E depois da recruta?

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abatista

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« Responder #45 em: Agosto 20, 2008, 07:30:26 pm »
Citação de: "Trafaria"
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Mas, então, depois de capitão, a vida de oficial é de secretária?
E se nao fosse secretaria onde os colocarias?
Por acaso tens uma ideia de quantos eles são e de quantos batalhoes e regimentos existem para eles comandarem?
A desproporção deve ser enormíssima...

Existem todavia muitas tarefas adequadas à categoria de oficial superior, por exemplo: professores da academia e instituto politecnico; chefes da mais variadas e muitas repartições dos estados maior, das direcções de arma (estas acabaram, nao foi?); direcções de ensino e administração das variadas unidades, etc... a GNR tb absorve uma centena deles, etc...

E tem que assim ser, especialmente num pais onde a hierarquia nao é piramidal, quem sai da academia acaba pelo menos em coronel. Dizem que nalguns casos até se verifica a inversão da piramide.


Sim, eu percebo.

Terei que aproveitar os 2 anos de praça para perceber se quero ingressar na EOE ou na ESE. ;)
 

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Trafaria

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« Responder #46 em: Agosto 20, 2008, 08:09:41 pm »
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Os Oficiais do Serviço Geral eram por assim dizer do Quadro Permanente quanto ao tipo de vinculo que os ligava ao Exército.

Sim, nesse sentido. O vinculo é permanente, mas o quadro é (era) outro.

Há um dinamismo interno próprio das instituições; as coisas nao se podem manter como estavam quando eu fui militar, já lá vão quase 20 anos e ainda por cima eu pertencia a outro ramo.

A informação que tenho provem das conversas que tenho com um irmão que optou por seguir a vida militar e outros amigos também militares. Logicamente essa informação é pouca e sem rigor.

Mas voltando ao tema lembro-me que no exercito lhes chamavam - pejorativamente, penso - oficiais de Águeda.

Nao sabia que esse (seu) quadro de Secretariado estava em extinção.
É que se nao estou em erro o exercito chegou mesmo a ter uma Escola Pratica de Secretariado e Administração Militar (ou designação semelhante). Fui amigo dum capitão desse quadro.
::..Trafaria..::
 

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PereiraMarques

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« Responder #47 em: Agosto 20, 2008, 09:47:08 pm »
Citação de: "Trafaria"

Nao sabia que esse (seu) quadro de Secretariado estava em extinção.
É que se nao estou em erro o exercito chegou mesmo a ter uma Escola Pratica de Secretariado e Administração Militar (ou designação semelhante). Fui amigo dum capitão desse quadro.

Actualmente Escola Prática dos Serviços...



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A Escola Prática dos Serviços entrou em funcionamento em 01 de Julho de 2006, conforme despacho n.º 131/CEME/2006 de 21 de Junho, de acordo com o estabelecido no n.º2 do Despacho n.º 12.555/2006, de 24 de Maio, do Ministro da Defesa Nacional, publicado no Diário da República, n.º 115, 2ª série, de 15 de Junho de 2006, que aprovou a relação dos comandos, unidades, estabelecimentos e demais órgãos que correspondem à organização prevista na Lei Orgânica do Exército, aprovada pelo decreto-lei n.º 61/2006, de 21 de Março.

A Escola Prática dos Serviços ocupa as instalações da Escola Prática de Administração Militar, extinta em 30 de Junho de 2006, conforme Despacho n.º 130/CEME/2006, de 20 de Junho.

É herdeira das tradições e do Património Histórico da Escola Prática de Administração Militar (Despacho n.º 231/CEME/2006 de 10 de Agosto), da Escola Prática do Serviço de Material (Despacho 229/CEME/06 de 10 de Agosto), do Batalhão de Adidos (Despacho 243/CEME/06 de 20 de Setembro), do Batalhão de Administração Militar (Despacho 265/CEME/06 de 17 de Outubro) e da Escola Prática do Serviço de Transportes.

Tem como encargo operacional uma Companhia de Reabastecimento e Serviços que faz parte das Forças de Apoio Geral (FAG) da Força Operacional Permanente do Exército (FOPE), conforme estabelecido pelo Sistema de Forças Nacional - Componente Operacional (SFN-COP), definido em CSDN em Outubro de 2004.


MISSÃO

Ministra tirocínios, estágios e cursos de formação e qualificação nas áreas de Reabastecimento, Transportes, Manutenção, Saúde, Serviços de Campanha, Finanças Públicas e Pessoal e Secretariado, para a formação de Oficiais, Sargentos e Praças do Exército. Garante o aprontamento da Companhia de Reabastecimento e Serviços das Forças de Apoio Geral


 :arrow:  http://www.exercito.pt
 

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jmg

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« Responder #48 em: Agosto 21, 2008, 08:31:41 am »
Pessoal e secretariado, transportes, Tecnico de Manutenção (Material), tecnico de exploração (transmissões), tecnico de Manutenção (transmissões) são especialidades e serviços destinados a Oficiais técnicos (aqueles que são oriundos de sargentos e que não são formados na Academia mas sim na ESPE).
O fim do Quadro de Oficiais técnicos destina-se ao meu ver a rentabilizar as vagas a partir de major para aqueles que vêm da Academia.
Assim passam a desempenhar estas funções oficiais de transmissões, material e administração.
Não te fies de mim, se te faltar valentia.
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Cabeça de Martelo

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« Responder #49 em: Agosto 21, 2008, 10:24:41 am »
Citação de: "abatista"

Sim, eu percebo.

Terei que aproveitar os 2 anos de praça para perceber se quero ingressar na EOE ou na ESE. :?
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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abatista

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« Responder #50 em: Agosto 21, 2008, 10:48:44 am »
Oh, queria dizer Academia Militar! :wink:
 

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jmg

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« Responder #51 em: Agosto 21, 2008, 05:46:32 pm »
Citação de: "abatista"
Oh, queria dizer Academia Militar! :wink:


Não há problemas nenhuns!
Estão aqui muitos militares e ex-militares para tirarem as dúvidas que surgirem.
Não pode é fazer afirmações sem nexo como têm sido feitas aqui.
Não te fies de mim, se te faltar valentia.
(Inscrição gravada num antigo punhal.Autor desconhecido)

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lazaro

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« Responder #52 em: Agosto 21, 2008, 06:48:02 pm »
Estranho que os foristas militares do QP se esqueçam que existe o EMFAR e que sempre podem sugerir a sua leitura a quem não sabe ou não quer ler.

Aqui vai: http://www.emfa.pt/www/conteudos/inform ... ofinal.pdf

Tudo tem interesse, no entanto para o caso vão directamente à pagina 7: TITULO III, Cap I, Artº 26º e seguintes. Depois passem também pelo artigo 128 e seguintes. Boa leitura!
« Última modificação: Agosto 21, 2008, 07:00:24 pm por lazaro »
 

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lazaro

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« Responder #53 em: Agosto 21, 2008, 06:52:06 pm »
Citação de: "jmg"
Citação de: "abatista"
Citação de: "tyr"
e depois ha outra, ha quem seja sargento porque não quer ser oficial (eu adoro ter as mãos na massa, e para mim a carreira de oficial morre em capitão, enquanto que como sargento, se estiver no local certo, ainda consigo estar operacional como ajudante. E sabendo disso quando foi altura de concorrer, concorri a ESE e nunca me passou pela cabeça concorrer à AM).

Mas, então, depois de capitão, a vida de oficial é de secretária?

Sim a 95%.
E mesmo quando os oficiais superiores (de Major para cima) vão para o campo (outros 5%) por exemplo, é para estarem no PC do Batalhão a analisarem cartas, mensagens e decidirem quais as Modalidades de acção a adoptar.
Não pode ser olhado com desdenho porque é uma tarefa de extrema importancia na qual também participam subalternos e sargentos (estado maior, EM coordenador e tecnico).
Para este desempenho é que se tira o curso de promoção a oficial superior (CPOS).


Se os oficiais do Estado-Maior, bem como o seu comandante, passam a vida enfiados no PC do Batalhão, deixe-me dizer-lhe que tem andado mal enquadrado.

A formação para efeitos de Estado-Maior de Batalhão é o Curso de Promoção a Capitão (CPC), para os oficiais, e o Curso de Sargento de Operações e Informações, para os sargentos.
« Última modificação: Agosto 21, 2008, 07:07:42 pm por lazaro »
 

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tyr

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« Responder #54 em: Agosto 21, 2008, 07:03:17 pm »
O trabalho de oficial superior, implica não meter com as mãos na massa, mas sim coordenar quem mete, ou seja mesmo que não andem enfiados num  escritorio não deixam de não andarem no meio da verdadeira acção, pois têm que se preocupar com muitas subunidades e não se podem preocupar com os procedimentos de um pelotão em manobra (se o fizerem estão na pratica a chamar incompetentes a muitos subordinados) ou encher uma ponte de explosivos (se o fizerem estão a por em risco a cadeia de comando e a chamar incompetentes a muitos subordinados), ou fazer trabalho EOD ou NBQ (repito o que disse entre parentes antes), ou participarem num assalto a uma posição, ou fazerem parte de uma equipa de reconhecimento ou...
 O trabalho de oficial superior é trabalho de coordenação e burocracia, quer o pessoal queira quer não (claro que a burocracia pode ser delegada, mas (é melhor ficar calado)).
A morte só é terrivel para quem a teme!!
 

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lazaro

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« Responder #55 em: Agosto 21, 2008, 07:14:52 pm »
Repito, os oficiais que estão metidos no gabinete e não "saiem à rua" para sentir o pulsar da massa sobre a qual tem elevadas responsabilidades não podem estar a fazer um bom trabalho. A recepção, leitura e análise de relatórios no PC só é parte do trabalho, assim como o planeamento. Falta depois a outra parte bastante importante: "sair à rua" porque os relatórios não dizem tudo.

Parece-me que há pessoal que tem andando a ver maus exemplos e tira conclusões erradas sobre o que é/devia ser o trabalho do oficial, independentemente da sua graduação.
 

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abatista

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« Responder #56 em: Agosto 21, 2008, 07:34:50 pm »
A grande diferença, para mim, é que o coordenar/analise/sair à rua para sentir o pulsar da massa/etc interessa-me. A parte de estar fechado num gabinete é que não. :P
 

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jmg

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« Responder #57 em: Agosto 21, 2008, 09:08:39 pm »
Citação de: "lazaro"
Citação de: "jmg"
Citação de: "abatista"
Citação de: "tyr"
e depois ha outra, ha quem seja sargento porque não quer ser oficial (eu adoro ter as mãos na massa, e para mim a carreira de oficial morre em capitão, enquanto que como sargento, se estiver no local certo, ainda consigo estar operacional como ajudante. E sabendo disso quando foi altura de concorrer, concorri a ESE e nunca me passou pela cabeça concorrer à AM).

Mas, então, depois de capitão, a vida de oficial é de secretária?

Sim a 95%.
E mesmo quando os oficiais superiores (de Major para cima) vão para o campo (outros 5%) por exemplo, é para estarem no PC do Batalhão a analisarem cartas, mensagens e decidirem quais as Modalidades de acção a adoptar.
Não pode ser olhado com desdenho porque é uma tarefa de extrema importancia na qual também participam subalternos e sargentos (estado maior, EM coordenador e tecnico).
Para este desempenho é que se tira o curso de promoção a oficial superior (CPOS).

Se os oficiais do Estado-Maior, bem como o seu comandante, passam a vida enfiados no PC do Batalhão, deixe-me dizer-lhe que tem andado mal enquadrado.

A formação para efeitos de Estado-Maior de Batalhão é o Curso de Promoção a Capitão (CPC), para os oficiais, e o Curso de Sargento de Operações e Informações, para os sargentos.


Meu caro novamente venho avisar que não há necessidade de inventar.
O CPC visa a preparar o futuro capitão a comandar a companhia.
O CPOS e o curso de técnicas de estado maior talvez visam mais aquilo que pretende dizer.
Já agora o LAZARO vai me dizer qual a sua experiência miltar para ser assim tão contundente.
O Spinola era Comandante de Zona operacional e sabia dividir a sua vida entre PC e frente (muitas horas de voo em Alouette), mas as suas "visitas" eram só isso: visitas!
Verificar se as suas decisões eram aplicadas no terreno e dar ânimo aos Homens. Porque para a parte operacional estavam aí os capitães e principalmente os milicianos.
Exercícios tenho muitos, curso de operações informações também tenho, por isso seja mais assertivo e não venha aí com meias verdades num tom tão agressivo.
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jmg

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« Responder #58 em: Agosto 21, 2008, 09:16:29 pm »
Citação de: "lazaro"
Repito, os oficiais que estão metidos no gabinete e não "saiem à rua" para sentir o pulsar da massa sobre a qual tem elevadas responsabilidades não podem estar a fazer um bom trabalho. A recepção, leitura e análise de relatórios no PC só é parte do trabalho, assim como o planeamento. Falta depois a outra parte bastante importante: "sair à rua" porque os relatórios não dizem tudo.

Parece-me que há pessoal que tem andando a ver maus exemplos e tira conclusões erradas sobre o que é/devia ser o trabalho do oficial, independentemente da sua graduação.


O lazaro é que anda algo enganado e deve verificar que a categoria de Oficiais divide-se em subalternos/capitães/oficiais superiores/oficiais generais.
Cada um nas suas funções e atribuições. Deixe os Capitães comandar.
Não se esqueça que um comandante de Batalhão que passa demasiado tempo em cima das companhias acaba por abafar os comandantes de companhia....
Experimente ver "Irmãos de armas" grande serie e tem muito que se lhe diga.
Muitos ensinamentos subjacentes......
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ΜΟΛΩΝ ΛΑΒΕ
 

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« Responder #59 em: Agosto 21, 2008, 10:45:20 pm »
Porque é que existe pessoal que confunde uma função cheia de burocracia e de coordenação, com andar encafiado num escritorio (possivelmente existem alguns oficiais superiores que não têm muitas alternativas, tipo os oficiais de justiça de certas unidades ou oficiais de pessoal ou de logistica, ou oficias de operações, que andam enterrados em mensagens e papelada e que ocasionalmente têm que sair para reuniões e supervisar algo).
A morte só é terrivel para quem a teme!!