Estava aqui a pensar com os meus botões e entre 2020 e 2025 vão entrar ao serviço, em marinhas europeias, classes de navios que, pelas suas características seriam os substitutos ideias das nossa fragatas. A saber e só para mencionar marinhas com alguma dimensão: Type 26 em Inglaterra, F110 em Espanha, substituto da Classe M na Holanda e substituto das F123 na Alemanha.
Obviamente, são tudo comboios que já perdemos. O que resta então em 2035? Por essa altura estarão a entrar ao serviço, nessas marinhas, os substitutos das F100, Horizon, Sachsen, Nansen e Zeven Provincien. Claro que, por essa altura, até para a Marinha Portuguesa esses navios estarão demasiado velhos. Mas que tal participarmos no programa da sua substituição? Não me parece. Estamos a falar de navios que vão, provavelmente, custar entre 1.000 a 1.500 milhões de euros a unidade.
O que resta então? Em 2035, as Daring e Iver Huitfeldt estarão com cerca de 25 anos e talvez, bem conversados, os dinamarqueses as vendam. Mas é sempre uma hipótese remota.
As FREMM serão navios com entre 15 a 25 anos em 2035 e são, quanto a mim, a nossa maior esperança, desde que por essa altura ainda persistam as políticas de austeridade e de redução de forças na Europa. Caso contrario é para esquecer. Qual o caminho então? Esperar que os franceses e os italianos comecem o programa de substituição das FREMM? Mais uma vez há o problema do custo. Os substitutos das FREMM serão certamente navios caros, talvez na casa dos 800 a 1.000 milhões de euros a unidade.
Há sempre a hipótese americana. Em 2035 os primeiros LCS já devem ter sido postos à venda. Será que vamos ter esses navios fracamente armados na nossa marinha? Será que os vamos armar com mísseis TOW como os Pandur? Mais uma grande incógnita.
Restam as opções de irmos sozinhos e fabricar em Portugal com projecto nacional ou adquirido a terceiros — historicamente não têm sido experiências particularmente positivas, tendo mesmo os melhores desenhos nacionais sido construídos fora do país — ou fabricar no estrangeiro.
Qualquer que seja o resultado, o factor determinante será sempre o dinheiro. Se os submarinos foram a tourada que foram — com o projecto inicial de comprar três unidades por 900 milhões a ser substituído pelo leasing de duas unidades por 800 milhões, que afinal acabaram por ser 1.000 milhões pagos a pronto (já se tinham esquecido, não é? :twisted:
Em último caso há sempre a GNR para salvar isto tudo.