O Fim da Europa?

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Miguel

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O Fim da Europa?
« em: Dezembro 17, 2004, 04:02:19 pm »
Com a entrada  da Turquia, a UE está a viver os seus ultimos momentos.
Na realidade, para nem sequer lembrar o coronel Khadafi "que diz que isto seria o cavalo de troia",esta entrada da Turquia na UE vai destabilizar por completo toda a estrutura europeia.
Aonde começa e acaba a Europa?
Os Marrocos ja vão poder melhor argumentar em breve, para tambem entrarem dentro da UE.
O problema debaixo deste "drama", é que para preservar umas ideias que não quero comentar, vai a UE demonstrar que está pronta a negociar com qualquer estado para preservar a paz.
Isto na realidade é uma nova negociação como a que fizerem no passado Daladier e Chamberlain com Hitler.
A Turquia é ISLAMICA, e todos os paises muçulmanos estão atentos ao desenrolar destes dias.
O Senhor Erdogan é oriundo ele proprio de um partido Islamico.

cumprimentos
 

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typhonman

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(sem assunto)
« Responder #1 em: Dezembro 18, 2004, 06:41:13 pm »
NÃO A ENTRADA DA TURQUIA NA UE!!

Ja basta na Alemanha os varios milhões de turcos que vivem lá.

Daqui a uns anos a Europa vai ter maioria islâmica.. até já ha planos de mudar a bandeira francesa dentro de 100 anos... :!:
 

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papatango

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(sem assunto)
« Responder #2 em: Dezembro 18, 2004, 09:03:15 pm »
Err...
Lembro que os Turcos, não são "mouros" no sentido que normalmente lhe damos, ou seja, Magrebinos e Árabes, com religião muçulmana.

A origem dos turcos é outra. De facto, em muitos lugares da Ásia central, uma parte da população é mais branca que em Portugal.

A Turquia, é no entanto uma mescla entre a civilização vinda da Ásia central, o mundo islâmico e a europa bizantina. A conversão dos otomanos ao islão, dá-se porque esse mundo é de facto o mais civilizado, na idade média e no renascimento.

Quando conquistou Bizancio/Constantinopla/Instambul, o Sultão declarou-se também, imperador romano do oriente, porque aquele que governasse em Istambul, tinha direito a esse título.

Depois de tudo isto, a Turquia é a parte mais europeia do que restou do império Otomano.

É uma situação complexa, não sobre o fim da Europa, mas sim sobre o que é e onde começa ou acaba a Europa.

Cumprimentos
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Paisano

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(sem assunto)
« Responder #3 em: Dezembro 19, 2004, 01:52:52 am »
Adesão também aproxima EUA

Fonte: Jornal do Brasil

Citar
Soli Ozel*

Quando o Parlamento turco proibiu em março do ano passado que as tropas americanas abrissem no Norte um front na guerra com o Iraque, a parceria da Turquia com os Estados Unidos acabou. Ambos os países ainda reconhecem vários de seus interesses mútuos, mas agora lidam com eles de uma maneira bem diferente.

O voto contra chocou tanto a Velha Europa e o mundo árabe quanto o governo George Bush. Europeus que consideravam a Turquia o cavalo de Tróia dos EUA na União Européia tiveram que reconsiderar. Para muitos árabes, o voto mostrou que Ancara não é uma lacaia dos americanos e que não iria cooperar com desígnios imperialistas.

O banho-maria entre os EUA e a Turquia veio a ferver com a emergência dos curdos como os principais aliados do Pentágono na invasão ao Iraque. O governo americano deixou claro que não toleraria uma intervenção militar turca no Norte do Iraque.

Essa mensagem foi confirmada em 4 de julho de 2003, quando as tropas americanas prenderam vários soldados das Forças Especiais Turcas na cidade de Suleimanya, humilhando-os, colocando sacos em suas cabeças enquanto estiveram sob custódia. Foi necessária a intervenção do vice-presidente Dick Cheney, dois dias e meio depois, para que os soldados fossem libertados. Contra eles, havia a suspeita de que planejavam operações clandestinas dentro da área curda.

Mesmo com as tensões, o governo turco esteve ansioso por reparar as relações com os EUA, assim como anseia por ter alguma influência sobre o Iraque. Assim, as autoridades responderam rápido ao pedido de Washington para que tropas turcas integrassem a coalizão, apesar de a idéia ser natimorta: foi rejeitada por curdos e pelo Conselho de Governo do Iraque.

Os EUA têm razões próprias para acalmar os ânimos. A secular, capitalista e democrática Turquia se tornou especialmente valiosa para um governo Bush, que tenta integrar o Oriente Médio no sistema global, liberalizando a economia e democratizando a política. Assim, com um discurso de Bush em junho na Universidade Galatassaray, em Istambul, a América proclamou seu contínuo apoio à candidatura da Turquia à União Européia – como uma ponte que une a Ásia e a Europa.

Mas os sérios problemas bilaterais continuam. Ancara está irritada com a negligência das forças de ocupação no Norte do Iraque com as bases do PKK, os insurgentes separatistas curdos que guerrearam por 15 anos com a Turquia. De modo geral, os turcos reclamam que os EUA têm sido complacentes demais com o desenvolvimento político dos curdos e insensíveis às preocupações turcas com a independência do Curdistão. Os EUA, por sua vez, estão descontentes com a negação de permissão de usar a base área de Incirlik, no Sudeste da Turquia, e com as recentes tensões com Israel.

Enquanto isso, Ancara se aproxima da UE, com o governo passando por cima de questões nacionalistas para levar as reformas adiante. A Turquia também mostrou boa-vontade com Chipre, eliminando um perturbante obstáculo à adesão ao bloco. Foram estes passos que levaram a Comissão Européia a recomendar a abertura de negociações com o país islâmico.

O processo de ascensão à UE também serviu de base para uma mudança da política turca em relação ao Iraque. Antes, Ancara o via apenas da perspectiva do problema curdo. Mas a oposição da Europa à invasão eliminou a possibilidade de uma intervenção turca, obrigando o governo a desenvolver outras visões de interesse nacional.

Ao mesmo tempo, os curdos iraquianos parecem apreciar a “amizade” turca. A fronteira Norte delineia a existência da etnia para o mundo. Como resultado, os turcos não mais consideram o Iraque uma ameaça à segurança, contanto que cada unidade federal mantenha a medida de sua diversidade étnica.

Claro, Ancara continua se opondo a um Curdistão independente. Mas agora a preocupação está mais arraigada a políticas regionais do que à questão curda. A Turquia não quer servir de Estado-tampão para o Irã e acredita que só um Iraque de território íntegro pode ter este papel. Além disso, os turcos se preocupam com a possibilidade de uma guerra civil no Curdistão entre as duas maiores facções curdas.

Mas, diferentemente do Irã ou da Síria, a Turquia deseja genuinamente que Bagdá tenha um governo forte e representativo. Graças à pressão da UE, o problema doméstico curdo da Turquia está prestes a ser resolvido por via democrática, com a maioria dos líderes curdos expressando seu compromisso pela unidade turca.

E mais. O governo apóia o equilíbrio demográfico de uma Kirkuk multiétnica, inclusive que seja dado status especial na Constituição iraquiana para turcomanos. Os EUA também mostram sinais de entender a importância da diversidade e pressionam seus aliados curdos para que não façam besteira.

Dessa forma, a diplomacia turca se tornou bem calibrada, aproximando-se das posições européias sobre o Oriente Médio, mas procurando manter relações com Washington. Se essa aproximação der certo, a ponte da Europa para a Ásia pode também se tornar a ponte para a América. (Project Syndicate)

*Professor de Relações Internacionais na Universidade de Bilgi e colunista do jornal turco Sabah
As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros. Leva-as no coração. (Dom Hélder Câmara)
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Volta Redonda
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