O problema não é que a água que cai no norte tenha que chegar ao sul.
O problema é quanto custa desviar a água de rios como o mondego ou o Douro, antes dela chegar ao Oceano Atlântico.
Entretanto a solução das dessalinizadoras continua a aparecer como se fosse uma alternativa...
As máquinas de dessalinização consomem energia eletrica !
E vamos pagar à EDP para vender energia para a máquina de dessalinização para produzir mil litros de água.
A EDP agradece, já que deitou fora 50.000 a 100.000 litros de água para produzir a energia para dessalinizar mil litros.
Antes de começar a dessalinizar a água, este país tem que ter a coragem de olhar para as barragens que desperdiçam milhões de hectolitros para produzir uns quantos megaWats.
Para produzir energia eletrica de forma mais eficiente, as barragens têm que encher e depois têm que produzir energia num curto espaço de tempo.
A água, vai-se.
No último inverno, até o Alqueva teve que deitar água fora, e não foi possível redirecionar essa água para as barragens do Algarve...
Entretanto, os econazis preocupam-se com os pópós, que fazem parar na estrada, parados e a poluir a atmosfera enquanto eles tiram fotografias para mostrarem que são amigos do ambiente.
Se alguém fala em energia nuclear, aí fica toda a gente com pele de galinha, ainda que a energia nuclear seja a mais limpa de todas.
Vêm com o perigo dos acidentes, mas não perguntam o que aconteceu em Kakhovka, quando os russos rebentaram com a barragem, nem perguntam o que aconteceria se qualquer das barragens portuguesas rebentasse.
Eu vejo 2 problemas distintos na falta de água a sul.
O mais importante é porque é que a solução da falta de água a sul para regar campos de golfe e agricultura de regadio, tem de ser alimentada por desvios de água de outras regiões, sendo expectável que estes desvios de água serão sempre crescentes? Não deveria ser repensado todo o sul do país, que tem uma enorme afluência de pessoas, através do turismo, na fase mais crítica da falta de água que é no verão? As culturas mais a sul não deveriam ser ajustadas para evitar a rega intensiva? Faz sentido metade de todos os campos de golfe do país (incluindo as ilhas), estarem localizados no Algarve?
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_clubes_e_campos_de_golfe_de_PortugalSe o problema do consumo de água não for combatido controlando quem consome água, estou convencido que toda a água nunca será suficiente para alimentar o sul!
A prioridade deve ser sempre o consumo humano de água e resolvido o problema anterior, não vejo que falte a água a sul. Mas mesmo que não seja suficiente, também o turismo pode ser visto como um obstáculo. Não me canso de referir que o sector do turismo é o mais pobrezinho na escala de valor criado para um país!!!! Por ordem decrescente em 1º lugar e que deveria ser a prioridade, temos a indústria, depois os serviços, de seguida a agricultura e só no fim aparece o turismo!!!! Turismo este que trás muita gente sazonalmente e vai fazer disparar o consumo de água…… numa região com falta dela!!!!!
Agora a bombagem/transvase de água!
Do Mondego, não sei se tem caudal suficiente para sofrer desvios de água significativos e que não afectassem a barragem da Aguieira.
No Douro, ai sim, a quantidade de água que é desperdiçada no inverno e que vai parar ao mar sem qualquer aproveitamento é imensa! Basta referir que o caudal do douro em época de cheia, a debitar mais de 10.000m3 por segundo, consegue encher a barragem do Alqueva em 48 a 96 horas!!!!!!! (O Alqueva demorou 7 anos a encher!!!)
O maior problema é onde armazenar tal quantidade de água! As barragens do Douro (portuguesas) são todas de fio de água, significa portanto que só precisa, no máximo, de 48 horas para despejar totalmente a água armazenada! É verdade que as barragens do douro já estão equipadas com grupos geradores reversíveis. Quer isto dizer que à noite, com o excedente de energia eléctrico da rede, estas barragens bombeiam a água para montante (custo da energia consumida é muito baixo) e durante o dia voltam a turbinar a água quando o preço do kwh for bem mais elevado!!!!!!!!
No caso do armazenamento de água no Douro, e como estamos a falar de um rio que é navegável, tal só pode ocorrer se for armazenado ao lado do douro, criando 1 ou mais lagos artificiais. Não estamos a falar de projectos faraónicos. A distãncia de Barca D’alva à Guarda são 60km + 30 a 40km para Covilhã/Estrela e de seguida bastaria utilizar uma infraestrura pública que já está disponível, a A23 até Castelo Branco e depois o IP2 para sul. Só esta infraestrutura permitia ligar a grande parte de todas as sub-ramificações dos sistemas de abastecimento de água do país!
Quanto à energia produzida no país, também concordo com o CdM, que só com micro-reactores nucleares, conseguimos a estabilidade energética que não é possível só recorrendo às energias renováveis. Qualquer dia ainda vamos ter de tomar decisões patéticas semelhantes à alemã, que desactivou as centrais nucleares……. Para reactivar centrais a carvão!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Quanto a uma possível ruptura de uma barragem no douro……. Mesmo considerando que estas são relativamente pequenas, com represas com uma altura média de 30 metros de altura, o caudal libertado e os colapsos em cascata a jusante, fariam certamente desaparecer algumas cidades do mapa (Régua, Lixa, e toda a zona ribeirinha do Porto e Gaia)! Mas quem mora junto ao Douro já está habituado a “quase catástrofes” no Douro. No inverno de 2000/2001, no espaço de uma hora o rio subiu cerca de 14 metros!!!! Quando em Espanha decidiram abrir as comportas das barragens sem um aviso antecipado!