Encontrei este texto em outro fórum, e achei por bem trazê-lo à discussão. Não concordo em tudo, mas em muitas das afirmações podemos entrever algum fundo de verdade...
"Ponto número um: o realismo nunca fez mal a ninguém.
Isto para dizer que o PNR ou qualquer outro partido nacionalista nunca chegará ao poder, em Portugal, pela via eleitoral.
Porquê?
Porque o povo não está com o PNR, o povo não está com o nacionalismo, o povo não está com ninguém.
O povo está com os centros comerciais.
Onde estava o povo na comemoração do 1º de Dezembro?
Estava no passeio, a ver quem passava.
Ou, então, nos centros comerciais.
Sejamos realistas: o povo sai à rua, sim, mas quando lhe convém.
Tem saído nestes dois últimos fins de semana, porque tem o comércio aberto e é disso que o povo gosta. Quando o comércio não abre, as ruas andam desertas, pois o povo encontra-se refugiado nos centros comerciais.
O povo não quer saber de nada, além do ordenadozito miserável ao fim do mês, que lhe permita continuar a encher o bandulho nos restaurantes de preço acessível e menos acessível. É vê-los alegremente, comendo feitos alarves, de olhos esbugalhados a fixarem a televisão porque está a jogar o glorioso.
Parte do povo quer ser espanhol, outra parte vai às put*s brasileiras, compra nos chineses, casa com ucranianas, namora com pretas.
Entretanto, vai-se queixando dos políticos nos cafés, no meio de mais uma mine. Quando lhe pedem para agir, tem de ficar em casa porque não gosta de se meter em confusões.
Sejamos realistas: o povo não está cansado de ser roubado.
Está cansado de não participar do roubo.
Porque, quando lhe for autorizado participar do saque, aí está ele, contente e repimpado.
Senão, como explicar Felgueiras? Esta rouba, mas ao menos faz alguma coisa.
Se o estado é o mais frio de todos os monstros, o povo é uma aberração à sua altura. Lutar pelo povo? Poder ao povo? Para quê? Para ficar cheio de nódoas de chouriço? O povo só lá vai quando disciplinado.
Em contrário não passa de uma manada selvagem e irracional. Estamos aqui pelo povo? Eu não. Estou aqui por mim e pelos poucos que o merecem.
O povo, esse, quero que se lixe.
Um povo que diz não ter dinheiro para livros mas esgota a primeira edição da Carolina em poucos dias é um povo de analfabetos e inúteis.
Um povo que só enche as ruas em manifestações quando lhes querem ir ao bolso é um povo de chupistas. Um povo que vê o seu património genético e cultural ser delapidado e participa no arraial ao som do samba e da quizomba é um povo de ignorantes e acéfalos.
A culpa não é dos media, dos judeus, dos muçulmanos ou dos pretos. É destes carneiros ruminantes que nada mais querem da vida do que putas, bola e novelas, jantaradas, cerveja e um carro. Se a luta é por este povo, eu estou fora dela."