Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa

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Anthropos

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1575 em: Junho 12, 2023, 08:06:53 pm »

Volto a repetir: um navio da classe Wave é um multiplicador de força, algo que não possuímos nem na Marinha, nem na Força Aérea. Serve para missões nacionais civis e militares (capaz de prestar auxílio a catástrofes naturais e ajudar em evacuações de cidadãos nacionais, por exemplo), internacionais civis e militares, e mostra a bandeira. É um meio que faz até mais falta que um LPD, podendo de certa forma ser usado como tal dada a capacidade de operar e albergar um Merlin Mk.516 CSAR, em condições bastante superiores àquelas onde o Bérrio foi utilizado em 1998 na Guiné-Bissau durante a Operação Crocodilo.

Eu compreendo isso, e não ponho em questão que nos faça falta um AOR, bem como toda uma miríade de equipamentos, e que facilmente poderiam ser justificados com o duplo uso em apoio a populações. A minha única questão é: justifica-se, tendo em conta o estado da frota e das Forças Armadas em geral, um navio com as dimensões dos Wave? Porque a não ser que viesse a um preço de saldo, não estou a ver a necessidade de um navio com 5 vezes a capacidade do Bérrio.
Além de que não sei se haverão muitas nações a comprar material militar pela mais valia que trará à NATO, sem primeiro ver se se enquadra nas suas doutrinas e necessidades de meios.


E então, se fôssemos a um exercício da NATO com um reabastecedor de frota qual era o problema? Ao menos estávamos presentes, e numa função deveras importante. Era o nosso esforço colectivo, o nosso contributo como aliado. Melhor do que agora no Air Defender 2023 onde não iremos marcar presença, para grande vergonha de muitos.


Compreendo isso, e também me choca a quantidade de exercícios multinacionais que falhamos por simplesmente não termos como participar. Mas então voltamos à mesma questão, vamos apostar (dependendo do preço, mas considerando custos de manutenção, upgrades, etc) num meio que serviria maioritariamente para apoiar a aliança, e não para nós?
Sei perfeitamente que uma fragata será bem mais cara de manter e operar, mas dai eu dizer que a Marinha tem que ter linhas guia bem definidas e com orçamento correto.


Membros combatentes? Se mal conseguimos ter duas fragatas operacionais, se os programas de modernização das mesmas foram e são o que são, se o próprio ramo Marinha faz questão de salientar que as mais recentes classes de patrulhas são navios não-combatentes, e se é preferível enviar um submarino a passear ao Atlântico Sul em vez de estar ao largo do Algarve no combate ao tráfico de droga, ou a fazer shadowing ao constante movimento naval russo ao largo da nossa costa, e vem-me falar da preocupação com meios combatentes? Ora se nem Governo, nem aparentemente o próprio ramo estão preocupados com isso, lançando um míssil ou torpedo real apenas quando o rei faz anos... :mrgreen: ::)


Aí estamos a entrar na gestão atual das próprias FFAA. Não concordo, de todo, com tudo o que andou, anda, e andará a ser feito, mas não se pode esquecer (ou não se deveria esquecer) que o objetivo principal das FFAA é a defesa da soberania e dos interesses nacionais. Se há quem ande esquecido... Isso são outros 500.


Repito: a aquisição de um Wave, e mesmo hipoteticamente de um navio como o Johan de Witt, são oportunidades que só aparecem de vez em quando. Clientes decerto não lhes faltarão, sobretudo na América do Sul, e nós por cá continuaremos sem nada até provavelmente ao início da próxima década. Afinal em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão, e é melhor continuar assim do que mudar o chip e adoptar uma postura mais séria e comprometida com a aliança militar da qual fazemos parte, no meio de uma guerra na Europa cujo desfecho ninguém consegue adivinhar.

A minha única questão é exatamente a falta de pão. Estar a aproveitar todos os negócios que pareçam bons, pode nem sempre correr bem. Vamos sempre andar com navios desatualizados, desfasados, várias classes diferentes com todas as dificuldades de manutenção que isso significa, e equipamentos pouco standardizados.
 

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Lightning

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1576 em: Junho 12, 2023, 09:03:44 pm »
Supostamente o actualização do sistema de gestão de plataforma das VdG vai libertar pessoal. Não sei se são 10 ou 20 ou se será só um gajo que corria entre os convés com papelinhos a informar o estado das coisas  :mrgreen:

Boa questão... No Exército é tão comum usar o WhatsApp para difundir informação, incluindo ordens em exercícios, que nunca pensei se no alto mar apanham rede que chegue para transmitir mensagens de uns navios para os outros, e para o Alfeite  :mrgreen:

Já parece as histórias dos bombeiros que com o SIRESP sempre a funcionar mal, usam os próprios telemóveis.

Mas não me parece que seja um modo "seguro" de enviar ordens, desenrasca mas cria maus habitos, na guerra da Ucrânia isso já deu maus resultados.
« Última modificação: Junho 12, 2023, 09:11:21 pm por Lightning »
 
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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1577 em: Junho 12, 2023, 09:29:13 pm »
Supostamente o actualização do sistema de gestão de plataforma das VdG vai libertar pessoal. Não sei se são 10 ou 20 ou se será só um gajo que corria entre os convés com papelinhos a informar o estado das coisas  :mrgreen:

Boa questão... No Exército é tão comum usar o WhatsApp para difundir informação, incluindo ordens em exercícios, que nunca pensei se no alto mar apanham rede que chegue para transmitir mensagens de uns navios para os outros, e para o Alfeite  :mrgreen:

Já parece as histórias dos bombeiros que com o SIRESP sempre a funcionar mal, usam os próprios telemóveis.

Mas não me parece que seja um modo "seguro" de enviar ordens, desenrasca mas cria maus habitos, na guerra da Ucrânia isso já deu maus resultados.

Os rádios do SIRESP logo quando foram testados viram que era merd@, mas pronto, é daquelas coisas. Dentro de um prédio a maioria das vezes não servem
 

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dc

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1578 em: Junho 13, 2023, 01:42:21 pm »
Eu compreendo isso, e não ponho em questão que nos faça falta um AOR, bem como toda uma miríade de equipamentos, e que facilmente poderiam ser justificados com o duplo uso em apoio a populações. A minha única questão é: justifica-se, tendo em conta o estado da frota e das Forças Armadas em geral, um navio com as dimensões dos Wave? Porque a não ser que viesse a um preço de saldo, não estou a ver a necessidade de um navio com 5 vezes a capacidade do Bérrio.
Além de que não sei se haverão muitas nações a comprar material militar pela mais valia que trará à NATO, sem primeiro ver se se enquadra nas suas doutrinas e necessidades de meios.

A questão do Wave, prende-se mais por ser uma oportunidade única, de ter um AOR relativamente recente, por um preço possivelmente baixo. As alternativas são: não ter nenhum, ou mandar construir um novo à nossa medida, que nos vais custar os olhos na cara. Com os custos da construção naval actuais, dificilmente se constrói um pelos orçamentados 150 milhões, e dificilmente não haveriam atrasos e derrapagens financeiras caso fosse construído em Portugal.  Daí que, se um Wave não for muito caro, seria uma compra interessante e resolvia-se por quase 20 anos uma lacuna na Marinha.

Agora, o verdadeiro problema, é que falta vontade para modernizar o resto da Marinha em simultâneo a uma compra destas. No processo de se comprar um AOR em segunda-mão, e fruto da poupança que se faria, já devia estar em curso um concurso para 3 fragatas novas (ou 2 fragatas e 2 submarinos).

Com 100 milhões retirados do orçamento do AOR (se um Wave custasse 50), mais os 150 do LPD, mais os 120 ou 135 milhões do "MLU" das VdG, mais o valor da venda destas (talvez uns 50 milhões no total), ganhar-se-ia um saldo superior a 400 milhões da presente LPM, para novas fragatas. Fragatas essas que poderiam ser os tais Crossover, tapando a lacuna do LPD. Seria na mesma preciso um aumento do orçamento da Defesa (algo que, se respeitassem os 2% do PIB, seria facilmente atingível), mas estes 400+ milhões já eram uma entrada importante.
 

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1579 em: Junho 13, 2023, 05:47:26 pm »
Se fosse para oferecer aos compinchas angolanos esses 400 M apareciam de um dia para o outro
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 
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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1580 em: Junho 13, 2023, 08:03:27 pm »
Se fosse para oferecer aos compinchas angolanos esses 400 M apareciam de um dia para o outro

50 milhões já vão e tem mais um crédito de 700 milhões.

"crédito" ????
Pois

Andam estes gosmas a receber da UE para passar a outros. Não admira eles todos quererem andar colados. Tem sido sempre assim, até nas vacinas

Não há para os mínimos nem é preciso, diz um cheio de listas da Marinha que o melhor armamento são os homens e nem canhões é preciso.
O gajo deve ser da messe ou da adega

Por isso na Roménia mandar Pandur é luxo, quanto mais sistemas AA
Na Marinha funciona a assim, com NPO desarmados e cegos
 

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dc

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1581 em: Junho 13, 2023, 10:28:17 pm »
Não há para os mínimos nem é preciso, diz um cheio de listas da Marinha que o melhor armamento são os homens e nem canhões é preciso.
O gajo deve ser da messe ou da adega

Nada de novo, reina a mentalidade de que importa é ter carne para canhão, estilo doutrina soviética.

Se um navio português tem o azar de sofrer um ataque por mísseis anti-navio, fazem um escudo humano para o proteger.
 
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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1582 em: Junho 13, 2023, 10:36:21 pm »
Durante esta semana, celebra-se o tratado de defesa mais antigo do mundo, seria interessante se durante essa celebração resultasse na vinda do wave.

"Que todo o mundo seja «Portugal», isto é, que no mundo toda a gente se comporte como têm comportado os portugueses na história"
Agostinho da Silva
 

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1583 em: Junho 14, 2023, 08:18:07 am »
Seria interessante e oportuno mas não estou nada optimista quanto a isso.

Aliás, a palavra de ordem é reduzir a frota. Menos navios e mais drones.

Cumprimentos,
:snip: :snip: :Tanque:
 

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1584 em: Junho 14, 2023, 09:52:49 am »
Seria interessante e oportuno mas não estou nada optimista quanto a isso.

Aliás, a palavra de ordem é reduzir a frota. Menos navios e mais drones.

Cumprimentos,

Muito mar chão, de gabinetes e salas de situação
 

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1585 em: Junho 14, 2023, 09:55:25 am »
O ideal para os medalhados era ZERO navios.
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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1586 em: Junho 14, 2023, 11:45:01 pm »
Dizem no Brasil que se os Waves não encontrarem comprador vão para desmanche.  :o

A Marinha só não compra se não quiser.
 

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1587 em: Junho 15, 2023, 07:15:17 am »
Dizem no Brasil que se os Waves não encontrarem comprador vão para desmanche.  :o

A Marinha só não compra se não quiser.

Não quer.
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-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Lightning

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1588 em: Junho 15, 2023, 07:18:23 am »
Estão à espera que sejam oferecidos.  :mrgreen:
 

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Visitante123

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Re: Novo Reabastecador da Marinha Portuguesa
« Responder #1589 em: Junho 15, 2023, 08:48:02 am »
Estão à espera que sejam oferecidos.  :mrgreen:

Se são demasiado grandes para a nossa Marinha e vai ajudar a NATO, talvez ela possa comparticipar.

E acreditem que detesto, DETESTO, andar sempre a pedinchar. Mas desta vez talvez fizesse sentido.