Tentador ->
Entenda uma coisa, que muitos espanhóis não sabem (ou não querem saber):
Até ao final do século XVIII, em grande parte dos documentos militares portugueses não há referência a nenhuma guerra contra os espanhóis.
Em todos os casos, mesmo durante a guerra da restauração 1640-1668, na maioria dos casos os militares portugueses referiam-se apenas aos castelhanos e não aos espanhóis nos seus relatórios e descrições das batalhas.
Conta-se por exemplo o numero de castelhanos mortos, o numero de castelhanos aprisionados, o numero de canhões que os castelhanos deixaram no campo de batalha etc...
Não há referência a espanhóis. Só bastante mais tarde, quando o Rei de Castela, se passou a auto-nomear Rei de Espanha, é que os portugueses começaram a chamar espanhois aos castelhanos.
Portanto, por uma questão de rigor histórico, devemos utilizar as expressões que eram utilizadas quando ocorreram os conflitos.
Tratava-se de castelhanos e não de espanhóis, pelo que se deve utilizar o termo castelhano e não espanhol, em nome da verdade histórica!
A realidade politica da Espanha depois de 1977, é uma coisa, a História peninsular é outra.
Nós não podemos alterar a nossa História, nem podemos alterar os documentos escritos à séculos, porque entretando o Estado que conhecemos como Espanha, e que foi construido com base em Castela, decidiu criar regiões autónimas.
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Dito isto, lembro que de qualquer maneira, do ponto de vista formal, os Castelhanos estavam ao serviço daquele que os portugueses tinham aceite como Rei, eleito em Cortes.
Por muito triste e dramático que isso seja, a realidade é a que é.
E essa realidade deveria servir-nos de lição.
Infelizmente, parece que temos dificuldade em aprender as lições da História, e o povo que não quer saber dos erros que cometeu, acaba por os cometer outra vez.
Cumprimentos