Pentágono recusa reconciliação com mullah Omar
Os Estados Unidos apoiam os esforços do governo afegão para se reconciliar com os rebeldes talibãs, mas não com o seu chefe supremo, o mullah Mohammad Omar, afirmou quarta-feira o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell.
«Como governo não cremos que o mullah Omar seja alguém com quem seja possível uma reconciliação», afirmou Morrell, durante uma conferência de imprensa.
«O mullah Omar tem o sangue de milhares de norte-americanos nas suas mãos, devido ao apoio que prestou a Ussama bin Laden», líder do grupo islamista radical Al Qaeda, prosseguiu o porta-voz.
Em fuga desde 2001, o mullah Omar é líder dos militantes fundamentalistas que dirigiram o Afeganistão entre 1996 e o final de 2001, fazendo aplicar a lei islâmica mais radical.
Os Estados Unidos oferecem uma recompensa de 25 milhões de dólares pela sua captura.
Nos últimos dois anos, os confrontos têm subido de intensidade no Afeganistão, apesar da presença de 70.000 soldados de duas forças multinacionais no terreno, uma da NATO, e a outra sob comando norte-americano (Operação Liberdade Duradoura).
Neste contexto, o governo afegão e os responsáveis norte-americanos mostraram-se favoráveis a um diálogo com os rebeldes.
Responsáveis afegãos reuniram-se no início de Outubro em Meca, na Arábia Saudita, com antigos membros do regime talibã, marcando uma primeira tentativa de negociação de alto nível entre ambas as partes.
O secretário norte-americano da Defesa, Robert Gates, bem como o general norte-americano David Petraeus, que deve ser nomeado sexta-feira chefe das tropas norte-americanas nas guerras do Iraque e do Afeganistão, também se mostraram favoráveis à abertura de um diálogo com talibãs.
Lusa