a ideia que o cancelamento se deu por razões financeiras e não técnicas não parece ser só minha, pelos vistos tb já tinha sido comentada pela imprensa especializada
Caro Mar Verde,
não presumo ler a mente do Sr Paulo Portas quando cancelou o contracto e portanto não conheço a vontade politica que ele tinha para comprar os helicópteros. Não seria a primeira nem a última vez que um politico cancela um concurso público por questões politicas mesmo incorrendo em penalizações substanciais.
Contudo, as suas afirmações foram de que sucessivos governantes de Portugal lançaram concursos públicos "armadilhados" de forma a adiar a compra de material militar. E isto não me parece lógico.
O concurso para a aquisição de helicópteros ligeiros foi lançado, creio eu, num Governo do Sr António Guterres. O concurso foi adjudicado e o contrato assinado ainda num Governo do Sr António Guterres, em 1999.
Dai até 2002, a Eurocopter só tinha que entregar os helicópteros conforme o contrato.
O facto de em 2002 o Governo ter rescindido o contrato sem a Eurocopter reclamar penalizações diz-nos uma coisa: independentemente das motivações politicas do Sr Paulo Portas e das afirmações que se fazem à volta do assunto, até a Eurocopter reconhece que não cumpriu o contratado em 1999.
Mais ainda, se a Eurocopter não cumpriu o contratado, ao aceitar os helicópteros o Governo estaria a abrir caminho para um processo de impugnação.
Portanto, a meu ver, independentemente das motivações politicas do Sr Paulo Portas, rescindir o contrato foi a melhor opção.
Alternativamente, arriscávamo-nos a ficar com helicópteros que não são capazes de fazer o que lhes era pedido e ainda a pagar indeminizações aos outros concorrentes.