Anúncio da construção em Alcochete foi há um ano mas obras só deverão arrancar no final de 2010
Um ano após o Governo ter anunciado a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, os trabalhos de caracterização do local ainda estão a decorrer e as obras só deverão arrancar no final de 2010.
Depois de em 2007 se ter tornado um tema político incontornável e o Governo ter sido obrigado a recuar quanto à escolha da Ota, a decisão "prévia e preliminar" de construir o novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete foi anunciada pelo primeiro-ministro, José Sócrates, a 10 de Janeiro, tendo sido aprovada em Conselho de Ministros cerca de quatro meses depois.
A opção pelo Campo de Tiro de Alcochete foi legitimada pelo estudo comparativo elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que apontou a localização da infra-estrutura aeroportuária na margem Sul como "globalmente mais favorável" que na Ota, localização confirmada em 1999.
Os primeiros trabalhos do projecto, que representa um investimento de cerca de 4,9 mil milhões de euros (incluindo a construção e o valor a investir no período da concessão), tiveram início em Agosto de 2008.
No Campo de Tiro de Alcochete, os trabalhos de prospecção e sondagens foram os primeiros a arrancar e ficaram concluídos em Dezembro do ano passado.
Em curso estão actualmente trabalhos de caracterização geológica, de monitorização da qualidade do ar, de monitorização de aves, de cartografia e de prospecção hidrogeológica.
De acordo com a NAER, empresa responsável pelo projecto do novo aeroporto, o estudo dos movimentos de avifauna terá início "em breve" e o concurso para a realização do estudo de impacto ambiental deverá ser lançado "até ao final de Janeiro".
O concurso público internacional para a construção e exploração do novo aeroporto, que está associado à privatização da ANA - Aeroportos de Portugal, deverá ser lançado "durante o primeiro semestre deste ano", disse hoje à Lusa fonte oficial do Ministério das Obras Públicas.
O concurso deverá demorar "mais de um ano", pelo que o consórcio vencedor só deverá ser conhecido em 2010, disse a mesma fonte, acrescentando que o calendário do Governo prevê que a construção arranque "entre o final de 2010 e início de 2011", de modo a poder ser inaugurado em 2017.
O novo aeroporto, que terá, de início, duas pistas paralelas, será servido por uma auto-estrada, cujos custos de construção ficarão a cargo da Brisa, e pelas redes ferroviárias convencional e de alta velocidade.
Actualmente, estão a decorrer reuniões do grupo de trabalho responsável pelas acessibilidades ao novo aeroporto que inclui, entre outras entidades e institutos, a RAVE - Rede Ferroviária de Alta Velocidade, a Refer e a Estradas de Portugal, disse fonte oficial do ministério tutelado por Mário Lino.
Na corrida à construção do novo aeroporto estão, para já, o consórcio Astérion, presidido pela Brisa e pela Mota-Engil, bem como o agrupamento liderado pela Teixeira Duarte e pela espanhola Ferrovial.
A Abertis, a MacQuarie e a espanhola FFC também já demonstraram interesse no projecto.
Lusa