O problema é mais grave que a simples retirada do comando de Oeiras.
Basicamente, a NATO, que foi uma organização destinada a garantir a segurança do Atlântico Norte, poderá estar a abandonar o seu objectivo principal.
É mais ou menos como se a NATO fosse uma empresa que se prepara para mudar de ramo.
A expansão da ZEE portuguesa, depende da NATO e dos consensos que Portugal tiver capacidade para criar dentro da organização, para garantir o que achamos que são os nossos direitos.
O futuro da nossa ZEE faz-me pensar na corrida a África em meados do século XIX.
Nós achamos que temos direito a uma grande ZEE e a uma grande porção de plataforma continental, mas quando no futuro forem desenvolvidas tecnologias que permitam a exploração rentável do fundo do mar (equivalendo ao incremento das vias férreas no século XIX, que potenciou a penetração colonial em África) toda a gente vai olhar para o mapa e dizer que não é aceitável que um país tão pequeno tenha direito a tanto mar e a tanta plataforma continental.
Com a NATO a afastar-se de Portugal, ou encontramos parceiros, ou ficaremos a "xuxar" no dedo. A solução mais evidente é a da Ibéria. Assim ainda conseguimos garantir 20% do bolo (representamos 20% da Ibéria), mas mesmo a Ibéria, não terá capacidade para conter os interesses da França e da Grã Bretanha e especialmente da Alemanha, que como no caso de África, vai querer o seu lugar ao Sol, e o seu quinhão de plataforma continental.
Afinal falamos da plataforma continental europeia e a Alemanha é o país que mais contribui para a União Europeia.