Não podemos comparar Portugal com o Afeganistão. A dimensão dos países por si só é um factor determinante na capacidade de resistir. O Afeganistão é enorme, com zonas montanhosas inóspitas e por lá usam estratégias de "esconde atrás do civil", ataques suicidas, etc.
Portugal é pequeno, e tendo zonas mais difíceis de combater, o invasor não precisa de se preocupar com estas áreas porque, não só a população está concentrada nos centros urbanos e não nas zonas montanhosas, como cortando o apoio logístico para essas zonas, limitava muito a sobrevivência desta resistência. Depois acham que a resistência em Portugal seria igual à do Afeganistão? Com coletes com bombas no meio de uma praça com mulheres e crianças? Claro que não, é uma variável que o invasor nem sequer tem que se preocupar.
Realisticamente falando, o Afeganistão ou mais concretamente a sua população, só não é dizimada de uma vez porque existem direitos humanos em vigor. Se o país invasor fosse menos respeitador destas regras, deixando de haver rules of engagement, tal como sucedia na era medieval, as coisas seriam bem diferentes. Felizmente não é o caso, ainda.
Portanto, fazer a estratégia nacional com base na guerrilha e resistência, não faz sentido. É estar à espera da boa fé do invasor, que não vá matar crianças, violar mulheres, bombardear hospitais, etc.
Querem causar baixas ao invasor? Comecem por ter capacidade de exclusão do espaço aéreo e marítimo. Só por aí, se um potencial invasor quiser atacar-nos, já terá o risco do abate de aeronaves e navios em mente, e pensará duas vezes.
Agora ter como estratégia usar os Açores como base da governação, mas sem ter navios modernos que garantam a segurança marítima em torno do arquipélago, nem meios aéreos/anti-aéreos que garantam a segurança do respectivo espaço aéreo, torna-se difícil.