão dos RC actuais.  

Tenho seguido com atenção todo este “barulho”. A verdade é que de facto cada vez menos pessoal vai servir as FA. As razões são muitas. Sei como tu, que o engano reina para se conseguir a mão-de-obra. Aos líricos que por aqui postam…a verdade é só uma… O descontentamento e as falsas promessas são um facto e não é preciso dar mais exemplos. Aliás é já um factor alvo de análise pelas chefias militares, por isso não venham para aqui dar lições de moral nem sequer fazer julgamentos despropositados sobre a condição militar.
As faltas de respeito imperam neste tópico. Sejamos coerentes na análise deste assunto e virá ao de cima que o titulo deste tópico prejudica os milhares de jovens ao serviço das FA.

A mentira rege: não é por acaso que os testemunhos aqui apresentados, se referem em grande parte aos enganos. Quantos ex-militares vêm aqui dizer que tiveram a informação “justa e real” daquilo que seria a sua função nas FA?? Quantos testemunhos de militares houve até agora que dissessem que foram “ajudados na reintegração” na vida activa? Quantas dizem que puderam frequentar cursos ou formações de interesse próprio, com utilidade na vida civil? Quantos se conhecem que as expectativas corresponderam ao esperado? Casos concretos??

Na verdade conheço quase tudo o que é mau…
Conheço militares que entraram no QP, mas que por terem passado á disponibilidade durante uns 2 ou 3 meses antes, receberam o subsidio de reintegração e foram reintegrados nos cursos para QP sem devolverem a verba ganha meses antes. Conheço militares que sendo QP trabalham extra, em condições de “civis” com formação dada pelo exercito, a qual alguns nunca desempenharam como militares: inúmeros enfermeiros, médicos, instrutores de condução, monitores de ginásio por terem o curso de educação física militar, monitores de mergulho, instrutores de pára-quedismo, seguranças, instrutores de tiro, mecânicos, cozinheiros, condutores de pesados e transportes de passageiros, operadores de centrais de radiocomunicação.. e muitas outras.
Por isso não me venham com tretas de que a formação é aquela que a instituição acha ser a necessária em prol do serviço pois bem sei que não é real. Muitos destes “nunca” serviram as FA nestas especialidades, apenas as têm porque são QP e fazem os cursos que querem e podem… ou seja: fazem pela vida, vida que está difícil e desta forma ganham mais uns cobres ao fim do mês. Mas é injusto ou não vos parece???? São QP´s, militares profissionais e têm por isso uma vida estável, sendo que o rendimento mínimo em inicio de QP é de 1000euros mês. Cursos com “saída” no civil são muito raramente frequentados pelos RC.. isto eu sei, e sou prova disso pois nunca consegui fazer na tropa o curso de instrutor de condução, profissão que desempenho hoje em dia, mas que o paguei bem caro á DGV. Lá nem sequer tirar as categorias de condução C e D que me faltavam, porquê?? Porque era RC… mas lembro-me bem de me terem dito que podia tira-las na tropa.
O pensamento/regulamento é correcto: dar os cursos apenas aos militares quem venham para desempenhar funções a que se instrui, servindo o “exercito” com todas as suas habilitações.
A verdade: todos os militares do QP fazem e têm os cursos que querem, independentemente de servirem para a instituição… mas desde que dêem para ganhar dinheiro no “civil”.
Até nas tropas especiais isso acontece… recordo-me bem dos cursos de Comandos em que os elementos dos QP iam fazer o curso e no final regressavam á sua Unidade de origem, independentemente da unidade Comando ser deficitária em Oficiais e Sargentos. Ficavam logo lá todos os RC por colocação da DAMP porque não tinham GMP (guarnição militar de preferência), mas os QP iam só “tirar a boina” e não ficavam lá a bater com os custados… e voltavam pra GMP  passear a boina vermelha para as paradas. Até aqui se vê que os cursos são do interesse pessoal e nunca o da instituição.

Não é um direito adquirido num RC, fazer cursos ou formações com saída no civil, no entanto a instituição deveria pelo menos “apoiar” ou até mesmo “formar” dentro da máquina militar os seus activos (porque é isso que prometem) de forma a garantir que não engrossarão após saída, a estatística dos desempregados do País. Há nas FA cursos que podendo ser frequentados por RC lhes dariam alguma aptidão e entrada no mundo do trabalho depois de servida a nação com a sua mão-de-obra. Não se pode nem deve “embrulhar” os RC num decreto de Lei e depois dar-lhes um chuto no cu pela porta de armas para fora.
Claro está, que com os anos, vamos aprendendo e percebendo que nem tudo é como parece… ou é prometido… A verdade é que os militares profissionais andam todos bem orientados… e a grande maioria deles recebem outros ordenados por fora… com formação dada pelas FA, para servirem as FA, mas que de facto se servem a eles próprios. É mentira??
Extras??????!!!!!:
Os engenheiros militares trabalham para grandes construtoras civis
Os cartográficos militares trabalham para empresas multinacionais
Os médicos/enfermeiros/radiologistas trabalham quase todos senão todos em hospitais
Os militares do Serviço de Material têm “cótas” em oficinas, garagens etc…
Os das Manutenção têm padarias, pastelarias, bares ou restaurantes...
Os de Transmissões, fazem extras para as operadoras telefónicas.
Os Mecânicos de Armamento trabalham para espingardarias.
Os Instrutores de condução dão aulas extras depois das 17h30
Os instrutores de Pára-quedismo são proprietários de escolas
Até os pilotos começam com extras até que se piram das FA
Etc…etc…
Mas tudo isto, porque os Generais têm igualmente um “extra” em grandes empresas multinacionais, ligadas ao mundo militar…

Por isso não há moral para as chefias fazerem o que quer que seja contra isto. É a lei da sobrevivência… e começa na parte mais alta da pirâmide.

Quanto aos RC:-O problema é que ainda hoje em dia se continua a fazer e a prometer o mesmo de à 20 anos atrás, sempre que os jovens vão à inspecção.
Abraço

"MAMA SUMAE"