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Geopolítica-Geoestratégia-Política de Defesa => Portugal => Tópico iniciado por: Jorge Pereira em Fevereiro 24, 2020, 02:59:08 pm

Título: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Jorge Pereira em Fevereiro 24, 2020, 02:59:08 pm
Dada a gravidade da situação, entendo que este problema merece um tópico próprio. Gostava de ver aqui discutidas as razões e as possíveis soluções dentro de um marco realista e objectivo.

Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: typhonman em Fevereiro 24, 2020, 03:42:48 pm
A meu ver:


-Falta de motivação da juventude em geral para os sacrifícios;


-Falta de recompensa financeira digna;


-Falta de um futuro "após" tropa, ou seja, um jovem com 18 anos, vai 6 para o Exército como atirador, e ao fim desses 6 anos vai fazer o que ?;


-Falta de meios materiais modernos (veja-se os M-113,M-109,M-114 etc);


-O Exército nos vídeos promocionais catitas, "vende" ação e missões internacionais, mas na realidade a maior parte, nunca irá para as mesmas;


-Cada vez mais não existe o sentimento de "servir" a pátria.


Na minha humilde opinião dever-se-ia adotar um sistema misto:


-Voluntários para as Academias, Sargentos e forças "especiais", como Rangers,Comandos,Paras e Fuzos;


-E um SMO de 1 a 2 anos máximo, para pessoal de infantaria,artilharia,praças etc,obrigando a vir para as FA, o pessoal que não quer estudar, não quer trabalhar etc, sendo os melhores e com maiores qualificações poderem subir de posto.


My 2 cents,
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Lightning em Fevereiro 24, 2020, 04:26:47 pm
O Typhonman disse muitas coisas,
 com que concordo.

Com o fim do SMO, a função de militar passou a  competir por jovens (que já não são muitos) com as profissões normais, e a função "militar" tem perdido, não é competitivo, as desvantagens são superiores às vantagens.

Soluções podem ser várias, tentar cativar mais os jovens portugueses, aumento de vencimentos, efectividade de serviço para todos os que o desejam.

Outra solução (polémica?), o ingresso para militar não ser tão restritivo, antes era só para o sexo masculino, português, entretanto abriu para o sexo feminino, já permitem as tatuagens, mas pode abrir ainda mais, aumentar a idade de ingresso, permitir a entrada de estrangeiros (Irlanda, Bélgica, permitem a entrada de outros cidadãos da UE, Espanha permite a entrada de hispânicos da América Latina, os EUA, também aceitam estrangeiros em certas condições, aquilo do Green card, etc)

Tem aqui casos interessantes que podemos ver se dá para aplicar em Portugal.
https://en.m.wikipedia.org/wiki/List_of_militaries_that_recruit_foreigners

Penso que abrir o recrutamento a todos os cidadãos da UE não nos serve pois devemos ter dos piores vencimentos, nenhum Belga vai querer vir para as nossas FA, mais depressa é o oposto, podemos abrir a CPLP como os espanhóis fizeram.

Outro caso, fazer como os franceses e britânicos, criar unidades próprias de estrangeiros, podíamos voltar a ter comandos africanos, mas seria muito polémico.

A vantagem de abrir a estrangeiros (zonas mais pobres do mundo, onde 600€ seja um dinheirão) é o governo não ter de mexer em nada que diga respeito a ordenados e quadros para praças.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: FoxTroop em Fevereiro 24, 2020, 05:32:47 pm
A meu ver:


-Falta de motivação da juventude em geral para os sacrifícios;
Concordo que é problema em que não existe uma solução simples. Desde o ambiente familiar à forma como a sociedade perceciona a "vida", a noção de esforço/recompensa está completamente falida no sentido em que as gerações mais velhas a têm em conta. Estamos a criar gerações de amorfos, conformistas e egocêntricos incapazes de lidar com os nãos da vida. As FA, como espelho da Nação, são onde mais se perceciona isso.


-Falta de recompensa financeira digna;
Custa-me a aceitar isso. Creio que no final, esse é um falso problema. É reduzir a condição militar a algo que não passa de um simples trabalho. Devem ser dadas muitas motivações, essa dos ordenados, a mim pessoalmente, mexe com o estômago. A esmagadora maioria da malta que vai actualmente para as FA, cá fora dificilmente receberiam mais que o SMN. Um "puto" de 20 anos a receber 700€ na "tropa" equivale a 1000€ cá fora. Um sistema de incentivos fiscais, taxas bonificadas para iniciar um negócio ou compra de casa para quem tivesse prestado serviço, creio que seria algo a apostar.


-Falta de um futuro "após" tropa, ou seja, um jovem com 18 anos, vai 6 para o Exército como atirador, e ao fim desses 6 anos vai fazer o que ?;
Concordo e acho que seria por aqui que se deveria começar a trabalhar. Blindar toda uma série de profissões do Estado de modo a que só se pudesse concorrer com um mínimo de serviço militar. Especialmente para PSP e GNR, a obrigatoriedade de se ter prestado serviço já vai tarde.
Também um verdadeiro sistema de requalificação do pessoal que sai com especialidades sem equivalência no civil.


-Falta de meios materiais modernos (veja-se os M-113,M-109,M-114 etc);
Algo que apesar de poder ter alguma influência, não acredito que seja um factor assim tão grande que um jovem pese na altura de se voluntariar.  


-O Exército nos vídeos promocionais catitas, "vende" ação e missões internacionais, mas na realidade a maior parte, nunca irá para as mesmas;
Tirando a malta das forças especiais, o mais natural é que se fique por território nacional. E a malta é um bocado bipolar. Ainda não à muito tempo, o pessoal da Marinha destacado para ir para a viagem de circum navegação estava a protestar no movimento Zero Naval que era muito tempo longe e que não compensava financeiramente, etc, etc. Querem missões mas…...


-Cada vez mais não existe o sentimento de "servir" a pátria.
Concordo. Os exeplos que vêm de cima também são mais de se servirem da Pátria do que de servirem a Pátria.


Na minha humilde opinião dever-se-ia adotar um sistema misto:


-Voluntários para as Academias, Sargentos e forças "especiais", como Rangers,Comandos,Paras e Fuzos;
Concordo


-E um SMO de 1 a 2 anos máximo, para pessoal de infantaria,artilharia,praças etc,obrigando a vir para as FA, o pessoal que não quer estudar, não quer trabalhar etc, sendo os melhores e com maiores qualificações poderem subir de posto.
Concordo com o tempo de serviço de cerca de 18 meses para um SMO. Discordo em absoluto disso da malta que não quer trabalhar e etc. (essa da malta que não quer trabalhar resvala para uma cena bem mais perigosa mas creio que não era isso que queria dizer). Umas FA dignas desse nome não podem simplesmente servir de "contentor do lixo" da Sociedade que serve, nem deve servir como sistema educativo paralelo para os "desenquadrados". Ou então cria-se para aí batalhões disciplinares com uma disciplina "a la legion". Estão a ver os cabeçalhos do CM com os castigos físicos aos "inadaptados" colocados nessas unidades?


My 2 cents,
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: typhonman em Fevereiro 24, 2020, 09:54:37 pm
Concordo a 100 %, deveria ser obrigatório os candidatos M e F a PSP,GNR,SEF etc, deveriam cumprir pelo menos 18 meses de SMO.


Além de aumentar o número de vagas para a função pública para os mesmos, em câmaras etc.


Penso que daqui a 10 anos vamos ter umas FA do tipo Irlanda.


 ::)
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Fevereiro 24, 2020, 11:43:06 pm
Com 12 ou 18 meses de SEN/SMO no dia a seguir a receberem a cartinha em casa viravam todos "objectores de consciência"... Só mesmo os mais "grunhos", i.e. sem internet, sem saber fazer um requerimento, etc., é que iam lá parar...

Tem de ser um pacote misto entre melhores vencimentos, melhores hipóteses de colocação nas forças armadas, de segurança e administração pública e (re)inserção profissional na vida civil.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Fevereiro 24, 2020, 11:47:43 pm
Citar
The Russian Armed Forces accepts foreigners of any country to their ranks. Under a plan, posted on the ministry’s web site in 2010, foreigners without dual citizenship are able to sign up for five-year contracts – and are eligible for Russian citizenship after serving three years.

According to the amended law, a citizen of any foreign country aged 18–30 with a good command of Russian and a clean record can sign an initial five-year contract to join the Army

Seria interessante dentro da CPLP.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: dc em Fevereiro 24, 2020, 11:59:08 pm
-Falta de meios materiais modernos (veja-se os M-113,M-109,M-114 etc);
Algo que apesar de poder ter alguma influência, não acredito que seja um factor assim tão grande que um jovem pese na altura de se voluntariar.  

Depende dos meios em causa. Se calhar veículos não tanto, pois de todos os meios militares, são onde se nota menos diferença entre as gerações e não dão tanto nas vistas. Mas aeronaves e navios, principalmente estes últimos, penso que fariam a diferença. No fim de contas, ir navegar num destroyer estilo Arleigh Burke causará mais prazer pessoal, sentimento de orgulho, do que num Tejo ou NPO desarmado ou numa fragata claramente ultrapassada e, em casos extremos, já com "pingos" de ferrugem.

Quanto à reintrodução do SMO, tem um problema: onde é que se ia arranjar tanto orçamento para alimentar tanta cabeça? Há uma grande diferença entre pagar salários a mais 3 ou 4 mil pessoas, para várias dezenas de milhares na sua "estadia" de 18 meses nas forças armadas. Fora a alimentação, fardamento, armamento, etc.

Por outro lado, aumentar a idade para o ingresso nas FA parece-me um excelente primeiro passo.

Citar
The Russian Armed Forces accepts foreigners of any country to their ranks. Under a plan, posted on the ministry’s web site in 2010, foreigners without dual citizenship are able to sign up for five-year contracts – and are eligible for Russian citizenship after serving three years.

According to the amended law, a citizen of any foreign country aged 18–30 with a good command of Russian and a clean record can sign an initial five-year contract to join the Army

Seria interessante dentro da CPLP.

Dos 18 aos 30!!!
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: nelson38899 em Fevereiro 25, 2020, 11:17:18 am
A meu ver, o que falta é um quadro permanente de praças.

Não podes enviar embora pessoas capazes só porque acabou os 9 anos de contrato.

O exercito devia seguir o exemplo da GNR.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: typhonman em Fevereiro 25, 2020, 01:12:30 pm
A meu ver, o que falta é um quadro permanente de praças.

Não podes enviar embora pessoas capazes só porque acabou os 9 anos de contrato.

O exercito devia seguir o exemplo da GNR.

A questão é, por exemplo os marksman, ou operadores de TOW, vão ser sempre ter a mesma função até aos 55 anos ?

Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: LM em Fevereiro 25, 2020, 01:32:21 pm
Exércitos com tradição em serem profissionais - RU e EUA, por exemplo - como resolvem a situação de recrutar E MANTER soldados...? Porque um soldado aos 20's tem uma disponibilidade diferente aos 40's e no exército mais marcada que em um marinheiro (mesmo que embarcado) ou um praça na Força Aérea, presumo.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Fevereiro 25, 2020, 02:59:28 pm
A meu ver, o que falta é um quadro permanente de praças.

Não podes enviar embora pessoas capazes só porque acabou os 9 anos de contrato.

O exercito devia seguir o exemplo da GNR.

A questão é, por exemplo os marksman, ou operadores de TOW, vão ser sempre ter a mesma função até aos 55 anos ?

Tal como os oficiais e sargentos do QP, passariam a ser Infantaria e a poder exercer todas as funções dentro da repectiva secção e não apenas a anterior especialidade de RC.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Jorge Pereira em Fevereiro 25, 2020, 05:16:57 pm
E um acesso automático à função pública para aqueles que cumpriram o tempo máximo permitido em RC, tendo sempre que possuir as qualificações e aptidões mínimas para o exercício da função?
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: typhonman em Fevereiro 25, 2020, 05:19:23 pm
E um acesso automático à função pública para aqueles que cumpriram o tempo máximo permitido em RC, tendo sempre que possuir as qualificações e aptidões mínimas para o exercício da função?

Por exemplo!

E a possibilidade irem estudando nos tempos do contrato, (cursos de Topografia,Desenhadores,Eletrónica,etc), mas não é fácil conciliar.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Jorge Pereira em Fevereiro 25, 2020, 05:25:03 pm
E aumento do tempo máximo dos RC vs criação de Quadro Permanente de Praças? Por qual se inclinariam?
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: typhonman em Fevereiro 25, 2020, 06:14:46 pm
E aumento do tempo máximo dos RC vs criação de Quadro Permanente de Praças? Por qual se inclinariam?

QP de Praças, contratos de longa duração é dizer que em vez de ao fim de 6 anos levas o chuto, é ao fim de 20, o que ainda é pior.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: raphael em Fevereiro 25, 2020, 10:43:54 pm
E um acesso automático à função pública para aqueles que cumpriram o tempo máximo permitido em RC, tendo sempre que possuir as qualificações e aptidões mínimas para o exercício da função?

Por exemplo!

E a possibilidade irem estudando nos tempos do contrato, (cursos de Topografia,Desenhadores,Eletrónica,etc), mas não é fácil conciliar.

Isso já vai da vontade de cada um...em alguns casos...

Um gajo colocado em sta margarida nos confins do universo para conseguir prosseguir estudos é complicado... já um gajo numa unidade proximo da área de lisboa mesmo numa tropa de cariz especial se se concentrar nos seus objetivos consegue.
é uma franja mas conheço casos que foram de praça para sargento e depois para oficial e outros direto de praça para oficial.
Tinhas até à pouco tempo oficiais generais que tinham sido praças...
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: raphael em Fevereiro 25, 2020, 10:46:35 pm
As verbas destinadas em gastos com pessoal são cada vez maior na fatia do MDN... dificilmente irão para uma solução de qp de praças.
O RC de longa duração tem de ser atrativo é ver o modelo americano, é ver a progressão horizontal...
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Fevereiro 26, 2020, 12:33:13 am
Praças de Quadro Permanente tem de ser visto o seu peso relativo no total de Praças em serviço. Se na Marinha e na Força Aérea, considerando a maior componente tecnológico e menor necessidade de manter elevados níveis de capacidade física (em termos relativos e genéricos, bem visto e em comparação com o Exército) podemos ter 50% ou mais do total de Praças no QP, no caso do Exército 25% de Praças no QP se calhar já é excessivo.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Clausewitz em Fevereiro 26, 2020, 01:41:20 am
Exércitos com tradição em serem profissionais - RU e EUA, por exemplo - como resolvem a situação de recrutar E MANTER soldados...? Porque um soldado aos 20's tem uma disponibilidade diferente aos 40's e no exército mais marcada que em um marinheiro (mesmo que embarcado) ou um praça na Força Aérea, presumo.

Desde logo esses países têm sistemas contratuais e estruturas de carreira completamente diferentes dos nossos, não existe nenhuma divisão férrea entre contratados e quadros permanentes, todos os militares (incluindo os oficiais das Academias) começam com contractos, que mediante interesse do militar e do ramo podem ser renovados e prolongados para longa-duração (o mais próximo que existe do conceito de quadro-permanente). Isso é uma das razões para haver menos inchaço nas categorias de oficiais. Como bem dizes, existe uma disponibilidade diferente a vários níveis aos vintes do que aos quarentas e a maioria do pessoal acaba por sair após alguns anos de serviço.

O que fazem para recrutar e manter é oferecer bónus (dinheiro) para alistamento e/ou prolongamento de contratos em especialidades com maior necessidade de pessoal, bónus (dinheiro) para diminuir as diferenças salariais para o sector privado nas especialidades onde isso se verifica, bons benefícios em geral, reconhecimento e certificação de competências profissionais e, sobretudo no caso dos Estados Unidos, concessão de bolsas de estudo universitárias, dado que neste país um simples curso da treta numa universidade da esquina leva o estudante a endividar-se até ao tutano.

Nós deveríamos procurar fazer algumas destas coisas já há muito tempo, particularmente a parte dos bonus, mas atendendo ao proverbial espírito mesquinho e invejoso de boa parte do povito, antecipo que medidas desse tipo produzam uma celeuma de todo o tamanho no interior da instituição militar.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Clausewitz em Fevereiro 26, 2020, 03:42:06 am
E um acesso automático à função pública para aqueles que cumpriram o tempo máximo permitido em RC, tendo sempre que possuir as qualificações e aptidões mínimas para o exercício da função?

Acesso automático nunca. Bonificação na candidatura (que já existe) sim e pré-requisito obrigatório no caso da GNR até concordo, mas colocações automáticas não, a função pública não pode ser um depósito de ex-militares, precisa de atrair os melhores e mais motivados (e não quem tem o mínimo) para as respectivas funções em concursos transparentes, já não estamos nos anos 60 em que se arranjava um lugarzito qualquer para o moço, que até é bom rapaz.

E aumento do tempo máximo dos RC vs criação de Quadro Permanente de Praças? Por qual se inclinariam?

As duas coisas não têm que ser mutuamente exclusivas. Acesso de praças ao quadro permanente só em funções técnicas especializadas e no caso do Exército o contingente total deve ser limitado, sob pena de se reduzir o ramo a um corpo de funcionários públicos, com vários problemas que daí advêm. As forças de segurança não são uma boa comparação, por um lado porque têm uma missão e actuação bastante diferentes, com outro tipo de competências exigidas, e por outro porque não são poucos os casos de pessoal entradote nas forças de segurança que se encosta ou tenta encostar a serviços de secretaria ou mais afastados da rua. Há até um certo tabu em falar sobre a proporção de policias/guardas que efectivamente faz patrulhamento.

Praças de Quadro Permanente tem de ser visto o seu peso relativo no total de Praças em serviço. Se na Marinha e na Força Aérea, considerando a maior componente tecnológico e menor necessidade de manter elevados níveis de capacidade física (em termos relativos e genéricos, bem visto e em comparação com o Exército) podemos ter 50% ou mais do total de Praças no QP, no caso do Exército 25% de Praças no QP se calhar já é excessivo.

Isto.

Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Fevereiro 26, 2020, 03:13:01 pm
QP para Praças. Dentro dos Regimentos o que não faltam são trabalhos perfeitamente possíveis de serem realizáveis por Cabos velhinhos. RV é para esquecer e RC com pelo menos 3 anos iniciais.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: tenente em Fevereiro 26, 2020, 05:42:52 pm
a primeira acção a ser tomada seria a redução muito drástica do numero de oficiais e sargentos no activo!
os actuais numeros de quadros são um insulto para o erário público, especialmente os 98 Oficiais Generais e almirantes que actualmente pululam numas FFAA abaixo dos 30.000 elementos, metade desse numero de generais e afins seriam mais que suficientes.

A limitação dos futuros ingressos nas diversas academias, deveria ser implementada ASAP, e, também preferencialmente a passagem á reserva de largas centenas de Oficiais, especialmente os Superiores e Generais, e Sargentos, iria fazer toda a diferença num futuro muito próximo.

O Exército, é o Ramo onde o numero dos quadros, excede em muito as necessidades reais!

O actual numero de Oficias e Sargentos, cerca de 6.000, daria para enquadrar um efectivo total de pelo menos 30.000 elementos.

Ora se actualmente o Exército possui 13.000 efectivos, podemos ver o custo que tal numero de quadros representa para a Instituição Exército e as implicações que tais custos com pessoal e o volume destes quadros, acarretam para a eficácia do mesmo Exército !!
Das duas uma ou se reforça o Exército com um muito maior numero de Praças, situação muito pouco provável de ocorrer, pois tais incorporações iriam aumentar os custos com o pessoal, ou se reduz o numero de quadros, em cerca de cinco anos, para nunca mais que cerca de 4.000, suficientes para enquadrar um efectivo de 20.000 almas, e ao mesmo tempo:

A) se reforçam os vencimentos dos Praças;
B) se aumenta o prazo dos RC, e;
C) se cria um QP para praças, incentivando as incorporações exclusivamente desta classe para que em cerca de quatro/cinco anos o Exército possua no mínimo mais uns cinco a seis milhares de Praças.

Os custos destas medidas conjuntamente com o aumento de efectivos, seriam totalmente compensados, com a redução de custos referente aos vencimentos da redução dos quadros em 33% !!

Quanto aos restantes Ramos das FFAA, penso que na Marinha o que faz falta é uma redução drástica do Almirantado, para nunca mais que uma quinzena, e o reforço do numero de Praças, já na FAP acho que se deveriam formar umas largas dezenas de oficiais/Sargentos pilotos, que muita falta fazem, e reduzir o Generalato, para não mais que uma quinzena, se tanto.

Abraços
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: LM em Fevereiro 26, 2020, 06:04:51 pm

Desde logo esses países têm sistemas contratuais e estruturas de carreira completamente diferentes dos nossos, não existe nenhuma divisão férrea entre contratados e quadros permanentes, todos os militares (incluindo os oficiais das Academias) começam com contractos, que mediante interesse do militar e do ramo podem ser renovados e prolongados para longa-duração (o mais próximo que existe do conceito de quadro-permanente). Isso é uma das razões para haver menos inchaço nas categorias de oficiais.

E aqui está A explicação... e que me fez recordar algo que li em um artigo de um oficial do exercito PT a fazer um curso nos EUA: messes iguais (mas oficiais pagavam refeição), cultura de exercício física e que os oficiais ou eram promovidos ou saiam das vida militar activa.       
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Fevereiro 26, 2020, 09:33:24 pm
E um acesso automático à função pública para aqueles que cumpriram o tempo máximo permitido em RC, tendo sempre que possuir as qualificações e aptidões mínimas para o exercício da função?

Acesso automático nunca. Bonificação na candidatura (que já existe) sim e pré-requisito obrigatório no caso da GNR até concordo, mas colocações automáticas não, a função pública não pode ser um depósito de ex-militares, precisa de atrair os melhores e mais motivados (e não quem tem o mínimo) para as respectivas funções em concursos transparentes, já não estamos nos anos 60 em que se arranjava um lugarzito qualquer para o moço, que até é bom rapaz.


Pensei exatamente o mesmo.
Muitos já entraram para as FA "automaticamente", sem muito esforço e sem grandes provas, terminaram a recruta quase automáticamente pois não se podia chumbar ninguém, cumpriram o tempo em RC também em modo automático pois o único objetivo era que chegasse o dia 20 para receber.

Futuros funcionários públicos?   ::)

Uma bonificação sim e tendo em conta as avaliações durante o tempo de serviço militar.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Lightning em Fevereiro 26, 2020, 11:44:59 pm
Os custos destas medidas conjuntamente com o aumento de efectivos, seriam totalmente compensados, com a redução de custos referente aos vencimentos da redução dos quadros em 33% !!

Não há redução de custos, esses não deixam de ser pagos.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: FoxTroop em Fevereiro 27, 2020, 10:03:06 pm

Desde logo esses países têm sistemas contratuais e estruturas de carreira completamente diferentes dos nossos, não existe nenhuma divisão férrea entre contratados e quadros permanentes, todos os militares (incluindo os oficiais das Academias) começam com contractos, que mediante interesse do militar e do ramo podem ser renovados e prolongados para longa-duração (o mais próximo que existe do conceito de quadro-permanente). Isso é uma das razões para haver menos inchaço nas categorias de oficiais.

E aqui está A explicação... e que me fez recordar algo que li em um artigo de um oficial do exercito PT a fazer um curso nos EUA: messes iguais (mas oficiais pagavam refeição), cultura de exercício física e que os oficiais ou eram promovidos ou saiam das vida militar activa.     

Sem duvida algo que deveria ser implementado de modo a agilizar e "podar" a estrutura militar. Nunca consegui perceber essa cultura de QP's profissionais e RC's "semiprofissionais" (tão certo tantas letras estarem nesta sentença como quantas vezes ouvi esse termo a ser usado). Também não entendo essa de "ficar para a vida" numas FA ou FS. Além de estagnar por completo a renovação necessária, cria uma espécie de "casta" em que uns quantos pensam que estão intitulados a tudo, criando uma barreira de separação entre a Sociedade e "eles". Não tenho a mínima dúvida de quão galvanizador é coisas como o simples facto de, se não se atingir certos objectivos ou não se evoluir o suficiente, poder significar a porta da rua. Aliás, como em qualquer estrutura.
Só que também não tenho duvidas nenhumas que essa é a ultima coisa que muitos dentro das nossas FA e FS querem e isso a acontecer teríamos o caldo entornado.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: P44 em Fevereiro 28, 2020, 10:10:36 am
É o que dá ter 500 generais para cada 50 soldados
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Jorge Pereira em Março 04, 2020, 05:19:24 pm
Básicamente temos aqui as respostas que já discutimos há anos. Mais coisa menos coisa. A meu ver, e sobre a redução de Oficiais Superiores, surge-me uma dúvida e um dilema: Reduzir esse quadro de Oficiais para adaptá-lo ao actual número de elementos das Forças Armadas não é "compactuar" com estes números? Ou por outra, temos os efectivos adequados para um país como Portugal e o nosso enquadramento geoestratégico?

Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Março 04, 2020, 05:36:23 pm
A pergunta para mim será outra...Quantas e quais unidades conseguimos mobilizar no tempo x e  colocar no teatro operacional y? Portanto a questão dos recursos materiais (armamento, viaturas, combustíveis, munições, etc.) não pode deixar de estar associada aos recursos humanos e, a montante, aos recursos financeiros que sustentam os dois anteriores (materiais e humanos).

Não esquecer que tempo do SMO/SEN, em que não ocorreriam problemas com os recursos humanos (ou pelos menos problemas relacionados com a quantidade dos mesmos) a operacionalidade das Forças Armadas era igualmente reduzida...
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: LM em Março 06, 2020, 09:50:53 am
Voltando aos exemplos de fora: como é a progressão para categoria de sargento? Pelo que entendo em Portugal é muito similar ao de oficial "do quadro", com um curso em escola própria de 3 anos (distinto do sargento RC, de 6 meses?) e em nenhum dos casos é obrigatório começar como soldado - como funciona nos EUA (RU), por exemplo? Existe uma "divisão" marcada entre NCO  "do quadro" e RC? Há formação 2 / 3 anos em escola desde o inicio para os do "quadro"? Iniciam como soldados (há especialidades que não, julgo - há bastantes na categoria de "Warrant officer" que devido à especialidade "civil", não iniciam como soldados)?   
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Trafaria em Março 16, 2020, 01:58:18 am
Acreditem que só agora descobri este tópico e acho-o importante e interessantíssimo. A ele voltarei mais vezes, com certeza.

Começo por saudar as intervenções anteriores, algumas foram simplesmente brilhantes - embora pessoalmente nao concorde com tudo, como é normal.

Por hoje vou só dar uns toques num assunto aqui referido, já muitas vezes tocado noutros tópicos, que é a obrigatoriedade de servir nas FA para se poder concorrer às Forças de Segurança. Devo dizer que enquanto ex-militar e policia sou contra. É sacudir, criar ou transportar, problemas para onde eles não existem.

Sabiam que, por exemplo, a PSP tem uma quota de 15% de vagas reservadas para ex voluntários e ex-contratados das FA e que nos mais dos concursos ficam por preencher?
Na PJ e SEF, idem, os mesmos 15%, mas ai é pior, aparece lá de vez em quando um ou outro ex-militar a concorrer.

Na GNR são 30% e normalmente essa quota é mais ou menos preenchida. Mas sabiam que ao tempo do ex-Ministro da defesa Paulo Portas se fez essa experiência na GNR, a de alistar unicamente ex-militares das FA, e que a coisa correu muito mal? Tiveram que à pressa reverter a situação.

Um pequeno contributo para animar o debate.
Tenham uma boa noite e, se puderem, mantenham-se em casa.


Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Camuflage em Março 19, 2020, 11:36:20 pm
Vou repetir-me em alguns pontos já mencionados noutros tópicos mas são a meu ver soluções.

1 só ramo militar com 3 vertentes obedecendo ao mesmo comando
Menos especialidades e mais fusão entre elas:
                                                                                 Música desaparece
                                                                                 Logística (compreende Transportes e Material)
                                                                                 Administração Militar (passa a compreender Serviços Gerais e Secretariado)
                                                                                 Engenharia (passa a ter debaixo da sua alçada Transmissões)

Policia Militar passa a ter a mesma formação base podendo receber especializações se necessário, mas a sua missão é igual em qualquer força, não faz sentido existirem 3. Outra alternativa será a GNR acumular estas funções e absorver o pessoal.
Policia Marítima passa para o MAI que façam o que bem entender dela
Menos especiais, já foi sugerido há anos noutro tópico uma tropa especial e uma tropa de elite, nada mais
Aumento da idade de adesão às FA's sendo dos 18 aos 35 anos para ambos os sexos, com exactamente as mesmas regras e grau de exigência
Alterar as regras da promoção militar, podendo ser possível um praça ir subindo de patente à medida que vai fazendo cursos e provas
1 só Academia Militar e fechar vagas enquanto não escoar o número de oficiais, não se pode continuar a formar por excesso
Apostar nas redes sociais e na promoção da carreira militar como futuro junto dos jovens. Pode passar por simplesmente falar aos ouvidos das televisões de fazerem um programa tipo ou
Isto não pode continuar a ser visto do ponto de vista de quintais, mas sim da gestão tendo em conta o que é Portugal hoje, o que quer fazer e não nos anos 70 ou na guerra do ultramar.

E digo mais, isto leva uma reviravolta séria ou é acabar com as FA's pois para a maioria dos portugueses as ditas não servem para nada e é isto que ouço da boca do povo todos os dias!
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Março 20, 2020, 12:23:51 am

Menos especialidades e mais fusão entre elas:
                                                                                 Música desaparece
                                                                                 Logística (compreende Transportes e Material)
                                                                                 Administração Militar (passa a compreender Serviços Gerais e Secretariado)
                                                                                 Engenharia (passa a ter debaixo da sua alçada Transmissões)

É que fiquei logo por aqui... Administração Militar e Secretariado? Finanças não é o mesmo que processos individuais. Serviços Gerais nem existe.

E o que tem a ver o ponteneiro e o operador de máquinas pesadas com o segurança de rede, ciberdefesa, informática e servidores, material cripto...
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: nelson38899 em Março 20, 2020, 09:56:26 am

Menos especialidades e mais fusão entre elas:
                                                                                 Música desaparece
                                                                                 Logística (compreende Transportes e Material)
                                                                                 Administração Militar (passa a compreender Serviços Gerais e Secretariado)
                                                                                 Engenharia (passa a ter debaixo da sua alçada Transmissões)

É que fiquei logo por aqui... Administração Militar e Secretariado? Finanças não é o mesmo que processos individuais. Serviços Gerais nem existe.

E o que tem a ver o ponteneiro e o operador de máquinas pesadas com o segurança de rede, ciberdefesa, informática e servidores, material cripto...

Eu propunha a junção de todas as polícias das forças armadas, assim como de todas as unidades de engenharia. Assim como a criação de unidades conjuntas, por exemplo, em Tancos  como as respetivas atualizações dos edifícios,  cabiam bem os paraquedistas e a unidade de transporte da FAP. 
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Março 20, 2020, 10:04:10 am
Vou repetir-me em alguns pontos já mencionados noutros tópicos mas são a meu ver soluções.

1 só ramo militar com 3 vertentes obedecendo ao mesmo comando
Menos especialidades e mais fusão entre elas:
                                                                                 Música desaparece

Já praticamente não há disso e o que há andam sempre de um lado para o outro. Uma cerimónia militar sem banda/fanfarra não é nada.

                                                                               
Citar
Policia Militar passa a ter a mesma formação base podendo receber especializações se necessário, mas a sua missão é igual em qualquer força, não faz sentido existirem 3. Outra alternativa será a GNR acumular estas funções e absorver o pessoal.

O que é que ganhavas com isso? Diminuias o número de militares? Não.  Perdias alguma coisa? Sim!

Citar
Menos especiais, já foi sugerido há anos noutro tópico uma tropa especial e uma tropa de elite, nada mais

Estarás a dizer uma Tropa Especial (Paraquedistas, Comandos e Fuzileiros) e uma Força de Operações Especiais (FOEsp e DAE)?
Primeiro, essas unidades estariam sob que Ramo? Inseridas em que Comando? Os militares dessa Tropa Especial seriam todos capacitados com o Curso de Paraquedismo? Seriam todos capacitados para fazer Operações Anfíbias? Estariam todos capacitados para operações em pequeno escalões?

O Curso para os "Especiais" seria onde e baseado em que curso actual? Trocando por miúdos, quem "comia" quem?

Citar
Alterar as regras da promoção militar, podendo ser possível um praça ir subindo de patente à medida que vai fazendo cursos e provas

O que não faltam por esta tropa fora são antigos Praças que são hoje em dia Sargentos e Oficiais QP.

Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Março 20, 2020, 10:33:22 am

Eu propunha a junção de todas as polícias das forças armadas, assim como de todas as unidades de engenharia. Assim como a criação de unidades conjuntas, por exemplo, em Tancos  como as respetivas atualizações dos edifícios,  cabiam bem os paraquedistas e a unidade de transporte da FAP.

Se é para mudar, que se mude para melhor. Sabias que a PE tem coisas que a PA não tem e vice-versa?! Sabias que as necessidades de cada Ramo são diferentes uns dos outros? Com isso ia-se melhorar o quê? Menos militares? Não. Menos custos? Não.

Quantos Regimentos de Engenharia há no Exército? Dois? Que unidades desse género há nos outros Ramos das Forças Armadas?

As unidades Paraquedistas são o Regimento de Paraquedistas com o Batalhão de Formação e o Batalhão Operacional Aeroterrestre, o RI10 com o 2º BIPara e o RI15 com o 1º BIPara. No meu tempo falava-se em criar um Centro de Precursores em São Jacinto (RI10), dado as condições que há nessa unidade militar. Não estou a ver os Paraquedistas a perderem São Jacinto de animo eleve...

Os C-295M ou os C-130/KC390 em Tancos na actual Unidade de Apoio (antiga BA3) seria um espectáculo.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Março 20, 2020, 12:18:43 pm
Voltando aos exemplos de fora: como é a progressão para categoria de sargento? Pelo que entendo em Portugal é muito similar ao de oficial "do quadro", com um curso em escola própria de 3 anos (distinto do sargento RC, de 6 meses?) e em nenhum dos casos é obrigatório começar como soldado - como funciona nos EUA (RU), por exemplo? Existe uma "divisão" marcada entre NCO  "do quadro" e RC? Há formação 2 / 3 anos em escola desde o inicio para os do "quadro"? Iniciam como soldados (há especialidades que não, julgo - há bastantes na categoria de "Warrant officer" que devido à especialidade "civil", não iniciam como soldados)?   


Voltando aos exemplos de fora: como é a progressão para categoria de sargento? Pelo que entendo em Portugal é muito similar ao de oficial "do quadro", com um curso em escola própria de 3 anos (distinto do sargento RC, de 6 meses?) e em nenhum dos casos é obrigatório começar como soldado - como funciona nos EUA (RU), por exemplo? Existe uma "divisão" marcada entre NCO  "do quadro" e RC? Há formação 2 / 3 anos em escola desde o inicio para os do "quadro"? Iniciam como soldados (há especialidades que não, julgo - há bastantes na categoria de "Warrant officer" que devido à especialidade "civil", não iniciam como soldados)?   

Um Oficial do QP passa pela Academia, onde os cursos variam de Arma para Arma, sendo o normal 5 anos, sendo o quinto o Tirocínio.

Já os Sargentos QP os cursos também variam de duração, mas o normal são 2 anos. Tanto os Oficiais como os Sargentos RC têm uma formação de curta duração (um pouco maior que os Praças), visto que são apenas contratados e terão na sua maioria, uma curta passagem  pelo Exército.

Para ingressar na Academia vindo da vida civil é preciso:
a)     Ser cidadão português;
b)     Não completar 22 anos até Dezembro do ano em que se está a concorrer;
c)     Ter pelo menos 1.64 m ou 1.60 m de altura, conforme seja do sexo masculino ou feminino;
d)     Não ter antecedentes criminais;
e)     Possuir a robustez física indispensável ao exercício da profissão militar;
f)      Estar autorizado a concorrer, pelos pais ou por quem exerça a responsabilidade paternal, no caso de ter menos de 18 anos de idade;
g)     Estar em situação militar regular, tendo cumprido as obrigações militares fixadas na Lei do Serviço Militar;
h)     Não ter sido eliminado dos estabelecimentos de ensino superior público militar ou policial exceto se por desistência.
i)      Não ter sido dado como incapaz para o serviço militar em Junta Hospitalar de Inspeção;
k)     Realizar o exame nacional de acesso ao ensino superior de 2019, da(s) disciplina(s) específica(s) estabelecida(s) para cada curso ou as equivalentes dos anos de 2017 ou 2018, segundo a deliberação n.º 441/2019, da CNAES;
l)      Ter aprovação num curso de ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente, certificada pelo Ministério da Educação;
m)    Apresentar o original ou fotocópia autenticada da ficha dos exames nacionais do ensino secundário (ficha ENES) de 2019, para a candidatura ao ensino superior, satisfazendo esta a(s) disciplina(s) específica(s) estabelecida(s) para cada curso pretendido;
n)     Satisfazer os pré-requisitos fixados para os cursos da Academia Militar.

Para militares dos três Ramos das Forças Armadas e GNR é preciso:

a)   Ser cidadão português;
b) Estar autorizado a concorrer pelo Chefe do Estado-Maior do ramo a que pertence ou pelo Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana;
c) Estar na efetividade de serviço em 19 de novembro de 2019 (exceto os militares abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 76/2018, de 11 de outubro, na sua redação atual);
d) Completar, no mínimo, um ano de serviço efetivo em RV/RC até novembro de 2019;
e) Ter avaliação individual positiva e ter revelado qualidades que o recomendam para a admissão aos cursos;
f) Não completar 26 anos até 31 de dezembro de 2019;
g) Não ter sido eliminado dos estabelecimentos de ensino superior público militar ou policial, exceto se por desistência;
h) Não ter sido dado como incapaz para o serviço militar em Junta Hospitalar de Inspeção;
i) Não ter sido eliminado, por qualquer motivo, dos cursos da Academia Militar;
j) Realizar o exame nacional de acesso ao ensino superior de 2019, da(s) disciplina(s) específica(s) estabelecida(s) para cada curso ou as equivalentes dos anos de 2017 ou 2018, segundo a deliberação n.º 441/2019, da CNAES;
k) Ter aprovação num curso de ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente, certificada pelo Ministério da Educação;
l) Apresentar o original ou fotocópia autenticada da ficha dos exames nacionais do ensino secundário (ficha ENES) de 2019, para a candidatura ao ensino superior, satisfazendo esta a(s) disciplina(s) específica(s) estabelecida(s) para cada curso pretendido;
m) Satisfazer os pré-requisitos fixados para os cursos da Academia Militar.


Para a ESE:

 (1) Ser Sargento ou Praça de qualquer ramo das Forças Armadas, na efetividade de serviço ou na situação de Reserva de Disponibilidade, tendo prestado pelo menos 01 (um) ano de serviço efetivo, até 31 de dezembro do ano do concurso, inclusive;
(2) Estar autorizado a concorrer pelo Chefe de Estado-Maior do ramo a que pertence;
(3) Ter aprovação num curso do ensino secundário ou possuir habilitação legalmente equivalente, à data de abertura do concurso (data da publicação do aviso no Diário da República);
(4) Os candidatos que não possuam aprovação num curso do ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente, podem concorrer de forma condicional, devendo fazer prova de inscrição num dos cursos supracitados. Devem ainda fazer prova da conclusão do curso do ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente, através de certificado de habilitações, após publicação dos resultados. Esta prova de habilitação não poderá exceder a data de conclusão da 4.ª Fase - Prova de Desempenho Militar;
(5) Não completar 25 anos de idade até ao dia 31 de dezembro do ano do concurso. Para os candidatos à Área C, licenciados em música, aplica-se um limite de idade de 27 anos até ao dia 31 de dezembro do ano do concurso. A contagem da idade para a verificação dos limites apresentados, decorre de acordo com o previsto no artigo 36.º do Decreto-Lei n.º 76/2018, de 11 de outubro;
(6) Ter Ficha de Informação do Comandante (FIC) favorável em todos os parâmetros para os candidatos em efetividade de serviço, ou última Ficha de Avaliação Individual (FAI)/Ficha de Avaliação (FAV) favorável, sem parâmetros negativos para os candidatos que estão na situação de Reserva de Disponibilidade;
(7) Ter bom comportamento moral e cívico, não ter antecedentes criminais e não ter punições por infração disciplinar a que corresponda pena disciplinar superior a repreensão agravada;
(8) O candidato que, à data de realização do concurso de admissão, tenha processo criminal ou disciplinar pendente pode ser admitido à frequência do curso, ficando, no entanto, a frequência condicionada à pena que lhe vier a ser aplicada, de acordo com os limites previstos no ponto anterior;
(9) Ficar APTO nas diversas provas de admissão descritas nos requisitos específicos das presentes normas de admissão;
(10) Não ter sido eliminado de outros estabelecimentos de ensino militar por motivos disciplinares ou por incapacidade para o serviço militar;
(11) Não ter sido dado incapaz para o serviço militar em Junta Hospitalar de Inspeção;
(12) Não ter desistido ou sido eliminado da frequência de qualquer CFS ou Estágio Técnico-Militar (ETM) do Exército;
(13) Não estar em Teatro de Operações (TO) (e.g. integrado numa Força Nacional Destacada) durante o período de realização das provas da 2.ª, 3.ª e 4.ª Fases do concurso de admissão ao CFS;
(14) O CFS é regimentado pelo disposto na Portaria n.º 60/2014, de 10 de março - Regulamento Escolar dos Cursos de Formação de Sargentos e dos Estágios Técnico-Militares dos Quadros Permanentes do Exército. Ao abrigo do disposto no n.º 2 do Artigo 8, a frequência do CFS faz-se em regime de internato, devendo os candidatos estar cientes do mesmo e comunicar à Comissão de Admissão qualquer impedimento previamente.
b) Requisitos Específicos:
(1) Para ingresso nos cursos da Área B:
(a) Ter obtido classificação igual ou superior a 10 valores (95 pontos, se expressa na escala de 0 a 200 pontos) na disciplina de Matemática A frequentada no 12.º ano de escolaridade ou ter obtido classificação igual ou superior a 10 valores (95 pontos, se expressa na escala de 0 a 200 pontos), no conjunto de disciplinas de Matemática e Físico-Química do 12.º ano do ensino secundário;
(b) Ter obrigatoriamente classificação igual ou superior a 10 valores (95 pontos, se expressa na escala de 0 a 200 pontos) na prova de Matemática da PAC.
(2) Caso não haja candidatos em número suficiente para preencher as vagas, conforme condições definidas em 2.b.(1) serão considerados os candidatos que, mantendo a sua ordenação de concurso, tenham obtido classificação igual ou superior a 10 valores (95 pontos, se expressa na escala de 0 a 200 pontos) na prova de Matemática da PAC.
(3) Para ingresso no Quadro Especial de Clarins da Área C.
Realizar Prova Instrumental em instrumento de sopro de bocal.
(4) Durante o 1.º semestre, os instruendos-alunos devem obter os pré-requisitos para alguns quadros especiais conforme anexo M.


Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Camuflage em Março 20, 2020, 02:36:15 pm
É que fiquei logo por aqui... Administração Militar e Secretariado? Finanças não é o mesmo que processos individuais. Serviços Gerais nem existe.

São burocráticos, papeis de secretaria, logo uma chefia pode bem tratar de gerir ambos. Serviços Gerais existe: https://www.exercito.pt/pt/recrutamento/especialidades

E o que tem a ver o ponteneiro e o operador de máquinas pesadas com o segurança de rede, ciberdefesa, informática e servidores, material cripto...

São todos engenheiros ou operam debaixo das ordens de engenheiros. Uma qualquer empresa consegue gerir engenheiros ou técnicos de diferentes especialidades, só nas FA's é que são especiais de corrida e não se sabem gerir?

Uma cerimónia militar sem banda/fanfarra não é nada.

Não faltam fanfarras, bandas, músicos profissionais, contratam-se pontualmente sempre que necessário. Não faz sentido manter este tipo de postos.

O que é que ganhavas com isso? Diminuias o número de militares? Não.  Perdias alguma coisa? Sim!

Menos chefias, mais dinheiro disponível. Grande parte do capital está alocado a recursos humanos, se analisarmos esses recursos humanos iremos identificar que faltam executantes e há demasiados chefes logo é preciso reverter a pirâmide.

Estarás a dizer uma Tropa Especial (Paraquedistas, Comandos e Fuzileiros) e uma Força de Operações Especiais (FOEsp e DAE)?
Primeiro, essas unidades estariam sob que Ramo? Inseridas em que Comando? Os militares dessa Tropa Especial seriam todos capacitados com o Curso de Paraquedismo? Seriam todos capacitados para fazer Operações Anfíbias? Estariam todos capacitados para operações em pequeno escalões?

Todos obedeceriam ao Comando de Operações Especiais.
A especificação das missões seria algo avaliar de acordo com as necessidades do presente e futuro e não do passado. Mas sim a opção de serem todos aerotransportados e anfíbios é obviamente uma capacidade que se tem de imputar, pequenas economias não podem ter demasiada dispersão, há que saber fazer um pouco de tudo. Que dentro da força se possam criar subunidades com melhores qualidades para certos cenários, nada contra.

O Curso para os "Especiais" seria onde e baseado em que curso actual? Trocando por miúdos, quem "comia" quem?

É tudo uma questão de avaliar as condições de todas as bases militares e perceber qual que a reúne as melhores condições.
Não existem quem come quem, basicamente quem iria ficar amuado são os mesmos do costume: oficiais do topo.

O que não faltam por esta tropa fora são antigos Praças que são hoje em dia Sargentos e Oficiais QP.

Isso é generalizar, não são o grosso, o que não falta é pessoal a vir embora no final dos seus contratos e isso tem que ser alterado. Não faz sentido estar a pagar a pessoas para estarem temporariamente nas Forças e andar sempre a recrutar gente. Isto é um claro desincentivo aos candidatos, se sabem à partida que não ficam ou não têm futuro, então nem concorrem ou concorrem apenas porque não há mais nada.
Além disso tens o limite rigoroso das idades que continuam a imputar e não faz qualquer sentido.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Trafaria em Março 21, 2020, 12:33:53 am
Citar
O que não faltam por esta tropa fora são antigos Praças que são hoje em dia Sargentos e Oficiais QP.

Isso é generalizar, não são o grosso, o que não falta é pessoal a vir embora no final dos seus contratos e isso tem que ser alterado. Não faz sentido estar a pagar a pessoas para estarem temporariamente nas Forças e andar sempre a recrutar gente. Isto é um claro desincentivo aos candidatos, se sabem à partida que não ficam ou não têm futuro, então nem concorrem ou concorrem apenas porque não há mais nada.
Além disso tens o limite rigoroso das idades que continuam a imputar e não faz qualquer sentido.

Sim, não é generalizável.  O ultimo (Coronel que entrou no exercito como soldado) foi o cmdt dos comandos exonerado por causa do seu discurso a seguir ao desastre do curso 127º, e não há neste momento nenhum com essa possibilidade.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Lightning em Março 21, 2020, 12:48:26 am
Quantos Regimentos de Engenharia há no Exército? Dois? Que unidades desse género há nos outros Ramos das Forças Armadas?

A FAP até recentemente tinha o GEAFA (Grupo de Engenharia de Aeródromos da Força Aérea), teoricamente unidade escalão batalhão, penso que foi extinto e os seus meios agora dependem directamente da Repartição de Engenharia de Aeródromos.

Resumo historico
https://www.emfa.pt/unidade-33-direcao-de-infraestruturas

Citar
Os C-295M ou os C-130/KC390 em Tancos na actual Unidade de Apoio (antiga BA3) seria um espectáculo.

O problema aí é o dinheiro necessário para recuperar essa unidade para nível Base Aérea, por exemplo a pista acho que está uma desgraça, a torre de controlo, ajudas rádio à navegação, iluminação de pista, hangares para manutenção de aeronaves, como estão?
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Trafaria em Março 21, 2020, 12:51:12 am
Quanto à Música:

As Forças Armadas têm uma componente de exibição, que é muito importante. Sem musica essa parte ficaria muito diminuída, deficiente.

Se calhar há é musica a mais, pelo menos uma banda no Porto, outra em Lisboa, cada região autónoma com a sua, mais a banda sinfónica. Há ainda a Orquestra Ligeira, mais umas nem sei quantas fanfarras. Isto só no exército.

Não estaremos longe se disser-mos que as forças armadas pagam ordenados a mais músicos do que o ministério da cultura.

Há dias vi um video da cerimónia do dia do RL2 e só vos digo que os músicos eram (perto de) metade das forças em parada. Sem eles aquilo seria pouco mais que uma guarda de honra do meu tempo. A exiguidade começa a aproximar-se do ridículo.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Março 21, 2020, 12:52:40 am
https://sicnoticias.pt/especiais/coronavirus/2020-03-20-Diretor-do-hospital-das-Forcas-Armadas-exonerado-em-plena-pandemia?fbclid=IwAR1mfEyWaYy-qd37NH1mAICB8q0PlL87FncT_pvPtYykKH0trgzAb4TLl68

Os 3 ramos não se entendem nem para gerir um hospital quanto mais forças operacionais...
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Março 21, 2020, 01:03:54 am
É que fiquei logo por aqui... Administração Militar e Secretariado? Finanças não é o mesmo que processos individuais. Serviços Gerais nem existe.

São burocráticos, papeis de secretaria, logo uma chefia pode bem tratar de gerir ambos. Serviços Gerais existe: https://www.exercito.pt/pt/recrutamento/especialidades

Eu compreendo essa confusão pois durante algum tempo também não sabia bem a diferença entre as duas.
Mas muito basicamente, a administração militar trata de todas as aquisições, gestão de verbas da unidade, processos em SIG. É tudo o que mete dinheiro, faturas e material. Trata também da alimentação da tropa, principalmente em campanha.
Pessoal e Secretariado, é só para Sargentos e acho que já nem estão a ser formados mais na ESE. Trata de todos os processos de militares, promoções, justiça, cursos. Em campanha trata também dos óbitos.
E o que tem a ver o ponteneiro e o operador de máquinas pesadas com o segurança de rede, ciberdefesa, informática e servidores, material cripto...

São todos engenheiros ou operam debaixo das ordens de engenheiros. Uma qualquer empresa consegue gerir engenheiros ou técnicos de diferentes especialidades, só nas FA's é que são especiais de corrida e não se sabem gerir?
Mas uns são engenheiros civis e os outros são engenheiros de comunicações! Uns são pedreiros e os outros técnicos da PT!
Não tem nada em comum!!

O que não faltam por esta tropa fora são antigos Praças que são hoje em dia Sargentos e Oficiais QP.

Isso é generalizar, não são o grosso, o que não falta é pessoal a vir embora no final dos seus contratos e isso tem que ser alterado. Não faz sentido estar a pagar a pessoas para estarem temporariamente nas Forças e andar sempre a recrutar gente. Isto é um claro desincentivo aos candidatos, se sabem à partida que não ficam ou não têm futuro, então nem concorrem ou concorrem apenas porque não há mais nada.
Além disso tens o limite rigoroso das idades que continuam a imputar e não faz qualquer sentido.

Por acaso até é o grosso. Todos os Sargentos saídos da ESE eram Praças ou Sargentos RC.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Camuflage em Março 21, 2020, 04:42:23 pm
Eu compreendo essa confusão pois durante algum tempo também não sabia bem a diferença entre as duas.
Mas muito basicamente, a administração militar trata de todas as aquisições, gestão de verbas da unidade, processos em SIG. É tudo o que mete dinheiro, faturas e material. Trata também da alimentação da tropa, principalmente em campanha.
Pessoal e Secretariado, é só para Sargentos e acho que já nem estão a ser formados mais na ESE. Trata de todos os processos de militares, promoções, justiça, cursos. Em campanha trata também dos óbitos.

Portanto tudo cargos burocráticos, não é que sejam inferiores ou superiores, simplesmente em termos de gestão não faz sentido ter quintais e não vão andar à porrada por papeis, até faz sentido ficarem juntos. Uns gastam outros contabilizam é tão simples quanto isto. Vantagens da fusão de serviços? Menos dispersão de meios, menos chefias, menos recursos humanos alocados a áreas de não-combate.

Mas uns são engenheiros civis e os outros são engenheiros de comunicações! Uns são pedreiros e os outros técnicos da PT!
Não tem nada em comum!!
 

Na especialidade de Saúde tens medicina, dentistas e veterinários, "não têm nada em comum", a começar pelas Ordens que são autónomas e bem distintas, mas estão os 3 na mesma especialidade.
Se médicos podem coabitar com dentistas e veterinários, porque não pode um engenheiro civil coabitar com um engenheiro informático? Não sei qual é mesmo o problema. Até as instituições que formam ambos são as mesmas, ao contrário das instituições que formam dentistas, médicos e veterinários que essas sim são completamente independentes.
Pedreiros ou técnicos da PT, na saúde tens técnicos de próteses dentárias, análises clínicas e fisioterapeutas.
Se o teu medo é que metam um Engenheiro Informático a fazer o papel de um Engenheiro Civil ou vice-versa, esquece que esse não é o propósito, se tal acontece é porque a chefia é incompetente, mas isto é outra questão. Aqui é saber gerir e ter menos gente possível em cargos de chefia e mais gente a executar.

Por acaso até é o grosso. Todos os Sargentos saídos da ESE eram Praças ou Sargentos RC.

Só vendo dados dos 3 ramos.

https://sicnoticias.pt/especiais/coronavirus/2020-03-20-Diretor-do-hospital-das-Forcas-Armadas-exonerado-em-plena-pandemia?fbclid=IwAR1mfEyWaYy-qd37NH1mAICB8q0PlL87FncT_pvPtYykKH0trgzAb4TLl68

Os 3 ramos não se entendem nem para gerir um hospital quanto mais forças operacionais...

Demasiados galos no mesmo galinheiro, é este o resultado.



A acrescentar ao que sugeri anteriormente:

Sou a favor da existência de despromoções ou da expulsão/exoneração de qualquer membro da FA's que cometa crimes desde julgados e provados em tribunal. Sendo que a expulsão das Forças significa perda total de regalias e retirada de qualquer graduação/titulo que o individuo tenha, não importa o posto ou idade. Já chega de impunidade.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Lightning em Março 22, 2020, 12:34:43 am
As empresas também têm os Recursos Humanos e a Contabilidade e nem precisam de ter milhares de empregados.

E na tropa a Administração militar ainda tem uma componente operacional, como as cozinhas de campanha, tendas, latrinas, reabastecimento de combustíveis, etc.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Trafaria em Março 22, 2020, 02:02:39 am
Há uns anos bons, uns vinte e tal, não sei bem quantos, mas sei que foi já na fase final do SMO, perguntei a um soldado o significado de uma qualquer insígnia (talvez da boina ou do crachá) de que era portador. 

Respondeu-me que era o símbolo dos serviços de administração militar aos quais pertencia.
Assumindo estar na presença de um escriturário, louvei-lhe a sorte, trabalhava só em horário de expediente, ao que o rapaz me responde que era precisamente o inverso, só trabalhava de noite. Era padeiro. ;)

Confesso que fiquei um bocadito baralhado. :)
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Março 26, 2020, 12:30:38 pm
Comissão... Relatórios trimestrais... Lá para 2022, com sorte é anunciado qualquer coisa..

Despacho n.º 3733/2020 - Diário da República n.º 61/2020, Série II de 2020-03-26 130722028
Defesa Nacional - Gabinete do Ministro
Constituição da Comissão de Acompanhamento do Plano de Ação para a Profissionalização do Serviço Militar

https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/130722028/details/3/maximized?serie=II&parte_filter=31&dreId=130694343
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Abril 22, 2020, 11:34:38 am
Despacho n.º 4818/2020 - Diário da República n.º 79/2020, Série II de 2020-04-22 132242496
Defesa Nacional - Gabinete do Ministro
Cria um grupo de trabalho (GT) para operacionalizar os conceitos de reserva de disponibilidade (RD) e reserva de recrutamento (RR), com o objetivo de criar um modelo integrado de gestão de informação que sustente todas as ações associadas a estes conceitos, nos termos definidos e regulamentados na Lei do Serviço Militar

https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/132242496/details/maximized?serie=II&parte_filter=31&dreId=132242483
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: typhonman em Abril 24, 2020, 12:01:38 am
Despacho n.º 4818/2020 - Diário da República n.º 79/2020, Série II de 2020-04-22 132242496
Defesa Nacional - Gabinete do Ministro
Cria um grupo de trabalho (GT) para operacionalizar os conceitos de reserva de disponibilidade (RD) e reserva de recrutamento (RR), com o objetivo de criar um modelo integrado de gestão de informação que sustente todas as ações associadas a estes conceitos, nos termos definidos e regulamentados na Lei do Serviço Militar

https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/132242496/details/maximized?serie=II&parte_filter=31&dreId=132242483

Mais um grupo de trabalho !
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: zawevo em Julho 21, 2020, 12:06:36 pm
A pirâmide invertida nas Forças Armadas
.
A notícia duma das últimas edições do Jornal de Notícias é alarmante mas confirma as suspeitas que existem, desde há alguns anos, de que há cada vez menos praças nas Forças Armadas, designadamente no Exército e na Força Aérea.
Segundo refere a notícia, os efectivos das Forças Armadas são actualmente de 25.845 elementos, tendo havido uma redução de cerca de 25% nos últimos oito anos. No que respeita à classe de praças, no mesmo período, a redução foi superior a 40%. Actualmente o Exército tem 6265 praças, 3881 sargentos e 2976 oficiais, a Força Aérea tem 1930 praças, 2620 sargentos e 1944 oficiais, enquanto a Marinha tem 3714 praças, 2237 sargentos e 1985 oficiais. Esta "situação insustentável", segundo o CEMGFA, resulta sobretudo das opções políticas e dos constrangimentos orçamentais, mas também de uma atitude cultural do poder político.
Destes números pode concluir-se que a organização militar portuguesa tem uma pirâmide hierárquica invertida, certamente por corresponder a uma maior qualificação técnica dos seus elementos para os habilitar a dar resposta à sofisticação dos modernos equipamentos militares, mas também mostra um crescente desinteresse do poder político pelas suas Forças Armadas, provavelmente porque é grande o fosso existente entre os valores sociais dominantes e a cultura militar. A clássica opção apresentada há muitos anos por Paul Samuelson relativamente à utilização de recursos escassos na escolha entre canhões e manteiga, tem plena aplicação no caso português, porque a classe política que ocupa, ou quer ocupar o poder, se sustenta através do voto dos eleitores e estes estão mais interessados em manteiga do que em canhões.
Porém, o problema da dimensão das Forças Armadas, do recrutamento de pessoal e da retenção dos militares qualificados não é apenas uma questão cultural porque é, sobretudo, uma questão de constrangimentos orçamentais que até é comum à maioria dos países europeus, como tantas vezes tem salientado o Donald. O facto é que o assunto é complexo e não pode deixar de ser estudado por quem saiba, porque assim as coisas não estão bem e, enquanto pilar do Estado democrático, as Forças Armadas têm que ser prestigiadas e dotadas dos meios adequados para cumprir as suas missões.
Publicado por O Navegador
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: dc em Julho 21, 2020, 01:41:33 pm
Só no Exército, um rácio de 1 oficial por cada 2 praças praticamente.

Agora levanto duas questões:
-qual o salário mais baixo que um oficial pode receber?
-qual o rácio oficial/praça dos restantes países da NATO?
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Lightning em Julho 21, 2020, 04:19:06 pm
-qual o salário mais baixo que um oficial pode receber?

Um oficial em início de carreira, Aspirante, ganha 1105 euros brutos.
https://www.exercito.pt/pt/recrutamento/links/perguntas-frequentes

Neste link tem muitos valores interessantes.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: raphael em Julho 21, 2020, 09:48:43 pm
Uma maneira de resolver a coisa era contratar mais civis para as tais tarefas administrativas e de apoio, para além das atuais...aumentar esses numeros canalizando excedentes de outros ministerios.
Isso ja ajudava a aplicar a tropa onde seria mesmo necessária.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: dc em Julho 21, 2020, 11:21:40 pm
-qual o salário mais baixo que um oficial pode receber?

Um oficial em início de carreira, Aspirante, ganha 1105 euros brutos.
https://www.exercito.pt/pt/recrutamento/links/perguntas-frequentes

Neste link tem muitos valores interessantes.

Por ano, num Best case scenario em que todos os oficiais ganhassem os tais 1105 euros mensais, gasta-se com eles nada mais nada menos que 91 560 300 euros. Ao fim de 10 anos, gastava-se 915 milhões, que é quase 1/4 da presente LPM. E todos sabemos que muitos dos oficiais não ganham apenas 1105 euros por mês, muitos ganham o triplo.

Um país que tem, anualmente, despesas desta ordem com salários de oficiais (apenas oficiais, nem sequer inclui o resto do pessoal), como é que pode ter umas forças armadas tão precárias? Isto é brincadeira de país rico, é o que é.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Julho 22, 2020, 12:41:13 am
O mais interessante nisto tudo é que um Guarda ou um Agente com alguns anos de casa pode estar a ganhar praticamente o que um Oficial ganha nas Forças Armadas. O problema começa pelos baixos salários nas Forças Armadas e acaba...nós 500.000 problemas que afligem a IM.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Julho 22, 2020, 12:45:31 am
Os salários são um não problema.

O problema é o desperdício, a corrupção e os esquemas manhosos...
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Julho 22, 2020, 10:19:59 am
Os salários são um não problema.

O problema é o desperdício, a corrupção e os esquemas manhosos...

Para um Praça?! Quantos e quantos casos eu conheço de pessoal a pedir a rescisão de contrato porque sentiam que não conseguiam aguentar até ao mês seguinte?

Até na Armada há Cabos QP a sairem porque acham que não vale a pena os sacrifícios para um ordenado tão baixo e são Cabos!
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: LM em Julho 22, 2020, 10:50:54 am
Sem uma análise atenta parece-me que há um "desnível" entre sargentos/ oficiais vs praças e também entre a "segurança laboral" entre QP vs RC...   
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Lightning em Julho 22, 2020, 11:47:28 am
Os salários são um não problema.

O problema é o desperdício, a corrupção e os esquemas manhosos...

Para um Praça?! Quantos e quantos casos eu conheço de pessoal a pedir a rescisão de contrato porque sentiam que não conseguiam aguentar até ao mês seguinte?

Até na Armada há Cabos QP a sairem porque acham que não vale a pena os sacrifícios para um ordenado tão baixo e são Cabos!

Tens que ver o contexto.
O HSMW quis dizer é que o valor total gasto em ordenados não é o problema da falta de dinheiro para outras coisas. E como dizes, até se devia aumentar os escalões mais baixos.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: dc em Julho 22, 2020, 12:42:44 pm
Desculpem lá, mas vamos ser realistas. Temos quase 7000 oficiais. Este número justifica-se para um país com um efectivo de 60 mil efectivos. E isto é quase o dobro do objectivo pretendido actualmente em tempo de paz.

Nós não temos uma pirâmide de efectivos, temos sim um prédio. Se isto não é um indicador da gravidade da situação, então não sei o que é.

Os salários em si, a nível dos oficiais, não é o problema, é sim quantos destes oficiais estão a mais, isto é, quantos estão lá sem fazer nada que beneficie a operacionalidade das FA.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: NVF em Julho 23, 2020, 12:09:13 am
É para manter doutrina pá.  :mrgreen:
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Julho 23, 2020, 03:10:35 am
https://www.cmjornal.pt/exclusivos/detalhe/190-generais-custam-11-milhoes

190 generais custam 11 milhões
Militares querem que o governo promova 30 generais


O problema continua a ser este. Desde a reestruturação dos Quadros Orgânicos em 2017(?) que foi definido que a a casa ia começar pelo telhado!

Primeiro determinaram o numero de Generais, e depois foi de cima para baixo...
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: tenente em Julho 23, 2020, 06:18:06 am
https://www.cmjornal.pt/exclusivos/detalhe/190-generais-custam-11-milhoes

190 generais custam 11 milhões
Militares querem que o governo promova 30 generais


O problema continua a ser este. Desde a reestruturação dos Quadros Orgânicos em 2017(?) que foi definido que a a casa ia começar pelo telhado!

Primeiro determinaram o numero de Generais, e depois foi de cima para baixo...

O acordo com os políticos assim foi feito, primeiro garantir a Taxaria dos srs generais e depois, arranjar umas centenas de Praças para ir mantendo o teatro a representar, porque não passa disso um teatro !

Abraços
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: miguelbud em Julho 23, 2020, 12:53:54 pm
Que Exército para Portugal?

O Ministério da Defesa devia contratar sociólogos para laborarem um plano de ação de resposta à crise de recursos humanos que se vive nas Forças Armadas

O Chefe do Exército, General Nunes da Fonseca, foi ao Parlamento alertar que tem apenas metade dos soldados que deveria ter.

Ainda assim, disse que não descura as missões.

Não sabemos se o Ministério da Defesa tem ao seu serviço sociólogos, mas se não tem, devia de facto contratar dois ou três para laborarem um plano de ação de resposta à crise de recursos humanos que se vive nas Forças Armadas e, particularmente no Exército. A nosso ver, ao Chefe do Exército, não lhe compete discernir sobre como recrutar cidadãos para as suas fileiras. Essa função incumbe ao Ministério da Defesa.

É necessário um estudo sociopolítico do Estado da Nação, um detalhe, aprofundado, sobre o ‘Conceito Estratégico para a Defesa Nacional’ que, como é sabido, só pode ser elaborado depois de uma análise à situação sociopolítica da Nação, levando em linha de conta a estabilidade política, social e económica do país, para além da conjuntura internacional e, particularmente, o nosso vizinho Espanha, com cerca de 47 milhões de cidadãos. A questão mais delicada, hoje em dia no mundo, é a Educação que os Estados-Nação, soberanos, têm que ministrar aos seus cidadãos.

Esta é que é a chave para todas as questões que vão condicionar todas as outras opções, e que, inclusive, irá determinar o tipo de regime político para o Portugal do futuro.

Se partirmos do princípio, auspicioso, que teremos um regime de democracia, tipo Ocidental, então teremos de perceber que não é possível haver duas, ou várias interpretações para o conceito de democracia. É preciso afirmar, claramente, sem qualquer hesitação que partidos políticos totalitários, como o PCP ou o Bloco de Esquerda, não são, nunca foram nem podem ser democráticos, visto que o que eles pretendem é escorraçar todos os outros partidos para implantarem uma ditadura do Proletariado, ou seja, um regime antidemocrático, de partido único, ditatorial.

Se isto pode ofender, escandalizar e insultar alguém, então a culpa é do Governo atual, que permite que, nas universidades de Ciência Política, do Estado, e não só, se ensine o que acabou de ser dito, e ainda no Parlamento, que seja afirmado, por essas forças de esquerda, que são democratas e patriotas. Isso é que é inaceitável, deseducativo e revela um comportamento dúbio, impróprio de um político democrata, governante e condutor do povo.

Isto é desinformação intencional e pública, para já não dizer que é pactuar com uma mentira pública. Será que um aluno de Ciência Política que escreva isso num exame, na sua universidade, terá nota positiva?

Concluímos dizendo que o Ministério da Defesa depende, para recrutar mancebos, totalmente do Ministério da Educação, por que é este que formará e ‘moldará’ o futuro cidadão que deverá cumprir um serviço cívico, nas Forças Armadas, para os dois sexos.

Isto deverá ocorrer entre os 18 e os 21 anos de idade, e é curioso que em países não democráticos é exatamente aquilo que acontece.

Então qual a razão da não articulação entre ministérios? E pior que isso, qual a razão de nem sequer pensarem nisso?!?

Então contratem lá uns sociólogos para ajudarem os chefes dos ramos a poderem ter uma solução para a falta de recursos humanos. Bom Dia.

Mário Bacelar Begonha, Sociólogo

https://ionline.sapo.pt/artigo/703744/-que-exercito-para-portugal-?seccao=Opiniao_i
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: dc em Julho 23, 2020, 01:20:48 pm
Isso por si só não resolve tudo. Se outros países mais ricos e desenvolvidos que nós, têm uma idade de recrutamento mais alargada que a nossa, nós se fizéssemos o mesmo podía também ajudar a resolver. Aliás, só um conjunto de várias soluções é que vai permitir melhorar a situação.

https://www.cmjornal.pt/exclusivos/detalhe/190-generais-custam-11-milhoes

190 generais custam 11 milhões
Militares querem que o governo promova 30 generais


O problema continua a ser este. Desde a reestruturação dos Quadros Orgânicos em 2017(?) que foi definido que a a casa ia começar pelo telhado!

Primeiro determinaram o numero de Generais, e depois foi de cima para baixo...

O acordo com os políticos assim foi feito, primeiro garantir a Taxaria dos srs generais e depois, arranjar umas centenas de Praças para ir mantendo o teatro a representar, porque não passa disso um teatro !

Abraços

Continua a ser um dos maiores mistérios da humanidade, o porquê de termos tantos generais.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Julho 23, 2020, 04:17:25 pm
Eles continuam a ser bastantes mas a notícia é de 2013...
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Luso em Agosto 19, 2020, 02:04:47 pm
FORÇAS ARMADAS E ESTADO DE EMERGÊNCIA, AFINAL FALTA PESSOAL?

https://onedrive.live.com/view.aspx?resid=4BD79032236AF8C0!10835&ithint=file%2cdocx&authkey=!AEcjaEOu7J2ukQM
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Setembro 21, 2020, 10:59:22 am
2100? Tantos!  :mrgreen:

Fixa, para o ano de 2020, o número de militares a admitir no regime de voluntariado (RV) e no regime de contrato (RC) das Forças Armadas: https://dre.pt/application/conteudo/143311501
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: ocastilho em Setembro 21, 2020, 12:06:43 pm
2100? Tantos!  :mrgreen:

Fixa, para o ano de 2020, o número de militares a admitir no regime de voluntariado (RV) e no regime de contrato (RC) das Forças Armadas: https://dre.pt/application/conteudo/143311501

Detalhes... E o orçamento para a vinhaça? O importante primeiro!...
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Setembro 21, 2020, 02:49:04 pm
QP também são as mijinhas ...Se bem que os 73 a admitir para os cursos da AFA é um número bem elevado para o quem sido a realidade dos últimos anos...PILAV?

https://dre.pt/application/conteudo/143311502
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Setembro 23, 2020, 02:11:46 pm
(https://thumbs.web.sapo.io/?W=770&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=NTRiGpSzhCpST5+Zj2MUX57zIMBunzku6cCMdoQo3h7vn3ED5q64icPO8Kz04g6Lm5wjt7hY+eJLf7EDkTM2vOZd/nQAqlgsIWbnFuGd7hl6JK4=)
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: goldfinger em Setembro 23, 2020, 05:55:17 pm
(https://thumbs.web.sapo.io/?W=770&H=0&delay_optim=1&webp=1&epic=NTRiGpSzhCpST5+Zj2MUX57zIMBunzku6cCMdoQo3h7vn3ED5q64icPO8Kz04g6Lm5wjt7hY+eJLf7EDkTM2vOZd/nQAqlgsIWbnFuGd7hl6JK4=)

Me resulta incomprensible que pueda vivir un militar en Portugal con 583 euros al mes o un GNR/PSP, con 789..... :o

La vida en Portugal es mais barata que en Espanha, pero por ejemplo los supermercados, los artículos son muitas veces mas caros en Portugal...no se como les da para vivir.

Aqui un PN básico recien salido de la academia gana unos 1250 euros, y es muy poco dinero, ya se ha aprobado una equiparación salarial entre la PN y la GC y irse aproximando a " os reyes do manbo", los Mossos de escuadra catalanes o la Ertzaina, que son los que mas ganan en España dentro de las fuerzas del orden:

(https://static3.abc.es/media/espana/2018/02/22/tablas-policia-mossos-salarios-kL8G-U213324809292gMI-620x450@abc.jpg)

Nómina de un Policia Nacional nuevo:

(https://diario16.com/wp-content/uploads/2017/09/Diferencias-nomina-distintos-cuerpos-003.jpg)

Y aquí la de un Mosso recién salido:

(https://diario16.com/wp-content/uploads/2017/09/Diferencias-nomina-distintos-cuerpos-002.jpg)

(https://cdn.thinglink.me/api/image/1022849652497580036/1024/10/scaletowidth)
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: tenente em Outubro 04, 2020, 07:25:27 pm
Dizem que uma foto vale por mil palavras, e é verdade .

(https://imagizer.imageshack.com/v2/xq90/922/SdYdzV.jpg) (https://imageshack.com/i/pmSdYdzVj)

Abraços
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: P44 em Outubro 05, 2020, 07:53:09 pm
Parecem gajos da câmara
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: typhonman em Outubro 05, 2020, 07:58:01 pm
Não, prova que há mais graduados e oficiais que praças !
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Outubro 05, 2020, 10:15:40 pm
Dizem que uma foto vale por mil palavras, e é verdade .

(https://imagizer.imageshack.com/v2/xq90/922/SdYdzV.jpg) (https://imageshack.com/i/pmSdYdzVj)

Abraços

(https://scontent.fpdl2-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/120582208_2616207631961252_3353192688529964649_o.jpg?_nc_cat=101&_nc_sid=730e14&_nc_ohc=2UJnZzzl_ywAX8TS2PW&_nc_ht=scontent.fpdl2-1.fna&oh=cf9f1db395687c9ba2401d98cadd2bfb&oe=5FA1FFCF)

 ::)
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Outubro 05, 2020, 11:32:49 pm
Minas Covid-19  :mrgreen:
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: P44 em Outubro 06, 2020, 07:12:41 am
 :arrow:
Não, prova que há mais graduados e oficiais que praças !

Eu percebi  :mrgreen:

É literalmente o exército do General Alcazar!!!
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Trafaria em Outubro 06, 2020, 05:10:14 pm
Há que ver sempre o lado positivo. :D
Eu nunca vi, enquanto militar, nem depois disso tinha visto, um sargento-mor de camuflado. Nem sequer de farda nº 3.
Na minha unidade só havia um, e penso que é esse ainda hoje o rácio, e era um doutor "da mula ruça" que por ali andava, um emproado cagão a quem nunca vi fazer nada.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Outubro 06, 2020, 05:38:02 pm
Há que ver sempre o lado positivo. :D
Eu nunca vi, enquanto militar, nem depois disso tinha visto, um sargento-mor de camuflado. Nem sequer de farda nº 3.
Na minha unidade só havia um, e penso que é esse ainda hoje o rácio, e era um doutor "da mula ruça" que por ali andava, um emproado cagão a quem nunca vi fazer nada.

(https://imagizer.imageshack.com/v2/xq90/922/SdYdzV.jpg)

O Comandante da Companhia de Engenharia, seguido do Mor da Brigada,  2º Comandante da Brigada e finalmente o Comandante da Brigada?

Já agora os Mor da ETAT e na BAI sempre os vi de camuflado.

Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: tenente em Outubro 06, 2020, 07:21:21 pm
Dizem que uma foto vale por mil palavras, e é verdade .

(https://imagizer.imageshack.com/v2/xq90/922/SdYdzV.jpg) (https://imageshack.com/i/pmSdYdzVj)

Abraços

(https://scontent.fpdl2-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/120582208_2616207631961252_3353192688529964649_o.jpg?_nc_cat=101&_nc_sid=730e14&_nc_ohc=2UJnZzzl_ywAX8TS2PW&_nc_ht=scontent.fpdl2-1.fna&oh=cf9f1db395687c9ba2401d98cadd2bfb&oe=5FA1FFCF)

 ::)

mesmo se esses cinco elementos da 2ª foto fossem praças, a média era 40% de oficiais/Sargentos para o resto de Praças, ainda não é a que deve imperar no Ex Port, 30/70 seria mais eficaz.

Abraços
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Outubro 07, 2020, 06:39:24 pm
Despacho n.º 9657/2020 - Diário da República n.º 195/2020, Série II de 2020-10-07 144715662
Defesa Nacional - Gabinete da Secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes
Fixação do quantitativo de militares em RV e em RC, na Marinha, no Exército e na Força Aérea, para o ano de 2020

https://dre.pt/application/conteudo/144715662
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Outubro 15, 2020, 11:44:31 am
Despacho n.º 9657/2020 - Diário da República n.º 195/2020, Série II de 2020-10-07 144715662
Defesa Nacional - Gabinete da Secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes
Fixação do quantitativo de militares em RV e em RC, na Marinha, no Exército e na Força Aérea, para o ano de 2020

https://dre.pt/application/conteudo/144715662

Só espero que haja uma justificação individual e racional para cada um dos 2120 que estão ali referidos.

Porque já agora não há também uma mesma lista para saídas? ... ninguém sai.... e não é sair para a pensão de reserva, é sair sem "subvensão vitalícia" de reserva (um anacronismo).

FCosta, no meu tempo penso que o número de pessoal a entrar na BAI foi mais ou menos esse. Como é que de repente esse número é suficiente para renovar o efetivo de todos os Ramos das Forças Armadas?! Impossível!
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Outubro 15, 2020, 12:21:55 pm

O pior caso de todos... Exército Português!

Citar
PROVAS DE CLASSIFICAÇÃO E SELEÇÃO
 

01 - PROVAS DE APTIDÃO FÍSICA

(Execução obrigatória - Não são motivo de eliminação)

Transposição do Muro (60 cm de altura)
Extensões de braços no solo
Abdominais (1 minuto)
Corrida (12 minutos)

Querem mais fácil do que isto?

Citar
02 - PROVAS DE APTIDÃO PSICOLÓGICA

Testes Psicomotores
Testes de Personalidade
Testes de Inteligência
Testes Percetivo–Cognitivos

Estas sim, são as que realmente vão dar-te pontos na classificação final. Segundo consta a quantidade de pessoal que queria ir para os Paras/Comandos/Rangers e acabam em "Campanha" ou mesmo em "Serviços" é expressiva.

Citar
​03 - PROVAS MÉDICAS DE SELEÇÃO

​Exames Sensoriais (acuidade auditiva e visual, sensibilidade cromática e campo visual)
Exames Médicos Auxiliares (eletrocardiograma, raio-X ao tórax, análises ao sangue à urina e toxicológicas)
Exame Médico Geral

São eliminatórias e ou passa-se ou não.
 

Citar
04 - ENTREVISTA DE ORIENTAÇÃO

​Visa avaliar as aptidões pessoais dos candidatos para o cargo ou função a desempenhar

O/A psicólogo/a que faz a entrevista sabe quantas vagas há para o quê e vai colocar o candidato onde achar melhor.

No meu tempo passavam um vídeo na inspeção militar e quem era suficientemente burro para dar-se como voluntário para as Tropas Especiais não tinha que se preocupar. Depois passado uns meses era chamado para a unidade em questão (no meu caso foi a Escola de Tropas Aerotransportadas, atual Regimento Paraquedista) e lá é que fazíamos os testes físicos. Eram grupos de 50 rapazes e no final das provas passavam cerca de metade. Houve dias em que passavam meia dúzia, porque como dormiam na unidade para fazerem as provas logo de manhã, por vezes viam o que realmente era a vida militar...e arrependiam-se.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Outubro 16, 2020, 12:41:43 am
Nesta "brochura" já surge a menção ao Regime de Contrato Especial para Praças e Sargentos, inclusive vencimentos (slide 12).

http://ebspovoacao.com/wp-content/uploads/2020/ser_exercito.pdf
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Outubro 16, 2020, 05:15:49 pm
Nesta "brochura" já surge a menção ao Regime de Contrato Especial para Praças e Sargentos, inclusive vencimentos (slide 12).

http://ebspovoacao.com/wp-content/uploads/2020/ser_exercito.pdf

Citar
Duração máxima de 18 anos. Apenas em situações cujo grau de formação e treino, habilitações académicas específicas e particulares exigências técnicas tornam conveniente uma
prestação de serviço efetivo de duração prolongada.

Parece-me feito à medida para alguns Oficiais RC, tenho sérias dúvidas que o Feijão Verde com o 11º  Atirador no RG3 vá poder fazer 18 anos de contratos.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Trafaria em Outubro 19, 2020, 04:43:44 pm
Sim, de acordo, coitado do atirador.
Um cabo ferrador de cavalos tem bem mais hipóteses. De resto é uma das tais funções que a classe de sargentos teve de acolher com o fim dos cabos RD e que devolveria à classe de praças com satisfação.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: P44 em Novembro 01, 2020, 12:07:21 pm
(https://i.ibb.co/RN09SyC/FB-IMG-16042322835373929.jpg)
(https://i.ibb.co/nbv8BHX/FB-IMG-16042322718282270.jpg)
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Luso em Novembro 09, 2020, 02:17:39 pm
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/09-nov-2020/quadro-de-pracas-adiado-governo-finta-exercito-e-forca-aerea-e-pede-um-terceiro-estudo-13008754.html
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Quadro de praças adiado. Governo finta Exército e Força Aérea e pede um terceiro estudo

O ministério da Defesa pediu ao EMGFA que avalie os estudos do Exército e da Força Aérea para a criação de um quadro permanente de Praças nestes Ramos. O PSD diz que é uma "manobra dilatória para adiar a decisão"

A tão aguardada decisão para criar um quadro permanente de praças no Exército e na Força Aérea já não vai ser este ano, apesar destes Ramos terem apresentado os seus estudos de viabilidade, dentro dos prazos exigidos pelo Governo.

Esta é uma das medidas consideradas decisivas para atrair e reter jovens, de acordo com o Plano para a Profissionalização da Carreira Militar do ministério da Defesa Nacional (MDN), aprovado em abril de 2019, que indicava o 2º semestre de 2020 como data para a conclusão destes estudos.

Um despacho da secretária de Estado de Recursos Humanos e Antigos Combatentes, a que o DN teve acesso, determina agora que o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) faça uma "apreciação" dos estudos que o Exército e a Força Aérea tinham desenvolvido "de forma a acautelar os mecanismos de complementaridade entre os vários regimes de prestação de serviços, assim como o equilíbrio do processo de revisão estatutária que lhe está inerente".

A governante, Catarina Sarmento e Castro estipula que este novo estudo sobre os estudos lhe seja submetido até 15 de janeiro de 2021 "com os contributos considerados relevantes relativamente a esta matéria".

Contactado pelo DN, para aprofundar os objetivos deste despacho e facultar informações sobre as conclusões dos trabalhos dos Ramos, o Gabinete do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho confirmou o conteúdo do despacho da Secretária de Estado, mas negou partilhar dados sobre os estudos do Exército e da Força Aérea alegando que eram "classificados".

Críticas ao conteúdo e à forma
O despacho de Catarina Sarmento e Castro surpreendeu tudo e todos, não só pelo conteúdo, como também pela forma. Pelo conteúdo, desagradou principalmente aos Chefes do Exército e da Força Aérea. O Chefe de Estado-Maior do Exército, General Nunes Fonseca, porque apresentou o seu estudo de viabilidade, com respetivos impactos, ao MDN (numa conferência específica) logo em fevereiro de 2020 e, Segundo fontes militares ouvidas pelo DN, pretendia criar as condições para arrancar com este quadro permanente já em 2021.

Na verdade, o Exército é o Ramo que mais tem sofrido sangria de quadros, com um défice de cerca de 4000 praças e esta era uma das medidas urgentes e importantes para estancar as saídas.

Por seu lado, o Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, Joaquim Borrego, que entregou o seu estudo em julho último, previa contar, quanto antes, com cerca de 1600 praças num novo quadro permanente.

Pela forma, este despacho causou estranheza na hierarquia e indignação nos setores militares. O analista de assuntos de Defesa Major-general Carlos Branco, frisa que "só mesmo quem não conhece a máquina militar faria uma coisa destas: esta é uma questão para os Ramos tratarem diretamente com o ministro, o EMGFA não tem qualquer competência nesta matéria de gestão de efetivo. O destinatário está errado. Os chefes dos Ramos só despacham com o ministro e a secretária de Estado não se relaciona desta forma com o EMGFA".

Na delegação de competências que lhe foi atribuída, consultada pelo DN, Catarina Sarmento e Castro só tem poder para dar diretivas diretas à Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional, à Cruz Vermelha Portuguesa e à Liga dos Combatentes, o que levanta também dúvidas jurídicas sobre a legalidade do despacho.

A crítica a este despacho, quer quanto ao conteúdo, quer quanto à forma, também surge forte por parte do PSD. "Certamente a secretária de Estado desconhece as regras da hierarquia militar e terá de estudar as leis que regulam estas matérias de Defesa Nacional. Esta não é uma matéria do da competência do EMGFA", sublinha a deputada Ana Miguel dos Santos, que integra a Comissão de Defesa Nacional.

Manobra dilatória
Quanto à decisão de pedir um terceiro estudo, a deputada social-democrata não hesita em classificar a mesma como "uma clara manobra dilatória de quem não quer resolver problemas".

Ana Miguel Santos sublinha que este despacho tem como objetivo "atrasar ainda mais a resolução de um problema estrutural, que já está estudado há muito tempo e todos sabem que é uma das medidas importantes para combater a crónica falta de efetivo nas Forças Armadas".

Recorda que "em recente entrevista ao DN, o próprio Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) defendeu esse quadro permanente de praças, como medida prioritária para recrutar e reter os jovens na carreira militar".

O Presidente da República, nas comemorações do Dia de Portugal.
DEFESA NACIONAL
Generais alertam Marcelo para "pré-falência" das Forças Armadas
De acordo com os dados mais recentes da Direção-Geral da Administração e Emprego Público, reproduzidos no site da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA), de dezembro de 2011 a junho de 2020, as Forças Armadas perderam 27,8% do seu efetivo - um valor sem igual nas forças de segurança, como a GNR e a PSP.

Num balanço feito pelo DN, no ano passado, saíram das Forças Armadas 15 111 militares, entre 2014 e 2018, que estavam em regime de contrato ou de voluntariado, cálculos feitos com números oficiais facultados na altura pelo Gabinete do ministro da Defesa Nacional.

Efetivo a aumentar
No entanto, conforme frisou em entrevista ao DN, o Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), Almirante Silva Ribeiro, em 2020 essa sangria "foi estancada".

Até setembro último, as Forças Armadas contavam com 25 323 militares - mais 1372 que em 2019

De acordo com números oficiais sobre a evolução de efetivos, até setembro último, as Forças Armadas contavam com 25 323 militares (mais 1372 que em 2019). O Exército teve a maior subida (mais 1659, atingindo 12 575); a Força Aérea ganhou 42 militares, ficando com 5425; a Marinha perdeu 529, ficando com 7323.

Não podendo ser atribuído este recrudescimento às medidas do Plano de Profissionalização do MDN, que ainda não estão em vigor, na sua maior parte, fontes militares coincidem nas seguintes justificações: reconhecimento público e ao mais alto nível do prestígio das Forças Armadas e de todo o trabalho que os militares têm vindo a efetuar no combate à pandemia; motivação dos militares destacados das missões internacionais, que se sente úteis pata o país e para a manutenção da paz no mundo; subida de vencimento durante a recruta para o valor do ordenado mínimo nacional; e também pela nova estratégia de comunicação das Forças Armadas, dando maior visibilidade a todas as atividades dos militares em Portugal e no mundo.

Medidas adequadas
Contactado pelo DN para aprofundar a importância da criação deste quadro permanente de praças e indicar as metas pretendidas, o Exército, bastante sucintamente, indicou apenas que "prevê aumentar o efetivo, nomeadamente na categoria de Praças, procurando oferecer opções profissionais seguras e aliciantes aos militares".

Fonte oficial do Gabinete do CEME afirma que "a criação do Quadro Permanente para a Categoria de Praças e também a implementação do Regime de Contrato Especial, assumem um caráter de complementaridade entre as várias formas de prestação de serviço, num esforço para ampliar a atratividade e a retenção dos militares, reforçando a sustentabilidade do modelo de profissionalização do serviço militar".

O Exército acrescenta ainda que "considera estas medidas estruturantes e adequadas, acreditando que venham a obter bastante adesão".

A Força Aérea foi mais completa na sua resposta. O Gabinete do General Joaquim Borrego explica que "a execução da missão da Força Aérea requer formação e obtenção de qualificações exigentes e morosas em bastantes áreas, nomeadamente as associadas à manutenção e operação das diferentes aeronaves" - áreas em que um quadro permanente traria vantagens.

O porta-voz oficial deste Ramo sublinha que "o estudo para a criação do Quadro Permanente (QP) da categoria de praças na Força Aérea, à semelhança do que já existe para a categoria de sargentos e oficiais, afigurou-se muito adequado, quer pelo contributo para a reposição gradual das cerca de 1.600 praças previstas nesta categoria, melhorando a atratividade e aumentando as opções da carreira, quer pelo retorno da formação especializada e da experiência acumulada".

Reforça ainda que a medida "afigurando-se bastante adequada, considera-se que poderá ter bastante adesão na categoria de praças" e que "até a mesma ser implementada permanece o quadro atualmente em vigor, i.e. só praças em regime de contrato (RC), com uma duração do contrato até 6 anos".

Jovens para o combate
A criação de um quadro permanente não colhe, ainda assim, consenso. O General Martins Barrento, por exemplo, ex-CEME, não vê que essa medida traga benefícios a este Ramo.

"Para cativar os jovens é preciso proporcionar-lhes cursos para que possam vingar no mercado de trabalho, não é com quadros permanentes", defende.

Este oficial general, que chefiou o Exército entre 1998 e 2001, sublinha que "a principal missão do Exército envolve o combate e para isso precisa de jovens. Depois o que se faz com esses quadros quando deixarem de terem essas capacidades físicas para o combate? Tem é que se fazem com que recebam também qualificações para o mercado de trabalho".

Também o General Martins Barrento, recorda a entrevista do Almirante CEMGFA ao DN, para criticar Silva Ribeiro por ter valorizado que se tinha "conseguido estancar a saída dos militares das Forças Armadas".

"O deficit em pessoal não se resolve estancado as saídas porque isso se traduz no envelhecimento de um pessoal ao qual se exige vigor e "juventude". Este problema, pondo de parte os "mercenários", que não devemos querer ter, só pode ser resolvido de duas formas: restabelecendo o serviço militar obrigatório, que tinha a vantagem de ser mais democrático por entregar a "defesa da cidade" aos cidadãos; ou criando condições suficientemente atrativas para que surjam voluntários", escreve num artigo que preparou para publicar na Revista Militar.

Na mesma linha de pensamento está o General Pinto Ramalho, ex-CEME (2005-2011), para quem "o Exército precisa essencialmente de pessoal com capacidade física para desenvolver as missões de combate necessárias". Para este oficial general, embora "para certas funções técnicas seja admissível um quadro permanente limitado, nunca deverá ser essa a regra no caso do Exército".

Pinto Ramalho defende que, "mais do que um quadro permanente, ou até contratos de longa duração, o importante é conseguir atrair mais jovens para as Forças Armadas". No ser entender "isso faz-se com incentivos, financeiros e proporcionando condições e formação para acesso a funções na administração pública, universidades, forças e serviços de segurança".

O Major-general Carlos Branco, por seu lado, assinala que um quadro permanente de praças "não é uma panaceia, não resolve os problemas todos", mas pode ser considerada "mais uma forma de prestação de serviço orientada para funções que exijam continuidade e sejam mais exigentes do ponto de vista técnico", o que, no caso do Exército podem ser, entre outras, por exemplo, "as ligadas à área da informática e da ciberdefesa".

Salienta que o quadro permanente "não é uma ilha, tem que ser visto de forma sistémica, conjugado com o mapa de pessoal civil e a externalização de serviços". No seu entender, "o grosso dos efetivos em praças do Exército continuará a assentar no regime de contrato. Por isso, continuam a ser necessárias políticas de recrutamento atrativas, uma vez que o QP satisfará apenas um nicho reduzido de necessidades".

Discorda da opinião de Martins Barrento porque "há funções no Exército que vão além do combate no terreno, como o caso da ciberdefesa, cujos conhecimentos e qualificações a adquirir não são compagináveis com uma permanência dos militares de apenas dois ou três anos".

A experiência dos mais velhos
O General Luís Araújo, ex-CEMGFA (2011-2014) e ex-Chefe de Estado-Maior da Força Aérea (2005-2011) considera que para este Ramo o quadro permanente será importante.

"A Força Aérea precisa de jovens, mas também de militares com experiência em áreas como a manutenção e outras. Os mais velhos são muitas vezes a coluna vertebral das esquadras", afiança, não receando, ao contrário de Martins Barrento, o envelhecimento de quadros. "Qual seria o argumento então na GNR, por exemplo? Quando deixam de ter aptidões físicas, são colocados noutros serviços", assevera.

Quem tem experiência de quadros permanentes de praças é o Almirante Melo Gomes, ex-Chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA), atualmente o único Ramo com esta opção estatutária.

"Para a Marinha o quadro permanente é crucial. Os marinheiros andam muito tempo no mar e é preciso tempo, não só para a habituação, mas também para a aprendizagem das técnicas e tecnologias que permitem à Marinha navegar", explica.

Este ano foram abertas apenas 47 vagas para o quadro permanente da Marinha, que tem 853 praças a contrato, quando o défice de praças na Marinha é da ordem dos 700 militares.

O Almirante Melo Gomes está de acordo coma necessidade de criar também um quadro permanente nos outros Ramos para atrair e reter os jovens. "A não ser que criem outros incentivos para manter as pessoas, esta é uma solução", sublinha.

O ex-CEMA (2005-2010) lamenta o adiamento desta medida: "é mais um problema que fica por resolver, tal como tantos, como os vencimentos, a saúde, as carreiras, cuja resolução vai sendo sucessivamente adiada".

Melo Gomes alerta para o "arrastar" de decisões como esta da criação dos quadros permanentes. "Já está tudo mais que estudado. Quando não se quer resolver os problemas vão-se pedido estudos. A questão é que quanto mais tempo passa mais difícil é resolver os problemas e as soluções não podem ser eternamente adiadas".

Atualizado às 10h55 com as declarações do ex-CEME, General Pinto Ramalho
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: dc em Novembro 09, 2020, 02:33:00 pm
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Contactado pelo DN, para aprofundar os objetivos deste despacho e facultar informações sobre as conclusões dos trabalhos dos Ramos, o Gabinete do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho confirmou o conteúdo do despacho da Secretária de Estado, mas negou partilhar dados sobre os estudos do Exército e da Força Aérea alegando que eram "classificados".

Até um estudo sobre efectivos, é classificado...

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A governante, Catarina Sarmento e Castro estipula que este novo estudo sobre os estudos lhe seja submetido até 15 de janeiro de 2021 "com os contributos considerados relevantes relativamente a esta matéria".

Esperem até ser feito o estudo para estudar os estudos que estudaram os estudos do estudo.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Luso em Novembro 09, 2020, 03:35:36 pm

Esperem até ser feito o estudo para estudar os estudos que estudaram os estudos do estudo.

Isto implica criar um comité para definir qual a comissão que definirá a equipa coordenadora da unidade me missão do grupo de estudos, tudo a publicar em Diário da República.
Em ambiente Covid, claro.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Novembro 10, 2020, 11:21:19 am
Tudo isto é uma palhaçada. É RIDICULO!!!
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: dc em Novembro 10, 2020, 02:50:12 pm
Chega a não ser falta de vontade, mas sim pura e simplesmente má fé. Isto é basicamente a versão oficial de "empurrar com a barriga". Que autêntica aberração.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Trafaria em Novembro 10, 2020, 03:08:29 pm
Tenho curiosidade em saber quem e em que condições pode, segundo esses estudos e propostas, aceder a esse quadro permanente.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Novembro 10, 2020, 04:08:58 pm
É mesmo engonhar...basta adaptar o que já está previsto para as Praças QP da Armada no EMFAR.

Citar
Artigo 245.º
Classes e postos
As praças da Armada distribuem -se pelas seguintes classes e postos:
a) Classes:
i) Administrativos (L);
ii) Comunicações (C);
iii) Eletromecânicos (EM);
iv) Condutores mecânicos de automóveis (V);
v) Fuzileiros (FZ);
vi) Mergulhadores (U);
vii) Músicos (B);
viii) Operações (OP);
ix) Manobras (M);
x) Taifa (TF);
xi) Técnicos de armamento (TA);
b) Postos:
i) Cabo -mor (CMOR);
ii) Cabo (CAB);
iii) Primeiro -marinheiro (1MAR).

Artigo 246.º
Ingresso na categoria
1 — O ingresso na categoria de praças da Armada faz -se no posto de primeiro -marinheiro, de entre militares:
a) Habilitados com o curso de formação de marinheiros (CFM);
b) Em RC, desde que habilitados com o curso de promoção de marinheiros.
2 — O ingresso na categoria de praças da Armada pode, ainda, fazer -se no posto de primeiro -marinheiro, de entre militares ou civis habilitados com a qualificação profissional de nível 3 e diploma do ensino secundário, após frequência com aproveitamento de curso ou estágio técnico -militar adequados.
3 — A data de antiguidade dos militares em RC e dos militares que ingressem nos QP após habilitação com os CFM adequados às diversas classes é antecipada de tantos dias quantos os necessários para ser coincidente com a data de conclusão do CFM que, iniciado simultaneamente, termine em primeiro lugar.
4 — As condições de admissão ao CFM são reguladas por diploma próprio.

Artigo 247.º
Subclasses e ramos
1 — As classes podem ser divididas em subclasses e ramos, de acordo com o disposto no artigo 203.º.
2 — Na designação das praças, a identificação da subclasse ou ramo a que pertence o militar deve substituir a que se refere à respetiva classe.

Artigo 248.º
Caracterização funcional das classes
De acordo com a classe a que pertencem, incumbe, genericamente às praças:
a) Da classe de administrativos, exercer funções no âmbito da execução e direção de tarefas integradas de âmbito logístico, financeiro, contabilístico, patrimonial e do secretariado, à exceção das relacionadas com munições, explosivos, pirotécnicos e material de saúde;
b) Da classe de comunicações, exercer funções no âmbito da execução e direção da utilização e operação dos sistemas e equipamentos de comunicações;
c) Da classe de eletromecânicos, exercer funções no âmbito da execução e direção das operações de utilização, condução e manutenção das instalações propulsoras dos navios e respetivos auxiliares, dos equipamentos respeitantes à produção e distribuição de energia elétrica e de outros sistemas e equipamentos associados;
d) Da classe de condutores mecânicos de automóveis, conduzir todos os tipos de veículos automóveis em uso na Marinha, com exceção das viaturas táticas e de transporte de materiais perigosos; exercer funções no âmbito da execução e direção da utilização daqueles veículos e prestação da assistência oficinal no respetivo parque;
e) Da classe de fuzileiros, prestar serviço em unidades de fuzileiros e de desembarque ou em unidades navais, neste caso, com funções compatíveis com a sua preparação e graduação, e desempenhar o serviço de guarda, ronda e ordenança nas dependências e instalações da Marinha em terra, conduzir viaturas táticas e outras de natureza específica, nomeadamente de transporte de materiais perigosos;
f) Da classe de mergulhadores, exercer funções no âmbito da execução e direção de ações de caráter ofensivo e defensivo, próprias das guerras de minas e de sabotagem submarina e noutras ações que impliquem o recurso a atividades subaquáticas, à exceção das que diretamente dizem respeito ao pessoal embarcado em submarinos;
g) Da classe de músicos, integrar, como executante, a Banda da Armada, ou outros agrupamentos de natureza musical oficialmente organizados no âmbito da Marinha;
h) Da classe de operações, exercer funções no âmbito da execução e direção da utilização de sistemas de armas, sensores e equipamentos que se destinam à guerra no mar e de equipamentos e sensores que se destinam à condução da navegação e governo do navio;
i) Da classe de manobras, exercer funções no âmbito da execução e direção das operações de utilização, conservação e manutenção de aparelho do navio, embarcações, meios de salvamento no mar e respetivas palamentas, material de escoramento e material destinado a operações de reabastecimento no mar; condução e manutenção do equipamento destinado à manobra de cabos, ferros e reboques; utilização de equipamentos e sensores que se destinam à condução da navegação e governo do navio; exercer
funções compatíveis com a sua formação específica, no âmbito da execução e direção, designadamente em relação à manufatura, conservação e reparação de mobiliário, peças e estruturas em madeira;
j) Da classe da taifa, exercer funções no âmbito da execução e direção de todas as tarefas relacionadas com o serviço do rancho, designadamente ao nível da preparação das mesas para refeição, serviço de mesa e de bar, culinária de sala, confeção de refeições tipo corrente, confeção de pão e pastelaria;
k) Da classe de técnicos de armamento, exercer funções no âmbito da execução e direção das operações de conservação e manutenção dos sistemas de armas, nas vertentes mecânica, elétrica e hidráulica; execução e direção das operações de manuseamento e conservação de munições, paióis, pólvoras e explosivos e de utilização de equipamentos e sensores que se destinam à condução da navegação e governo do navio.

Artigo 249.º
Cargos e funções
1 — Às praças da Armada incumbe, em geral, o exercício de funções de natureza executiva nos comandos, forças, unidades, serviços e demais organismos da Marinha, de acordo com as respetivas classes e postos, bem como o exercício de funções que à Marinha respeita nos quartéis -generais ou estados -maiores de comandos de forças conjuntas ou combinadas e noutros departamentos de
Estado e, em especial:
a) Conduzir e manter os sistemas de armas, de sensores e de comando e controlo, armamento e equipamento, instalações e outro material por que sejam responsáveis, de acordo com a natureza dos encargos que lhes estejam atribuídos;
b) Executar as tarefas que lhes sejam determinadas com o aparelho do navio, meios de salvamento no mar e operações de salvamento;
c) Executar as tarefas que lhes sejam determinadas no âmbito da organização para emergência a bordo ou no serviço de limitação de avarias;
d) Efetuar o governo e manobra de embarcações miúdas;
e) Ministrar ou cooperar em ações de formação e treino em relação a assuntos para os quais disponham da necessária formação;
f) Executar as tarefas que lhes sejam determinadas no âmbito das ações de vigilância e polícia;
g) Cuidar do armazenamento e conservação do material cuja guarda lhes seja confiada, de acordo com as normas e regulamentos em vigor;
h) Executar trabalhos correntes de secretaria;
i) Efetuar os registos e escrituração inerentes à natureza da função que desempenham;
j) Efetuar as tarefas de arrumação, limpeza e pequenas conservações que lhes sejam determinadas.
2 — Aos cabos podem ainda ser cometidas funções relativas à condução de pessoal e ao controlo de execução.
3 — Aos militares com o posto de cabo -mor podem ser atribuídas, para além das funções previstas para as restantes praças, com exceção das previstas nas alíneas a), b) e j) do n.º 1, funções relativas à condução e coordenação de pessoal e organização e controlo da execução.
4 — Os cargos e funções de cada posto são os previstos nos regulamentos internos e na estrutura orgânica onde as praças estiverem colocadas.

Artigo 250.º
Modalidades de promoção
A promoção aos postos da categoria de praças processa-se nas seguintes modalidades, previstas no artigo 51.º:
a) Cabo -mor, por escolha;
b) Cabo, por antiguidade.

Artigo 251.º
Condições especiais de promoção
1 — As condições especiais de promoção ao posto de cabo -mor são as seguintes:
a) Cumprimento de 15 anos de serviço efetivo no posto de cabo;
b) Ter efetuado, no posto de cabo, 18 meses de embarque, salvo se pertencer às classes de músicos, mergulhadores e fuzileiros, assim como para as praças com especialização na área dos helicópteros e da condução de veículos automóveis, para as quais não é exigido tempo de embarque.
2 — As condições especiais de promoção ao posto de cabo são as seguintes:
a) Cumprimento de cinco anos de serviço efetivo no posto de primeiro -marinheiro;
b) Ter efetuado, no posto de primeiro -marinheiro, 18 meses de embarque, salvo se pertencer às classes de músicos, mergulhadores e fuzileiros, assim como para as praças com especialização na área dos helicópteros e da condução de veículos automóveis, para as quais não é exigido tempo de embarque.
3 — As condições especiais de promoção para os diversos postos e classes constam do anexo II ao presente Estatuto.
4 — Às praças é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 208.º a 210.º.

Artigo 252.º
Formação militar
1 — A preparação inicial e a preparação complementar das praças ao longo da carreira concretiza -se através de ações formativas de investimento que visam igualmente o referido no n.º 1 do artigo 211.º.
2 — As ações formativas de investimento conferem às praças, de forma gradual, conhecimentos de ordem humanística, militar, cultural e técnica indispensáveis à sua inserção profissional militar -naval e ao desenvolvimento de carreira e compreendem atividades de formação inicial e de carreira, de formação especializada e de formação evolutiva, de pendor técnico, inseridas na formação profissional de nível secundário.
3 — Os cursos que habilitam ao ingresso nas classes da categoria de praças são cursos ou estágios de formação ministrados na Escola de Tecnologias Navais, na Escola de Fuzileiros e na Escola de Mergulhadores.
4 — A formação militar e técnica das praças pode ainda ser completada e melhorada de forma contínua através de ações formativas desenvolvidas nas unidades ou serviços onde se encontram colocadas.

Artigo 253.º
Ingresso em categorias superiores
As praças da Armada podem concorrer à frequência de cursos que habilitem ao ingresso nas categorias de sargento
ou de oficial, desde que satisfaçam, designadamente, as seguintes condições:
a) Ter as habilitações exigidas para a frequência do curso de ingresso na categoria respetiva;
b) Ter idade não superior à exigida para a frequência do curso a que se refere a alínea anterior, que, em qualquer caso, não pode exceder os 38 anos de idade;
c) Ficar aprovado nas provas do concurso de admissão ao curso e ser selecionado para o preenchimento das vagas abertas para cada concurso.

Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Trafaria em Novembro 11, 2020, 05:21:10 pm
Não há só falta de pessoal. Nas entrelinhas lá vão deixando escapar que a qualidade média dos voluntários também está abaixo do desejado.
Então pergunto:
Falam tanto - hierarquias, associações e opinadores – do que se faz lá por fora e não pensaram ainda em acabar com as entradas directas na classe de sargentos e reservar o acesso a essa classe para as praças? Assim é nos países evoluídos e essa de se entrar na tropa como sargento (segundo furriel)  é uma terceiro-mundice que herdámos do tempo da guerra colonial.
Assim, poderiam com propriedade afirmar que as praças tinham uma real possibilidade de carreira pela frente e não tenho duvidas nenhumas de que a atratividade pela tropa aumentaria, bem como a tal qualidade média do pessoal.
Sei que, em Inglaterra, por exemplo, um soldado com habilitações médias (ensino secundário) pode ser sargento ao fim de três anos; os outros também lá chegam, devagarinho, quando a reforma está a bater à porta, mas nenhum vai para casa com o posto de cabo no cartão de reformado – todos sargentos.
O que acham?
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Novembro 11, 2020, 05:25:33 pm
Não há só falta de pessoal. Nas entrelinhas lá vão deixando escapar que a qualidade média dos voluntários também está abaixo do desejado.
Então pergunto:
Falam tanto - hierarquias, associações e opinadores – do que se faz lá por fora e não pensaram ainda em acabar com as entradas directas na classe de sargentos e reservar o acesso a essa classe para as praças? Assim é nos países evoluídos e essa de se entrar na tropa como sargento (segundo furriel)  é uma terceiro-mundice que herdámos do tempo da guerra colonial.
Assim, poderiam com propriedade afirmar que as praças tinham uma real possibilidade de carreira pela frente e não tenho duvidas nenhumas de que a atratividade pela tropa aumentaria, bem como a tal qualidade média do pessoal.
Sei que, em Inglaterra, por exemplo, um soldado com habilitações médias (ensino secundário) pode ser sargento ao fim de três anos; os outros também lá chegam, devagarinho, quando a reforma está a bater à porta, mas nenhum vai para casa com o posto de cabo no cartão de reformado – todos sargentos.
O que acham?

Por mim... mas olha que eu li um artigo que dizia que muitos Cabos daqueles velhinhos estão a ser mandados para casa antes da reforma e com a sua patente normal. Isso está acontecer em todas as unidades do Exército, incluindo no 22º SAS.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Lightning em Novembro 11, 2020, 08:38:07 pm
Trafaria a Força Aérea funcionou assim muito tempo, só existiam sargentos QP e esse quadro era alimentado a partir dos praças.

Mas ser praça deve ter começado a perder "atractividade", principalmente o baixo salário, então abriram vagas para sargento RC, e também têm possibilidade de ingressar no QP.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Trafaria em Novembro 12, 2020, 11:01:29 pm
Eram os cabos especialistas que alimentavam o quadro de sargentos.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Lightning em Novembro 12, 2020, 11:17:14 pm
Eram os cabos especialistas que alimentavam o quadro de sargentos.

Eram à muito, muito tempo.

Isso dos cabos especialistas já não existe.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: tenente em Dezembro 13, 2020, 10:56:01 pm
Se Portugal tivesse 32.000 efectivos nas FFAA já não era mau de todo.

https://observador.pt/2020/12/11/governo-mantem-efetivo-maximo-de-32-mil-militares-para-forcas-armadas-em-2021/

Ora......O Governo aprovou o decreto-lei que fixa os efetivos das Forças Armadas para 2021, mantendo "a referência já estabelecida" de um máximo de 32 mil militares, o que garante a resposta "à capacidade operacional exigida".
mas, O número real de efetivos existente não ultrapassa os 25 mil militares.

Os 7.000 militares em falta permitiriam que o Exército se reforçasse com 4000/5000 Praças, para completar o efectivo dos Batalhões/Grupos das três brigadas e os restantes 2000/3000 efectivos, poderiam ser repartidos entre a Marinha/FAP.

Abraços
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: dc em Dezembro 14, 2020, 12:15:07 pm
Creio que o problema se mantém. É estabelecido um "limite máximo", mas e um limite mínimo? E esforço para aproximar os números para os valores adequados?
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Dezembro 14, 2020, 06:37:22 pm
Citar
Entre 26Nov e 02Dec20, foram  recebidas 49candidaturas  para  a categoria  de  Praças  do Exército,  num  total  de 5417 candidaturas, desde o início do ano.
Destas candidaturas, já foram incorporados 2663 militares no corrente ano.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Dezembro 14, 2020, 08:11:01 pm
(https://assets.exercito.pt/SiteAssets/GabCEME/GenCEME_NunesdaFonseca_840x475.png)
Que se pode esperar de um Exército que tem um chefe que anda uniformizado de forma diferente dos restantes militares...
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: tenente em Dezembro 15, 2020, 06:46:58 am
Citar
Entre 26Nov e 02Dec20, foram  recebidas 49candidaturas  para  a categoria  de  Praças  do Exército,  num  total  de 5417 candidaturas, desde o início do ano.
Destas candidaturas, já foram incorporados 2663 militares no corrente ano.

HMSW,
e, pergunto eu, não é um ano atipico ?
Ao incorporar 2663 Praças num ano esse numero representa o quê ?
Uns 40% do total de Praças correcto ?
Elevaria o total desta classe para uns 8500 efectivos certo ?
Esse valor incorporado durante  três anos resolvia a falta de Praças, será que está correcto ??
Eu acho um numero extremamente elevado, mas.....

Abraços
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: NVF em Dezembro 15, 2020, 01:41:23 pm
É o típico líder militar moderno que testa protótipos de uniformes. Já o actual Chairman do JSC dos EUA vestia protótipos da nova farda WW2 quando era chefe do exército. E se fosse de cavalaria era vê-lo a testar o novo uniforme com botas de montar.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: HSMW em Dezembro 15, 2020, 11:00:28 pm
Citar
Entre 26Nov e 02Dec20, foram  recebidas 49candidaturas  para  a categoria  de  Praças  do Exército,  num  total  de 5417 candidaturas, desde o início do ano.
Destas candidaturas, já foram incorporados 2663 militares no corrente ano.

HMSW,
e, pergunto eu, não é um ano atipico ?
Ao incorporar 2663 Praças num ano esse numero representa o quê ?
Uns 40% do total de Praças correcto ?
Elevaria o total desta classe para uns 8500 efectivos certo ?
Esse valor incorporado durante  três anos resolvia a falta de Praças, será que está correcto ??
Eu acho um numero extremamente elevado, mas.....

Abraços

Ainda mais atípico tendo em conta a extensão dos contratos em 3 + 6 meses.

A pandemia adiou muitas incorporações mas a mesma levou ao aumento de candidaturas.

Quanto a números, o efetivo atual de Praças está próximo dos 6200. Isto inclui os militares no ativo, os que estão em formação, e os que estão a ingressar no QP.
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: PereiraMarques em Dezembro 22, 2020, 09:49:15 am
Decreto-Lei n.º 104/2020 - Diário da República n.º 247/2020, Série I de 2020-12-22151865082
PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
Fixa os efetivos das Forças Armadas, em todas as situações, para o ano de 2021

https://dre.pt/application/conteudo/151865082
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Cabeça de Martelo em Maio 05, 2021, 10:21:26 am
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Entre 26Nov e 02Dec20, foram  recebidas 49candidaturas  para  a categoria  de  Praças  do Exército,  num  total  de 5417 candidaturas, desde o início do ano.
Destas candidaturas, já foram incorporados 2663 militares no corrente ano.

HMSW,
e, pergunto eu, não é um ano atipico ?
Ao incorporar 2663 Praças num ano esse numero representa o quê ?
Uns 40% do total de Praças correcto ?
Elevaria o total desta classe para uns 8500 efectivos certo ?
Esse valor incorporado durante  três anos resolvia a falta de Praças, será que está correcto ??
Eu acho um numero extremamente elevado, mas.....

Abraços

2663 militares...no meu ano de incorporação a BAI deve ter tido mais ou menos esse número de mancebos a entrar pela Porta de Armas da ETAT. Cada recruta por norma tinha mais de 200 catatuas, e não havia apenas 3 incorporações por ano como agora no RPara (5?).
Título: Re: Falta de Recursos Humanos nas Forças Armadas
Enviado por: Lightning em Maio 05, 2021, 06:42:36 pm
O forista MigM1973 se percebesse a diferença entre um militar no serviço activo e um militar que já está na reserva, fora do serviço activo e por alguma razão retoma o serviço activo, não gastava o seu tempo a escrever um texto tão grande sem sentido nenhum.

Que a função do militar têm que ser equivalente ao posto é lógico e autoexplicativa, o estado físico e psíquico é avaliado em junta médica, não é o próprio que a define, ou está a querer mandar pessoal da reserva que esteve em secretarias para OE? Acho que também podem não ter a parte física e psíquica correspondente.

A parte dos militares na reserva se voltarem ao activo não poderem, em regra, ter funções de comando é porque essas funções estão sempre ocupadas por militares do activo.

Exemplo:
Regimento de Infantaria tem o seu comandante, o batalhão tem o seu comandante, as companhias têm os seus comandantes, vão retirar o comando dos militares que já lá estão para lá colocar um da reserva? Isso até bloqueava os de baixo de subir na hierarquia. Agora se em estado de emergência, se criarem mais companhias e batalhões e que a estrutura actual de oficiais e sargentos não tem pessoal suficiente, aí já deve ser aceitável colocar oficiais e sargentos da reserva provavelmente.

Exemplo do CEO, um CEO vai para a reforma, um director lá qualquer é nomeado CEO, o anterior CEO afinal gostava mesmo daquilo e quer voltar, o novo CEO tem que devolver a posição e voltar à posição anterior?

Também lhe dou um exemplo de militares da reserva chamados para funções de interesse público, fora da estrutura das Forças Armadas.
Na última vaga covid militares da reserva foram convocados para ajudar as delegações de saúde nos contactos telefónicos para pessoas infectadas com covid.

Os reservistas podem ser chamados quando se quiser, o que é revisto anualmente é as regras e as condições para o fazer.