Afeganistão: diversos

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« Responder #75 em: Dezembro 31, 2007, 02:43:50 pm »
Violência matou 850 polícias e 970 civis em 9 meses

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Mais de 850 polícias e 970 civis morreram em episódios violentos vinculados à insurreição dos talibãs no Afeganistão durante os últimos nove meses, anunciou hoje o ministério do Interior afegão.
O ano de 2007 foi o mais violento no Afeganistão desde que uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos derrubou o regime talibã no fim de 2001 por ter apoiado a rede terrorista Al Qaeda, responsável pelos atentados de 11 de Setembro.

«Um total de 970 civis morreram em actos violentos, em particular atentados suicidas, desde o começo do ano», declarou o porta-voz do ministério do Interior, Zemarai Bashary, em conferência de imprensa, referindo-se ao calendário afegão, que começa no início de Março.

Durante o mesmo período, mais de 850 polícias morreram nos mesmos actos.

Os ataques suicidas (mais de 130 este ano) e as bombas de fabrico caseiro são as armas preferidas dos insurrectos na luta contra o poder central e respectivas instituições, assim como contra os 60.000 soldados estrangeiros - 40.000 da NATO e 20.000 de uma coligação liderada por Washington - que os apoiam.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #76 em: Janeiro 07, 2008, 09:30:40 am »
Dois mortos após confrontos entre NATO e talibãs

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Dois civis mortos e cinco outros feridos é o balanço de um reecontro entre forças da NATO e rebeldes talibãs no sul do Afeganistão, anunciou hoje a Aliança Atlântica em comunicado.

O tiroteio iniciou-se depois da explosão, sexta-feira, de uma bomba colocada na estrada à passagem de uma força da NATO perto de Tirin Kot, capital da província de Uruzgan.

Os soldados da Força Internacional para Assistência na Segurança (ISAF) regressaram sábado ao local dos confrontos e encontraram os cadáveres de dois civis e cinco outras pessoas feridas.

De acordo com a NATO, não estão apuradas as circunstâncias em que as pessoas ficaram feridas.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #77 em: Janeiro 10, 2008, 01:51:49 pm »
Afeganistão quer reforço das suas tropas

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O Afeganistão congratulou-se hoje com o possível envio pelos Estados Unidos de mais 3.000 soldados para o país mas insistiu num reforço das tropas afegãs para assegurar uma segurança nacional a prazo.
«Neste momento necessitamos de forças estrangeiras para manter a paz e a segurança. Acolhemos favoravelmente um número crescente de tropas e das suas capacidades», declarou o porta-voz do Ministério da Defesa, general Mohammad Zahir Azimi.

«Mas para uma solução a longo prazo precisamos de ajuda para reforçar as forças militares afegãs em qualidade e quantidade, de forma a que elas possas desempenhar as suas responsabilidades no seu país», acrescentou.

Segundo o Pentágono, o secretário norte-americano da Defesa, Robert Gates, está a estudar o envio de mais de 3.000 Marines para o Afeganistão para reforçar a luta contra os talibãs.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #78 em: Janeiro 15, 2008, 01:38:40 pm »
Ataque ao coração internacional de Cabul fez seis mortos



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Militantes com coletes de explosivos, granadas e espingardas AK-47 atacaram ontem um luxuoso hotel matando pelo menos seis pessoas no ataque mais audacioso até à data a cidadãos ocidentais em Cabul, disseram testemunhas e um porta-voz talibã.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês era o alvo do atentado que aconteceu quando a embaixada norueguesa realizava uma reunião no Hotel Serena.

Duas fontes do Departamento de Estado disseram que pelo menos um norte-americano figurava entre os mortos.

Este parece ser o primeiro assalto directo a um hotel desde a queda dos talibãs em 2001. Os assaltantes parecem também ter-se concentrado no ginásio e no spa do hotel, onde os estrangeiros costumam relaxar e fazer exercício físico.

Os militantes talibãs mataram seis pessoas e feriram seis, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Zamarai Bashary. Um dos atacantes foi mortalmente alvejado e o porta-voz talibã disse que um segundo morreu numa explosão suicida.

«Estou com o ministro dos Negócios Estrangeiros norueguês, Jonas Gahr Stoere em Cabul. Ele está em segurança no hotel, na cave», declarou ao telefone Anne Lene Sandsten, porta-voz do Ministério.

«Temos um jornalista e um membro da delegação (norueguesa que acompanha o ministro) feridos», prosseguiu.

«No início houve uma ataque suicida à entrada do hotel seguido por uma segunda explosão», indicou o porta-voz do Ministério do Interior Zemarai Bashary. Depois houve trocas de tiros» indicou, ainda sem poder precisar se a segunda explosão foi obra de um outro bombista suicida.

Um porta-voz da Força internacional de assistência à segurança (ISAF), capitão Mário Rena, indicara antes que aparentemente foram três os atacantes que vieram a pé até ao Serena.

«Um foi morto pelos guardas do hotel mas outros dois conseguiram entrar no interior onde conseguiram matar um guarda e ferir outros dois, um deles com gravidade».

Informações contraditórias circulavam quase seis horas depois do ataque que ocorreu às 18:00 locais (14:30 em Lisboa) sobre o número de atacantes.

Segundo um porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahed, que reivindicou o ataque, houve quatro atacantes.

Quatro membros dos talibãs, um deles com um colete de explosivos e todos armados de Kalashnikov, entraram no hotel Serena e abriram fogo sobre os estrangeiros», disse ao telefone pouco depois do ataque. «Um deles fez-se explodir e os outros atacantes estão «em segurança», garantiu.

Logo depois da primeira explosão, a coligação internacional, com uma presença norte-americana maioritária, enviou 30 homens para o local, incluindo elementos da Força de reacção rápida, assim como uma equipa médica.

O principal eixo viário que conduz ao hotel, inaugurado no final de 2005, foi fechada ao trânsito e os jornalistas mantidos à distância. Vários veículos da polícia e das forças estrangeiras acorreram ao local assim como duas ambulâncias, testemunharam jornalistas.

Um responsável do palácio presidencial declarou que a zona tinha sido colocada em estado de alerta elevado.

Expulsos do poder no final de 2001 por uma coligação internacional dirigida pelos Estados Unidos pelo seu apoio activo à Al Qaeda, os talibãs conduzem deste então uma insurreição sangrenta que fez milhares de mortos. Os seus ataques mais sangrentos atingiram Cabul e os seus arredores.

Diário Digital / Lusa
« Última modificação: Janeiro 19, 2008, 12:53:02 am por André »

 

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« Responder #79 em: Janeiro 15, 2008, 04:16:05 pm »
Governo proíbe exibição de «O Caçador de Pipas»

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O governo do Afeganistão proibiu a exibição de «O Caçador de Pipas», alegando que o filme poderia incitar a violência. No ano passado, a produção teve de retirar do país os protagonistas da história, com o objectivo de os proteger de uma eventual retaliação.
«O Caçador de Pipas», baseado no best-seller de 2003 de Khaled Hosseini, conta a história da problemática relação de amizade entre dois meninos afegãos, com uma cena polémica de violação, além de cenas de conflito entre membros de tribos rivais.

Lançado no mês passado, o filme passou por diversos atrasos, devido às «cenas questionáveis e inaceitáveis para algumas pessoas», afirma a agência estatal de filmes do Afeganistão, que justifica a proibição com os «problemas que a obra causaria ao governo e à população».

«O Caçador de Pipas» mostra a evolução da sociedade afegã no decorrer de três décadas, desde antes da invasão soviética até à ascensão da milícia taliban, concentrando-se na amizade entre Amir, filho de um rico pashtun, e Hassan, filho de um empregado do pai de Amir.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #80 em: Janeiro 19, 2008, 12:49:57 am »
George W. Bush nomeia novo chefe da ISAF



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O presidente norte-americano, George W. Bush, nomeou o responsável das Forças Armadas norte-americanas na Europa, o general David McKiernan, como novo chefe das tropas estrangeiras no Afeganistão, informou sexta-feira o Pentágono.

McKiernan ficará à frente da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF), sob o comando da NATO, cujo porta-voz é o general português Carlos Branco.

A ISAF, que integra 42.000 efectivos, entre os quais 260 portugueses, treina as tropas afegãs e encarrega-se da segurança e da reconstrução do país, entre outras tarefas.

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, anunciou terça-feira o envio de 3.200 Fuzileiros da marinha para o Afeganistão. Mil desses efectivos treinarão as forças da ISAF.

Com o envio destas tropas em Março e Abril, os Estados Unidos terão cerca de 30.000 tropas no Afeganistão. Metade desse contingente pertencerá à ISAF e o resto a missões que vão desde a luta contra o terrorismo até ao treino de soldados afegãos.

A NATO assumiu em 2003 o comando da ISAF a pedido da ONU.

Lusa

 

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« Responder #81 em: Janeiro 30, 2008, 11:04:08 pm »
Canadá avisa Casa Branca que retirará tropas de Kandahar

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O primeiro-ministro canadiano, Stephen Harper, comunicou hoje ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que o Canadá retirará as tropas do Afeganistão se a NATO não reforçar os contigentes.

Otava pretende que a NATO desloque mais mil militares e reforce igualmente o número de helicópteros e outras aeronaves para operações bélicas.

Uma fonte do gabinete de Harper indicou na conversa entre os líderes dos EUA e Canadá que este sublinhou que "se o Canadá não ver cumpridas aquelas exigências a missão canadiana no Afeganistão não será prolongada [a partir de 2009]".

Em resposta, Washington comprometeu-se a pressionar iugualmente a Aliança Atlântica a aumentar o envio de forças militares, e escusou-se, da sua parte, a transferir tropas norte-americanas para o sul do Afeganistão.

O Canadá tem actualmente um total de 2.500 militares em Kandahar, a sul do Afeganistão.

Desde o início das operações militares canadianas no Afeganistão, em 2002, o número de soldados canadianos mortos, em combate e acidentalmente, cifra-se já a 78.

Também um diplomata canadiano em serviço foi morto naquele país.

Lusa

 

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« Responder #82 em: Janeiro 31, 2008, 05:02:34 pm »
Futuro do Afeganistão «está em perigo», dizem ONGs

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Os esforços da comunidade internacional para estabilizar o Afeganistão não estão a funcionar, alertam duas Organizações Não Governamentais (ONG) em relatórios hoje divulgados.
 
O Conselho Atlântico dos Estados Unidos afirma que a NATO não está a vencer a guerra no Afeganistão, enquanto a britânica Oxfam alerta para um desastre humanitário no país.

Os relatórios foram divulgados dois anos depois de a comunidade internacional e as autoridades afegãs terem estabelecido um plano de reconstrução para o país.

A Oxfam enviou uma carta aberta aos líderes dos países que apoiam o Afeganistão, pedindo «uma grande mudança de direcção para diminuir o sofrimento e evitar um desastre humano». A organização afirma que falta direcção à comunidade internacional e que a ajuda ao país é «incoerente e descoordenada».

«Há muitos factores para explicar o aumento da insurreição e, claro, o papel dos senhores da guerra (líderes de milícias locais) e traficantes de drogas é muito importante», afirma Matt Waldman, conselheiro político da Oxfam para o Afeganistão.

«Mas também temos que entender que o recrutamento é muito mais fácil quando as pessoas vivem em condições desesperantes», refere.

Os dois relatórios alertam para que é preciso mudar a política para evitar que o Afeganistão se torne num «Estado falido».

O influente Grupo de Estudos Afegão alerta que o progresso alcançado nos últimos seis anos, desde o fim do regime dos talibãs, «está seriamente ameaçado pela violência crescente, o enfraquecimento da vontade internacional e a crescente falta de confiança do povo afegão».

Outra organização, o Conselho Atlântico dos Estados Unidos, inicia o respectivo relatório com a frase «Não se engane, a NATO não está a vencer (a guerra) no Afeganistão», e afirma que o documento quer fazer soar o alarme de que «são necessárias mudanças urgentes para evitar que o Afeganistão se torne um Estado falido».

O relatório acrescenta que o eventual fracasso do Afeganistão poderia desestabilizar toda a região, ameaçar a luta contra a violência de extremistas e colocar em risco a credibilidade da NATO.

Entre os diplomatas em Cabul há a sensação de que a comunidade internacional está sem direcção - daí a decepção com a recusa do presidente afegão Hamid Karzai em aceitar o britânico Lord Ashdown como novo «super-enviado» para a região.

Um representante da ONU para coordenar e avançar com os esforços civis é visto como chave para promover a coesão, mas o cargo só deve ser preenchido dentro de alguns meses.

A rejeição de Ashdown também é indicativa das precárias relações entre a comunidade internacional e o líder afegão.

O Grupo de Estudos do Afeganistão, liderado pelo ex-embaixador dos Estados Unidos na ONU Thomas Pickering, e pelo general James Jones, ex-comandante aliado supremo da NATO, afirma que a situação chegou a este ponto devido à «pequena presença de forças militares e da ajuda económica insuficiente».

«O Afeganistão está numa encruzilhada», afirma o relatório. «Está no momento de revitalizar e redobrar os nossos esforços para estabilizar o Afeganistão e repensar as nossas estratégias económicas e militares», acrescenta.

As recomendações vão no sentido de que o governo norte-americano aponte um enviado especial para o Afeganistão para coordenar todas as políticas dos EUA, e para o Congresso «separar o Afeganistão do Iraque» e formular uma nova estratégia unificada para os próximos cinco anos.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #83 em: Fevereiro 01, 2008, 08:55:05 pm »
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"Insurreição foi contida, mas talibã não estão derrotados",  diz porta-voz da ISAF  

    Carlos Santos Pereira, para a agência Lusa  

    Lisboa, 01 Fev (Lusa) - "A acção da ISAF [Força Internacional de Assistência à Segurança] conseguiu travar o avanço da guerrilha e circunscrever a insurreição no Afeganistão, mas os talibã não estão ainda derrotados", considera o porta-voz da Força, o general Carlos Branco.  

     

    Remetidos à defensiva no confronto militar directo, os talibã mantêm intacta a capacidade de desestabilizar o país e, sobretudo, de garantir um forte impacto junto dos media e das opiniões públicas, reconhece o oficial português que assumiu em Outubro as funções de responsável pela política de informação da ISAF.  

     

    A acção operacional da coligação ocidental nos últimos meses roubou aos talibã espaço de manobra e de iniciativa.  

     

    "A NATO instalou-se solidamente nas áreas do Sul onde a guerrilha se movimenta", garante o general Carlos Branco, acrescentando que "os talibã não controlam efectivamente territórios, nem há continuidade geográfica entre os pontos onde a insurreição marca ainda presença".  

     

    Apostada em não dar tréguas à guerrilha, a ISAF mantém uma permanente pressão sobre os talibã mesmo nos meses de Inverno, tradicionalmente um período de pausa na actividade operacional.  

     

    "O objectivo é consolidar e expandir os ganhos registados nos últimos meses, e não dar espaço à guerrilha para respirar e se reorganizar", explica o porta-voz da ISAF.  

     

    Crucial neste confronto, a batalha pela conquista "dos corações e das mentes" da população afegã e das opiniões públicas tem-se revelado particularmente dura.  

     

    Rápidos a reagir e com uma rede de contactos eficaz, os talibã conseguiram importantes êxitos junto dos media, agitando baixas civis a cada ofensiva da NATO e garantindo generoso eco às acções da guerrilha.  

     

    Nas capitais ocidentais multiplicam-se alarmes: "os talibã estão a ganhar a guerra da informação".  

     

    A ISAF tem procurado reagir com maior prontidão às ofensivas da propagada talibã.  

     

    "Hoje temos a situação mais controlada. Dentro do teatro temos conseguido muitas vezes antecipar-nos e desacreditar completamente a propaganda deles", resume o general Carlos Branco.  

     

    Em suma, "a ISAF controla cada vez mais a situação a nível táctico, mas tem ainda dificuldades a nível estratégico", ou seja, em fazer passar eficazmente a sua mensagem junto das opiniões públicas e das elites políticas ocidentais.  

     

    "É a primeira vez que a NATO se vê confrontada com uma acção de contra-subversão", sublinha o oficial.  

     

    "Há ainda alguma falta de experiência na organização de uma resposta eficaz", acrescenta.  

     

    O diálogo com os media "nem sempre tem sido fácil", reconhece o responsável pela informação da ISAF.  

     

    Muitos jornalistas chegam ao terreno com "ideias preconcebidas" e cedem muitas vezes à "tentação do sensacionalismo", tornando-se assim "vulneráveis à propaganda dos talibã.  

     

    "Há muito a mentalidade do good news-no news (se são boas notícias, então não é notícia)", lamenta o oficial, adiantanto que "acções importantes no domínio da reconstrução do país, por exemplo, são ignoradas pelos media. Em contrapartida, as notícias 'sangrentas' e sobre baixas civis têm eco pronto..."  

     

    Os talibã dificilmente terão recursos para conquistar e controlar territórios. Mas a guerrilha mantém uma elevada capacidade de reabastecimento e de recrutamento nos territórios tribais da área fronteiriça com o Paquistã.  

     

    Ora, para os talibã não é necessário ganhar a guerra, basta-lhes não a perderem. Causar baixas nas fileiras ocidentais, desacreditar o regime de Cabul, desmobilizar as opiniões públicas e desgastar o empenho político da coligação ocidental.  

     

    "Basta-lhes bater de vez em quando à nossa porta e conseguir impactos junto da opinião pública", resume o porta-voz da ISAF.  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

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« Responder #84 em: Fevereiro 01, 2008, 11:23:10 pm »
PM canadiano informa secretário-geral da NATO da intenção de Otava de retirar as suas tropas

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O primeiro-ministro canadiano advertiu o secretário-geral da NATO, depois de idêntico aviso junto de Washington e Londres, que Otava pode retirar as suas tropas do Afeganistão em 2009 caso a Aliança não ajude com mais tropas e equipamentos.

Stephen Harper conversou com Jaap de Hoop Scheffer quinta-feira à noite, indicou hoje a sua porta-voz Sandra Buckler.

Harper disse-lhe, tal como fez com o presidente norte-americano, George W. Bush, e o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que Otava retirará os seus 2.500 soldados da região de Kandahar, no sul do Afeganistão, se a NATO não enviar reforços em tropas e em equipamentos, como preconiza um grupo de peritos mandatado pelo Governo canadiano.

O secretário-geral declarou-se "resolvido a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que o Canadá possa respeitar as condições do grupo de peritos", acrescento Buckler num correio electrónico.

No seu relatório, os peritos dirigidos pelo antigo vice-primeiro-ministro liberal John Manley apelavam a Harper para liderar pessoalmente uma campanha destinada a obter a ajuda dos países da NATO.

Os serviços do primeiro-ministro não precisaram quem são os próximos interlocutores de Harper, mas aguarda-se que este assunto seja também discutido com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

Washington pediu a Paris e Berlim, assim como a outros países da NATO para aceitarem um esforço suplementar no Afeganistão, mas Berlim recusou-se a enviar tropas para o sul do país.

De Hoop Scheffer, que se reuniu hoje em Paris com o presidente Nicolas Sarkozy e com o ministro dos Negócios Estrangeiros Bernard Kouchner, declarou ter saído dos encontros com a "impressão" de que Paris pode "vir a assumir mais responsabilidades no Afeganistão".

Lusa

 

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« Responder #85 em: Fevereiro 06, 2008, 05:35:27 pm »
Rice admite dificuldades no reforço da NATO no Afeganistão

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A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, admitiu esta quarta-feira que os EUA enfrentam dificuldades para conseguir que mais elementos da NATO enviem tropas para o Afeganistão.

Rice chegou hoje a Londres para manter negociações com os seus aliados britânicos acerca dos esforços conjuntos para aumentar os efectivos da NATO no sul do Afeganistão.

A chefe da diplomacia norte-americana não nomeou nenhum país, mas na semana passada a Alemanha respondeu com uma negativa à petição de enviar tropas para o sul do país.

«Não escondemos que alguns aliados estão em partes muito mais perigosas do país», declarou Rice aos jornalistas no avião que a levava de Washington a Londres.

«Acreditamos firmemente que deva haver uma divisão desta tarefa entre os membros da Aliança», afirmou.

Em relação às divergências na NATO, Rice desejou que a necessidade de «dizer a verdade» sobre as carências da missão no Afeganistão não seja considerada como «um desejo de denegrir» as contribuições de alguns membros da Aliança.

Rice deve reunir-se ainda hoje com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Devid Miliband.

Diário Digital / Lusa

 

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« Responder #86 em: Fevereiro 07, 2008, 03:34:47 pm »
Ministros da NATO reúnem-se para discutir Afeganistão

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Os ministros da Defesa da NATO iniciaram hoje em Vilnius, Lituânia, uma reunião de dois dias para tentar superar as diferenças sobre a operação militar no Afeganistão, depois das recentes críticas dos Estados Unidos pelas acções contra os talibãs.
 
Os Estados Unidos querem um compromisso maior de países como a Alemanha, França, Espanha e Itália com os seus aliados europeus - sobretudo o Reino Unido Holanda e também o Canadá - que combatem diariamente as milícias fundamentalistas islâmicas dos talibãs no sul do Afeganistão.

O secretário da Defesa norte-americano, Robert Gates, acusou as forças de alguns países aliados de incompetência, numa entrevista publicada a 16 de Janeiro no jornal Los Angeles Times.

Segundo Gates, as tropas da Força Internacional de Assistência à Segurança (ISAF), sob comando da NATO e que enfrentam no sul do Afeganistão uma feroz resistência dos talibãs, não sabem levar em frente uma guerra contra a guerrilha.

Na véspera, falando durante uma audiência com congressistas em Washignton, Gates voltou a fazer duras críticas, sem citar países.

Como era de esperar, as críticas de Gates caíram mal nos países envolvidos, mesmo os não mencionados de forma expressa. No sul do Afeganistão, actuam forças do Reino Unido, Canadá e Dinamarca, além de outras tropas de países que não pertencem à NATO.

Diplomatas da NATO atribuíram a acusação à necessidade de Gates de justificar perante o Congresso norte-americano o envio por um prazo de sete meses de 3.200 soldados, dos quais 2.200 seriam mobilizados no sul do país.

No entanto, os aliados europeus já se encontram muito comprometidos noutras missões (Balcãs, África e Médio Oriente) e mostram-se reticentes em enviar mais homens para o Afeganistão.

Os EUA parecem dispostos a exercer o máximo de pressão sobre os seus aliados visando à cimeira da NATO de 2 a 4 de Abril, em Bucareste, pelo que a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, realiza esta semana um périplo pela Europa para defender a posição de Washington.

Rice tentou quarta-feira aplacar os receios de que o Afeganistão se torne uma causa perdida, antes de discutir com os seus aliados britânicos os esforços conjuntos para aumentar o número de tropas da NATO na guerra contra os talibãs.

A chefe da diplomacia norte-americana também minimizou os receios manifestados na semana passada nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha de que a NATO possa não derrotar os talibãs, mais de seis anos depois deste movimento islâmico e dos seus aliados da Al Qaeda terem sido expulsos do poder no Afeganistão.

Rice reconheceu que «há alguns desafios», mas considerou que os esforços no Afeganistão «estão a progredir» e que os talibãs não são «uma ameaça estratégica» para o governo.

Na terça-feira, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos advertiu em Londres que o Afeganistão poderá converter-se num «Estado fracassado», enquanto que quarta-feira o grupo de especialistas do Conselho Senlis salientou que aquele país se encontra à beira de «um precipício».

Num esforço de última hora, Rice e o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico realizaram hoje uma inesperada visita ao Afeganistão, acentuando a pressão sobre os aliados da NATO.

Depois de uma breve passagem por Cabul, Condoleezza Rice e David Miliband deslocaram-se à base aérea de Kandahar, no sul do Afeganistão, em plena zona de insurreição dos talibãs.

No avião que os levava de Londres a Cabul, os responsáveis dos dois países com maior presença militar no Afeganistão voltaram a insistir em que os seus aliados devem contribuir com mais soldados à ISAF.

Os Estados Unidos têm 26.000 homens no Afeganistão, 15.000 dos quais no seio da ISAF, e os restantes na coligação internacional da «Operação Liberdade Duradoura». O Reino Unido tem 7.700 soldados no Afeganistão.

No total, a ISAF conta com 43.000 soldados de 39 países e a «Operação Liberdade Duradoura» com 20.000.

O ano 2007 foi o mais violento desde que os talibãs foram expulsos do poder no final de 2001 pela coligação internacional encabeçada pelos Estados Unidos devido ao seu apoio à rede islamita Al Qaeda.

Mais de 6.000 pessoas morreram no ano passado, entre as quais centenas de civis e 218 soldados estrangeiros.

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« Última modificação: Fevereiro 07, 2008, 04:03:28 pm por André »

 

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« Responder #87 em: Fevereiro 07, 2008, 03:47:17 pm »
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Afeganistão: Saída das forças internacionais seria "erro catastrófico", presidência afegã    

   Cabul, 07 Fev (Lusa) - Uma eventual retirada das forças internacionais  do Afeganistão seria "um erro catastrófico", afirmou hoje a presidência  afegã, numa altura em que a secretária de Estado norte-americana e o ministro  dos Negócios Estrangeiros britânico efectuam visitas-surpresa ao país.  

     

   "Abandonar o Afeganistão seria um erro catastrófico. As consequências,  se não for terminado o que se começou aqui, seriam catastróficas para a  região e para o mundo, como vimos, muito de perto, com os acontecimentos  do 11 de Setembro [de 2001], afirmou a porta-voz da presidência afegã, Homayun  Hamidzada.  

     

   "A NATO é uma organização que está empenhada na missão afegã. É natural  que os parceiros desta missão tenham diferenças de opinião sobre questões  tácticas, mas no final de contas estão envolvidos e empenhados nesta questão",  acrescentou.  

     

   As declarações da porta-voz da presidência afegã foram feitas numa altura  em que a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e o ministro  dos Negócios Estrangeiros britânico, David Milliband, efectuam visitas-surpresa  ao país.  

     

   Cerca de 43.00 soldados da NATO, incluindo de Portugal, estão deslocados  no Afeganistão, além de mais cerca de 20.000 militares de uma coligação  internacional liderada pelos Estados Unidos, tendo por objectivo apoiar  o governo do presidente Hamid Karzai contra a insurreição talibã.  

     

   Portugal mantém no Afeganistão uma Força de Reacção Rápida (FRR) composta  por 157 militares (150 do Exército e sete da Força Aérea), que deverá regressar  no final de Fevereiro ou início de Março, após uma missão de seis meses.  

     

   Os ministros da Defesa dos 26 países da NATO reúnem-se hoje e sexta-feira  em Vilnius para discutir a missão no Afeganistão, preparando uma cimeira  da Aliança Atlântica em Bucareste, no mês de Abril, destinada a debater  a questão afegã.  
     

     
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Afeganistão: Rice e Miliband em Kandahar para pressionar envio de reforços militares  



    Kandahar, Afeganistão, 07 Fev (Lusa) - A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e o homólogo britânico, David Miliband, efectuaram hoje uma visita surpresa ao Afeganistão para pressionar os aliados da NATO a enviarem reforços militares.  

     

    Depois de uma breve escala em Cabul, os chefes da diplomacia dos Estados Unidos e do Reino Unido, os dois países com mais militares no Afeganistão, deslocaram-se à base aérea de Kandahar, no sul do país e em pleno coração da insurreição dos talibãs.  

     

    Na viagem de avião que os levou de Londres a Cabul, Rice e Miliband repetiram que os aliados deveriam enviar soldados no âmbito da força internacional de Assistência à Segurança (ISAF) da NATO.  

     

    "Francamente, espero que haja contribuições em termos de tropas e também é necessária uma maior contribuição do Afeganistão para esses efectivos", declarou Rice aos jornalistas que a acompanhavam.  

     

    "Em todo o caso, verão que haverá contribuições em termos de efectivos", respondeu Rice quando lhe perguntaram o que aconteceria se não fossem enviados reforços.  

     

    "O problema, é que temos que assegurar-nos que se tratam dos efectivos certos no local certo", adiantou Rice, referindo-se aos repetidos pedidos de certos membros para uma partilha mais equitativa do "fardo" dos combates, essencialmente concentrados no sul do país.  

     

    Berlim acaba de recusar enviar tropas para aquela região e Otava ameaçou retirar as tropas no próximo ano se um milhão de soldados e material de apoio não forem enviados para apoiar os 2.500 soldados canadianos destacados na zona.  

     

    Cerca de 43.00 soldados da NATO, incluindo de Portugal, estão deslocados no Afeganistão, além de mais cerca de 20.000 militares de uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, tendo por objectivo apoiar o governo do Presidente Hamid Karzai contra os talibãs.  

     

    Portugal mantém no Afeganistão uma Força de Reacção Rápida (FRR) composta por 157 militares (150 do Exército e sete da Força Aérea), que deverá regressar no final de Fevereiro ou início de Março, após uma missão de seis meses.

     

    Os ministros da Defesa dos 26 países da NATO reúnem-se hoje e sexta-feira em Vilnius para discutir a missão no Afeganistão, preparando uma cimeira da Aliança Atlântica em Bucareste, no mês de Abril, destinada a debater a questão afegã.  

     

    O ano de 2007 foi o ano mais violento desde que o regime dos talibãs foi derrubado do governo em finais de 2001 pela coligação internacional liderada pelos Estados Unidos pelo apoio dado à Al-Qaida.  

     

    Em 2007, morreram mais de 6.000 pessoas no Afeganistão, incluindo centenas de civis e 218 soldados estrangeiros.  

     

    A multiplicação dos atentados suicidas e de explosões e um aumento de 34 por cento da produção de ópio, que financia os talibãs, arrefeceram a opinião pública na Europa e no Canadá, que têm pressionado os governos a retirar os soldados.  

     

    Para Cabul, uma eventual retirada das forças internacionais do Afeganistão seria "um erro catastrófico", afirmou uma fonte da presidência afegã.  

     

    "Abandonar o Afeganistão seria um erro catastrófico. As consequências, se não for terminado o que se começou aqui, seriam catastróficas para a região e para o mundo, como vimos, muito de perto, com os acontecimentos do 11 de Setembro [de 2001], afirmou a porta-voz da presidência afegã, Homayun Hamidzada.  

     
     


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Defesa: Miranda Calha diz que "só ouviu elogios" nos EUA à presença portuguesa no Afeganistão    

   Lisboa, 07 Fev (Lusa) - O presidente da Comissão de Segurança e Defesa  da Assembleia Parlamentar da NATO, o deputado português Miranda Calha, afirmou  hoje à Lusa que "só ouviu elogios" à participação militar portuguesa no  Afeganistão durante a sua visita aos EUA.  

     

   Miranda Calha, que chefiou uma missão parlamentar com delegados de 16  países europeus, reuniu-se, a semana passada, em Washington, com diversos  congressistas e com o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, para debater  a situação no Afeganistão, Kosovo e instalação do novo sistema norte-americano  anti-mísseis na República Checa e Polónia.  

     

   Miranda Calha disse que o secretário da Defesa norte-americano abordou  a necessidade de reforço da presença dos países membros da NATO na consolidação  do Estado afegão, nomeadamente nas áreas da formação das forças armadas  e polícia afegãs.  

     

   Robert Gates pediu que "haja um reforço nas áreas da formação", disse.  

     

   Questionado sobre se Portugal recebera algum pedido concreto para aumentar  o seu esforço no Afeganistão, o deputado português disse que o apelo norte-americano  foi "genérico e dirigido a todos os países".  

     

   Relativamente ao Kosovo, o governante norte-americano reiterou aos parlamentares  europeus a intenção de Washington reconhecer a independência daquela província  Sérvia logo que a mesma seja declarada.  

     

   A delegação europeia abordou ainda a necessidade de colaboração com  a Rússia em todos os domínios, já que Moscovo participa na "Parceria para  a Paz".  
"Portugal civilizou a Ásia, a África e a América. Falta civilizar a Europa"

Respeito
 

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André

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« Responder #88 em: Fevereiro 07, 2008, 06:18:53 pm »
Angela Merkel rejeita críticas de Robert Gates face ao Afeganistão

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A chanceler alemã, Angela Merkel, rejeitou hoje as críticas do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, sobre o pouco compromisso de alguns membros da NATO no Afeganistão.
Merkel disse que não lhe parecia razoável distinguir entre «categorias de perigo» na altura de avaliar as missões militares no Afeganistão.

A chanceler fez alusão a declarações feitas por Gates, quarta-feira em Washington, segundo as quais «a NATO está a transformar-se numa organização com duas velocidades, na qual alguns estão prontos para lutar e morrer para garantir a segurança do povo, e outros não».

O secretário da Defesa norte-americano tinha enviado uma carta aos parceiros membros da NATO convidando-os a reforçar o compromisso no Afeganistão.

Washington esperava que a Alemanha enviasse as respectivas forças para o sul do Afeganistação, onde as operações militares são consideradas mais arriscadas do que no norte, zona em que se encontram 3.500 soldados alemães.

O ministro da Defesa alemão, Franz-Josef Jung, voltou quarta-feira a rejeitar o envio de tropas para o sul do país, argumentando que isso desestabilizaria o contingente no norte.

No entanto, comprometeu-se a enviar uma unidade de combate de aproximadamente 200 homens para o norte, respondendo assim a um pedido da Noruega.

Diário Digital / Lusa

 

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André

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« Responder #89 em: Fevereiro 08, 2008, 03:09:17 pm »
NATO encerra reunião na Lituânia com críticas ao governo afegão

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Os ministros de Defesa da NATO analisaram hoje, no último dia da sua reunião em Vilnius, a estratégia civil-militar global a ser aplicada no Afeganistão, deixando uma dura crítica às autoridades afegãs pela forma de governo, no meio da difícil situação que o país atravessa.
Na presença do ministro de Defesa afegão, Abdul Rahilm Wardak, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jaap de Hoop Scheffer, criticou a administração das autoridades de Cabul, instando-as a melhorá-la.

«O modo de governo deve visivelmente melhorar se quisermos que os afegãos tenham confiança nos seus dirigentes», disse De Hoop Scheffer durante a reunião dos 26 aliados, o ministro afegão e representantes dos outros países que participam na ISAF (Força Internacional de Assistência à Segurança), composta por 43.000 soldados de 39 nações sob o comando da NATO.

Esta crítica pública reflecte uma certa aversão no seio da NATO perante as reticências do governo do presidente afegão, Hamid Karzai, a aceitar um conjunto de melhores regras de governação num país em que reina a corrupção.

O governo afegão rejeitou a candidatura do britânico Paddy Ashdown ao posto de representante do secretário-geral da ONU em Cabul, irritando os países que o apoiavam, entre os quais os Estados Unidos e o Reino Unido.

No entanto, a nomeação rápida de um coordenador eficaz na ação civil e, ao mesmo tempo, um militar internacional é tida como indispensável face às dificuldades no Afeganistão.

«Sem nenhuma dúvida, a situação (no Afeganistão) traz problemas», salientou Hoop Scheffer, manifestando um prudente optimismo, num momento em que os atentados perpetrados pelos talibãs se multiplicam e a produção de ópio e heroína bate recorde ano após ano.

«Não creio que haja crise», declarou o secretário da Defesa norte-americano, que, no entanto, afirmou que uma recusa europeia de enviar mais tropas para o sul do Afeganistão seria decepcionante.

O ministro de Defesa alemão, Franz Josef Jung, rejeitou as pressões de Gates, recordando que a Alemanha tem 3.200 soldados estacionados no norte do Afeganistão, o que o converte no terceiro contingente depois dos Estados Unidos (15.000 homens) e do Reino Unido (7.000).

Por seu turno, o ministro da Defesa canadiano, Peter MacKay, confirmou que o Canadá não poderia manter o contingente de 2.500 homens na província de Kandahar desde o início de 2009, se não receber um reforço de mil soldados.

Face a esta situação, a França poderá aumentar a sua presença no Afeganistão, mas a resposta só será dada pelo presidente Nicolas Sarkozy durante a cimeira da NATO de 2 a 4 de Abril em Bucareste, segundo um diplomata.

Os Estados Unidos insistem há um ano e meio em obter um maior compromisso de países como a Alemanha, França, Espanha e Itália com os seus aliados europeus – sobretudo o Reino Unido, Holanda e Canadá - que combatem diariamente as milícias fundamentalistas islâmicas.

Diário Digital / Lusa