Infelizmente temos razões para estar preocupados.
A argumentação apresentada pelo Pacheco Pereira refere coisas de que já aqui falámos.
A questão dos direitos sobre a plataforma continental é sintomática.
No século XIX nós também tínhamos legalmente direito a grande parte da África, porque afinal tinhamos sido os primeiros a chegar e esse direito era reconhecido pelo direito internacional.
Chegava-se lá, colocava-se um padrão ou uma pedra com uma inscrição e era nosso por direito.
O que julgávamos certo, transformou-se em pó num repente, quando as grandes potências determinaram que o objectivo da colonização era civilizar os pretinhos e que Portugal não tinha capacidade para civilizar tanto pretinho, rapidamente mudaram as regras.
Os padrões, as placas e os nossos direitos históricos foram mandados para as urtigas e nós ficámos a chuchar no dedo.
Não há absolutamente nada, ABSOLUTAMENTE NADA, que demonstre que dentro de uns anos, quando os alemães quiserem o dinheiro que nos emprestaram para nós construirmos estradas inúteis e pagarmos subsídios a chulos e não virem o dinheiro em lado nenhum, exijam como pagamento uma parte da ZEE para eles explorarem.
Mais rapidamente isso acontecerá, quanto mais rapidamente houver desenvolvimentos tecnológicos que permitam a exploração do fundo do mar.
Não adianta o bêbado do João Soares, vir dizer que a Alemanha deve alguma coisa à Europa. Não lhe disseram que nunca fomos bombardeados pelos alemães e que a Alemanha Federal nunca nos invadiu...
Mas nós devemos aos alemães e quem deve, acaba sempre por pagar. Se não for com o dinheiro é com o corpo.
O que é mais desconcertante, é como é que esta gentalha que nos desgovernou nos últimos 10 anos não percebeu coisas simples, como «quem paga é quem manda».