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Energia Nuclear

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Energia Nuclear

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antoninho

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O REVERSO DA MEDALHA DO NÃO AO NUCLEAR
« Responder #45 em: Abril 10, 2006, 07:13:24 pm »
Para se perceber o que é sermos reféns da politica do petroleo nada como ler esta reportagem do DN online.


Ocidente tem de aceitar hipocrisia árabe por depender do petróleo



Cadi Fernandes    
 
em amarras, apenas com a missão de explicar o que correu mal à América e ao Ocidente na luta contra o radicalismo islâmico, Trofimov escreveu uma série de reportagens, "de Bagdad a Tombuctu", agora reunidas em livro. E, assim, cumpriu o sonho da maioria dos jornalistas, tornando-se num cidadão do mundo.
O Ocidente tem muitos preconceitos, ideias feitas sobre o Islão: o desejo de "exportar" a democracia, a tentação de ver em cada árabe um fundamentalista...

Sim, confirmei-o, por exemplo, no Cairo, logo a seguir ao 11 de Setembro de 2001. Primeiro, visitei um bairro pobre, muito islâmico, e verifiquei que aquelas pessoas tinham reacções muito humanas, questionando o que acontecera. Depois, entre um grupo de árabes ocidentalizados, uma elite, com os seus jeans, os seus Rolex, os seus BMW, foi o contrário: rejubilavam, demonizando a América e desejando que naquele dia houvesse o maior número de judeus nas Torres Gémeas.

Uma hipocrisia, portanto...

Sim, que faz com que nos equivoquemos frequentemente sobre a forma de conduta dos árabes.

A Arábia Saudita, pátria de Ben Laden e o maior produtor mundial de petróleo, é o zénite dessa hipocrisia?

Trata-se de um país muito especial, que se tem na conta de mais islâmico, mais muçulmano do que qualquer um dos outros, por via da herança wahhabita. Ora, essa herança constitui precisamente uma espécie de Catch 22 para as autoridades, que, a despeito de todos os contactos com o Ocidente, não podem democratizar o país, sob risco de perderem a sua legitimidade. Melhor, não só não podem, como, manifestamente, o paradigma wahhabita o inviabiliza.

No seu livro afirma que os sauditas, sobretudo, encaram os ocidentais como inferiores. Como é possível dialogar nesta base?

Terá de ser assim até que o Ocidente encontre fontes energéticas alternativas e sustentáveis, que não o façam depender tanto do petróleo do Médio Oriente. Até lá, temos de aceitar um interlocutor saudita que encara o petróleo como uma verdadeira recompensa, um presente de Deus que lhes dá a possibilidade de exportar a sua ideologia, financiando grupos extremistas, como a Al-Qaeda, com o dinheiro da venda do petróleo. É um risco que o Ocidente corre...

Como interpreta a recente polémica em torno das caricaturas de Maomé?

Significa que não estamos perante um conflito entre o cristianismo e o Islão, mas sim entre uma visão humanitária e uma visão totalitarista, obscurantista, que faz lembrar os tempos da Inquisição. O que os extremistas que queimaram bandeiras ocidentais e vandalizaram embaixadas recriminam à Europa é que não criminalize a blasfémia, optando por uma sociedade liberal, laica.

Aceitaria publicar as caricaturas, se fosse o director do primeiro jornal a fazê-lo, ainda em 2005?

Se fosse director de um dos jornais que as reimprimiram, não teria tido dúvidas em fazê-lo, mas se me coubesse a decisão original, não sei... Penso que só não o faria se tivesse a certeza de que haveria vítimas... Mas, também, se começamos a recuar, temos medo e mostramos que temos medo desta crescente influência da religião. Aliás, curiosamente, quando surgiram os primeiros protestos muçulmanos, os padres católicos e os rabis foram logo dos primeiros a solidarizar-se...
 

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TOMKAT

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« Responder #46 em: Abril 24, 2006, 01:43:39 am »
Notícia do DN de 22 de Abril...

Citar
Sócrates quer "debate racional" sobre nuclear

O primeiro-ministro, José Sócrates, considera que Portugal deveria desencadear um "debate racional" sobre a energia nuclear, à semalhança do que ocorre em vários países europeus, perante o agravamento da crise energética a nível mundial.

Para Sócrates, verifica-se uma "mudança de contexto" que obriga a uma reflexão sobre os desafios com que o País se confronta no sector da energia.

A nova escalada do preço do crude nos mercados internacionais e o previsìvel esgotamento das reservas foram apenas dois dos aspectos que o chefe do Governo referiu, durante um encontro promovido pelo
Courrier Internacional, quinta-feira à noite em Lisboa.

Entre os outros factores apontados por Sócrates, encontra-se a elevação dos níveis de segurança nas centrais nucleares nas últimas décadas, após o acidente de Chernogyl, e a percepção cerscente na generalidade dos países de que a energia se tornou uma questão central de soberania e que, por isso, é necessário garantir condições de segurança no acesso às fontes energéticas.

O primeiro-ministro lembrou que países como a Grã-Bretanha relançaram o debate público sobre a energia atómica. E recordou ainda que um outro país europeu (a Finlândia, que não nomeou) está neste momento a construir uma central nuclear.

Sócrates insistiu na ideia de que as suas palavras, apontando para a necessidade de o assunto ser debatido, prendem-se com o agravamento da crise no sector, que poderá, a prazo, conduzir a "situações extremas".

O primeiro-ministro tinha reafirmado, em Fevereiro, no Parlamento, que a questão "está fora da agenda do Governo". A questão fora suscitada pela iniciativa de um grupo liderado pelo empresário Patrick Monteiro de Barros, que se propõe construir uma central nuclear em Portugal, pelo que aguarda uma clarficação do Governo até 2007.


Parece que neste país lentamente se está a acordar do sonho da energia barata e acessível, para enfrentar de "caras" o pesadelo que é a factura energética que o país enfrenta.
Espantoso é como um assunto que estava "fora da agenda do Governo" à apenas 2 meses passasse a estar, pelo menos, na agenda verbal do nosso PM.

Espero que não sejam só palavras de circuntância.
IMPROVISAR, LUSITANA PAIXÃO.....
ALEA JACTA EST.....
«O meu ideal político é a democracia, para que cada homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado»... Albert Einstein
 

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Marauder

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« Responder #47 em: Abril 24, 2006, 08:46:55 am »
Citação de: "TOMKAT"
Espantoso é como um assunto que estava "fora da agenda do Governo" à apenas 2 meses passasse a estar, pelo menos, na agenda verbal do nosso PM.


Talvez porque estejamos a caminhar para o 3º choque petrolífero.

A verdade é que somente porque não fazia parte da agenda do governo, este não deve ficar parado enquanto a nossa economia se vai abaixo devido aos aumentos do preço do petróleo.

Penso que 74 dólares por barril é um bom motivo para meter o nuclear de volta na agenda política!
 

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TOMKAT

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« Responder #48 em: Abril 24, 2006, 02:05:44 pm »
Citação de: "Marauder"
Citação de: "TOMKAT"
Espantoso é como um assunto que estava "fora da agenda do Governo" à apenas 2 meses passasse a estar, pelo menos, na agenda verbal do nosso PM.

Talvez porque estejamos a caminhar para o 3º choque petrolífero.



Sim Marauder...
E à dois meses estavamos a caminhar para onde?

Não era preciso ser um "génio" para se advinhar o que está a acontecer.

Um dos grandes problemas que Portugal enfrenta é o facto das sucessivas lideranças político/executivas efectuarem uma gestão tipo "navegação à vista" cheia de "golpes de leme" para evitar os escolhos que se adivinham no horizonte (não navegamos num mar de rosas!) mas que só são evitados no último momento, com as consequências inevitávies que manobras dessas acarretam... A perca da inércia do movimento (perde-se balanço) e muitas das vezes não se consegue evitar um embate mais sério pois o "piloto" frequentemente dorme em serviço.

E quando, com atraso considerável, se consegue chegar a porto seguro, os estragos são tantos, que os proventos da viagem são gastos em reparações inevitáveis, e com o tempo que se gasta nas reparações, quando o navio (país) parte para nova viagem já vai com um atraso significativo em relação aos concorrentes.

É um circulo vicioso do qual não conseguimos escapar e a pouco e pouco vamos perdendo os "clientes" por sermos pouco eficazes naquilo que nos é exigido: Ser previdentes e competentes naquilo a que nos propomos fazer.
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Doctor Z

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« Responder #49 em: Abril 24, 2006, 03:24:05 pm »
Quanto mais dependente do petróleo, pior, e nos somos totalmente
depende dessa energia ... Antigamente também era hóstil ao nuclear, mas
penso eu que é uma forma de produzir energia sem poluír : a que ter
cuidado com a manutenção das centrais e dos residios nucleares ...
Blog Olivença é Portugal
"Se és Alentejano, Deus te abençoe...se não
és, Deus te perdoe" (Frase escrita num azulejo
patente ao público no museu do castelo de
Olivença).

:XpõFERENS./
 

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Marauder

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« Responder #50 em: Abril 24, 2006, 07:02:19 pm »
Citação de: "TOMKAT"
Citação de: "Marauder"
Citação de: "TOMKAT"
Espantoso é como um assunto que estava "fora da agenda do Governo" à apenas 2 meses passasse a estar, pelo menos, na agenda verbal do nosso PM.

Talvez porque estejamos a caminhar para o 3º choque petrolífero.


Sim Marauder...
E à dois meses estavamos a caminhar para onde?

Não era preciso ser um "génio" para se advinhar o que está a acontecer.

Um dos grandes problemas que Portugal enfrenta é o facto das sucessivas lideranças político/executivas efectuarem uma gestão tipo "navegação à vista" cheia de "golpes de leme" para evitar os escolhos que se adivinham no horizonte (não navegamos num mar de rosas!) mas que só são evitados no último momento, com as consequências inevitávies que manobras dessas acarretam... A perca da inércia do movimento (perde-se balanço) e muitas das vezes não se consegue evitar um embate mais sério pois o "piloto" frequentemente dorme em serviço.

E quando, com atraso considerável, se consegue chegar a porto seguro, os estragos são tantos, que os proventos da viagem são gastos em reparações inevitáveis, e com o tempo que se gasta nas reparações, quando o navio (país) parte para nova viagem já vai com um atraso significativo em relação aos concorrentes.

É um circulo vicioso do qual não conseguimos escapar e a pouco e pouco vamos perdendo os "clientes" por sermos pouco eficazes naquilo que nos é exigido: Ser previdentes e competentes naquilo a que nos propomos fazer.


Claro, quanto mais tempo se espera menor será o risco de dar passo em falso. O mal é que a "malta" não os têm no sítio, gosta sempre de esperar por mais informação. E claro, tomar decisões mais tardiamente.

Isto porquê...secalhar hoje ou nos próximos meses os portugueses ficarão mais apreensivos relativamente ao problema energético, e talvez mais abertos à ideia nuclear. No entanto talvez à 2 meses atrás ou à 1 ano, para o comum português talvez o nuclear diria não.

O mal é que o cavaleiro tem medo de montar o cavalo antes do cenário estar posto. Se tivessem visto o problema no horizonte e começar logo a tomar medidas...mas não...deixam este se aproximar mais..."só para ter a certeza"...

Que venha então o ataque ao Irão para ver como elas cantam..
 

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AugustoBizarro

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« Responder #51 em: Abril 24, 2006, 10:13:41 pm »
Alguns pontos:


1.- A serem montadas centrais nucleares em Portugal, seria um projecto quase maioritáriamente estrangeiro. Se preferirem, mais ou menos como o POSAT ,  compra-se um kit, e monta-se cá, neste caso, garantidamente com o apoio de variados especialistas estrangeiros.
Portugal não é científicamente capaz de montar uma central nuclear sozinho.

Não esquecer portanto, que a serem montadas Centrais Nucleares,  muito desse investimento será lucro directo provavelmente para a AREVA/Siemens ou algum consórcio do género.



2.- Um País que não consegue produzir um automóvel moderno, que tem uma capacidade quase nula no que toca ao fabrico de máquinas, de qualquer espécie, tenho as minhas sérias dúvidas quanto a termos cientistas capazes de gerir tal projecto, (tanto a construção como a operação), com uma eficiencia a 100%. Há portanto o risco de acidentes.
Não pela tecnologia, mas pelo factor humano mesmo.
Mas não faltará muito cientista que procurando um cargo de importância dinheiro e curriculum profissional, que defenda a todo o custo a construção de centrais.
A capacidade intelectual do cientista/engenheiro português não me convence, como um todo. Muitos dos recentes grandes projectos em Portugal foram feitos com assistência estrangeira, tenho sérias dúvidas se seriam sequer possíveis de executar se fossem projectos 100% Portugueses.

Pode-se argumentar que tal projecto traria experiência que talvez pudesse incentivar inovação , na operação e no desenho de centrais, ou noutras aplicações relacionadas com esta tecnologia.
Mas isto é uma enorme incógnita. Até porque o problema português é sobretudo um problema de falta de capacidade financeira a todos os níveis. (Estatal e Privado)





3.- Sobre Ambientalismo, e Energias Renováveis, uma coisa que muitos Ambientalistas não compreendem, é que as tecnologias de que falam têm sérias limitações e são caríssimas, e de rentabilidade energética muito baixa.

Alguém faz ideia da quantidade de geradores eólicos seriam necessários para alimentar Portugal?, ou parques eólicos?  Seria necessária a ocupação de uma área gigantesca, e enchê-la completamente.
A Energia eólica é bastante irregular, pelo que não se pode depender exclusivamente dela. a Energia solar é caríssima, e com sérios custos de manutenção , substitução.
É perfeitamente lógico aproveitar estas novas tecnologias renováveis, mas que fique bem claro, que estas soluções não são milagrosas.
Se o fossem, já muitos países pelo mundo fora teriam mudado radicalmente de política energética.

Hidrogénio, Etanol, etc, etc.  

Soluções milagrosas que nunca poderão ser aplicadas a uma escala global.


Para compreender melhor o porquê das energia renováveis não serem a salvação:



Citar
Unfortunately, solar and wind cannot be used as industrial-scale transportation fuels unless they are used to crack hydrogen from water via electrolysis. Hydrogen produced via electrolysis is great for small scale, village level, and/or experimental projects. However, in order to power a significant portion of the global industrial economy on it, we would need the following:

1.Hundreds of trillions of dollars to construct fleets of
   hydrogen powered cars, trucks, boats, and airplanes.

2.Hundreds, if not thousands, of oil-powered factories to
   accomplish number one.

3.The construction of a ridiculously expensive global
   refueling and maintenance network for number one.

4.Mind-boggingly huge amounts of platinum, silver, and
   copper, and other raw materials that have already
   entered permanent states of scarcity.


http://www.lifeaftertheoilcrash.net/SecondPage.html


http://www.lifeaftertheoilcrash.net/




4.- Portugal, a ter um programa nuclear civil, poderia pensar no longo prazo (muito hipotéticamente, claro),  em vir a ter um programa nuclear militar. O que têm os foristas a dizer a este respeito?

Quase consigo imaginar uma parada em Lisboa com um repórter a dizer:
"E eis que passam os novos misséis nucleares portugueses SILVA Modelo 3B ". Isto lá para 2050.

Mas falando a sério, e para concluír, o preço do crude vai subir, e vai subir muito, e em simultaneo o consumo mundial vai subir, e vai também subir muito.
Petróleo, Gás, Urânio.  Todos estes recursos não existem em quantidade ilimitada, e nenhum deles será solução a longo prazo.

Se o consumo energético mundial continuar a subir (se não houver uma verdadeira crise mundial económica), os recursos esgotar-se-ão e é provável que assistamos a uma nova guerra mundial.

O motivo que levou o Japão Imperial a atacar os Estados Unidos.

Recursos.


Mas não é preciso muita preocupação, ainda existe muito petróleo e gás, contudo, não se surpreendam se em 2020 o preço por barril andar nos 500-1000 USD. Vão ter saudades da gasolina barata dos nossos dias.

Augusto.
 

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Azraael

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« Responder #52 em: Abril 24, 2006, 10:36:58 pm »
Citação de: "AugustoBizarro"
tenho as minhas sérias dúvidas quanto a termos cientistas capazes de gerir tal projecto, (tanto a construção como a operação), com uma eficiencia a 100%.

No entanto temos um reactor a operar quase a 50 anos na zona de Sacavem e dezenas de cientistas treinados nesta area:

Citação de: "O Mirante"
O Reactor Nuclear Português - Fonte de Conhecimento, editado pelo O MIRANTE, teve lançamento publico no passado dia 23, na FNAC do Colombo, em Lisboa.
Da autoria de Jaime Oliveira, o livro conta a história do Laboratório de Física e Engenharia Nucleares, desde a data da sua construção, em 1957, até aos nossos dias. Jaime Oliveira é doutorado em Física Nuclear e, desde 1961, data da inauguração do Reactor Nuclear, desenvolveu e orientou várias actividades naquele equipamento que continua a ser o único na Península Ibérica para a investigação científica e desenvolvimento tecnológico.


http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=222&id=23450&idSeccao=2956&Action=noticia

http://www.itn.pt/pt/pt_main.htm

http://www.itn.pt/sec/prsn/index.html
 

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AugustoBizarro

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« Responder #53 em: Abril 24, 2006, 11:55:32 pm »
Azraael escreveu:
Citar
No entanto temos um reactor a operar quase a 50 anos na zona de Sacavem e dezenas de cientistas treinados nesta area:


Talvez o treino deixe um pouco a desejar:

http://europa.eu.int/comm/energy/nuclea ... vem_en.pdf

Repito a minha tese do kit. Nos ultimos séculos, os Portugueses são bons a montar máquinas que foram desenhadas por outros. E contentam-se com isso, vendo nisso um grande feito.  Esta falsa noção de realidade "positiva" só impede um diagnóstico verdadeiro.

Por muito que nos custe temos que ser humildes a assumir as nossas debilidades, só assim teremos hipótese de progredir.

A realidade é que se tivessemos que depender dos cientistas portugueses, Portugal estava na era pré-industrial. Carros, estradas, máquinas, telemóveis, esqueçam tudo isso.

Que contributo científico deu Portugal ao mundo nos ultimos 100 anos?

e o que dará nos próximos 100 ?

O verdadeiro progresso não passa por ser motorista da ciência inventada pelos outros, mas sim a criação da nossa própria ciência.

Mas precisamos de um ensino superior completamente diferente para isso. As nossas universidades estão repletas de auto-elogio completamente irreal.

Perguntem a um Japonês ou um Russo, Alemão, Americano, o que pensa ele da ciência/tecnologia portuguesa.

Portugal é um país onde se fala mal da Fiat, sem se ter feito rigorosamente nada de comparável.


Augusto.
 

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Marauder

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« Responder #54 em: Abril 25, 2006, 12:27:00 am »
Citação de: "AugustoBizarro"
O verdadeiro progresso não passa por ser motorista da ciência inventada pelos outros, mas sim a criação da nossa própria ciência.


Semi-verdade....como o R&D é super elevado, os "seguidores" dos pioneiros normalmente até costumam obter resultados melhor que os pioneiros. Isto no mundo empresarial. "N´a pas custos de R&D", essas companhias só tem que saber clonar o produto.

Se Portugal apostasse nas tecnologias mal houvesse um país que as desenvolve-se eu ficaria muito feliz e diria que estamos progedindo..

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  A meu ver não é a capacidade técnica dos portugueses que está em causa, mas mais a nível de gestão e recursos financeiros. No passado com os nossos parcos recursos tivemos alguns projectos que infelizmente morreram, mas isso não quer dizer que nossos técnicos sejam maus..

Ora bolas, ainda à 1 mês estava 1 português que ganhou 1 concurso internacional de invenções na Suiça a se queixar que o estado português não ajuda os inventores.....aparentemente os portugueses são "feitos" do mesmo material que os inventores e técnicos de outros sítios.


   E referente à ideia de não ter experiência ou conhecimento técnico como outros países....sem sequer falar das formações técnicas que algo assim encarrega, eu deixo a pergunta.....e os outros países? Também a tinham no início do seu programa nuclear?

  Os factores que não nos levam a produzir automóveis são deveras outros, não tão simples como aparenta. Mas.....espere lá...o carro que é construído na AutoEuropa...é alemão ou português? O que Portugal não têm é uma marca/companhia própria, porque de resto produzimos carros cá em Portugal...que o digam Autoeuropa e Azambuja, e no futuro iremos produzir Pandurs também. Logo, concluo ao dizer que os factores que levam à não existencia de 1 marca portuguesa são mais complicados e não relacionados com factor técnico. Problema reside mais a nível de investimento e mercado para o veículo, mas pronto.

  Mas nós produzimos máquinas (para além os exemplos já referidos), deve-se estar a esquecer da Efacec, empresa que produz e exporta máquinas para todos os cantos do mundo, sejam geradores em Portugal ou nos EUA..

   Logo, o problema é sem dúvida não referente à falta de técnicos!!! Este pode ser uma pedra no sapato, algo que se resolve no curto/médio prazo. Na verdade, até já podemos ter mesmo esses técnicos formados mesmo antes de terminar a construção da central.
 

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NVF

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« Responder #55 em: Abril 25, 2006, 12:50:03 am »
Augusto Bizarro,

Se se der ao trabalho de consultar os relatorios referentes a outros paises, vai tambem encontar problemas. Obviamente que isto em nada desculpa o parecer negativo, mas parece-me que as conclusoes apontam tambem alguns factores politicos, como o desinteresse do proprio Ministerio em relacao a todo o processo de avaliacao e para o desinvestimento continuado dos recursos atribuidos ao ITN.

Ha' dois grandes problemas que afectam a Ciencia e a Tecnologia em Portugal e, infelizmente, estao interligados:

1) Falta de visao e, consequentemente, de investimento por parte do Estado e dos restantes agente economicos.

2) Falta de massa critica resultante da primeira.

Parece-me extremamente injusto atribuir toda a culpa aos poucos cientistas e engenheiros que ate' conseguem fazer muito atendendo aos escassos recursos disponiveis — quer em empresas quer em laboratorios/universidades do Estado —, ja' para nao falar nos que, apos terminarem os seus cursos, tem que sair do pais para poderem fazer aquilo de que gostam — Ciencia!
Talent de ne rien faire
 

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antoninho

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« Responder #56 em: Abril 25, 2006, 01:35:30 pm »
Lembro-me de alguns anos passados ter havido uma ideia de obter energia em Portugal de uma fonte natural e bastante potente com pessoas entendidas a dizer que era um crime não aproveitarmos essa energia e olhem que não é sol nem vento será..... afinal isso ficou em quê????
Alguem sabe do que falo.....
 

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antoninho

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« Responder #57 em: Abril 25, 2006, 01:50:00 pm »
energia geotermica!
segundo um relatório está mais que desaproveitada no país...
para mais informação


http://www.energiasrenovaveis.com/
 

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Marauder

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« Responder #58 em: Abril 25, 2006, 02:58:59 pm »
Citação de: "antoninho"
energia geotermica!
segundo um relatório está mais que desaproveitada no país...
para mais informação


http://www.energiasrenovaveis.com/


Caro Antoninho, pode ser mais específico relativamente ao relatório. Realmente o site que forneceu é muito bom, com muitos documentos que certamente são interessantes, mas ao olhar pelos títulos não consegui descubrir esse dito relatório. Tou a ficar "zarolho#.. :lol:

Relativamente à energia geotérmica, pensava que só existe esse potencial geotérmico nos Açores, não no continente e Madeira. Tanto que é lá que temos uma central geotérmica.

Cumprimentos
 

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TOMKAT

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« Responder #59 em: Abril 25, 2006, 03:01:10 pm »
Citação de: "antoninho"
energia geotermica!
segundo um relatório está mais que desaproveitada no país...
para mais informação


http://www.energiasrenovaveis.com/


O aproveitamento desse tipo de energia é feito à muios anos nos Açores.

No Continente desconheço a existência de fontes hidrotermais que possibilitem o aproveitamento desse tipo de energia...
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