O serviço militar feminino voluntário foi criado em Portugal em 19 de junho de 1991 e,
de imediato, 170 mulheres responderam ao convite. As primeiras portas a abrirem-se às mulheres
foram as dos serviços médicos.
Hoje em dia, é na Força Aérea, em termos proporcionais, onde existem mais mulheres:
são 1.002, de um total de 2.957 militares femininos.
Portugal foi um dos últimos países a aceitar o voluntariado feminino mas, ao contrário de
outros, não impõe restrições ao desempenho de todas as funções de combate. A Força Aérea abriu,
em 1991, o acesso das mulheres a todas as especialidades. Atualmente, já existem cinco pilotos
femininos, sendo o posto mais alto exercido o de Major, na especialidade de Administração Aeronáutica.
O Exército, por sua vez, só abriu as especialidades de combate às mulheres em 1996.
Contudo, funções como a artilharia ou as operações especiais, ainda permanecem vedadas. A alegação
é que elas não se interessam pelo preenchimento das vagas existentes. No, entanto há casos em que
as voluntárias são colocadas onde convém à hierarquia e não por escolha própria. E também há casos
em que são as próprias mulheres a confessar a dificuldade em manobrar certas armas de fogo.
Efetivamente, estas são, por vezes, demasiado longas para o alcance do braço de uma mulher.
O Exército tem 1.575 mulheres. As que ascenderam mais alto na carreira são seis Majores.
Do total, 974 são praças.
Na Marinha, onde existem apenas 380 mulheres, as coisas têm andado mais lentamente.
Desde 1991, a portaria de serviço militar feminino já foi revista duas vezes. Só a partir de 1994, a
Escola Naval foi aberta ao ingresso de mulheres. A especialidade de fuzileiro continua vedada.
A Marinha tem outra particularidade em relação ás outras duas Forças: enquanto as
instalações próprias nos quartéis são fáceis de resolver, dentro dos navios isto fica mais difícil. Os
submarinos não podem receber mulheres e há navios onde só existe alojamento para as oficiais, em
camarotes. No entanto, os principais navios, de combate e de grande porte, já estão sendo remodelados.
No entanto, a integração das mulheres foi mais fácil na Marinha e mais difícil no Exército.
De acordo com pesquisas feitas junto a todas as mulheres que prestaram serviço efetivo em 1994,
apenas um 25% admitiram que a condição de mulher lhes trouxe dificuldades dentro das atividades
nas Forças Armadas. As mulheres que se encontram em especialidades mais operacionais foram as
que demonstraram ter tido maiores dificuldades de adaptação, embora também tenham sido as que
revelaram mais altos níveis de motivação institucional, de satisfação com a experiência e de vontade
de permanência nas Forças Armadas.
As razões que as levaram a optar pela vida militar foram principalmente a possibilidade
de desenvolver uma atividade de prestígio, de ter melhores oportunidades do que na vida civil e a
fuga à rotina.
Com o ingresso de mulheres nas Forças Armadas foi necessário alterar o regulamento de
apresentação dos militares. Foi preciso também criar novas tabelas de educação física, assim como
novos modelos de uniformes. Os direitos relacionados com a maternidade implicaram normas mais
flexíveis nos turnos de embarque e a dispensa de determinadas funções em caso de gravidez. Em
muitos países, a maternidade é uma das principais causas que levam as mulheres a abandonar as
Forças Armadas.
http://apache.camara.gov.br/portal/arqu ... 112264.pdf