Tecnologia Portuguesa

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comanche

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« Responder #165 em: Julho 28, 2008, 08:44:08 pm »
Universidade de Coimbra, iParque, IPN e Tecnopólo dinamizam Parque Tecnológico Multipolar

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A Universidade de Coimbra, o Coimbra iParque, o Instituto Pedro Nunes (IPN) e a Associação Tecnopólo de Coimbra assinam hoje, pelas 12H00, na Sala do Senado da Universidade, um protocolo que define o desenvolvimento de actividades conjuntas e modos de colaboração em diferentes domínios.

Dentro de uma lógica de parceria, é objectivo destas quatro entidades constituir um parque de ciência e tecnologia multipolar na região de Coimbra, que congregará algumas unidades já existentes – como as faculdades e laboratórios de investigação da Universidade, organismos de transferências de tecnologia, a incubadora de empresas do IPN e a própria infra-estrutura empresarial e de ciência e tecnologia do Coimbra iParque – com outras a construir num futuro próximo.
O acordo será assinado por Fernando Seabra Santos, Reitor da Universidade de Coimbra, Norberto Pires, presidente do Conselho de Administração do Coimbra iParque, e Teresa Mendes, presidente das direcções do IPN e do Tecnopólo.

Esta é mais uma oportunidade para a Universidade de Coimbra reforçar a sua aposta na cooperação com a comunidade, estreitando os laços entre os seus cerca de 150 centros de investigação e prestação de serviços e a sociedade e o mundo empresarial.

O Coimbra iParque pretende criar um espaço empresarial ideal para a inovação e o empreendedorismo geradores de oportunidades económicas, promovendo o I&D em consórcio com várias instituições de investigação da região centro bem como com empresas nacionais e internacionais.

O IPN oferece uma plataforma para a transferência de tecnologia e valências para a incubação de empresas. Nas suas incubadoras de empresas, desde 1996, já acolheu mais de cem empresas de base tecnológica que criaram cerca 900 postos de trabalho directo e possuem um volume de negócios na ordem dos 40 milhões de Euros anuais.

A Associação Tecnopólo de Coimbra tem em curso um projecto de instalação de infra-estruturas e serviços de apoio ao desenvolvimento empresarial no Pólo II da Universidade de Coimbra, dando resposta a empresas de base tecnológica que se pretendam instalar numa área de localização central e com acesso privilegiado a centros de saber.
 

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comanche

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« Responder #166 em: Julho 30, 2008, 08:36:19 pm »
Biomedicina: Prémio europeu atribuído a cientista portuguesa dará "empurrão" à investigação nacional


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Lisboa, 30 Jul (Lusa) - O prémio atribuído terça-feira a Mónica Bettencourt Dias pela Organização Europeia de Biologia Molecular dará "um empurrão" e prestígio à investigação que desenvolve no Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), disse hoje a cientista à agência Lusa.

A investigadora, que em Outubro de 2006 iniciou o seu Laboratório de Regulação do Ciclo Celular no IGC, receberá uma "bolsa de instalação" de 50.000 euros anuais durante três anos, prolongável a cinco, para estudar a formação do centrosoma, uma estrutura das células que ajuda a regular a sua multiplicação.

A compreensão dessa estrutura pode abrir caminho a novos marcadores de diagnóstico e prognóstico em casos de cancro, bem como a novos alvos terapêuticos.

A bolsa contribuirá também para a fixação da equipa da investigadora no IGC.

"Ter um destes prémios é realmente uma grande vantagem, um empurrão, para os laboratórios que estão a começar", afirmou.

"É também uma vantagem para Portugal, pois significa mais nomes associados ao programa da Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO) para jovens investigadores, temos poucos, e portanto mais poder de decisão para Portugal", acrescentou.

O prémio, atribuído por concurso e por um júri internacional, destina-se a apoiar países onde a Biomedicina precise de um empurrão e de condiç��es para contratar investigadores novos de topo, explicou a cientista.

A bolsa consiste numa parceria com instituições locais, neste caso entre a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e o IGC, cabendo àquela atribuir 150.000 euros durante três anos (50.000 euros por ano, prolongável a cinco).

Inclui ainda uma série de regalias atribuídas e pagas pela EMBO, como seminários, cursos e estadias pagos noutros laboratórios, convites para conferências e artigos, e apoio a colaborações com outros investigadores da rede.

"Se queremos que os melhores possam começar os seus laboratórios em Portugal e afirmar-se entre os melhores cientistas da Europa, temos que lhes dar condições", considerou.

Na sua óptica, isso "não só irá prestigiar o nome de Portugal no plano da ciência, como irá atrair mais investimento".

Mónica Bettencourt Dias espera que sejam atribuídas mais bolsas a portugueses no futuro, "até porque os laboratórios a serem estabelecidos ficaram muito bem posicionados no concurso europeu".

Porém, como no final são as instituições portuguesas que decidem o número final de bolsas, já que são elas que dão o dinheiro, a investigadora manifestou a esperança de que se possam convencer mais instituições portuguesas a participar no futuro.

Além desta investigadora, já tinha este ano sido distinguido com uma bolsa deste tipo o português Henrique Veiga Fernandes, que trocou o National Institute of Medical Research, de Londres, pelo Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, onde estuda o desenvolvimento dos linfócitos.

Mónica Bettencourt Dias é licenciada em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e regressou em 2006 de Inglaterra, onde se doutorou em Biologia Celular no University College London.

CM

 

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Magalhaes

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« Responder #167 em: Agosto 07, 2008, 06:50:17 am »
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Físico de Coimbra é o português com artigo mais citado a nível mundial


O físico Carlos Fiolhais é o cientista português com o artigo mais citado em todo o mundo. O investigador da Universidade de Coimbra é co-autor com o físico John Perdew de um trabalho com mais de 5600 citações.

O artigo foi publicado em 1992, na revista norte-americana “Physical Review B”. John Perdew, da Universidade de Tulane, em Nova Orleães, nos Estados Unidos é o primeiro autor de um estudo que apresenta uma fórmula inovadora que descreve a energia de um sistema electrónico.

O artigo tem como título: "Atoms, Molecules, Solids, and Surfaces: Applications of the Generalized Gradient Approximation for Exchange and Correlation". Ao longo de mais de 15 anos, tem servido de "referência essencial numerosos grupos de investigação de todo o mundo", refere uma nota hoje divulgada pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) a que Carlos Fiolhais está ligado.

"Os artigos sobrevivem quando se revelam úteis num ou, melhor ainda, em diversos domínios", afirma o físico português. A fórmula foi "adoptada por praticamente todos os programas de modelação molecular" e 5.600 citações é considerado "um número completamente fora do comum para trabalhos científicos", explica.

O artigo é "um filho que sobe na vida", explica Carlos Fiolhais, acrescentando que "um pai só pode ficar orgulhoso". A fórmula trabalhada por Carlos Fiolhais e John Perdew tornou-se muito útil em áreas distintas da Ciência e da Tecnologia, como a Biologia, Medicina Molecular, Farmácia, Física, Química, entre outras.

Tem sido particularmente usada no campo da nanotecnologia, a engenharia que realiza a modelação e o fabrico de sistemas à escala molecular.

Segundo a base de dados Web of Science do Institute for Scientific Information, empresa norte-americana que regista as publicações científicas e mede o seu impacto, é o artigo português com mais impacto na ciência mundial.

Na lista dos artigos científicos portugueses mais citados estão trabalhos da área da Medicina, com destaque para investigações sobre o cancro e a sida.



http://ultimahora.publico.pt/noticia.aspx?id=1337669&idCanal=13


O titulo esta um pouco exagerado...
 

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comanche

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« Responder #168 em: Agosto 12, 2008, 11:17:37 pm »
Planta portuguesa ajuda a controlar o Alzheimer

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Investigadores portugueses concluíram que extractos de uma espécie autóctone de salvia, muito presente nas serras d'Aire e Candeeiros, revelam um «enorme potencial» como terapia para melhorar capacidades cognitivas, funcionais e comportamentais em doentes com Alzheimer, escreve a Lusa.

«Vários extractos da espécie de salvia que estudamos provocam inibições bastante potentes de enzimas envolvidas na patologia de Alzheimer», disse Amélia Pilar Rauter, directora do Grupo de Química dos Glúcidos do Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que lidera a investigação com Jorge Justino, presidente do Conselho Directivo da Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS).

Falta agora transformar esses extractos em princípios activos que possam ser usados pela indústria farmacêutica, adiantou.

Para já, a investigação demonstrou a acção dos extractos desta espécie de salvia em duas enzimas que controlam a evolução da doença de Alzheimer, o que, segundo Jorge Justino, permitirá não curar mas controlar o desenvolvimento da patologia.

Baixo custo e ausência de toxicidade

Para os investigadores, o grande potencial da descoberta reside no seu baixo custo, na actividade biológica relevante e na ausência de toxicidade, frisando que até o comum chá desta planta pode ser usado como terapia na doença de Alzheimer.

«Vários extractos, incluindo a infusão em água (chá), mostraram capacidade para inibir as enzimas acetyl e butirilcholinesterase, envolvidas nas neurotransmissões cerebrais e responsáveis pela progressão da doença de Alzheimer», com a vantagem de os extractos bioactivos revelarem ausência de toxicidade, frisam os investigadores.

Jorge Justino afirmou que existem já no mercado alguns fármacos que inibem as duas enzimas envolvidas nas neurotransmissões cerebrais.

Contudo, os investigadores sublinham a «necessidade urgente» da descoberta de novas substâncias «mais eficientes e menos caras que as usadas actualmente».

Os primeiros estudos nesta planta iniciaram-se em 1992, num projecto que há um ano, publicados os primeiros resultados, conseguiu o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e se encontra em fase de registo de patente.
 

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comanche

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« Responder #169 em: Agosto 19, 2008, 03:18:11 pm »
Português dirige nova agência europeia
HELENA NORTE


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Um português é um dos mais altos responsáveis do Centro Europeu para o Controlo da Doença, a nova agência da UE na área da saúde pública. Paulo Kuteev-Moreira vai dirigir a Unidade de Comunicação.

A agência tem como preocupações a vigilância de doenças contagiosas, a criação de sistemas de alerta precoce e resposta às situações de crise, bem como a recolha de evidências científicas sobre saúde e melhoria da comunicação sobre estas temáticas com a população em geral. O objectivo principal é prestar apoio aos estados membros da União Europeia na operacionalização das suas intervenções em saúde pública.

Entre as prioridades de acção da ECDC está a prevenção de doenças como a tuberculose, a sida, a hepatite e a influenza (vírus da gripe), assim como das patologias associadas à má qualidade dos alimentos e água, infecções hospitalares ou decorrentes de intervenções médicas. A promoção da vacinação de doenças evitáveis e da correcta utilização dos antibióticos é outra das linhas de acção, explicou ao JN o professor da Escola Nacional de Saúde Pública, especialista em políticas de saúde e agora nomeado director executivo de uma das quatro unidades do ECDC, sediado em Estocolmo (Suécia).

A Unidade de Comunicação em Saúde terá como funções a produção de publicações cientificas e de informação geral sobre saúde pública, a criação de um website multilingue e estratégia global de comunicação da nova agência que, segundo Paulo Kuteev-Moreira, pretende praticar "um novo paradigma da saúde pública, da epidemiologia e da comunicação em saúde na Europa".

"É um desafio muito motivador uma vez que a sua acção está no epicentro das necessidades operacionais concretas e actuais dos sistemas de saúde europeus", sublinhou o novo director executivo (deputy head) da Unidade de Comunicação em Saúde. Preparação e Resposta a Crises, Aconselhamento Científico e Vigilância Epidemiológica são as outras três unidades do Centro Europeu para o Controlo da Doença.

A par da carreira de investigação e de docência, Paulo Kuteev-Moreira tem trabalhado como consultor do Ministério da Saúde em temáticas como política de desenvolvimento estratégico do Sistema Nacional de Saúde, integração dos cuidados de saúde, humanização, e-health e desenvolvimento integrado de serviços para os cuidados ao idoso.

 

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comanche

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« Responder #170 em: Agosto 22, 2008, 11:51:46 pm »
Lisboa é o quartel-general do combate à malária

9 Ago 2008

RITA FERNANDES

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Doenças tropicais. A investigação em malária atravessa uma das melhores fases de sempre. Esta é a opinião de especialistas que recusam o discurso do 'lá fora é que é' e provam que, a partir de Portugal, é possível fazer boa ciência e marcar presença regular nas revistas internacionais de referência

Portugal é um centro avançado desta investigação

Maria Manuel Mota já palmilhou os corredores de universidades de Nova Iorque e Londres, onde fez pesquisa e continua a ir com regularidade, mas hoje é coordenadora e investigadora principal na Unidade de Malária do Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa.

Lidera uma equipa de 14 investigadores que estudam as interacções que se estabelecem entre parasita e hospedeiro e que controlam o desenvolvimento da infecção por malária e da patologia a ela associada.

Carlos Penha Gonçalves também passou anos em laboratórios estrangeiros, na Suécia e na Grã- -Bretanha, e já está no seu segundo regresso. "Voltei", diz, "porque havia um projecto aliciante para abraçar, uma promessa que hoje é uma realidade e que se alargou a outras instituições".

Este investigador do Instituto Gulbenkian da Ciência diz que tem havido dinheiro das instituições internacionais para o combate à malária e que os investigadores portugueses têm respondido muito bem a esses apelos.

A prova está nos prémios e bolsas conseguidos por cientistas nacionais e nos diversos artigos que equipas a trabalhar em Portugal têm publicado em conceituadas revistas internacionais, como a Plos-One e a Nature Medicine. Há vários institutos onde existem grupos de investigação em diferentes áreas da malária.

O Instituto Gulbenkian da Ciência, com sede em Oeiras, é um deles. Conseguiu atrair para o País doutorados nacionais, e isso "trouxe outras perspectivas e outra ambição às instituições". Recentemente, Mónica Bettencourt recebeu uma bolsa da EMBO (European Molecular Biology Organization) para estabelecer em Portugal a sua equipa. Hoje, existem no IGC quatro equipas e mais de 20 cientistas e alguns até já partiram para outras instituições.

Carlos Penha Gonçalves sublinha que "a qualidade das pessoas tem melhorado muito e que isso tem sido um ponto de atracção, gerando mais dinheiro, mais equipamento e mais oportunidades". E não se pense que são apenas portugueses com saudades da terra que fazem esta leitura. Maria Manuel Mota destaca o exemplo de um investigador austríaco, sem qualquer ligação familiar ao país, que optou por fixar-se no IMM e aí desenvolver a sua actividade.

O interesse pela malária é centenário em Portugal como centenário é o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) cujas equipas foram responsáveis, durante décadas, nas então colónias, pelo combate e pelo controlo eficaz não só desta doença mas também, entre outras, da tripanossomíase. Actualmente trabalham no IHMT dez doutorados, cada um com uma miniequipa.

Virgílio do Rosário licenciou-se em Moçambique e depois fez carreira em Edimburgo, no Brasil e nos EUA. Em 1991, veio para Portugal e criou, com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, o Centro de Malária e Outras Doenças Tropicais, num momento em que a massa crítica existente no País era bem menor. Licenciado em Medicina Veterinária, destaca a importância do trabalho coordenado (há já uma rede estabelecida entre instituições portuguesas, outra com entidades dos PALOP e uma terceira com parceiros espanhóis). Reconhece que houve grandes mudanças com "a criação do Centro de Malária e o aparecimento de institutos como o IMM, INETI, Faculdade de Farmácia, o IPATIMUP, a Universidade do Algarve e uma série de outras instituições que mostram os grandes avanços técnicos e científicos nesta área".

Maria Manuel Mota enaltece "a abertura pelo Governo", afirma que "há uma prioridade para a ciência", até a nível político, e que o aspecto menos positivo é a falta de consistência e regularidade dos apoios financeiros a projectos.
 

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André

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« Responder #171 em: Agosto 23, 2008, 12:57:31 pm »
Cientistas estrangeiros escolhem Portugal para investigar

Muitos investigadores estrangeiros estão a escolher Portugal para trabalhar, aproveitando o investimento que o país está a fazer para recuperar do atraso nesta área, e alguns pensam ficar mais anos, porque entretanto criaram raízes pessoais.

O italiano Andrea Zille veio para Portugal há sete anos por razões pessoais e porque, «em relação à investigação, o país oferece mais condições que a Itália, com fundos mais bem direccionados», sendo «mais fácil entrar por mérito».

Zille, investigador do grupo de Microbiologia Celular e Aplicada do Instituto de Biologia Biomédica do Instituto de Biologia Molecular e Celular (INEB/IBMC), no Porto, está casado com uma arquitecta portuguesa que conheceu em Veneza, doutorou-se na Universidade do Minho e considera que o esforço português "ainda tem limites".

"Os bolseiros que estão a começar agora vão encontrar os problemas de insegurança que eu encontrei quando cheguei: passam anos sem um trabalho fixo e sem descontos para a Segurança Social, porque desempenham uma função que não é reconhecida como um trabalho, embora de facto o seja", explica.

O dinamarquês Soren Prag, no Instituto de Medicina Molecular (IMM) desde o ano passado, destaca que, em Portugal, um investigador "tem de ter um bom desempenho ou, de outra forma, não consegue bolsas para financiar a pesquisa".

Soren Prag veio para o IMM porque queria aprender sobre um sistema inovador de imagens desenvolvido pelo português António Jacinto, que lhe permite avançar no estudo do processo de metastização das células cancerígenas, mas agora está "a ter uma relação com uma portuguesa e curioso para compreender melhor a sua cultura".

O investigador dinamarquês considera positivos os programas Ciência 2007 e 2008, o trabalho das Fundações Gulbenkian e Champalimaud e o interesse do público em geral pela ciência.

"É muito importante ter um ambiente vibrante para desenvolver novas ideias", destaca Prag. Foi a possibilidade de desenvolver novas ideias que trouxe há sete anos para o INEB/IBMC a marroquina Meriem Lamghari, investigadora em regeneração óssea, que considera existirem "algumas oportunidades" para estrangeiros em Portugal, mas também "para portugueses que queiram voltar".

Meriem salienta que "é mais seguro ir para laboratórios já estabelecidos, nos EUA, por exemplo", mas que Portugal representa um desafio para "avançar e desenvolver áreas de trabalho". Há cerca de dois meses, o químico belga de origem argelina Fouzi Mouffouk, especialista em nanotecnologia, trocou Chicago, EUA, pelo Centro de Biomedicina Molecular e Estrutural da Universidade do Algarve (CBME/UA), que prepara um novo curso de medicina.

"Era muito difícil para mim imaginar-me a sair de uma cidade grande como Chicago para uma pequena como Faro, mas a transição correu mesmo muito bem, para mim e minha família", explicou, considerando que a sua primeira impressão foi "surpreendentemente boa", especialmente "a qualidade das pessoas" no Algarve.

Também em Portugal há poucos meses, o austríaco Gunnar Mair refere que conhece pouco do país - apenas "tinha ouvido falar de investigadores do IGC (Instituto Gulbenkian) e do IMM" -, mas descobriu logo que é muito difícil para um estrangeiro compreender e lidar com a burocracia portuguesa.

Gunnar Mair estuda a expressão genética do parasita da malária 'Plasmodium berghei', com contrato de cinco anos, na Unidade de Parasitologia Molecular do IMM, e com ele veio a companheira, a francesa Celine Carret, com uma bolsa pós-doutoral de três anos da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), para trabalhar na análise da base de dados gerada durante o estudo da malária.

"Não é frequente, na área de ciência, quando os dois parceiros trabalham no mesmo projecto, encontrar dois lugares para satisfazer os dois. Tivemos sorte", refere Carret, destacando que, em Portugal, as possibilidades que existem são atribuídas independentemente do género sexual do investigador.

"Quando falo com algumas amigas cientistas que estão pela Europa, este nem sempre é o sentimento", realça. Soren Prag gostava de "ficar em Portugal muitos anos", Meriem Lamghari pensa continuar no INEB, Fouzi Mouffouk tem contrato de cinco anos, mas afirma que gostaria de ficar mais tempo e Andrea Zille considera que "já está mais do que radicado".

Céline Carret e Gunnar Mair dizem que, depois desta experiência, o seu futuro pode não passar por Portugal. A atribuição de bolsas de doutoramento pela Fundação para a Ciência e Tecnologia cresceu 77 por cento (de 1.172 para 2.078) entre 2005 e 2007 e a atribuição de bolsas de pós-doutoramento aumentou 41 por cento, de 737 para 898.

O Ciência 2007/2008 é um programa governamental de selecção de instituições e recrutamento de investigadores para integrar 1.000 doutorados no Sistema Científico e Tecnológico Nacional, através de contratos a termo certo, com o investimento previsto de 250 Milhões de euros em cinco anos.

Lusa

 

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comanche

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« Responder #172 em: Agosto 28, 2008, 11:18:52 pm »
Ciência e Tecnologia: Grandes Opções do Plano para 2009

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Pela primeira vez, o Orçamento de Ciência e Tecnologia ultrapassou, em 2008, o valor de 1 % do PIB, reafirmando o compromisso do Governo na prioridade dada ao desenvolvimento científico e tecnológico nacional (0,83 % em 2005). Ao mesmo tempo, a fracção do Orçamento do Estado em Ciência e Tecnologia atinge o valor inédito de 3,6 % do PIB (2,6 % em 2005).

A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) financia actualmente 4 940 projectos de I&D em todos os domínios científicos (aumento de cerca de 20 % em relação a 2005). No âmbito da promoção do emprego científico, foi contratualizada com instituições do sistema científico e tecnológico nacional a inserção de 630 novos doutorados, na sequência do concurso lançado pela FCT (tendo em vista a contratação de pelo menos mil investigadores doutorados até 2009). O número total de bolsas de investigação financiadas pela FCT tem vindo a crescer, tendo atingido cerca de 5 820 em 2007 (4 300 de doutoramento e 1 190 de pós-doutoramento).

Foi lançada a Iniciativa Nacional GRID para a computação avançada em rede (INGRID) e criada a plataforma ibérica IBEROGRID, com vista à partilha de recursos entre os dois países vizinhos.

Foi concluída a primeira fase do programa de parcerias internacionais lançado em 2006, com a concretização dos primeiros programas de doutoramento e de formação avançada. Neste contexto, foram lançados projectos com interesse para o tecido económico português, nomeadamente nos sectores automóvel, energético (Programa MIT-Portugal), nas telecomunicações e sistemas de informação (Programas CMU-Portugal e Fraunhofer-Portugal) e em conteúdos digitais (Programa UT Austin-Portugal). Merece ainda especial destaque o investimento recentemente concretizado pela AGNI em Portugal, planeado em colaboração com o Programa MIT-Portugal, para o desenvolvimento de produtos de alta tecnologia, com ênfase na concepção e no desenvolvimento de pilhas de combustível.

No âmbito da colaboração com o MIT, foi lançado um programa de MBA de nível internacional em colaboração com a Sloan School of Management, assim como um programa de um laboratório de apoio ao desenvolvimento e internacionalização de projectos empresariais de base tecnológica.

No contexto do reforço da participação nacional no Programas-Quadro de I&DT da UE, foi lançada em 2007 a Unidade Nacional de Estímulo à participação de instituições portuguesas no 7.º Programa Quadro de I&D da Comissão Europeia, assente num sistema nacional de pontos de contacto. Em 2007, foram aprovados pela Comissão Europeia cerca de 800 contratos envolvendo mais de 1 000 centros de investigação e empresas portuguesas.

Foi reforçada a intervenção da Agência Ciência Viva em prol da promoção da cultura científica, designadamente através, por exemplo, do reforço do ensino experimental das ciências em escolas de ensino básico e secundário e das acções de dinamização da Cultura Científica e Tecnológica, bem como da extensão da Rede de Centros Ciência Viva, que hoje consagra um total de 16 Centros.

Salienta -se, ainda, que se pretende orientar o reforço das instituições e a criação de redes e consórcios de investigação com base na avaliação em curso de todas as unidades de I&D, que estará concluída em 2008. Pretende -se, com este processo, uma melhor organização das unidades de I&D, a supressão de unidades de qualidade insuficiente e o reforço de massas críticas por agregação de instituições ou constituição obrigatória de redes de partilha de recursos com direcção e acompanhamento científicos conjuntos.

Em 2009, serão reforçados os compromissos assumidos, procurando a concretização das metas definidas: i) atingir 5,5 investigadores (ETI) por mil activos até 2010 (3,8 em 2005 em Portugal e 5,5 na UE25); e ii) reforçar o investimento público em Investigação Científica e triplicar o investimento privado em I&D (que em 2003 era apenas de 0,24 % do PIB).

Neste contexto, salientam -se o reforço da contratação de novos doutorados para o sistema científico e tecnológico nacional (pelo menos mais 500 em 2008 -2009, no sentido de se garantir o apoio a pelo menos mil novos lugares de investigação até ao final da legislatura); a atribuição de bolsas de integração na investigação (em centros de I&D reconhecidos) de estudantes nos anos iniciais do ensino superior; as Redes temáticas de C&T; os consórcios de I&D (incluindo mecanismos de apoio à formação de Escolas de Pós -Graduação em Portugal); o Programa Mobilizador dos Laboratórios de Estado, incluindo a criação de seis novos consórcios com outras instituições de I&D; a entrada em funcionamento de novos Laboratórios Associados (e o reforço das condições de funcionamento dos Laboratórios Associados); o programa de cátedras convidadas de investigação e para a atracção de grupos de I&D para instituições portuguesas; a construção do Laboratório Internacional de Nanotecnologia (ITL) em Braga, na sequência de concurso internacional já lançado; o reforço do Programa de Parcerias para o Futuro (lançamento do acordo com a Harvard Medical School, filiação de Portugal à Iniciativa de Energia do MIT e início do Programa de MBA de nível internacional); a revisão do sistema de incentivos fiscais ao investimento privado em I&D; o reforço da intervenção da Agência Ciência Viva para a promoção da cultura cientifica e tecnológica e lançamento da Iniciativa Mostrar a Ciência que se faz em Portugal (ao mesmo tempo, será ampliada a Rede de Centros Ciência Viva, prevendo -se em 2008 -2009 a construção de mais quatro centros); a Presidência Portuguesa da iniciativa europeia EUREKA durante o segundo semestre de 2008 e o primeiro semestre de 2009; e a revisão da Lei do Mecenato Científico.


http://www.ueline.uevora.pt/newsDetail.asp?channelId=EE2EF76E-CCF2-47FD-96A9-8DA6A990D4BC&contentId=8F214EA7-E9C0-4023-9E11-C5085F17805B
 

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Laruschuie

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« Responder #173 em: Agosto 28, 2008, 11:29:47 pm »
Cientistas da Universidade Nova fazem primeiros transístores com papel

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Uma equipa do Centro de Investigação de Materiais (Cenimat/I3N), da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa, produziu – pela primeira vez – transístores com uma camada de papel. Num artigo a publicar em Setembro na revista IEEE Electron Device Letters, Elvira Fortunato e colegas mostram que o novo dispositivo rivaliza em performance com as mais avançadas tecnologias de filme fino. Resultados promissores que poderão ser explorados em ecrãs de papel, etiquetas e pacotes inteligentes, chips de identificação ou aplicações médicas.

Actualmente, assiste-se a um crescente interesse da indústria electrónica pelo desenvolvimento de dispositivos com biopolímeros, pois estes potenciam um manancial de aplicações baratas. A celulose é o principal biopolímero da Terra. Por isso, alguns estudos internacionais relataram, recentemente, a utilização de papel como suporte físico de componentes electrónicos. Porém, até hoje, ninguém tinha recorrido ao papel como parte integrante de um transístor.

Numa abordagem inovadora, o grupo de investigação do Cenimat/I3N – coordenado pelos Professores Elvira Fortunato e Rodrigo Martins – fabricou transístores de filme fino nos quais uma das camadas – o dieléctrico – é uma vulgar folha de papel. «[Nos dispositivos] do artigo usámos papel vegetal, mas já fizemos [transístores] com papel de fotocópia», conta a coordenadora do Cenimat.

E para que serve o dieléctrico, ou isolante eléctrico? Um transístor é um dispositivo com três terminais – fonte, dreno e porta. Nos transístores de efeito de campo (FET, field effect transistor) – como é o caso – a corrente eléctrica que passa entre a fonte e o dreno é controlada pela tensão aplicada ao terceiro terminal, a porta. Para tudo isto funcionar, a porta tem de estar isolada electricamente da fonte e do dreno. Daí a importância da tal camada dieléctrica.

Mas os cientistas da Nova foram mais longe: lembraram-se de fabricar FETs utilizando os dois lados de uma folha de papel. Numa das faces depositaram o material que opera como porta e na outra construíram a estrutura correspondente aos restantes terminais. Desta forma, o papel actua simultaneamente como isolante eléctrico e como suporte do próprio dispositivo. «É tipo dois em um», diz Elvira Fortunato.

E funciona? A resposta é: optimamente. Os testes às propriedades eléctricas dos dispositivos mostraram que estes são tão competitivos como os melhores transístores de filme fino baseados em óxidos semicondutores (área de ponta na qual esta equipa detém patentes internacionais).

Estes resultados – aliados à possibilidade de estes FETs serem produzidos em larga escala e ao baixo custo do papel – auguram promissoras aplicações no campo da electrónica descartável.


http://www.unl.pt/nova/investigacao/noticias-inv/transistor-com-papel
Cumprimentos,

Laruschuie
 

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« Responder #174 em: Agosto 29, 2008, 10:06:06 am »
Citação de: "Laruschuie"
Cientistas da Universidade Nova fazem primeiros transístores com papel

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Uma equipa do Centro de Investigação de Materiais (Cenimat/I3N), da Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Nova de Lisboa, produziu – pela primeira vez – transístores com uma camada de papel. Num artigo a publicar em Setembro na revista IEEE Electron Device Letters, Elvira Fortunato e colegas mostram que o novo dispositivo rivaliza em performance com as mais avançadas tecnologias de filme fino. Resultados promissores que poderão ser explorados em ecrãs de papel, etiquetas e pacotes inteligentes, chips de identificação ou aplicações médicas.

Actualmente, assiste-se a um crescente interesse da indústria electrónica pelo desenvolvimento de dispositivos com biopolímeros, pois estes potenciam um manancial de aplicações baratas. A celulose é o principal biopolímero da Terra. Por isso, alguns estudos internacionais relataram, recentemente, a utilização de papel como suporte físico de componentes electrónicos. Porém, até hoje, ninguém tinha recorrido ao papel como parte integrante de um transístor.

Numa abordagem inovadora, o grupo de investigação do Cenimat/I3N – coordenado pelos Professores Elvira Fortunato e Rodrigo Martins – fabricou transístores de filme fino nos quais uma das camadas – o dieléctrico – é uma vulgar folha de papel. «[Nos dispositivos] do artigo usámos papel vegetal, mas já fizemos [transístores] com papel de fotocópia», conta a coordenadora do Cenimat.

E para que serve o dieléctrico, ou isolante eléctrico? Um transístor é um dispositivo com três terminais – fonte, dreno e porta. Nos transístores de efeito de campo (FET, field effect transistor) – como é o caso – a corrente eléctrica que passa entre a fonte e o dreno é controlada pela tensão aplicada ao terceiro terminal, a porta. Para tudo isto funcionar, a porta tem de estar isolada electricamente da fonte e do dreno. Daí a importância da tal camada dieléctrica.

Mas os cientistas da Nova foram mais longe: lembraram-se de fabricar FETs utilizando os dois lados de uma folha de papel. Numa das faces depositaram o material que opera como porta e na outra construíram a estrutura correspondente aos restantes terminais. Desta forma, o papel actua simultaneamente como isolante eléctrico e como suporte do próprio dispositivo. «É tipo dois em um», diz Elvira Fortunato.

E funciona? A resposta é: optimamente. Os testes às propriedades eléctricas dos dispositivos mostraram que estes são tão competitivos como os melhores transístores de filme fino baseados em óxidos semicondutores (área de ponta na qual esta equipa detém patentes internacionais).

Estes resultados – aliados à possibilidade de estes FETs serem produzidos em larga escala e ao baixo custo do papel – auguram promissoras aplicações no campo da electrónica descartável.

http://www.unl.pt/nova/investigacao/noticias-inv/transistor-com-papel

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A team at Universidade Nova de Lisboa in Portugal have produced the world's first field-effect transistor based on paper. The paper layer acts as an "interstrate", with the actual FET components being fabricated onto both sides: so the paper holds the transistor together and acts as an insulator. Amazingly in tests the paper transistor performed better than amorphous silicon transistors and even approaches the performance of state-of-the-art oxide thin-film transistors. Why is this interesting news? Mainly since paper is a lower-cost substrate than silicon, so this invention opens the way for cheap, or even disposable, paper displays, smart labels, RFID technology... basically expect more ubiquitous technology integration in future products.


Uma autêntica revolução!

:G-beer2:
Cumprimentos
 

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comanche

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« Responder #175 em: Agosto 31, 2008, 06:59:31 pm »
O mundo transparente da ciência portuguesa
08-08-2008

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Se algum dia entrar num Ferrari com mostradores digitais no pára-brisas terá provavelmente à sua frente tecnologia portuguesa criada no Centro de Investigação de Materiais (Cenimat) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. É lá que trabalha a investigadora Elvira Fortunato, recentemente distinguida na área da Engenharia pelo European Research Council (ERC).


À entrada do departamento do Cenimat, situado no Campus de Caparica, não se adivinha que naquele tímido edifício branco se produz tecnologia de ponta. Mas lá dentro, tudo é mais arrojado, a começar pelas explicações da investigadora ao PortugalDiário sobre o projecto «Invisible», que lhe valeu um prémio de 2,5 milhões de euros, e tudo menos invisibilidade. «Há duas semanas que não consigo trabalhar, só com entrevistas». Toda a gente quer saber mais sobre a solução inovadora que apresentou para criar transístores sem recurso ao tradicional (agora) silício, em que trabalha há já cinco anos.

Faça-se luz

«É uma área nova em termos tecnológicos. No fundo nós utilizamos materiais cerâmicos como semicondutores. Utilizamos materiais que são utilizados em cimentos ou em tijolos em transístores», diz. Ao seu lado, um pequeno suporte de madeira ostenta um vidro com leds incrustados, desenhando as letras «FCT» ¿ as iniciais da Faculdade de Ciências e Tecnologia. Elvira carrega num pequeno botão vermelho e faz-se luz no centro do vidro, e também na sua explicação: «Não se vêem fios a ligar aos leds. Esta superfície de vidro está coberta com um óxido condutor que tem as propriedades ópticas de um vidro, de um material isolante, mas também as eléctricas de um metal».

O facto desta tecnologia ser produzida à temperatura ambiente - «como fazer um refogado sem aquecer» - abriu também outras possibilidades. Foi assim que nasceu o transístor de papel, que poderá vir a ter uma aplicação prática na área da electrónica descartável, tal como cartões e etiquetas inteligentes. Já os transístores e circuitos transparentes abrem também uma série de portas, tal como explica Rodrigo Martins, presidente do Departamento de Ciência dos Materiais, que revela parcerias com empresas como a Samsung, a Fuji, a LG, a Saint Gobain, a HP e a Fiat. No ramo automóvel, a Ferrari merece uma explicação: «Pretende-se ter todos os mostradores ao nível da visão do condutor e ter tudo implantado no vidro da frente do automóvel».

A chave do sucesso

O trabalho da equipa de Elvira Fortunato valeu-lhe uma felicitação pessoal do Presidente da República, a desejar-lhe «os maiores sucessos nesta área». E para continuar na senda da inovação, a investigadora já tem destino para os 2,5 milhões euros. Parte irá financiar a compra de um microscópio electrónico único em Portugal, que poderá dar apoio também à área das nanotecnologias. O resto vai permitir alargar a equipa de 30 para 33 pessoas e sustentar dar estabilidade ao trabalho destes investigadores nos próximos cinco anos.

A investigadora parece não ter dúvidas sobre a capacidade de continuar a inovar e acha que com trabalho é possível criar coisas novas em Portugal. Rodrigo Martins também partilha da mesma convicção, apesar de ter lamentar que falte por vezes visão a outros níveis, fora dos laboratórios. «Quando ela foi falar com pessoas responsáveis, em vez de a incentivarem a concorrer [ao ERC], a primeira reacção foi: olhe que este concurso é para a nata da nata europeia. Há uma subalternização, quase incompreensível». Mas Elvira acabou por acreditar. E é este o conselho que deixa aos investigadores mais jovens: «Tenham brio naquilo, trabalhem, e acima de tudo tentem fazer aquilo que gostam. Reunidas estas valências, em qualquer área, qualquer pessoa terá sucesso».

 

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Chicken_Bone

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« Responder #176 em: Agosto 31, 2008, 08:29:34 pm »
Comanche e André: Apraz-me mt q haja ppl em cima de ciência e tecnologia como eu ando e, particularmente na Pt!!!!!

Onde costumais arranjar as notícias sobre tecn pt? Só costumo encontrá-las em jornais convencionais.

Obrigado!
"Ask DNA"
 

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André

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« Responder #177 em: Agosto 31, 2008, 09:26:49 pm »
Citação de: "Chicken_Bone"
Comanche e André: Apraz-me mt q haja ppl em cima de ciência e tecnologia como eu ando e, particularmente na Pt!!!!!

Onde costumais arranjar as notícias sobre tecn pt? Só costumo encontrá-las em jornais convencionais.

Obrigado!


http://www.cienciahoje.pt/index.php

Mas principalmente arranjo informação pela Agência Lusa ...  :D  :wink:

 

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André

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« Responder #178 em: Setembro 02, 2008, 03:57:30 pm »
Barco solar português passa nos testes de navegabilidade

Os primeiros testes de navegabilidade da primeira embarcação do país movida a energia solar foram realizadas esta semana na Ria Formosa e as garantias de segurança estão garantidas, disse hoje fonte oficial.
O barco ecológico que não precisa de combustível foi na segunda-feira à tarde alvo de testes de navegabilidade durante duas horas na Ria Formosa, junto a Faro, e segundo informações pela Autoridade Marítima do Sul «oferece toda a segurança equivalente a uma outra qualquer embarcação».

«A não emissão de gases poluentes torna o passeio da embarcação mais amigo do ambiente e menos ruidoso», revelou Reis Ágoas, comandante da Capitania de Faro, reconhecendo as vantagens daquela embarcação que navega silenciosamente e não polui o meio ambiente.

O «Alvor Flor do Sol», foi assim baptizado, já foi levado para o estaleiro de Portimão para ser registado e seguirá depois para Alvor, onde servirá para fazer passeios marítimos na costa portuguesa.

Os proprietários do barco, um casal luso-irlandês que detém a empresa «Alvor Boat Trips», pretendem com esta embarcação realizar passeios turísticos a oito nós de velocidade (cerca de 15 quilómetros/hora) entre Alvor, Portimão e Lagos, passando pelas praias algarvias do Vau, Três Irmãos, Rocha, Meia Praia e D. Ana.

Com 11 metros de comprimento e com uma lotação de 14 pessoas, a embarcação amiga do ambiente foi construída desde o natal passado num estaleiro naval de Faro, com sede no lugar de Mar e Guerra, no meio de estufas e pomares de citrinos e o custo da obra ronda os 140 mil euros.

«Estou muito optimista no sucesso da embarcação, porque vai defender o meio ambiente», declarou à agência Lusa a irlandesa Róisín O´Hagan.

O marido de Róisín, o português Luís Lourenço, também está convicto que o barco equipado com 15 painéis solares e 12 baterias vai ter êxito no mar português.

A divulgação do barco ecológico vai ser feita nos hotéis algarvios do grupo Pestana e na Internet e há contactos com turistas irlandeses interessados em experimentar esta aventura, conta o futuro dono do protótipo, Luís Lourenço.

O autor do projecto, Jorge Severino, «pai» das cerca de 300 embarcações da marca «Tridente» que flutuam na doca de Faro e na Escola Naval da Praia de Faro, acredita que o único futuro para as embarcações marítimo-turísticas são o motor eléctrico-solar.

«É impensável continuar a queimar milhares de toneladas de combustível e deitar gases ao mar», observa o mentor do barco, garantindo que em Portugal não há ainda nenhuma unidade semelhante e que na Europa «são poucos os exemplares» a navegar.

Lusa

 

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comanche

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« Responder #179 em: Setembro 02, 2008, 11:16:02 pm »
Tecnologia: AvePark vai criar 600 postos de trabalho até ao fim do ano

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Guimarães, 01 Set (Lusa) - O AvePark - Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães, que o primeiro-ministro inaugura sábado, tem já garantida a instalação de 27 empresas que vão criar, ainda este ano, 600 postos de trabalho, disse hoje à Lusa fonte do organismo.

O vice-reitor da Universidade do Minho, José Mota, que preside ao Conselho de Administração do Avepark, anunciou que estão em curso negociações com várias outras empresas tecnológicas que aumentarão para 1.200 o número de pessoas que ali trabalharão no final de 2010.

A estrutura, sedeada nas Caldas das Taipas, será inaugurada sábado pelo primeiro-ministro, José Sócrates e pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago.

José Mota frisou que o AvePark ultrapassou a meta prevista para 2008, já que se previa que fossem criados apenas 300 empregos no primeiro ano de actividade.

O responsável acrescentou que, ainda este ano, arranca o Instituto Europeu de Medicina Regenerativa de Tecidos que, a prazo, terá 200 investigadores nacionais e estrangeiros ao seu serviço.

Dentre as empresas já sedeadas no Avepark estão 25 «spin-off's» da Universidade do Minho (UM), uma delas de grande relevância económica e científica, a 3B's, que faz investigação aplicada na área da Medicina de Tecidos, em sintonia com o trabalho do Instituto Europeu de Medicina Regenerativa.

Com pavilhões já em fase de conclusão estão, também, as empresas Orto21, que se dedica a produzir cadeiras de rodas com elevada incorporação tecnológica, e uma de recursos humanos, a CRH.

"Queremos atingir, também na área das tecnologias a média europeia", sublinhou o vice-reitor.

Adiantou que há interesse de instituições e empresas galegas em instalar-se no Avepark, nomeadamente porque a região ainda tem acesso a apoios comunitários.

Para José Mota, dadas as estruturas que acolhe, acessibilidades, fibra óptica, universidades e estruturas de investigação e acesso a fundos comunitários, o Minho "é a melhor região do país para se investir".

O Avepark, que terá uma ligação por via rápida à auto-estrada para o Porto e Braga, foi projectado para acolher, no prazo de 10 anos, 200 empresas tecnológicas.

A instalação das empresas permitirá a criação de quatro mil empregos qualificados, entre cientistas e investigadores, que assim se fixarão na região do Minho.

O parque, que tem como suporte natural a Universidade do Minho, está instalado em 80 hectares de terrenos nos arredores da vila das Caldas das Taipas, em pleno Vale do Ave.

O AvePark, que recebeu um subsídio governamental de 3,2 milhões de euros, é uma sociedade constituída pela Câmara de Guimarães, com 51 por cento do capital, pela Universidade do Minho, a Associação Industrial do Minho e a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (com 15 por cento, cada) e pela Associação Industrial e Comercial de Guimarães, com quatro por cento.

O investimento total em infraestruturas e no chamado edifício central - já terminado - atinge os 10 milhões de euros, verba a que haverá que somar o valor dos terrenos doados pela Câmara de Guimarães.

Os organismos que ali se instalarem beneficiam de uma rede de infra-estruturas básicas, com destaque para a de fibra óptica, ligada quer ao Campus de Guimarães da Universidade do Minho, quer à rede de computação científica nacional.

A zona será, também, dotada de serviços de apoio, nomeadamente um hotel para cientistas, bares e restaurantes, sem esquecer as zonas de lazer.

"Para além das tecnologias, estamos numa zona florestal e campestre de que queremos usufruir", sublinhou o responsável.

Para José Mota o Avepark, cuja construção será dividida em duas fases - a primeira com 45 a 50 hectares e a segunda com 30 - terá efeitos positivos, a médio prazo, de retorno do investimento para as finanças públicas, já que vai proporcionar receitas fiscais vultuosas.

O projecto do AveParK foi lançado em 1998 pelo então ministro Valente de Oliveira, mas esteve como que em «banho-maria» durante vários anos, devido às hesitações dos sucessivos governos e a «embrulhadas» bairristas de tipo municipal.

Com a criação da Agência de Inovação, e com o reforçado interesse do município de Guimarães, ganhou novo fôlego há três anos, com a criação da sociedade gestora e o recomeço do investimento.