Não acredito que isso fosse acabar bem. Ia dar ao mesmo: zero capacidade aérea no Exército.
Concordo com a opinião que os custos operacionais mais elevados do EH-101 em relação a outra aeronave, como o NH-90, iam acabar por pesar bastante. O aumento do número de aeronaves, mesmo com manutenção partilhada, ia aliviar a pressão de corrigir a porcaria que foi feita com o contrato de manutenção e ia fazer o governo atrasar ainda mais o processo de renegociação todo.
Iam acabar por ser muitos dos helicópteros canibalizados para manter aeronaves a voar para a missão SAR e mais tarde com a crise iam acabar por querer cortar nos custos; unificando assim tudo na FAP e resultando no fim da aviação do Exército.
Eventualmente até iríamos acabar por vender alguns dos helicópteros que tínhamos aos britânicos, quando em 2007 tinham falta de helicópteros para enviar para o Iraque (Afeganistão?) e ficaram com alguns dos EH-101 dinamarqueses.
Esqueçam, com esta classe política e as "crises" financeiras ia acabar por dar ao mesmo.
Agora, uma coisa é evidente. Mesmo que a criação do GALE e a vinda dos NH-90 tivesse corrido bem e levada a cabo, o Exército continuaria a não ter uma unidade de aviação totalmente independente. Como se pode ler nas várias notícias e artigos da época, teríamos sempre de depender do apoio dos nossos aliados europeus para conseguir suportar os custos de manter (logística, manutenção e treino) uma força de helicópteros dedicada ao que temos vindo a discutir e para destacar essa força para uma missão no estrangeiro.
Sou mesmo da opinião que o país não tem e nunca terá dinheiro (seja por falta de vontade em abrir os cordões à bolsa ou por incapacidade financeira) em possuir helicópteros de "evacuação" como deve ser e que toda a narrativa por parte dos governantes em adquirir tais meios foi sempre para deflectir as críticas à falta de meios aéreos na RCA.
Cumprimentos,
Toda a ideia de uma unidade aérea própria do Exército sempre me pareceu mais uma mania das grandezas, e uma questão de ego, do que algo a pensar na operacionalidade da força.
Mais importante do que ter um ramo com uns helis, e outro com outros, é garantir que se tem de facto os helis, que estes estão operacionais e cumprem os requisitos pretendidos.
Não tem a ver com mania das grandezas nem com ego, tem a ver com a necessidade das forças. Dificilmente a Força Aérea vai investir em helicópteros scout ou de ataque quanto tem outras necessidades.
Se tudo tivesse corrido bem, hoje tínhamos o Exercito e a Marinha com NH-90 o que levava a uma poupança de custos. E ainda como os NH-90 e o EH-101 tem o mesmo motos tinhas uma maior poupança na manutenção dos motores.
Mais uma vez essa é uma noção absolutamente errada. Não é do género que o dinheiro para o Exército tem origem diferente do que vai para a FAP, vem tudo do orçamento de Estado. Houvesse comunicação e vontade entre os ramos, seguiam o exemplo da Holanda, em que os helis estão todos debaixo da alçada da Força Aérea, mas apoiam os três ramos. Portanto se funciona bem na Holanda, só não funciona aqui por má vontade das partes envolvidas.
Não fossem tantas complicações, tinhas na FAP o EC-635, numa quantidade bem superior aos Koala, os quais poderiam ser usados para treino mas também para apoio aéreo/ataque. E nada disto impediria de ter o NH-90 TTH, e mais tarde a versão naval. Conseguias ter a pretendida redução de modelos para 3 e capacidade de apoiar todos os ramos. Agora não tens nada.
Se tudo tivesse corrido bem, não havia crise para servir de pretexto ao cancelamento do NH-90, ao qual ainda tivemos que esbanjar dinheiro em multas, e isto nada teve a ver com a FAP ou o Exército. Já a Marinha, continuaria na mesma sem NH-90, porque depois disso, nunca mais houve dinheiro para mais helis, o que nos levou à compra de helis civis, ou a MLUs da treta tanto dos Lynx como das fragatas.
Quando quiserem que a FAP tenha helicópteros para apoiar o Exército, será dado o orçamento para tal.