Saudações guerreiras
No seguimento da conversa que se desenvolveu sobre o NAVPOL aqui:
http://forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?t=6051Mais uma vez, pessoalmente, reafirmo que já escrevi: se podermos chegar sempre mais longe, porque não?
Acima de tudo deve-se olhar para isto sem que se comprometa algo mais importante que é a defesa primária do espaço que está sob a nossa dependência directa como país soberano, infelizmente!
Se olhar-mos com atenção para o futuro, próximo ou até médio prazo – 10 anos a contar de agora – o que teremos que nos confira credibilidade em termos de capacidade?
Um LPD em termos de combate não serve para essa função, como uma fragata ou corveta. Como teremos que dar resposta ao primário, numa época em que não temos praticamente nada e que para recuperar de um ponto de partida quase do zero, não se pode exigir que tenhamos o melhor, mas o que faz mais sentido.
Se para a construção de uma casa exigimos obrigatoriamente que tenha alicerces de modo a suportá-la uma vida inteira, do mesmo modo teremos que exigir isso a umas forças armadas. Curiosamente o futuro dos nossos alicerces não estarão, ou não essantar sobre a Terra, mas sim suspensos.
Ora se nem satélites de comunicações temos para nos assegurar de que tudo funciona e minorar as deficiências em termos de material restante, pergunto: em tanta carência a malta ainda acredita que teremos um qualquer LPD com as capacidades que desde o princípio se tem vindo a discutir?
Não nos podemos esquecer que, desde a ideia de termos um LPD, até ao dias de hoje muita coisa mudou e mudou para pior. Se nos lembrar-mos do que foi materializado, estando em LPM desde o tempo de António Guterres, o que é que temos e que faça a diferença, em relação ao que realmente interessa? Aliás, ainda não temos, mas iremos ter. Estou a falar dos submarinos. É e será suficiente?
(Não nos podemos esquecer que até, embora não tenha nada em concreto para sustentar o que vou/estou a escrever, senão rumores a circularem e um pressentimento baseado nas palavras do próprio ministro da defesa da actualidade, mas, muito provavelmente, houveram pressões para que fossem “afundados” antes de existirem!)
Há que refletir, embora isto possa ser um bico de dois gumes e que possa originar ainda uma situação ainda pior do que se conhece:
Se nem para o básico temos e para recuperar isso tudo requer um esforço cada vez mais em conta com o passar do tempo, como queremos ter uma coisa que, prioritariamente, deixará cada vez mais de fazer sentido?! Se me disserem que Portugal vai disponibilizar verbas para a construção de satélites, aumentar a frota das futuras 5 fragatas, adquirir mais um submarino e apostar numa força credível de corvetas em dimensão e tecnologia, então aí, sim senhor, que venha o NAVPOL mais lindo que houver ao cimo d´água.
No entanto, para isto tudo existir, terá que haver algo que possa sustentar a própria frota sem precisar de perder tempo em atracar nalgum porto. Dois navios reabastecedores serão suficientes?
O país necessita de um LPD, mas, para já, com conta peso e medida. A meu ver servirá só para transporte e cortar no que não for essencial, podendo e devendo, no entanto, ter capacidade para se tornar em algo mais no caso de se necessário. Se for um maiorzito que o Roterdão já será bom. Creio que não será nada que nos comprometa. Temos que ver que o "país" não tem ambição própria e isso também é um factor condicionante! Temos que ser realistas.
Se a questão fosse o dinheiro, então o caso eram bem simples de se resolver, aliás, já estava resolvido. Infelizmente a questão é de carácter ideológico. Não valerá a pena chorarmos no caso de até vir um com menos capacidade. Não é nada que seja novo, também. Basta ver a porcaria que fizeram com os F-16.
Enquanto isto andar aos tombos... (Também não se pode exigir muito a quem nasceu em cepa torta) Melhores dias virão, se até lá não for tarde de mais. Vamos vivendo da esperança, ao menos temos alguma coisa. Há que ser optimista, como o governo quer.
Cumprimentos