Relativamente à questão do Nobel, pessoalmente não me sinto afectado pelo prestígio do prémio. A verdade é que não houve nenhum outro prémio com aquelas características.
É o valor pecuniário que dá ao Prémio Nobel a dimensão e o prestigio que tem, essencialmente porque o prémio que dá é monetariamente muito elevado. Pode parecer um bocado redutor, mas é como que um “ganhar na lotaria” dos cientistas e intelectuais e “anda a roda” todos os anos, e isso é em grande medida a notícia.
Permita-me dizer que nem toda a gente dá ao Nobel a mesma importância, e que o Saramago, nem de perto nem de longe é o mais significativo e importante intelectual português. Ganhou o Nobel, porque a máquina do grupo espanhol Prisa, conseguiu convencer quem o atribui, das vantagens.
Portanto, a importância do Nobel, está na cabeça de cada um de nós, e só vê colonialismo cultural, quem tiver relativamente aos países do norte da Europa um sentido e complexo de inferioridade.
Um prémio na área cultural e científica só é notícia se o dinheiro envolvido for bastante. Espere até começarem a distribuir o Prémio Champalimaud, para a pesquisa e investigação médica, que é o maior prémio do mundo. Nos primeiros anos pode até nem ser muito referido, mas se continuar, o seu prestigio inevitavelmente aumentará porque € 1.000.000 é muito dinheiro.
Eu citei este exemplo, porque é um exemplo típico da forma de pensamento intelectual do norte-europeu, onde se incluem os ingleses, os alemães, os franceses e por aí fora. O chamado "Mundo Ocidental", "Mundo Civilizado", "Mundo desenvolvido", etc.
Eu não tenho nenhum tipo de problema com esse tipo de pensamento. Se eles não têm razão, então é necessário comprovar o contrário.Mas infelizmente, a realidade é fria como o gelo.
Os grandes desenvolvimentos que desde a revolução industrial moldaram o mundo, foram feitos por esses países. Desde a máquina a vapor, à turbina, do transistor ao motor a Diesel, do motor a explosão ao avião, do motor a jacto ao computador, dos grandes aviões de transporte ao TGV.
Eles chamam-se mundo civilizado, porque as descobertas tecnológicas nos últimos duzentos anos são praticamente todas desse mundo que você chama de “norte-europeu”.
Quem quer concorrer com eles, não pode esperar o reconhecimento pelo reconhecimento.
Tem que fazer uma coisa que em geral nas culturas do sul da Europa não se faz:
MOSTRAR SERVIÇO.
Depois, poderá recolher os créditos.
Enquanto não trabalharmos para ter crédito, não podemos ficar irritados por não nos darem crédito nenhum.
Os países com uma cultura forte no mundo, não aceitam lições de moral por parte de estrangeiros, não aceitam ser colocados numa posição de inferioridade, de "aluno", sendo o "Professor" o Europeu (Norte-Europeu.).
A Cultura forte, só é forte quando produz Cultura. Quando não o faz, não lhe resta outra coisa que não seja aprender.
Caso contrário, caímos um bocado no ridículo como o caso dos Espanhois, que chamam versão “E” a toda a porcaria estrangeira onde colocam um orgulhoso rebite espanhol.
Eles convencem-se assim, de que o país conseguiu produzir produtos ao nível dos “norte-europeus”, mas estão apenas a enganar-se a eles próprios.
Nós, não devemos (e felizmente não temos esse hábito) cair no mesmo erro, porque isso é mera arrogância, mas é a arrogância dos fracos, que se metem em bicos dos pés.
Veja a China:
Não há civilização na face da terra que tenha sido mais produtiva e inventiva, mas a China reconhece que neste momento, a sua cultura não é uma cultura de topo. Eles não estão com pruridos em aprender com aqueles que tiveram sucesso.Devemos seguir os bons exemplos, e não o fazer é apenas arrogância de quem ficou para trás e se recusa a reconhecer isso.
Chega de hipocrisia.
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A questão do Franco e dos crimes do franquismo
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A insinuação de que os Nacionalistas estariam sob o comando ,como pretende dar a entender do Governo Alemão, isso é obviamente um exagero.
Vejamos:
As ordens para se estabelecer um reinado de terror são claras e evidentes. O apoio NAZI aos franquistas é também evidente. Os nazi-franquistas experimentaram em Espanha parte das suas tácticas, das suas armas de destruição maciça da altura (bombardeamentos sobre civis) e da sua política de brutalização das populações, com o objectivo de as submeter.
A política de brutalização das populações está descrita em manuais, e tem por objectivo mandar que os militares sejam tão violentos, que a população fique tolhida pelo medo.
Isso aconteceu em Espanha, como mais tarde aconteceu na Polónia, na Jugoslávia, na Ucrânia ou na Russia.
Aconteceu sempre que se tratava de gente que os nazis consideravam inferior. Em Espanha, como não havia alemães para impor esse comportamento, foram utilizados milhares de Muçulmanos, daqueles que vêm a peninsula como o "Al Andalus" e para os quais não há problema nenhum em matar cristãos.
Sabemos hoje, que as tropas "voluntárias" portuguesas eram sempre acompanhadas pelos muçulmanos, com ordens expressas para que se os portuguesesmostrassem intenção de recuar, fossem assassinados pelos muçulmanos franquistas.O que eu disse e afirmo, é que essa politica de TERROR imposta pela canalha nazi, era a política oficial de Franco.Não está em causa que a República tivesse o apoio dos Russos, porque é óbvio que tinha, (e tinha porque a França e a Inglaterra lhe voltaram as costas).
O que está em causa, é que no campo republicano, a política de terror não era politica-de-estado.No campo nazi, o TERROR era a política oficial, e era a política oficial, por determinação NAZI e dos criminosos de delito comum da Falange, que evidentemente se queriam (como efectivamente fizeram) entregar ao roubo de propriedade e bens, sem ter qualquer tutela do Estado.
Em 1938, se um falangista quisesse uma propriedade qualquer, juntava uns quantos apaniguados e pura e simplesmente dava ordens ao dono da terra ou da casa para sair dali.
Se o dono da casa se recusasse a sair, os falangistas matavam-lhe a família e no fim matavam-no a ele. E essa politica criminosa de roubo e esbulho ERA A POLITICA OFICIAL DA ESPANHA FRANQUISTA.
Milhares de casos com características idênticas ocorreram por toda a Espanha. Se alguém fosse dono de alguma coisa, era só acusa-lo de “rojo” e a seguir matar a família e tomar posse da propriedade.
Retiravam-se as pessoas de casa, e à saída da povoação davam-lhes tiros pelas costas e enterravam-nas ali mesmo na beira da estrada.
É por isso que quando alguém fala em levantar os mortos da beira da estrada, há gente que fica indignada, porque há muitos mortos que eram donos de propriedades, e há muita gente que não quer levantar problemas, porque pode perder com isso.A tentativa de equiparação de Fascismo ao Nazismo, de Falangismo ao Fascismo, e por aí fora, é uma atitude de desonestidade intelectual, muito característica de muito historiador Inglês e Americano. É pura propaganda e marketing de emoções.
Perdoe-me, mas eu acho que desonestidade intelectual é tentar branquear o passado tentando dar a ideia de que porque sobreviveu à guerra e foi aceite por ingleses e americanos o Nazismo espanhol foi menos vil, menos criminoso ou menos assassino que o Nazismo alemão.
Os Nazistas chamavam-se apropriadamente “BANDO NACIONAL”. Embora em Castelhano, a palavra “Bando” não tenha a conotação que tem em Portugal não deixa de ser engraçado. O termo NAZI, é uma forma encurtada de “Nacionalista”, e nacionalista do ponto de vista alemão, queria dizer imperialista, e destinava-se a criar um império um Reich. O Nazismo falangista TINHA EXACTAMENTE O MESMO OBJECTIVO, e no ANSCHLUSS da falange, estava ABSOLUTAMENTE INCLUÍDA a anexação de Portugal, que passou a ser um objectivo claro dos Nazis espanhóis depois do “Anschluss” na Austria no inicio de 1938.
Os objectivos Nazis espanhóis eram absolutamente claros, e só foram impedidos pelas circunstâncias e pela clara debilidade militar e económica da Espanha.
Mas os planos eram idênticos, e quando acabou a guerra civil, a Falange não deixou de gritar em altos berros pelas ruas de Madrid “E Agora a Portugal”.
Os nazis espanhóis enviaram tropas para a Russia, e exigiram a entrega de parte da Argelia Francesa a Hitler, além do controlo de Portugal. (e você diz-nos que não tinham nenhum objectivo imperialista)
“A España Imperial” era O objectivo dos nazistas espanhois, propalado a sete ventos para quem quería ouvir, e só não o fizeram, porque o nazismo foi derrotado na Europa e porque na realidade eram espanhóis que “não se enxergavam” e não entendiam a debilidade do seu próprio país. Quando a maré começou a mudar, Franco entendeu que as vincadas características Nazis (pró-alemãs) do regime, tinham, que ser dissimuladas, para não parecer mal. Acabou a saudação de braço estendido, e começa uma campanha (e há muitas peças de cinema de propaganda que o testemunham) de suavização do regime.
Mas a campanha de suavização, que teve como objectivo tentar dar a americanos e ingleses a ideia de que não havia nazismo na Espanha, não dá a ninguém o direito de negar o óbvio.
Aliás, existe hoje em Espanha, muita gente que faz a mesma coisa que aqueles que negam o Holocausto. Há muitos Achmadinejad’s em Espanha, a afirmar que o franquismo era uma coisa boa, e que o próprio Hitler teve planos para depor Franco.
Os Nazistas espanhois, que controlam alguma imprensa, têm nos últimos anos tentado de tudo para evitar que a verdadeira história dos seus crimes seja realmente descoberta.
Um desses nazistas, agora disfarçado de liberal, dá pelo nome de “Pio Moa” e financiado pelo dinheiro do crime organizado, tem publicado livros nojentos, cheios das mais miseraveis falsidades, tentando explicar o inexplicavel.
Até o jornalista português que esteve em Badajoz depois do massacre ali efectuado pelas tropas muçulmanas de Franco em 1936, foi acusado de comunista.
A isto chama-se tentativa limpar a imagem a um ditador assassino.
A Espanha foi governada por um regime criminoso entre 1939 e 1975, e cujos tentáculos de ódio de sangue e de devassidão ainda hoje corrompem muitas instituições espanholas.
Se tem nariz de Porco, tem orelhas de Porco, tem patas de Porco, e grunhe como um Porco, então não há a mínima dúvida: É Porco.
Meu caro Augusto Bizarro, de nada adianta nós dizermos que o Porco afinal é uma galinha.
Cumprimentos