Quer dizer, os políticos que se dedicam unicamente à política, são vistos como os maus da vida, esses desgraçados que se dedicam só á política porque não têm onde cair mortos...
Já os outros, os políticos amadores (!?) esses sim, merecem a nossa confiança, porque esses sim, que passam pelo poder temporariamente sabe-se lá com que interesses, são os verdadeiros bons da fita. Os que merecem reconhecimento...
Obviamente o estereotipo é seu...
Não, meu caro Moi, o estereotipo, não é meu. Eu nunca proferi essas palavras. Quando muito,
esse estereotipo, corresponde ao que você acha que eu acho, e nada mais. Logo, todo o seu raciocinio daí decorrente, deixa de fazer sentido.
Se se der ao trabalho de ler coisas que eu já escrevi anteriormente, encontrará criticas de minha parte às expressões do tipo "Os politicos são todos corruptos".
Eu não acho que os politicos sejam nem todos corruptos, nem uma cambada de inuteis.
Posso no entanto achar que há politicos que estão demasiado interessados nos seus interesses privados, e que há demasiados dessa estirpe numa instituição chamada Assembleia da República.
Por outro lado, mas haverá alguém que é só político de profissão?
Entra uma pessoa para um partido, e depois faz o quê, paga as quotas e fica à espera que o chamem para um cargo de poder?
Não me parece.
Haver a 100% é capaz de não haver, mas a realidade é que com o tempo grande parte dos politicos profissionais, abandonou a sua outra fonte de rendimento, porque a da politica, será mais rentável.
Aqueles que conseguem ganhar mais fora da politica, normalmente acabam por abandonar a politica, para se dedicarem a outras coisas. No entanto, em grande parte das situações é a politica que lhes deu o relevo que lhes possibilitou encontrar emprego.
Temos os casos de Pina Moura e de António Vitorino, para dar exemplos conhecidos. MAs não custa muito ir à procura daqueles que, ou pela sua qualidade, ou pela sua capacidade de "vender alguma fracção do estado" passaram para a sociedade civil.
A verdade é que o politico "não profissional" em Portugal, e normalmente nos países latinos da Europa Ocidental, é um acadêmico, dependente do Estado, normalmente professor, investigador ou funcionário público de algum relevo. Este é o estereotipo do politico "não profissional". E há muitos, de diversos quadrantes. Além do Cavaco, tem o Carrilho, o falecido Sousa Franco, o Marcelo Rebelo de Sousa e outros, menos conhecidos.
O politico profissional, é aquele que entrou para uma "Jota" e que faz vida na politica, baseado na sua teia de conhecimentos dentro do partido, seja o PS seja o PSD e mesmo no PCP, a outro nível (eu tenho pessoalmente conhecimento de alguns casos - admito que pouco significativos, que chegaram ao meu conhecimento mais por razõe sfamiliares, que por se tratar de algo muito comum).
Esse politico profissional, pode até ter familiares na politica que lhe permitiram a entrada no meio. Já tinha conhecimentos e uma coisa gera a outra, uma mão lava a outra, etc...
Acha o Moi, que alguma vez João Soares tinha existido se não fosse a capacidade que Mário Soares tinha dentro do PS de decidir quem seria quem?
E João Soares não é um caso isolado, é apenas o mais conhecido.
Veja-se o caso do Maçon mor de Aveiro, que já convenientemente meteu o filho na politica. O filho é uma nódoa tal, que na Assembleia da República até lhe trocam o nome pelo do Pai, de tal forma a alimária é incompetente, vazia, cinzenta e quase transparente.
O Cavaco, é um Zé-Ninguém. filho de um merceeiro do Algarve, que, como muita gente já vai fazendo em Portugal, achou que a educação que se dá aos filhos não tem preço.
Deste ponto de vista, Cavaco é de facto um Outsider.
E a Elite, de senhores doutores, e filhos de senhores doutores, que acham que o país lhes pertence, fica absolutamente "enxovalhada" com o topete do filho do merceeiro, que já chegou a Primeiro Ministro e agora até quer ser Presidente.
A parte socialista da elite, viscosa, cheia de tiques afectados, tem um "treco" quando pensa na possibilidade de Cavaco ser Presidente.
Eles são os Dantas Moi, eles são os Dantas. Os Dantas, que continuam sebosos, com os mesmos cabelos cheios de brilhantina, a cheirar a quantidades enormes de algum Hugo Boss, para camuflar o mau cheiro e a pestilência que exalam, porque isto de andar na Noite, deixa um cheiro do catano.
Esses mesmos Dantas das festas do Jet Set, onde as mesmas alimarias se deleitam, com a ilusão efémera de que são alguém na vida e onde trocam favores, empregos no Estado. Não fazem negócios, porque não são pessoas empreendedoras. Seo o Estado, e sem os empregos e subsidios, deixam de existir.
São esses mesmos Dantas que não gostam da ideia de mudar alguma coisa, porque a mais pequena mudança, destapa-lhes a careca da sua ignominiosa incompetência, e mostra que no nosso parlamento e na nossa classe politica, o Rei Vai Nu, mas segue acompanhado por deputados igualmente despidos.
Não é só o Rei que vai nú, é toda a elite podre.
É claro que o Cavaco está do lado de fora. Há uma parte do PSD, aquela que se confunde com o PS, que também não gosta do Cavaco. Mas engole-o porque não pode fazer outra coisa.
E o Cavaco, também não gosta deles e toda a gente sabe. Ou por acaso acha que o Cavaco não suporta o Santana Lopes por causa da cor dos olhos?
Os D. Sebastião, não se apresentam Moi. Eles são criados pelas próprias pessoas, na sua ansia de encontrar quem lhes facilite a vida.
Não há nenhum D. Sebastião, se nós não o criarmos na nossa cabeça.
É a nós, os cidadãos que compete aceitar que não existem milagres, nem "Salvadores da Pátria".
Mas também temos a obrigação de saber separar o Trigo do Joio, e entender ao que realmente se joga. Entender quem joga para que a familia possa continuar a jogar, e quem joga porque este jogo está viciado e é preciso começar outro novo.
Cumprimentos