Preâmbulo do tratado e parte normalmente censurada pelos espanhois
Alcançado o fim que Sua Majestade Católica se propôs, e considerava necessário para o Bem Geral da Europa, quando declarou a Guerra a Portugal, e combinadas mutuamente as Potências Beligerantes com Sua dita Majestade, Determinaram estabelecer, e renovar os Vínculos de Amizade, e de Boa Correspondência por meio de um Tratado de Paz; e havendo-se concordado entre si os Plenipotenciários das Três Potências Beligerantes, convieram em formar dois Tratados, sem que na parte essencial seja mais do que um, pois que a Garantia é recíproca, e não haverá validade em alguns dos dois, quando venha a verificar-se a infracção em qualquer dos Artigos, que neles se expressam. Para efeito pois de conseguir tão importante objecto, Sua Alteza Real o Príncipe Regente de Portugal, e dos Algarves, e Sua Majestade Católica El-Rei de Espanha, deram, e concederam os seus Plenos poderes para entrar em Negociação... (descrição dos plenipotênciarios)
O articulado do tratado no seu inicio:
ARTIGO I.
Haverá Paz, Amizade, e Boa Correspondência entre Sua Alteza Real o Príncipe Regente de Portugal, e dos Algarves, e Sua Majestade Católica El-Rei de Espanha, assim por mar, como por terra em toda a extensão dos Seus Reinos, e Domínios; e todas as presas, que se fizerem no mar, depois da Ratificação do presente Tratado, serão restituídas de boa fé, com todas as mercadorias, e efeitos, ou o seu valor respectivo.
Desculpe Ferrol, mas quando um país permite a passagem de tropas pelo seu territorio, quando estas se destinam a atacar outro, isso é um acto de guerra, em contravenção do artigo 1.
Você acha que se está a cumprir um artigo em que se fala de garantir BOA VIZINHANÇA quando se deixa um exercito estrangeiro atacar o país com o qual se fez um pacto de boa vizinhança?
Se você tiver um vizinho, for amigo dele, e tiver uma porta na sua casa que dá para a casa do seu vizinho, o que é que vai chamar ao seu vizinho quando souber que ele abriu essa porta para deixar entrar os ladrões, sabendo que podería recusar ?
Já pensou que havia um tratado para retalhar Portugal em três?
Já pensou que um desses três estados era para Godoy?
Acha que os Franceses foram forçados a entrer quando era a Espanha, e Godoy quem mais tinha a ganhar com isso?
Por amor de Deus.
Depois lembre-se Ferrol, os tradicionais problemas portugueses com Espanha têm a ver com a falta de respeito dos Espanhois para com Portugal. Nada pode portanto ser considerado como mais ofensivo que o ataque a Portugal e a traição á palavra dada.
A situação Espanhola nesta triste situação é insustentável do ponto de vista jurídico, mas acima de tudo é insustentável do ponto de vista moral.
Lembre-se da campanha do Rossilhão, alguns anos antes, em que Portugal enviou tropas para ajudar a Espanha a lutar contra a França e depois de várias derrotas a Espanha assinou a paz com os franceses e deixou as tropas portuguesas numa situação desesperada, em território francês.
Não podemos aceitar este tipo de comportamento irresponsável, que parece ter o único objectivo de humilhar os portugueses, mesmo depois de Portugal ter enviado mais de 6.000 homens para ajudar o rei espanhol.
A situação de Olivença, é ainda mais degradante do ponto de vista moral, quando se olha para os factos Históricos ocorridos na altura.
Coloque-se no nosso lugar. Como reagiria a Espanha se fosse tratada desta maneira?
A nação é a nação Histórica, aquela que existe como Portugal, e que não é nem nunca foi considerada colónia ou parte do império.
Bastaría olhar para os monumentos de Olivença, Ferrol, para o que ainda resta das muralhas da cidade, para as suas janelas, e portas das casas antigas, para entender porque é que Olivença faz parte da nação.
Cumprimentos