Caro Sharkzi:
Já não vou discutir mais se a razão da alteração foi a Doca do Arsenal ou não, visto que nunca li nenhum documento em que isso estivesse de facto escrito... mas posso lhe garantir que essa foi a informação que circulou internamente.
Desde que vieram as MEKO que essa informação circula, provavelmente posta a circular por alguém que não ficou contente com a escolha das MEKO. Lembra-me um boato que, durante a Guerra de África, foi posto a circular pelos elementos da oposição que dizia que a Fábrica de Braço de Prata ía aos sucateiros comprar colunas de direcção de Volkswagen Carocha, que depois eram trabalhadas em tornos e assim fazia os canos das G-3, para sair mais barato. Uma "estória" absurda mas rebuscada, o suficiente para "meter macaquinhos na cabeça" e fazer os homens duvidarem da qualidade das suas armas e desacreditar as Forças Armadas, e assim atingir o moral das tropas em África. Mas voltemos ao assunto da doca:
1. O modelo MEKO 200 - evolução do anterior MEKO 360 - não foi projectado específicamente para a Marinha Portuguesa. O primeiro cliente foi a Turquia, anos antes do contrato português, com a classe Yavuz, com 110 metros de comprimento. Se alguma alteração foi feita para atender aos requisitos portugueses foi então aumentar, não diminuir o comprimento.
2. Antes de serem escolhidas as MEKO 200, o modelo escolhido pelo EMA foi a Kortenaer holandesa, com 130 metros de comprimento.
3. Quero acreditar que no EMA existia massa cinzenta suficiente para ver que, caso fosse necessário, prolongar uma doca era na altura um obra para uns meros milhares de contos, em vez de condicionar o projecto de navios de guerra custando largas dezenas de milhões cada um.
Cumprimentos,
JQT