Pescadores algarvios agredidos na Andaluzia

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ricardonunes

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Pescadores algarvios agredidos na Andaluzia
« em: Outubro 18, 2006, 07:09:17 pm »
Pescadores algarvios agredidos na Andaluzia
Espanhóis revoltam-se pela não aplicação, aos portugueses, do defeso imposto à pesca do polvo

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Pescadores algarvios da pesca do polvo têm sido agredidos ao largo da Andaluzia por colegas espanhóis revoltados pela não aplicação aos portugueses do defeso imposto àquele tipo de pesca, disse à Lusa fonte da Marinha.

Em declarações à Lusa, o comandante da Capitania de Vila Real de Santo António, Rocha Pacheco, garantiu ter conhecimento directo de, pelo menos, duas agressões, a última das quais, à pedrada, verificada terça-feira à tarde.

De acordo com a mesma fonte, tudo indica que a autoria das duas ocorrências se deva ao mesmo mestre, ainda que com embarcações diferentes, pelo que, adiantou, parece afastada a hipótese de se tratar de uma acção concertada.

 O responsável admitiu que as agressões devam estar relacionadas com o facto de a captura do polvo estar a atravessar um período de defeso, que abrange os pescadores espanhóis mas, legalmente, não tem efeito sobre os pescadores portugueses, que pescam ao abrigo do acordo de pescas luso-espanhol.

O mesmo responsável da Marinha, que tomou pose há poucas semanas, disse à Lusa que fará também seguir para o Ministério Público português um relato da ocorrência, para possível instrução de um processo.

Na sequência do primeiro caso, ocorrido há alguns dias, Rocha Pacheco falou com o seu colega espanhol, que lhe garantiu que chamará o mestre alegadamente agressor a prestar declarações.

Hoje de manhã, Rocha Pacheco esteve reunido com o armador da embarcação que terça-feira foi alvo da ira dos espanhóis e, depois do encontro, falou sobre o caso com o seu homólogo do lado espanhol, disse, garantindo que fará seguir ainda hoje uma queixa por escrito.

Fonte da Direcção Regional das Pescas disse à Lusa que as agressões aos portugueses se verificam "desde sempre", embora os relatos se tenham acentuado mais nos últimos meses.

A mesma fonte esclareceu que os armadores que se dedicam à captura do polvo, em número de sete, se enquadram no chamado "Grande Acordo" pesqueiro entre os dois países, que abrange barcos com comprimento superior a nove metros.

Segundo a mesma fonte, as licenças são emitidas por aquela direcção regional depois de, duas vezes por mês, a Direcção-Geral das Pescas requerer às autoridades de Madrid a devida autorização para a quinzena, na sequência da qual a licença é emitida pela autoridade regional.

A última agressão ocorreu cerca das 13:00 de terça-feira, quando o armador António José e dois dos seus homens se preparavam para verificar se os alcatruzes - espécie de armadilhas feitas em barro ou plástico - que tinham lá deixado dias antes já continham polvo.

 "Quando lá chegámos, fomos abordados pelo dono de um barco de pesca, que nos insultou, exigiu que nos fossemos embora e disse que tinha destruído as artes", relatou o armador, segundo o qual ele e os dois outros pescadores a bordo foram literalmente "corridos à pedrada" da zona.

António José garante que as pedras não atingiram os homens a bordo, mas provocaram alguns danos na embarcação, chegando a danificar a antena VHS, o que impediu os pescadores portugueses de pedir ajuda às autoridades portuguesas.

"O que nos valeu foi escondermo-nos na ponte, mas o barco deles tem mais potência que o nosso e aproximaram-se muito", descreveu.

O armador tem licença de captura de polvo no lado espanhol da fronteira e reconhece que deveria ter desarmado as artes antes de domingo, dia 15, o que não aconteceu devido ao mau tempo, mas assevera que as agressões não se deveram a esse atraso.

"Uma vez que há mais candidatos à armação do que licenças, a nossa Direcção Regional das Pescas emite licenças para a quinzena que nos pertence, que não devemos exceder, mas estas agressões não têm nada a ver com isso", disse, garantindo ter conhecimento de vários casos de agressão em que não havia qualquer atraso de pescadores.

Por outro lado, observou, "não compete aos armadores fazerem justiça pelas próprias mãos, mas as autoridades espanholas é que devem actuar".

De acordo com António José, as autoridades marítimas portuguesas têm conhecimento destes problemas, mas vêm dissuadindo os armadores de apresentar queixa com o argumento de que não passa de pequenas escaramuças.

Por outro lado, explicou, a inacção dos pescadores deve-se também às elevadas custas judiciais, com a exigência de pagamento de 178 euros simplesmente para interpor a acção judicial.

"Desta vez, vamos apresentar queixa particular", assegurou o armador que, para o efeito, já consultou o seu advogado.


http://jn.sapo.pt/2006/10/18/ultimas/Pe ... dos_n.html
Potius mori quam foedari
 

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dremanu

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« Responder #1 em: Outubro 18, 2006, 11:44:09 pm »
Bom, eu acho que os pescadores Espanhoís estão corretos em se sentirem indignados com os Portugueses. Só não estão correto é no comportamento que adotaram, em vez de amandar pedras, deviam processar os pescadores tugas.
"Esta é a ditosa pátria minha amada."