Líbano: Militares nacionais na dependência do comandante da FINUL - ministro
Lisboa, 21 Set (Lusa) - O ministro da Defesa afirmou hoje que os 140 militares portugueses destacados para o Líbano ficarão na dependência directa do comandante da Força de Interina das Nações Unidas (FINUL) naquele país, uma solução que considerou "útil e boa".
"Sendo uma companhia de engenharia e construção, ela fica na dependência directa do comandante a força [o general francês Alain Pelligrini]", disse Nuno Severiano Teixeira, no final de uma sessão comemorativa do Dia Internacional da Paz, promovida pela fundação Pro Dignitate.
Na ocasião, o titular da pasta da Defesa adiantou ainda que os militares nacionais ficarão "na zona de Tiro", região "sob comando italiano" junto à costa libanesa.
"Portugal tinha dito que aceitaria o local considerado mais útil do ponto de vista operacional. Temos uma longa experiência de colaboração com as forças italianas, nomeadamente no norte de Itália, no quadro da NATO. Penso que é uma solução que sendo útil é boa", considerou.
Fontes militares espanholas afirmaram, há três semanas, que as forças portuguesas iam ficar sob comando de Madrid (que vai comandar uma das duas brigadas multinacionais da FINUL), uma informação que nunca foi confirmada pelas autoridades portuguesas, que remeteram sempre uma decisão final para o comandante da força e para a ONU.
O ministro da Defesa adiantou ainda que a força nacional estará pronta para rumar ao Líbano "a 14 ou 15 de Outubro".
Segundo fonte da Defesa, o transporte dos militares portugueses é da responsabilidade das Nações Unidas, pelo que a data de partida do contingente está dependente da logística definida pela própria FINUL.
Na segunda-feira segue para o Líbano uma equipa de militares que vai fazer o planeamento da operação e o reconhecimento do local onde vão operar as forças nacionais, esperando-se que até ao final da próxima semana esse planeamento possa estar concluído, adiantou a mesma fonte.
Definida a região em que irão actuar os militares nacionais, Severiano Teixeira considerou que "não há alteração" na avaliação de risco da missão feita por Portugal.
"A avaliação do risco está feita desde o início. Penso que não há alteração", declarou o ministro, acrescentando que o maior perigo que enfrentam os militares portugueses são os "engenhos explosivos não detonados".
Apesar disso, acrescentou, o contingente português, que é "uma força militar e de engenharia", tem "capacidade para fazer face" aos riscos inerentes à missão que vão desempenhar, incluindo o uso da força.
"O mandato que a força tem é ao abrigo do capítulo sexto. É uma força de interposição, mas que em determinadas circunstâncias tem capacidade para usar a força em auto-defesa, para protecção de populações civis que possam ser ameaçadas fisicamente e quando estiver ameaçada a ajuda humanitária", disse.
O envio de um máximo de 140 efectivos da especialidade de engenharia para integrar a terceira geração da FINUL militares portugueses para o Líbano foi decidido em Conselho Superior de Defesa Nacional no final de Agosto.
A missão custará 9,3 milhões de euros, sendo 70 por cento suportada pelas Nações Unidas.
Ao todo, Portugal tem 728 militares em missões no Afeganistão, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, República Democrática do Congo, Sudão, Timor-Leste, Iraque, Burundi e fragata Vasco da Gama, ao serviço da Força de Reacção Rápida da NATO, a que se somam os 140 que irão integrar a FINUL.