Boas
Ia “postar” isto na Thread do Sector Portuário mas penso que poderá ser mais relevante no âmbito do NPL já que demonstra um golpe de teatro francês que resolve pelo menos três problemas com uma “negociata” só, e que poderia ser extrapolada para Portugal.
Notas previas:
A CMA-CGM n.º 3 no ranking mundial de transporte de contentores está há já algum tempo com problemas financeiros agravados pelo mau momento do sector e embora parcialmente e historicamente detida por uma família francesa, Saadé, com apoio mais ou menos directo do Estado Francês a parte não detida está maioritariamente nas mãos de um investidor Turco o que levanta os problemas e questões do costume.
As FA’s Francesas precisam de Navios com uma forte componente logística, adaptados à projecção de forças.
Certamente falta dinheiro ao Estado Francês que não se tem mostrado muito interessado em deixar cair a CMA-CGM em mãos turcas mas também não quer dar dinheiro de mão beijada a família Saáde e certamente não quer suportar sozinho o investimento nos Navios. CMA CGM preferred bidder for French state military logistics contract
June 15, 2012 on 1:02 am |
Lloyds List - Thursday 14 June 2012 - David Osler
Eventual deal could see order for five new ro-ros
HEAVILY indebted French boxship major CMA CGM has been named as preferred bidder for a major military logistics contract from the French government, the world number three container carrier by fleet size has confirmed.
The public private partnership entails the provision of logistics services for the French armed forces in overseas bases and for military operations in other countries.
If all goes according to plan, the deal will be finalised in the next few months, and five new ro-ros totalling 12,500 lane metres will be commissioned for 2014 from an unspecified South Korean yard. All will be kitted with ramps capable of carrying heavy tanks.
Two of these ships will be timechartered by the ministry, while the remaining three will be operated commercially, probably on services to Africa operated by CMA CGM’s Delmas subsidiary. But those units will be available for military purposes at short notice.
CMA CGM said in a statement: “Following a public call for tenders, the CMA CGM group has just been officially named by the French ministry of defense as the likely candidate for the army roll on/roll off ship contract renewal.
“This deal is a public private partnership to build five ro-ro ships, two of which will serve the logistics needs of the French armed forces, while the other three will remain on standby for the ministry in the event of a fast troop deployment.
“This initial stage demonstrates the trust that French authorities have in the leading French shipowner’s widely acknowledged expertise. Both partners have begun discussions towards finalising the contract, which should be completed after the summer.”
The development highlights the increasing importance of military contracts for merchant shipowners. In the UK, for instance, the James Fisher-led Foreland Shipping consortium operates six ro-ros primarily for the use of British armed forces, under a private finance initiative set-up.
Elsewhere, Danish maritime conglomerate AP Moller-Maersk has several dozen vessels under contract to the Military Sealift Command in the US, and last November was awarded a $125m contract to operate five supply ships for a four year period.
CMA CGM unveiled a loss of $30m for 2011, seen as moderate compared with many of its competitors. However, it is faced with debt of around $5bn, which it is seeking to restructure.
In April, Lloyd’s List reported that the Saadé family-owned concern was seeking a €150m cash injection from French sovereign wealth fund Fonds Stratégique d’Investissement, after having turned down a proposed $investment from FSI in 2011 because of the conditions that would have been attached.
A positive outcome would provide the French government with a counterweight to Turkish businessman Robert Yildirim, who invested $500m in CMA CGM in early 2011.
Em que medida isto poderia ser extrapolado para o panorama Português:
As nossas FA’s como um todo e a Marinha em particular precisam de pelo menos um Navio Polivalente Logístico.
O Estado mal tem dinheiro para pagar os ordenados das FA´s.
O Estado tem a responsabilidade de salvar os ENVC.
Temos duas regiões autonomas, uma das quais chora a anos por Navios RoRo´s, que parecem estar a ser costruidos algures e nem vou entrar no caso Atlantida para não ser demasiado off-topic, e a outra testou recentemente, com sucesso comercial apesar de condicionalismos, uma solução RoRo entre o continente e as ilhas.
O homem sonha a obra nasce:
O Estado, as FA’s, as Regiões Autonomas e os Armadores Nacionais fazem um acordo maravilha mais ou menos nestes termos:
Construem-se nos ENVC, 1 ou 2 Navios RoRo’s numa parceria publico privada (porque é para isto que elas servem) que permitam quer levar contentores no convês e material rolante no porão com as adaptações necessarias a levar material militar nomeadamente CC’s, outros veiculos pesados, passageiros/militares e convés de voo não necessariamente "fixo" para helis.
Os Armadores entram com o dinheiro para a construção dos Navios a ser total ou parcialmente ressarcido pelo Estado em IRC’s, IVA’s, Taxas Portuarias, etc, e na sua parte dos lucros até estar amortizado o investimento dos Armadores, numa optica do Estado não pagar apenas deixar de receber.
Os Navios ficam em nome do Estado mas fretados a tempo aos Armadores Nacionais que asseguram a gestão comercial e tecnica dos mesmos, com a devida salvaguarda que caso seja necessario os Navios passarem para as mãos da Marinha.
As viagens continente/ilhas duram em media 2/3 dias pelo que mesmo que o Navio tivesse fosse a meio caminho e não voltasse imediatamente para trás para salvaguardar a carga, no maximo (com muita folga) em 4 dias estaria de volta o que parece razoável, sendo que chegando a Lisboa já teria as forças mais que aprontadas e prontas a embarcar.
Obviamente estou a divagar um pouco e excepto se fosse possivel um desenho naval fantastico teria-se que prescindir da doca de desembarque no Navio o que é imprescindivel para os puristas da Armada
, mas por outro lado não é nada de novo já que como se mostra este tipo de Navios mistos RoRo/contentores têm sido usados por diversas Forças Armadas directa ou indirectamente.
Cumprimentos,