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Geopolítica-Geoestratégia-Política de Defesa => Portugal => Tópico iniciado por: Jorge Pereira em Abril 07, 2009, 04:43:37 am

Título: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Jorge Pereira em Abril 07, 2009, 04:43:37 am
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Protecção Civil com Novo Centro Táctico de Comando

A Autoridade Nacional de Protecção Civil dispõe de um Centro Táctico de Comando (CETAC), orçado em cerca de um milhão de euros, para ser utilizado em ocorrências de longa duração, dimensão e complexidade, como sismos e incêndios.

O CETAC, que hoje foi apresentado publicamente por ocasião do segundo aniversário da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), é um centro de comando "avançado, autónomo e modelar", composto por sete veículos e nove tendas e que pode ser "rapidamente instalado" em qualquer ponto do território continental.

Segundo a ANPC, o CETAC tem capacidade para acomodar 90 postos de trabalho e é instalado em 90 minutos.

Além da equipa do Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS), no centro haverá ainda lugar para todas as entidades que trabalham numa ocorrência de grande dimensão, como PSP, GNR, INEM, Instituto de Medicina Legal, Forças Armadas e Direcção-Geral da Saúde.

Se o Comando Nacional, que funciona na sede da ANPC, em Carnaxide, "cair numa catástrofe, o CETAC tem a mesma capacidade de comando e controlo, funcionando da mesma forma", explicou aos jornalistas o comandante do CNOS, Gil Martins, que destacou a evolução tecnológica e do equipamento do novo centro.

A "mais valia tecnológica" faz do CETAC "o único" na Europa ao nível da Protecção Civil, de acordo com a ANPC.

Como o CETAC é "modelar", o número de tendas e de veículos operacionais poderá adaptar-se à dimensão da catástrofe.

O secretário de Estado da Protecção Civil, José Miguel Medeiros, disse aos jornalistas que Portugal precisa de um centro de comando avançado com a dimensão do CETAC, tendo em conta o risco sísmico.

Mas o CETAC, segundo o secretário de Estado, não será só necessário em situações de sismos, pois também poderá ser utilizado em incêndios de grande dimensão que afectem populações e em acidentes, como o que aconteceu com o despiste de um autocarro na A23 em 2007.

Questionado se o valor investido no CETAC poderia ter sido aplicado em outras prioridades da Protecção Civil, José Miguel Medeiros respondeu: "Temos todos os meios necessários".

O Centro Táctico de Comando vai ser utilizado, pela primeira vez, em Maio durante um exercício europeu de sismo.

Fonte (http://http)

Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Cabecinhas em Abril 07, 2010, 09:48:25 am
Não encontrei melhor... a moderação saberá dar um melhor encaminhamento ao texto

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Cidades inquietas

por José Maria Pignatelli


Sismos, gelo, inundações abalam meio mundo,
fazem milhares de mortos, prejuízos de biliões
e levam-nos em crer que os deuses devem estar loucos

Temos dificuldade em pensar por nós próprios. Também temos imenso embaraço em olhar em nosso redor. Não queremos nem sabemos avaliar a comunidade. Estamos perfeitamente certos de que as coisas menos boas estão só reservadas aos outros. Acautelar o futuro, mesmo a curto prazo, está completamente fora de questão para a maioria dos portugueses.
Imaginemo-nos que num ápice podemos ficar às escuras, respirar um ar rarefeito escasso e sentirmo-nos empoeirados.
Segundos antes estávamos sentados na nossa secretária diante do computador ou em casa sentados à mesa a tomar uma refeição em família ou simplesmente sobre o sofá especados diante do televisor.
Imaginemo-nos mergulhados num silêncio profundo sob a pressão e o peso do betão quase embrulhados em pedaços das nossas mobílias.
Perceber que não temos ninguém que nos estique a mão.
Perceber que não nos podemos preocupar com os nossos.
Perceber que podemos ter perdido tudo, mesmo tudo ali, naquela ápice de tempo.
Pressentir que os nossos podem estar lá fora à nossa procura, mas que o nosso grito não chega a lado nenhum.
Os chilenos passaram por isto dias consecutivo – primeiro um abalo à escala de 8,8 de Richter, e de seguida mais outra meia dúzia de réplicas todas acima da escala de 5,6. Os sismólogos dizem que vai ser assim durante mais meio mês ainda. Um massacre sem precedentes. O Chile fica no anel de fogo e isso já todos sabíamos.
Em simultâneo foi a vez do Japão e da Coreia do Sul. Antes a calamidade no Haiti, os californianos estiveram à beira de um desastre sísmico – mais de 6 na escala do sismólogo Richter – mas valeu-lhes a tecnologia de construção e o facto de estarem no Estados Unidos onde se exige rigor, porque quem não cumpre é severamente condenado. Também nós sentimos os arrufos de três abalos, o primeiro com epicentro distante, a sudoeste de Sagres, que marcou pouco mais de 5 na escala de Richter os outros na casa dos 3 pontos, um na Beira Interior e outro no Alto Alentejo.
Mas a seguir aos abalos sísmicos o fogo e a água provocam horrores sem precedentes.
E acabamos de ver meio Mundo a meter água nalguns casos com perdas irreparáveis de vidas humanas e bens avultados na Ilha da Madeira, nas Ilhas Canárias por duas vezes, Espanha, Reino Unido, Oeste de França, Itália, Nordeste do Brasil, Portugal de Norte a Sul… E os enormes nevões no centro e Norte da Europa que gelaram tudo. Prejuízos na ordem dos biliões de euros e a sentirem-se mais entre os países menos preparados e com maiores lacunas no planeamento urbano.
Mas a nódoa cai no melhor pano – em França até rebentou um dique que provocou cheias terríveis que mataram mais de cinquenta pessoas.

E se os Deuses tivesse baralhado as cartas ao contrário?

E se as cartas do jogo tivessem sido baralhadas ao contrário.
Se o que sucedeu no Chile ou no Haiti tivesse acontecido aqui perto da metrópole lisboeta como estaríamos nós?
O que seria das nossas cidades?
Como teria reagido a nossa protecção civil, partindo do pressuposto que nas cidades e nos concelhos que constituem a metrópole da grande Lisboa ela existe e que todas as instituições que a compõe não tinham ruído?
Quem estaria no terreno?
Quem teria a capacidade organizativa e dirigiria as operações?
E quem sabe quais são os pontos críticos?
Haverá alguém que os saiba?
Teremos apenas identificados aqueles que a nossa sensibilidade nos revela como os mais frágeis, as zonas mais antigas, construções clandestinas com muitos anos e edificadas sem projecto…
Ou alguém tem a percepção que um desastre destes poderia abalar seriamente outras construções bem mais modernas que mostram à evidência estarem construídas em locais quase proibidos, sobre aterros e junto a linhas de água e a leito de cheias?
Pois é sobre isto mesmo que devíamos pensar e por nós próprios.
Saber o que nos poderá suceder a nós, aos nossos e aos outros que vivem connosco no mesmo espaço urbano, na mesma comunidade que podiam e deviam falar a uma só voz, nesta e noutras matérias que respeitam à protecção civil.
Devemos recordar que o simulacro que foi feito recentemente em Lisboa mostrou o colapso do sistema. Que também nós precisaríamos de ajuda externa.
E num caso de extrema complexidade teremos porventura de ser auxiliados na gestão da crise e na organização dos meios operacionais de salvamento no terreno. Levaremos vantagem de estarmos no continente europeu, muito mais perto de uma ajuda internacional eficaz do que por exemplo o Haiti ou no passado recente na Turquia ou nos países do Sul da Ásia aquando do tsunami de há quatro anos.

Era de extrema importância conhecer a Protecção Civil das nossas cidades e dos nossos concelhos.
Conhecer os corredores de evacuação das zonas mais vulneráveis, os corredores de circulação da ajuda humanitária, os locais adequados aos acampamentos, à instalação dos primeiros socorros e hospitais de campanha, a coordenação da segurança de pessoas e bens.
Mas será que existem estes projectos e uma coordenação nacional da Protecção Civil capaz de suportar um embate de tão elevado calibre?
Oxalá os nossos Deuses, que parecem andar meio loucos, nos protejam destes acontecimentos.
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Cabecinhas em Agosto 12, 2010, 06:17:34 pm
Como não encontrei nenhum tópico referente aos incêndios ocorridos em território nacional e a minha opinião do que se tem passado tem mais a ver com questões de estratégia e gestão dos meios... não que seja algum erudito ou estudioso na matéria. Lanço algumas questões:

1º Incêndio em Boticas - + 170 bombeiros(faço a conta a 200) / 40 corporações = 5 bombeiros por corporação!
http://www.publico.pt/Local/bombeiros-solidarios-com-inspector-distrital-no-incendio-de-boticas_168187?p=1

Será que estas corporações alguma vez actuaram todas em conjunto, será que estão todas equipadas com equipamentos compatíveis (comunicações), 40 corporações = 40 comandantes, de que zonas vieram algumas das corporações (distância)?

2º Meios - 95 viaturas em concurso público de à 3 anos para cá + SÓ 2 Canadairs este ano + 5 anos sem haver equipamento novo.
http://bombeirosparasempre.blogspot.com/2010/08/das-elites-aos-canadairs.html
 
Não seria tempo de fazer um ajuste directo, o estado não estava em processo de adquirir Canadairs ou Berievs?

3º Equipas - Criação do FEB e do GIPS.

Neste ponto sou a favor do FEB, porque como em todas as forças de segurança e armadas existem equipas especializadas em determinadas funções, em relação em dotar a GNR de uma função de combate a incêndios meto as minhas dúvidas. Uma reforma estrutural dos Soldados da Paz: um só comandante geral, serem todos profissionais, terem todos o mesmo equipamento comprado por ajuste directo e/ou concurso público (COMO DEVERIA SER!). Terem treino específico em cada área de actuação (a sensação que tenho, é que cada BV é pau para toda a obra).

Acho que chega para lançar umas achas para a discussão  :mrgreen:

PS: Tenho vergonha que os meios de comunicação só se preocupem em Julho e Agosto deste problema!
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 13, 2010, 05:35:51 pm
Posso garantir-te uma coisa, não há uma politica séria em relação aos Bombeiros sejam eles voluntários, municipais ou sapadores. E quando se vai falar dos Sapadores-Florestais...então esquece!

O pessoal é mal pago e mal equipado, os Corpos de Bombeiros estão muitas vezes cheios de dividas e há concelhos no interior que nem sequer têm um Corpo de Bombeiros. O Inem existe em Lisboa e no Porto, no resto do país existe a fingir...

Quem é do meio sabe do que eu estou a falar. :evil:
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: The_Rebel em Agosto 13, 2010, 07:31:02 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Posso garantir-te uma coisa, não há uma politica séria em relação aos Bombeiros sejam eles voluntários, municipais ou sapadores. E quando se vai falar dos Sapadores-Florestais...então esquece!

O pessoal é mal pago e mal equipado, os Corpos de Bombeiros estão muitas vezes cheios de dividas e há concelhos no interior que nem sequer têm um Corpo de Bombeiros. O Inem existe em Lisboa e no Porto, no resto do país existe a fingir...

Quem é do meio sabe do que eu estou a falar. :evil:

Boa tarde,

Antes de mais solicitar a vossa compreensão por não ser sequer um conhecedor da área da defesa, quer no plano técnico quer nas realidades nacionais, meramente alguém que toma gosto em ouvir e aprender com quem percebe mais dos vários assuntos e que tenta formular opiniões o mais informadas possíveis.

Tenho acompanhado diversos "temas" que têm discutido e há uma questão que ainda não senti verdadeiramente explorada e debatida. Espero não ser completamente mal interpretado pois naturalmente penso que é uma questão que vai incorrer na discórdia da maioria dos participantes no fórum.

Qual a real vantagem dos avultados investimentos que têm sido feitos na defesa nacional (enquanto força militar convencional) e refiro-me à compra de submarinos, dos leopard, dos pandur, etc., quando não existe um real investimento em meios, coordenação e formação de outros vectores igualmente importantes à comunidade. Naturalmente e neste tópico refiro-me aos meios de combate a incêndios.

Por outras palavras, não seria mais vantajoso dotar Portugal de uma conjunto de meios aéreos de combate a incêndios que estar a pensar em investir nos helicópteros para o exército?

Não era mais adequado ter um bom conjunto de equipamentos ligeiros e pesados de combate aos incêndios (penso em carros, auto-tanques e outros equipamentos que desconheço) com boa manutenção que os submarinos?

Não sou tão tapado que ignore as ambições geo-políticas na compra de, por exemplo, os submarinos ou os leopard, mas parece-me que as coisas não são realmente planeadas mas adquiridas por pressões de pessoas ou grupo (bem intencionados decerto e sem pôr em causa o patriotismo e dedicação delas) mas sem uma visão de conjunto. Claro que ter CCs modernos e bons são motivo de orgulho, pelas capacidades de actuação que trazem ao nosso exército... Mas sem um conjunto de outros equipamentos e envolventes que lhe permitam trazer para o campo de batalha o seu real potencial, parece-me a mim, um desentendido da matéria, um valente desperdício de recursos... (se era essa a direcção que se pretendia teria de se sacrificar outros aspectos e tomar essa opção investindo a sério nela.)

Quando falo destes exemplos poderia dar muitos outros, apenas serão estes os mais "mediáticos". Dou apenas mais um exemplo que me estou a alongar, porquê 3 hospitais "principais" das forças armadas com duplicação de recursos e pessoal (e as despesas operacionais fixas de qualquer hospital são muito elevadas) quando o nosso INEM nem tem uma capacidade de resposta real fora das grandes áreas urbanas? Alguém sabe qual é a média de tempo de transporte de um doente com um Síndrome Coronário ou um AVC que tenha o infortúnio de viver fora de uma área urbana no litoral? Pode-se sem rodeios dizer que a golden hour não se aplica a esse jovem ou idoso...  (e com isso para além dos custos pessoais para o doente tem custos para o estado que em vez de um tratamento agudo passará a ter encargos com doentes crónicos...)

Para quem considera esta situação um mero um efeito colateral da desertificação e que os meios locais devem corresponder à densidade populacional recordo que se considera que o maior incremento do PIB dos países ocidentais parte da industrialização, ganhos em educação e em saúde... Aliás, há quem defenda que os ganhos em saúde pública são os que permitiram catapultar a nossa "civilização" para a era de prosperidade (embora hoje não nos pareça muito prospera) que conhecemos...

Depois desta longa divagação, retomo o ponto inicial tornando-o redutor para ser mais simples de abordar. Porque comprámos nós os leopard e não meios aéreos de combate a incêndios? Porque gastámos nós dinheiro em submarinos e não limpámos e preparámos devidamente a floresta estatal (já nem falo de apoio a privados apenas que se dê o exemplo), que a todos pertence, para a época do ano em que nos encontramos? Decerto que não apanhou ninguém de surpresa a chegada do Verão (mesmo nos gabinetes lisboetas pulverizados de ar condicionado)?

Com os meus melhores cumprimentos
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: PereiraMarques em Agosto 13, 2010, 10:13:06 pm
Se se quer retirar às Forças Armadas qualquer capacidade militar minimamente credível, transformando-as não sei bem em quê, talvez numa espécie de "GNR de 2.ª categoria"...então se calhar o melhor é acabar com essa "GNR de 2.ª categoria"...mas isso é se calhar o objectivo final de muita gente.

O "leigo" olha para qualquer aquisição das Forças Armadas como se fosse uma "excentricidade" dos Generais/Almirantes de querer ombrear com os EUA, o Reino Unido, a Alemanha ou a França, mas a verdade é que quando comparando com as Forças Armadas de países europeus com dimensão demográfica e/ou económica semelhante a Portugal...não existe qualquer "excentricidade"...sendo a "desvantagem" em termos de quantidade e qualidade dos equipamentos muito grande para Portugal...mesmo com algumas das aquisições mais recentes!

Já agora também posso perguntar porque é que o governo "ofereceu" um museu ao Berardo, enquanto a esmagadora maioria dos jovens não completa o 9.º ano de escolariedade...
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Jorge Pereira em Agosto 13, 2010, 11:58:59 pm
Citação de: "The_Rebel"
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Posso garantir-te uma coisa, não há uma politica séria em relação aos Bombeiros sejam eles voluntários, municipais ou sapadores. E quando se vai falar dos Sapadores-Florestais...então esquece!

O pessoal é mal pago e mal equipado, os Corpos de Bombeiros estão muitas vezes cheios de dividas e há concelhos no interior que nem sequer têm um Corpo de Bombeiros. O Inem existe em Lisboa e no Porto, no resto do país existe a fingir...

Quem é do meio sabe do que eu estou a falar. :N-icon-Axe:

A nacionalização do BPN deve andar pelos 3000/4000 milhões de euros. :N-icon-Axe:

Passivo da REFER 1925 milhões de euros.

A casa da música custou 120 milhões de euros.

O famoso e inútil TGV poderá custar, sem desvios, 7000 milhões de euros. Há quem fale em 12000!


O passivo da Carris disparou para 902,9 milhões de euros em 2009, mais 109,7 milhões do que em 2008.


Agora veja estes números de alguns programas da área da Defesa:

Programa das Pandur: 364 milhões de euros.

Programa dos Submarinos: 900 milhões de euros.

Programa dos Leopard:  77 milhões de euros.

Programa para substituir a G-3: 75 milhões de euros.


Agora, analise todos esses valores e diga-me se de facto acha que todas as carências da nossa sociedade são por causa do dinheiro gasto na Defesa.
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: The_Rebel em Agosto 14, 2010, 04:08:15 am
Citação de: "PereiraMarques"
Se se quer retirar às Forças Armadas qualquer capacidade militar minimamente credível, transformando-as não sei bem em quê, talvez numa espécie de "GNR de 2.ª categoria"...então se calhar o melhor é acabar com essa "GNR de 2.ª categoria"...mas isso é se calhar o objectivo final de muita gente.

O "leigo" olha para qualquer aquisição das Forças Armadas como se fosse uma "excentricidade" dos Generais/Almirantes de querer ombrear com os EUA, o Reino Unido, a Alemanha ou a França, mas a verdade é que quando comparando com as Forças Armadas de países europeus com dimensão demográfica e/ou económica semelhante a Portugal...não existe qualquer "excentricidade"...sendo a "desvantagem" em termos de quantidade e qualidade dos equipamentos muito grande para Portugal...mesmo com algumas das aquisições mais recentes!

Já agora também posso perguntar porque é que o governo "ofereceu" um museu ao Berardo, enquanto a esmagadora maioria dos jovens não completa o 9.º ano de escolariedade...

Caro PereiraMarques,

Permita-me uma brincadeira. Quero acreditar que a diferença entre o exército e uma GNR ultrapassa a questão do equipamento e armamento, ainda para mais entre o mesmo e uma GNR de 2ª categoria... :evil:[/quote]

Boa tarde,

Antes de mais solicitar a vossa compreensão por não ser sequer um conhecedor da área da defesa, quer no plano técnico quer nas realidades nacionais, meramente alguém que toma gosto em ouvir e aprender com quem percebe mais dos vários assuntos e que tenta formular opiniões o mais informadas possíveis.

Tenho acompanhado diversos "temas" que têm discutido e há uma questão que ainda não senti verdadeiramente explorada e debatida. Espero não ser completamente mal interpretado pois naturalmente penso que é uma questão que vai incorrer na discórdia da maioria dos participantes no fórum.

Qual a real vantagem dos avultados investimentos que têm sido feitos na defesa nacional (enquanto força militar convencional) e refiro-me à compra de submarinos, dos leopard, dos pandur, etc., quando não existe um real investimento em meios, coordenação e formação de outros vectores igualmente importantes à comunidade. Naturalmente e neste tópico refiro-me aos meios de combate a incêndios.

Por outras palavras, não seria mais vantajoso dotar Portugal de uma conjunto de meios aéreos de combate a incêndios que estar a pensar em investir nos helicópteros para o exército?

Não era mais adequado ter um bom conjunto de equipamentos ligeiros e pesados de combate aos incêndios (penso em carros, auto-tanques e outros equipamentos que desconheço) com boa manutenção que os submarinos?

Não sou tão tapado que ignore as ambições geo-políticas na compra de, por exemplo, os submarinos ou os leopard, mas parece-me que as coisas não são realmente planeadas mas adquiridas por pressões de pessoas ou grupo (bem intencionados decerto e sem pôr em causa o patriotismo e dedicação delas) mas sem uma visão de conjunto. Claro que ter CCs modernos e bons são motivo de orgulho, pelas capacidades de actuação que trazem ao nosso exército... Mas sem um conjunto de outros equipamentos e envolventes que lhe permitam trazer para o campo de batalha o seu real potencial, parece-me a mim, um desentendido da matéria, um valente desperdício de recursos... (se era essa a direcção que se pretendia teria de se sacrificar outros aspectos e tomar essa opção investindo a sério nela.)

Quando falo destes exemplos poderia dar muitos outros, apenas serão estes os mais "mediáticos". Dou apenas mais um exemplo que me estou a alongar, porquê 3 hospitais "principais" das forças armadas com duplicação de recursos e pessoal (e as despesas operacionais fixas de qualquer hospital são muito elevadas) quando o nosso INEM nem tem uma capacidade de resposta real fora das grandes áreas urbanas? Alguém sabe qual é a média de tempo de transporte de um doente com um Síndrome Coronário ou um AVC que tenha o infortúnio de viver fora de uma área urbana no litoral? Pode-se sem rodeios dizer que a golden hour não se aplica a esse jovem ou idoso...  (e com isso para além dos custos pessoais para o doente tem custos para o estado que em vez de um tratamento agudo passará a ter encargos com doentes crónicos...)

Para quem considera esta situação um mero um efeito colateral da desertificação e que os meios locais devem corresponder à densidade populacional recordo que se considera que o maior incremento do PIB dos países ocidentais parte da industrialização, ganhos em educação e em saúde... Aliás, há quem defenda que os ganhos em saúde pública são os que permitiram catapultar a nossa "civilização" para a era de prosperidade (embora hoje não nos pareça muito prospera) que conhecemos...

Depois desta longa divagação, retomo o ponto inicial tornando-o redutor para ser mais simples de abordar. Porque comprámos nós os leopard e não meios aéreos de combate a incêndios? Porque gastámos nós dinheiro em submarinos e não limpámos e preparámos devidamente a floresta estatal (já nem falo de apoio a privados apenas que se dê o exemplo), que a todos pertence, para a época do ano em que nos encontramos? Decerto que não apanhou ninguém de surpresa a chegada do Verão (mesmo nos gabinetes lisboetas pulverizados de ar condicionado)?

Com os meus melhores cumprimentos[/quote]


Estimado The_Rebel:

A sua questão é muitas vezes colocada por inúmeras pessoas essencialmente por duas razões:

-Má fé.

-Ignorância em relação aos valores das aquisições militares/de outros valores macroeconómicos/realidade da nossa economia/mau funcionamento do Estado.


A primeira, a má fé, é a preferida de partidos da esquerda e outros grupos que, aproveitando-se da ignorância (o tal segunda razão) da maior parte da sociedade, tentam passar a ideia (mais que errada) que andamos a gastar muito dinheiro com a Defesa, com vista a atingir os seus fins políticos, muitos dos quais são autênticos atentados à soberania e independência do país.

A segunda razão é a mais comum e tem a ver com o facto da maior parte das pessoas desconhecerem totalmente valores macroeconómicos que constituem o dia-a-dia do nosso país e dos valores das aquisições militares.


Vamos ver alguns exemplos:

Orçamento anual do Ministério da Defesa: 2500 milhões de euros (cito de memória).
Orçamento anual do Ministério da Saúde: 8700 milhões de euros (cito de memória).
Orçamento anual do Ministério da Educação: 7300 milhões de euros (cito de memória).


Daquilo que conheço bem, no Ministério da Saúde há um DESPERDÍCIO anual que facilmente deve rondar os 1200 milhões de euros. Isto é, dinheiro completamente perdido e esbanjado (claro que há sempre alguém que lucra com isto).


As famosas SCUT’s custam por ano 700 milhões de euros.

A RTP, por incrível que pareça, custa-nos aproximadamente 1 MILHÃO de euros POR DIA! :N-icon-Axe:

Passivo da REFER 1925 milhões de euros.

A casa da música custou 120 milhões de euros.

O famoso e inútil TGV poderá custar, sem desvios, 7000 milhões de euros. Há quem fale em 12000!


O passivo da Carris disparou para 902,9 milhões de euros em 2009, mais 109,7 milhões do que em 2008.


Agora veja estes números de alguns programas da área da Defesa:

Programa das Pandur: 364 milhões de euros.

Programa dos Submarinos: 900 milhões de euros.

Programa dos Leopard:  77 milhões de euros.

Programa para substituir a G-3: 75 milhões de euros.


Agora, analise todos esses valores e diga-me se de facto acha que todas as carências da nossa sociedade são por causa do dinheiro gasto na Defesa.[/quote]

Caro Jorge Pereira,

Antes demais garanto-lhe que não entro nesta "discussão" de má fé. Ignorância sem dúvida.

Relativamente ao seu argumento que existe dinheiro muito mal gasto em Portugal e não é com a Defesa concordo (quase totalmente). Concordo que fica muitíssimo mais caro não ter umas forças armadas à altura das nossas ambições geopolíticas (e capazes de garantir a nossa segurança) que as não ter. Resta saber exactamente quais são? (Tirando o "nosso" projecto colonial/ultramarino que perdurou por séculos a maioria das nossas ambições e apostas não transcende a geração que as faz... Mas isto é outro assunto, penso eu... Ou então é efectivamente o assunto que depois dirá onde deverão ser os investimentos e o que se deverá "sacrificar"... )

Dito isto, dou-lhe inteira razão no que diz. Fui demasiado redutor na questão que levantei, procurei perceber a lógica de um investimento em CCs  de última geração, que me parece que o nosso exército não está em condições de enquadrar devidamente no seu sistema de forças nem estará planeado que o esteja, com o desgoverno que se assiste todos os anos pela incapacidade de meios de combate a incêndios. (Se quer que lhe diga, nem nunca entendi o quanto de área ardida anualmente em Portugal é aceitável, gosto de pensar que os meios são considerados depois de avaliar os objectivos.)
Retomo e retiro a minha questão inicial, as premissas efectivamente não eram as correctas.

Aproveito e comento um pouco os dados que apresentou. Começo por dizer que me parece que os cortes na Defesa serão sempre, e sem demagogias da minha parte,  socialmente melhor aceites que qualquer outro corte no Orçamento de Estado (que se o de nossa casa assim fosse gerido já não tinhamos tecto sobre a cabeça).
Mais uma vez por ignorância não posso mesmo comentar a maioria dos seus argumentos, o que sei deles é somente o que se lê na comunicação social, o que é manifestamente pouco e ferido de parcialidade (desculpe a pouca estima que tenho pelos meios de comunicação social), no entanto, creio conseguir comentar um deles.

Afirmou que "Daquilo que conheço bem, no Ministério da Saúde há um DESPERDÍCIO anual que facilmente deve rondar os 1200 milhões de euros. Isto é, dinheiro completamente perdido e esbanjado (claro que há sempre alguém que lucra com isto)."
Sou-lhe sincero, tenho passado bastante tempo em hospitais e nunca me dei conta de um tamanho desperdício. Situações pouco transparentes, isso sem dúvida, mas isso é caso para as autoridades competentes, desperdício puro, não vi. Pelo contrário, acredito que o SNS está em rotura pela forma como está dimensionado e pela sua "missão" não pelos seus desperdícios, sendo que as soluções que lhes apresentam passam por cortes um pouco desconectados da realidade.

Passo a exemplificar, a mais recente decisão de um hospital distrital (não sei se identificá-lo será correcto da minha parte) que me parece tirada de um universo paralelo, desde a semana passada um doente só pode receber tratamento farmacológico para a patologia pela qual deu entrada no estabelecimento (ou sua eventual complicação). Ou seja e trocando por miúdos, a Sra. Dona Maria entra no hospital com uma Pneumonia e como já não é jovem tem um quadro florido de antecedentes pessoais, vamos pensar numa arritmia de estimação (associada a uma Insuficiência Cardíaca) e uma Diabetes Mellitus não insulino-dependente; a única terapêutica que ela pode receber serão os antibióticos e a hidratação que decerto necessitará, o resto terá de recorrer à família da doente (terá de estar atento para os emboscar na hora da visita da doente e esperar que a venham visitar...) para acudir, isto é, será a família da doente a ter de providenciar o anti-arrítmico (que terá de ser ajustado ou alterado pela patologia aguda e trazer igualmente insulina pois da Diabetes também decerto descompensou... Resumindo não me parece que seja com estas medidas que se consiga efectivamente reduzir os gastos na saúde sendo que só vejo os "desperdícios" de que fala em "jogadas" pouco transparentes...

Tocando um pouco na área militar, e que desde já acrescento que sempre me parece que se faz milagres com os meios que se tem, sendo que muitas vezes os objectivos parecem um pouco irrealistas para quem recebe as missões mas com muito suor e dedicação (e quantas vezes um pouco de sorte) cumprem-se, temos também um enorme desperdício de recursos. Acredito que em Portugal o sistema de saúde com melhores recursos é o das forças armadas, sem dúvida!! (embora nem sempre ou quase nunca tenham os recursos humanos em quantidade suficiente para potenciar os mesmos) Mais algum hospital do país (que não o HMP) se pode dar ao luxo de pedir uma TAC de um dia para o outro por qualquer motivo e que ela seja efectivamente efectuada? Nos outros hospitais só em casos urgentes de resto existem listas de espera significativas. Felizmente para os militares existem recursos abundantes (nomeadamente nos meios complementares de diagnóstico) mas agora vamos ao que eu chamo de desperdício, convido alguém a ir a uma enfermaria de medicina interna contar o número de doentes internados (mais uma vez fazem-se internamentos por todos os motivos porque felizmente existem recursos!! E eles devem existir até por "reserva estratégica" mas isto é outro assunto) que têm um TAC de corpo inteiro independentemente do motivo de internamento. Provavelmente todos e eu pergunto porquê? (deixo no ar a questão...) E não me refiro a casos de "polícia" que evidentemente também os há como no meio civil. (embora me choquem muito mais no meio militar mas isso é só a mim visto grande parte deles serem feitos em plena luz do dia, enquanto no civil vão-se adivinhando mas não são às claras...)

Já divaguei bastante, deve ser do avançado da hora, resumo dizendo que efectivamente não encontro no SNS assim tantos desperdícios (de certeza que o há...) e que me parece que as soluções de contenção orçamental que têm vindo a ser implementadas a montante normalmente só originam mais gastos (ora pensemos só que aquela velhinha vai descompensar e ter um síndrome coronário e terá de passar umas noites numa unidade de cuidados intensivos, cujo custo da cama é exponencial em relação à de uma cama num serviço de medicina)... Existe é um problema de adequação dos recursos que a sociedade quer gastar com a saúde para a saúde que a sociedade quer ter... Lembremos-nos que a nossa esperança de vida e idade média da população estão a aumentar, e com isso o número de patologias crónicas em cada doente (para além do custo financeiro adjacente aos avanços tecnológicos da medicina... Mas também isto é outra temática...)

Não se fique com a sensação que tenho má impressão da competência dos serviços de saúde militar, pelo oposto, apenas se regem por regras bastantes diferentes e que por comparação com o mundo civil encontram-se situações indescritíveis...

Sobre a minha questão inicial, continuo a não perceber a preferência pelo investimento em certos equipamentos militares (em especial quando nem me parecem os mais adequados) quando existe uma lacuna evidente numa área fundamental para a nossa economia e, em especial, para os nossos compatriotas que não habitam numa cidade no meio do cimento (e refiro-me agora aos incêndios florestais). Mas sem dúvida, há muito dinheiro muito mal gasto e concordo que investir nas forças armadas não é mau investimento (parece-me é que poderia ser estruturado e não feito de acordo com decisões pontuais porque assim não é um verdadeiro investimento -  saltando para uma metáfora, que me serve ter uma sala toda preparada para doentes poli-traumatizados se não tenho um sistema pré-hospitalar que mos traga a tempo dos locais dos "acidentes"?).

Peço desculpa por esta "discussão" que efectivamente foi alicerçada numa pergunta "disparatada" e agradeço a paciência da resposta. Honestamente e como desabafo dói-me ver para onde o nosso país caminha e o que arde é apenas o que se vê...


Os meus melhores cumprimentos,
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: nelson38899 em Agosto 14, 2010, 01:37:45 pm
Não querendo por em causa o que acabou de escrever, já pensou no dinheiro que anualmente os hospitais gastam em médicos tarefeiros, ou nos gestores hospitalares e suas benesses ?
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: The_Rebel em Agosto 14, 2010, 03:25:23 pm
Citação de: "nelson38899"
Não querendo por em causa o que acabou de escrever, já pensou no dinheiro que anualmente os hospitais gastam em médicos tarefeiros, ou nos gestores hospitalares e suas benesses ?

Dos gestores hospitalares não me posso pronunciar, relativamente aos tarefeiros, eles aparecem-nos, com o actual enquadramento, pela necessidade de poupar dinheiro. O resultado de diversas medidas tomadas foi a necessidade de suprir necessidades imediatas, nomeadamente nos Serviços de Urgência, pelo que recorreram a este expediente.

Reitero que que disse antes, a Saúde precisa de uma reforma estrutural e pensada, quer na sua missão e nos seus meios. Não se compadece com soluções "milagrosas" aqui e ali, que a médio prazo se tornam mais onerosas e só reduzem a proficiência dos serviços. Naturalmente haverá excepções...

Ainda sobre os tarefeiros, quantos internos saem do serviço depois de cumprirem todas as horas que lhes são permitidas e, para compor o seu orçamento no final do mês vão fazer horas para o mesmo serviço de onde saíram mas agora como "tarefeiros"? Muitos... (Muitos médicos abdicaram inclusivé do seu contrato de trabalho no hospital para trabalhar exclusivamente como tarefeiros. Na realidade acabam por funcionar, na maioria das vezes, como parte integrante da equipa. Isto é especialmente válido para especialidades como Pediatria.

Vou fazer uma comparação que espero que não seja mal entendida...
Acho interessante este tema, apesar de nos desviarmos do tema do post inicial, ainda assim acrescento mais uns pós. Um interno de 2º ano ganha aproximadamente o mesmo de um Tenente de 1º ano (não deve fugir muito) e trabalha com um contrato de trabalho de 40 horas semanais, sendo que como não pode fazer horas extra (que eram ligeiramente mais bem remuneradas, e quantas vezes por decisão do hospital remuneradas como horas normais), para compor o seu ordenado faz como tarefeiro o mesmo serviço (que estando sobre um diferente contrato recebe mais...). Parecem-me manobras "políticas" e não "desperdícios" no sentido em que o aplico. Recordo a guerra contra as horas extra-ordinárias que desemboca nisto e agora não estão a deixar que se tenha dois contratos de trabalho com a mesma instituição por isso, as próprias entidades vão recrutar a outros hospitais da mesma região. Ou seja, são medidas avulso sem uma visão de médio/longo prazo.

Retomando a comparação, faz de conta um Tenente de Engenharia Militar que não esteja numa unidade realmente operacional tem, em regra, um horário das 8h30 às 16h30 (penso não estar a errar muito) e claro várias limitações de direitos e de disponibilidade permanente para o serviço, mas simplifiquemos, com dois serviços de oficial de dia por mês (se estiver muito errado podem me corrigir); este mesmo interno tem um horário de 40 horas semanais que na realidade se aproximam mais das 55 a 60 horas sem que as horas extra lhe sejam remuneradas. Ambas recebem o suficiente para viver confortavelmente mas é natural que tenham ambições monetárias (e qualidade de vida diferentes). O Tenente normalmente dá cerca de 4 horas diárias a uma empresa para quem realiza uns projectos por fora, da mesma forma o interno quando consegue tempo, faz umas horas para um outro hospital aumentando ainda mais a sua carga horária, quantas vezes com 2 a 3 directas em média por semana (que avança sempre pelo fim-de-semana a dentro)...
Só quem passará por ela perceberá o esforço para manter um nível de qualidade e entrega ao seu serviço, que são os doentes, pela responsabilidade que sente sempre em cima...
E ainda poderia dizer que a maioria destes internos tem de fazer formação externa ao hospital, fazer investigação e publicar artigos para fazer currículo e ganhar experiência, normalmente fora do horário de expediente apesar de estar teoricamente consagrado esse tempo para valorização científica na lei.

Dei apenas a comparação para tentar mostrar que, na minha opinião, a "história dos tarefeiros" não passam de vícios do sistema que pugna pela imagem e não pela eficácia; pegando em dois profissionais que se tentam valorizar profissionalmente e começar uma vida mais folgada tentei desmistificar o mito do "médico capitalista". Não creio que o médico tarefeiro seja o bicho mau que está a explorar o sistema...

Não considerei os especialistas tarefeiros porque divergem muito consoante a sua especialidade. Também poderíamos falar do trabalho encapotado dos  enfermeiros... Ou das empresas de limpeza dos hospitais. Mas creio que nada disto são realmente desperdícios mas sim vícios de um sistema e, outra vezes, casos flagrantes para as autoridades investigar...

A maior despesa que esta nova geração de gestores está a fazer ao país, na minha opinião, é a expulsão de pessoal empenhado e dedicado que sente que para além de efectivamente ter lugares onde é melhor remunerado, já não recebe a consideração e o apoio para desenvolver um trabalho que o realize e permita aspirar a melhorar a qualidade científica e técnica dos serviços. Basta olhar para quais os hospitais e serviços que os internos escolhem primeiro (independentemente da especialidade) e quais ficam invariavelmente para o fim. A estes jovens profissionais não é o dinheiro a sua principal motivação (não que depois não se possa a vir a tornar) existem muitos outros factores. A não ser isso, as vagas preferenciais teriam acabado o problema da disposição dos médicos no território nacional, num país com mais médicos por habitante que a Suécia ou Finlândia (nossa referência para o SNS)... Só quem não está dentro da realidade ou tem interesses pelo meio apoia o continuo aumento das vagas para medicina. A solução mais uma vez não é essa... Daqui a uns anos pagamos a factura de ter excesso de médicos impossíveis de absorver (e que ficaram caros a formar)... A Inglaterra, Itália e mais recente a Espanha já aprenderam e estão no trajecto inverso (a Espanha está agora a inverter...).

Mais uma vez divago.. Lamento. Penso que quem mais fala da Saúde em Portugal é que menos sabe ou quem mais interesses tem pelo meio... Penso que por enquanto ainda caio na primeira e espero nunca cair na segunda... Tenho a expectativa que na Saúde se deixe de encarar a actual situação, que ainda não é de ruptura mas para lá caminha, com demagogia e reponha um sentido lógico e estruturante na mesma.

E nem falámos da "liberalização" que se fez ao tentar aproximar a contratação de médicos à lei da oferta e da procura, como inicialmente se conseguiu especialistas a receberem 800 € por mês (recebiam mais como internos) pensaram que tinham encontrado a solução, aparentemente também correu mal pois também passou a existir médicos no outro extremo. Agora abrem-se as vagas para com o número se conseguir aumentar a oferta... E repito, já temos mais médicos por habitante que a Suécia, que sendo um país com uma vida muito mais hostil e difícil fora dos grandes centros consegue atrair médicos para lá... Mas também esta é outra conversa...

Penso que a maioria dos portugueses acha natural que tem de dar 400€ numa revisão de um carro e pagar a 10 ou 12 € à hora a um mecânico, mas não aceita ter de pagar 7,5 € à hora a um médico especialista com 14 anos de formação e que lhe salvou a vida. Penso que em Portugal poucos se apercebem a disparidade do ordenado de um médico em Portugal e noutros países europeus. E o mesmo se aplica aos enfermeiros especialistas e outros quadros técnicos na saúde.

Talvez alguns gestores pudessem aplicar a primeira regra da medicina "first, do no harm". Com este paleio todo não pretendo afirmar que a saúde não precise de uma reforma profunda, efectivamente não se encontra adequada à sua actual missão pois muito mudou desde que o SNS foi montado, apenas que não pode ser feito com base em remendos sempre a olhar para as sondagens, envolve planeamento e vontade (de preferência idealizado por um conjunto de personalidade idóneas que já tiverem provado valor e competência).


Cumprimentos,
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 14, 2010, 03:39:04 pm
Não querendo ofender ninguém mas ainda no ano passado um Espanhol colocou um quadro de salários de médicos em Portugal e nas várias provincias espanhola e cá (segundo o mesmo quadro) ganhava-se mais.

Em questão às Forças Armadas, não há dúvida que pode-se alterar muita coisa, mas na prática sem dinheiro não se pode fazer nem metade das coisas. Não te esqueças que houve um corte de 40% no orçamento para a Armada (salvo erro), como é que uma instituição sobrevive com um corte tão drástico? Simples, corta no número de missões, se calhar vais ver os navios da Armada parados na base naval em vez de estarem a fazer a sua função que é patrulhar a nossa costa. Ah, é verdade eles de qualquer maneira também não tê navios, é que as corvetas estão a ser abatidas ao serviço e ao mesmo tempo os NPO nunca mais são aceites pela marinha.
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: The_Rebel em Agosto 14, 2010, 03:51:25 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Não querendo ofender ninguém mas ainda no ano passado um Espanhol colocou um quadro de salários de médicos em Portugal e nas várias provincias espanhola e cá (segundo o mesmo quadro) ganhava-se mais.

Em questão às Forças Armadas, não há dúvida que pode-se alterar muita coisa, mas na prática sem dinheiro não se pode fazer nem metade das coisas. Não te esqueças que houve um corte de 40% no orçamento para a Armada (salvo erro), como é que uma instituição sobrevive com um corte tão drástico? Simples, corta no número de missões, se calhar vais ver os navios da Armada parados na base naval em vez de estarem a fazer a sua função que é patrulhar a nossa costa. Ah, é verdade eles de qualquer maneira também não tê navios, é que as corvetas estão a ser abatidas ao serviço e ao mesmo tempo os NPO nunca mais são aceites pela marinha.

Não me referia a Espanha ou Itália. Sendo que desviei a conversa para os vencimentos um pouco para tentar ilustrar o que penso da situação dos tarefeiros.

Relativamente à questão que levanta, simplesmente não sei. Sendo o vector naval considerado importante um corte de 40 % que também acredito que tenha consequências operacionais importantes levanta muitas dúvidas. Então pergunto, eu que era um defensor da compra dos submarinos e que acredito que uma das ambições e riquezas da nossa nação passa pelo eixo naval não percebo a sua compra com este corte posterior.

Talvez alguém mo possa explicar. Porque se os 40 % (acreditando no seu número pois desconheço) não são para limar desperdícios mas sim vão tirar operacionalidade para que é que se gastou tanto dinheiro nos submarinos.. Não entendo. Ou é importante e tem-se essa ambição (e para isso se estrutura um sistema de forças sustentável que alcance o que pretendemos ou então estamos a ceder a pressões pontuais, que por muito bem intencionadas, são desperdícios). E com isto volto à questão inicial, sem demagogia da minha parte, porque comprámos submarinos e não aviões de combate aos incêndios?

Sério, não percebo...
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: The_Rebel em Agosto 14, 2010, 03:53:41 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Não querendo ofender ninguém mas ainda no ano passado um Espanhol colocou um quadro de salários de médicos em Portugal e nas várias provincias espanhola e cá (segundo o mesmo quadro) ganhava-se mais.

Em questão às Forças Armadas, não há dúvida que pode-se alterar muita coisa, mas na prática sem dinheiro não se pode fazer nem metade das coisas. Não te esqueças que houve um corte de 40% no orçamento para a Armada (salvo erro), como é que uma instituição sobrevive com um corte tão drástico? Simples, corta no número de missões, se calhar vais ver os navios da Armada parados na base naval em vez de estarem a fazer a sua função que é patrulhar a nossa costa. Ah, é verdade eles de qualquer maneira também não tê navios, é que as corvetas estão a ser abatidas ao serviço e ao mesmo tempo os NPO nunca mais são aceites pela marinha.

Se quiser depois posso procurar o site que faz a comparação dos internatos e carreira médica nos vários países do mundo (site ligado ao EURES e a uma associação reconhecida de médicos europeus que agora me falta o nome...). A diferença é significativa.

Cumprimentos,
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 14, 2010, 04:30:29 pm
:arrow: http://www.bombeiros.pt/Manual_Op_Meios_Aereos.pdf (http://www.bombeiros.pt/Manual_Op_Meios_Aereos.pdf)

Já agora porque é que tem que ser submarinos VS meios aéreos contra incêndios? E que tal projectos como o TGV, ou as auto-estradas, ou tanta e tanta megalómania que há neste país? Não será isso em si uma demagogia? É um é um meio para as Forças Armadas, outro seria no ambito da Protecção Civil e pouco tem a haver uma coisa com a outra, certo?!
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: The_Rebel em Agosto 14, 2010, 05:08:35 pm
Citação de: "Cabeça de Martelo"
:arrow: http://www.bombeiros.pt/Manual_Op_Meios_Aereos.pdf (http://www.bombeiros.pt/Manual_Op_Meios_Aereos.pdf)

Já agora porque é que tem que ser submarinos VS meios aéreos contra incêndios? E que tal projectos como o TGV, ou as auto-estradas, ou tanta e tanta megalómania que há neste país? Não será isso em si uma demagogia? É um é um meio para as Forças Armadas, outro seria no ambito da Protecção Civil e pouco tem a haver uma coisa com a outra, certo?!

Naturalmente que esta hierarquização / escolha de uns investimento em vez de outros é demagógica, ou talvez não. Tudo depende das prioridades. Claro que percebo muito menos o que se perdeu no BPN ou o investimento no novo aeroporto, ainda assim, e partindo da premissa inicial, que eu próprio já considerei errónea, atrevo-me a voltar a dizer que não percebo.

Não percebo como se assume implicitamente uma opção estratégica no investimento nas nossas capacidades navais e depois se reduz drasticamente a sua capacidade operacional com um corte de 40%. E por isso pergunto, porque gastamos dinheiro nos submarinos em vez de comprar meios aéreos de combate aos incêndios...

Podemos fugir à questão e dizer que se gasta dinheiro pior noutras coisas, o que na minha opinião é uma perspectiva correcta, gasta-se mal uma porção significativa das receitas do estado e gere-se ainda pior o seu património e capacidades. Mas aquilo que eu não percebo é esta incoerência nas apostas que nos leva a um investimento tão avultado num meio naval (que não nego as mais valias potenciais que poderá trazer à nação a médio prazo, que me parece ultrapassarem o patamar do efeito de dissuasão de uma arma submergível com aquelas capacidades) quando não se fazem investimentos na protecção de uma das nossas maiores riquezas, todos os anos deslapidada. Efectivamente não deve ser uma coisa ou a outra, mas sim, terá sempre de ser uma coisa ou outra, ainda que não necessariamente estas duas.

Concluo com uma questão, caro Cabeça de Martelo, percebe o investimento nos submarinos acompanhado desta redução de 40% no seu orçamento?
Eu reconheço que não percebo. Mas estou disposto a mudar de opinião se me explicar.

Com os meus melhores cumprimentos,
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Cabeça de Martelo em Agosto 14, 2010, 05:45:35 pm
Mas está aí a resposta, quando o governo quer reduzir o deficit a primeira área a cortar é SEMPRE na Defesa. É correcto? Claro que não, o corte deve ser dividido pelas aldeias, em vez disso que sofre são sempre os mesmos. Se houvesse vontade política para termos aviões para a EMA já os tínhamos à anos, mas o que eles querem é carros de luxo para andarem a passear de um lado para outro, aumento nas ajudas de custo, etc.

A Armada tal como as Forças Armadas Portuguesas no geral, vão ter um orçamento bastante inferior ao que deviam nos próximos anos, depois disso teremos os orçamentos normais, ou seja, "apenas" um orçamento insuficiente. Se as Forças Armadas esperassem para terem um orçamento de jeito para efectuarem aquisições, nunca adquiriam nada.

Sabe como é que é feita a LPM? As Forças Armadas pedem X, o governo diz que só pode dar -10X, quando a LPM vai a aprovar na AR, eles tiram umas coisas metem outras (por norma só tiram), por isso ficamos com -15X, depois há a questão se o que foi aprovado é levado a avante ou não. Na prática o ramo das Forças Armadas que têm conseguido cumprir melhor a LPM é a FAP, depois vêm os outros desgraçados que só conseguem que o governo adquira para aí metade do foi aprovado na AR. Ou seja, do X as Forças Armadas com sorte receberam -50X.

Porque é que achas que os nossos militares ainda andam de G-3 e HK-21, porque é que achas que qualquer projecto arrasta-se no tempo? Os próprios submarinos já deviam ter vindo à anos, mas foram sempre passados para trás porque o governo não queria. Porque é que acha que as FND andam sempre com viaturas emprestadas? Porque é que achas que sempre que há mais uma missão no estrangeiro nunca há material para esse novo TO? Porque quando a GNR foi para o Iraque os comandantes da dita força pediram viaturas blindadas, coletes balísticos, novas espingardas-automáticas, etc. Sabe uma coisa, eles conseguiram TUDO. Se fosse o Exército não tinha sido permitido a aquisição nem de metade dos equipamentos, isso é uma certeza que é indesmentível

Só mais uma coisa, sabe que os pilotos de helicópteros do Exército estão neste momento na EMA? Sabe que eles estão a receber muitíssimo mais do que se estivessem a voar pelo Exército? Então há dinheiro para pagar estes salários na EMA mas não há para pagar aos mesmos pilotos nas Forças Armadas? Estranho não? E o pior é que temos a FAP com menos PILAV do que devia por causa do sangramento que há para a TAP. Se calhar se pagassem um pouco mais eles não saíssem, talvez...
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Get_It em Agosto 15, 2010, 04:20:08 am
Citação de: "The_Rebel"
E por isso pergunto, porque gastamos dinheiro nos submarinos em vez de comprar meios aéreos de combate aos incêndios...
Ah! Após tanto anos posso finalmente "dizer" isto aqui no fórum: ó amigo (sem ofensa), isso é o mesmo que comparar laranjas com maças. :mrgreen: Talvez até fosse o mesmo que se me desse na cabeça de perguntar porquê é que gastamos dinheiro em carros da polícia em vez de ambulâncias.

Mas lendo assim a pergunta até é fácil responder, visto que até o Cabeça de Martelo já respondeu. Ora então, porquê gastamos dinheiro nos submarinos U-209PN em vez de comprar meios aéreos de combate aos incêndios:
1. Os submarinos já estão para ser adquiridos há muitos anos, sendo sucessivamente cancelada a compra.
2. A marinha conseguiu fazer pressão suficiente para andar com a compra para a frente.
3. Finalmente apareceu um político que ganhava pessoalmente algo em aprovar a compra e andar com o processo para a frente.
4. O Barracuda não podia navegar para o resto da vida, ou corria-se o perigo de acontecer algum acidente (má popularidade para o governo) ou perdia-se anos e anos de know-how. (Ler tudo que foi escrito até hoje sobre a necessidade dos submarinos e a sua importância.)
5. Os políticos ganham mais em alugar meios a empresas de amigos para o combate a incêndios do que estar a comprar meios aéreos. (*)
6. Já foram comprados meios aéreos. Lembram-se daqueles helicópteros com a alcunha de supositório?
7. Gastar dinheiro, mesmo que seja para comprar meios aéreos para o combate a incêndios, cria má imagem para os políticos.
8. Os políticos não ganham pessoalmente nada em estar a comprar meios aéreos. Se for para fazer compra directa levam logo em cima, se for para comprar recorrendo a um concurso correm o risco de ir parar a tribunal porque uma das empresas não gostou do tipo de letra da proposta da outra empresa, ou também correm o risco de os fundos para a compra desaparecerem antes de ser escolhida a aeronave vencedora do concurso.
9. Levanta-se a questão de quem vai operar a aeronave, para ser a EMA é necessário gastar ainda mais dinheiro contratando pilotos, a FAP não tem pilotos e o céu caía logo se eles aumentassem os salários dos pilotos para competir com a TAP.

* Senão fosse a falta de pilotos na FAP, muito bem se podia dizer que ficava mais barato dotar a FAP com aviões Canadair como a Espanha e Grécia. Aviões os quais também poderiam executar missões SAR fora da época dos incêndios.

Mas bem, pessoalmente acho que em vez de fazer essa pergunta devia fazer estas duas:
1. Porquê gastamos dinheiro em submarinos? (Mais uma vez, ler tudo que foi escrito até hoje sobre a necessidade dos submarinos e a sua importância para o país.)
2. Porquê não gastamos dinheiro em meios aéreos de combate a incêndios? (Ler acima a partir a partir do ponto 5.)

Cumprimentos,
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: The_Rebel em Agosto 15, 2010, 10:45:59 am
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Mas está aí a resposta, quando o governo quer reduzir o deficit a primeira área a cortar é SEMPRE na Defesa. É correcto? Claro que não, o corte deve ser dividido pelas aldeias, em vez disso que sofre são sempre os mesmos. Se houvesse vontade política para termos aviões para a EMA já os tínhamos à anos, mas o que eles querem é carros de luxo para andarem a passear de um lado para outro, aumento nas ajudas de custo, etc.

A Armada tal como as Forças Armadas Portuguesas no geral, vão ter um orçamento bastante inferior ao que deviam nos próximos anos, depois disso teremos os orçamentos normais, ou seja, "apenas" um orçamento insuficiente. Se as Forças Armadas esperassem para terem um orçamento de jeito para efectuarem aquisições, nunca adquiriam nada.

Sabe como é que é feita a LPM? As Forças Armadas pedem X, o governo diz que só pode dar -10X, quando a LPM vai a aprovar na AR, eles tiram umas coisas metem outras (por norma só tiram), por isso ficamos com -15X, depois há a questão se o que foi aprovado é levado a avante ou não. Na prática o ramo das Forças Armadas que têm conseguido cumprir melhor a LPM é a FAP, depois vêm os outros desgraçados que só conseguem que o governo adquira para aí metade do foi aprovado na AR. Ou seja, do X as Forças Armadas com sorte receberam -50X.

Porque é que achas que os nossos militares ainda andam de G-3 e HK-21, porque é que achas que qualquer projecto arrasta-se no tempo? Os próprios submarinos já deviam ter vindo à anos, mas foram sempre passados para trás porque o governo não queria. Porque é que acha que as FND andam sempre com viaturas emprestadas? Porque é que achas que sempre que há mais uma missão no estrangeiro nunca há material para esse novo TO? Porque quando a GNR foi para o Iraque os comandantes da dita força pediram viaturas blindadas, coletes balísticos, novas espingardas-automáticas, etc. Sabe uma coisa, eles conseguiram TUDO. Se fosse o Exército não tinha sido permitido a aquisição nem de metade dos equipamentos, isso é uma certeza que é indesmentível

Só mais uma coisa, sabe que os pilotos de helicópteros do Exército estão neste momento na EMA? Sabe que eles estão a receber muitíssimo mais do que se estivessem a voar pelo Exército? Então há dinheiro para pagar estes salários na EMA mas não há para pagar aos mesmos pilotos nas Forças Armadas? Estranho não? E o pior é que temos a FAP com menos PILAV do que devia por causa do sangramento que há para a TAP. Se calhar se pagassem um pouco mais eles não saíssem, talvez...
Citação de: "Get_It"
Citação de: "The_Rebel"
E por isso pergunto, porque gastamos dinheiro nos submarinos em vez de comprar meios aéreos de combate aos incêndios...
Ah! Após tanto anos posso finalmente "dizer" isto aqui no fórum: ó amigo (sem ofensa), isso é o mesmo que comparar laranjas com maças. :mrgreen: Talvez até fosse o mesmo que se me desse na cabeça de perguntar porquê é que gastamos dinheiro em carros da polícia em vez de ambulâncias.

Mas lendo assim a pergunta até é fácil responder, visto que até o Cabeça de Martelo já respondeu. Ora então, porquê gastamos dinheiro nos submarinos U-209PN em vez de comprar meios aéreos de combate aos incêndios:
1. Os submarinos já estão para ser adquiridos há muitos anos, sendo sucessivamente cancelada a compra.
2. A marinha conseguiu fazer pressão suficiente para andar com a compra para a frente.
3. Finalmente apareceu um político que ganhava pessoalmente algo em aprovar a compra e andar com o processo para a frente.
4. O Barracuda não podia navegar para o resto da vida, ou corria-se o perigo de acontecer algum acidente (má popularidade para o governo) ou perdia-se anos e anos de know-how. (Ler tudo que foi escrito até hoje sobre a necessidade dos submarinos e a sua importância.)
5. Os políticos ganham mais em alugar meios a empresas de amigos para o combate a incêndios do que estar a comprar meios aéreos. (*)
6. Já foram comprados meios aéreos. Lembram-se daqueles helicópteros com a alcunha de supositório?
7. Gastar dinheiro, mesmo que seja para comprar meios aéreos para o combate a incêndios, cria má imagem para os políticos.
8. Os políticos não ganham pessoalmente nada em estar a comprar meios aéreos. Se for para fazer compra directa levam logo em cima, se for para comprar recorrendo a um concurso correm o risco de ir parar a tribunal porque uma das empresas não gostou do tipo de letra da proposta da outra empresa, ou também correm o risco de os fundos para a compra desaparecerem antes de ser escolhida a aeronave vencedora do concurso.
9. Levanta-se a questão de quem vai operar a aeronave, para ser a EMA é necessário gastar ainda mais dinheiro contratando pilotos, a FAP não tem pilotos e o céu caía logo se eles aumentassem os salários dos pilotos para competir com a TAP.

* Senão fosse a falta de pilotos na FAP, muito bem se podia dizer que ficava mais barato dotar a FAP com aviões Canadair como a Espanha e Grécia. Aviões os quais também poderiam executar missões SAR fora da época dos incêndios.

Mas bem, pessoalmente acho que em vez de fazer essa pergunta devia fazer estas duas:
1. Porquê gastamos dinheiro em submarinos? (Mais uma vez, ler tudo que foi escrito até hoje sobre a necessidade dos submarinos e a sua importância para o país.)
2. Porquê não gastamos dinheiro em meios aéreos de combate a incêndios? (Ler acima a partir a partir do ponto 5.)

Cumprimentos,

Caros foristas,

Então no final do dia a minha pergunta levantou exactamente a questão mais pertinente e trouxe essa mesma resposta... Em Portugal não existe um planeamento sério e ambicioso (com o estabelecer de objectivos numa perspectiva a longo prazo) sendo que as aquisições e outras despesas, boas ou más, regem-se pelos considerandos políticos imediatos e pela capacidade dos "grupo de pressão" fazer sentir os dividendos, muitas vezes essencialmente políticos, de tal linha.

Reitero, falta de planeamento com execução inquinada por ser normalmente associada a interesses dominados indirectamente por métodos pouco transparentes. (o que não significa que o que se adquire não seja efectivamente necessário ou vantajoso, ou quem fomente estas aquisições não acredite genuinamente no seu interesse, simplesmente não há critério pelas cúpulas médias-altas que não o ganho dos "boys" e das sondagens... salvo honrosas excepções!)

Termino um pouco como comecei. A compra dos submarinos e o não reforço de meios de combate a incêndios não se prende com uma estratégia (cujos méritos poderíamos discutir) mas com um conjunto de interesses dispersos (e diversos) e que retiram à nossa nação o seu real potencial.

Deixo agora a pergunta, quando é que a sociedade civil se vai mobilizar para começar a inverter este estado de coisas? Que medidas deveria efectuar para tal?

Que alterações de fundo na estrutura dirigente do nosso país deveriam existir?

Por fim, que país queremos e que ambições enquanto nação temos?


A mim parece-me que todas as outras discussões que assisto, quer neste fórum quer em conversas pessoais com conhecidos, mas em especial na comunicação social, são estéreis sem percebermos a resposta a esta última questão. Sendo que muita pouca gente a debate de forma séria (normalmente qualquer destas discussões não passa de afirmações genéricas e vagas, fundamentadas quase exclusivamente em conceitos gerais; passo a exemplificar pegando mais uma vez na saúde, diz-se que se quer ter uma saúde que responda às necessidades da população [em todos os seus estratos de doença] tendencialmente gratuita e depois acrescenta-se que se quer que ela seja economicamente sustentável; tudo muito bonito mas isto é uma declaração de intenção, nem é uma ambição para pôr em prática... é mesmo uma declaração para agradar a toda a gente. Se a saúde é uma prioridade, então que nível de saúde se quer, depois ver que meios são necessários e que financiamento. Cabeça, tronco e membros...)

(Apenas um exemplo, países com ambições semelhantes às nossas, aquelas afirmadas pelos diversos políticos na área da saúde, na Europa do norte conseguiram reduzir substancialmente os seus custos, de forma progressiva ao longo de anos, com medidas integradas e pensadas não no próprio dia; por exemplo, tornando os rastreios para doenças cuja abordagem precoce efectivamente poupa dor aos doentes e evita gastos enormes depois de instaladas; nós preferimos ir criando estruturas para enquadrar cada vez mais doentes com patologias crónicas e pesadas, sem que lhe dêmos depois os recursos que elas precisam para cumprir efectivamente a sua missão...)  [hipoteticamente gastam 3 ou 4 euros por ano com cada cidadão e poupam centenas e por vezes milhares de euros em cuidados crónicos por cada doente com doença avançada]

Voltando ao tema, penso que era altura da sociedade civil começar a organizar-se e a exigir que Portugal tenha um rumo que ultrapasse o défice deste ano ou o GALE que poderá vir amanhã.

Este parece-me que esse é o verdadeiro problema do país e aí, mesmo um burro teimoso como eu, percebia porque temos submarinos e não meios de combate a incêndios, ou outros quaisquer. Assim continuo a não perceber... Porque os submarinos foram caros e "no dia" em que chegam reduzimos a operacionalidade da nossa marinha para "metade"... (então é porque o vector naval não é realmente importante e em vez de submarinos comprámos sucata cara que por vezes flutua e por vezes afunda...)

Denoto, para retirar qualquer dúvida, que a comparação com os meios adquiridos para a marinha foi  oportunista e não fundamentada em considerar um mau investimento.

Com os meus melhores cumprimentos aproveito para agradecer aos mentores deste fórum por um espaço de partilhas de ideias e ideais,
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: PereiraMarques em Agosto 15, 2010, 02:59:53 pm
Citação de: "The_Rebel"
Porque os submarinos foram caros e "no dia" em que chegam reduzimos a operacionalidade da nossa marinha para "metade"... (então é porque o vector naval não é realmente importante e em vez de submarinos comprámos sucata cara que por vezes flutua e por vezes afunda...)

Questão de contratos assinados e custos inerentes à sua rescisão. Questão do custo de oportunidade, rescisão do actual contrato dos submarinos, significava a perda de um período de tempo que poderia chegar muito bem a 7/8 anos (entre lançamento do novo concurso, assinatura do novo contrato e construção e entrega dos novos submarinos). Se não fosse entregue o NRP Tridente teriamos perdido a nossa capacidade submarina e a capacidade de renovar os quadros. Durante esse hipotético período de 7/8 anos os actuais submarinistas, obviamente que não ficariam parados à espera, teriam de ser "(re)adaptados" aos navios de superfície (ou ir para a Reserva/Reforma) ao mesmo tempo que não haveria formação de novos elementos.

Mas o mais relevante, no período do pós-25 de Abril, a Defesa Nacional sempre foi o "parente pobre" do Estado Português, portanto qualquer "aforro" financeiro resultante da não aquisição dos submarinos, não revertiria para a Marinha e para a melhoria da sua operacionalidade, nem para as Forças Armadas como um tudo*, nem, face ao actual contexto económico-orçamentário, para os tais "meios aéreos da Protecção Civil", mas sim para a redução pura e simples do déficit.

Não sei propriamente o que defende como modelo para as Forças Armadas, mas se for algo do tipo Irlandês ("Forças Desarmadas"), sem qualquer capacidade militar e orientadas para missões de paz...então reitero que mais vale a pena não existirem.

http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Army (http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Army)
http://en.wikipedia.org/wiki/Modern_veh ... Irish_Army (http://en.wikipedia.org/wiki/Modern_vehicles_of_the_Irish_Army)
http://en.wikipedia.org/wiki/Modern_wea ... Irish_Army (http://en.wikipedia.org/wiki/Modern_weapons_of_the_Irish_Army)

http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Air_Corps (http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Air_Corps)

http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Naval_Service (http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Naval_Service)

* Ver/reler o post do Cabeça de Martelo e a "fraude" que representam as Lei de Programação Militar.
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: The_Rebel em Agosto 15, 2010, 03:38:58 pm
Citação de: "PereiraMarques"
Citação de: "The_Rebel"
Porque os submarinos foram caros e "no dia" em que chegam reduzimos a operacionalidade da nossa marinha para "metade"... (então é porque o vector naval não é realmente importante e em vez de submarinos comprámos sucata cara que por vezes flutua e por vezes afunda...)

Questão de contratos assinados e custos inerentes à sua rescisão. Questão do custo de oportunidade, rescisão do actual contrato dos submarinos, significava a perda de um período de tempo que poderia chegar muito bem a 7/8 anos (entre lançamento do novo concurso, assinatura do novo contrato e construção e entrega dos novos submarinos). Se não fosse entregue o NRP Tridente teriamos perdido a nossa capacidade submarina e a capacidade de renovar os quadros. Durante esse hipotético período de 7/8 anos os actuais submarinistas, obviamente que não ficariam parados à espera, teriam de ser "(re)adaptados" aos navios de superfície (ou ir para a Reserva/Reforma) ao mesmo tempo que não haveria formação de novos elementos.

Mas o mais relevante, no período do pós-25 de Abril, a Defesa Nacional sempre foi o "parente pobre" do Estado Português, portanto qualquer "aforro" financeiro resultante da não aquisição dos submarinos, não revertiria para a Marinha e para a melhoria da sua operacionalidade, nem para as Forças Armadas como um tudo*, nem, face ao actual contexto económico-orçamentário, para os tais "meios aéreos da Protecção Civil", mas sim para a redução pura e simples do déficit.

Não sei propriamente o que defende como modelo para as Forças Armadas, mas se for algo do tipo Irlandês ("Forças Desarmadas"), sem qualquer capacidade militar e orientadas para missões de paz...então reitero que mais vale a pena não existirem.

http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Army (http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Army)
http://en.wikipedia.org/wiki/Modern_veh ... Irish_Army (http://en.wikipedia.org/wiki/Modern_vehicles_of_the_Irish_Army)
http://en.wikipedia.org/wiki/Modern_wea ... Irish_Army (http://en.wikipedia.org/wiki/Modern_weapons_of_the_Irish_Army)

http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Air_Corps (http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Air_Corps)

http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Naval_Service (http://en.wikipedia.org/wiki/Irish_Naval_Service)

* Ver/reler o post do Cabeça de Martelo e a "fraude" que representam as Lei de Programação Militar.

Caro PereiraMarques,

A minha referência à marinha foi oportunista. O que eu pretendo é o oposto. Se efectivamente é importante o eixo naval e investimos nele, não lhe vamos tirar operacionalidade. Isto é, as coisas devem ser pensadas a nível nacional e depois os investimentos têm de ir nesse sentido.
A maior incoerência não é terem deixado vir os submarinos,nem faria sentido cancelar uma aquisição no estadio que estava, para mim o que não faz sentido é depois de adquirirem retirarem mais 5% ao orçamento que no ano anterior (que tinham cativado salvo erro 35% - mas nisto já não tenho a certeza... Sempre segui com mais interesse o exército por ter sido oficial desse ramo).

Sobre as forças armadas, não serei a pessoa mais indicada para escolher um modelo sobre outro, mas a ter de aventar uma sugestão sugeria um forte componente aéro-naval, que da perspectiva geopolítica é a que mais mais-valias nos pode trazer. Penso que desinvestimento nas forças armadas a longo prazo fica mais oneroso que qualquer investimento feito agora.

Quando era militar e se discutiu a aquisição dos submarinos na AM falava-se muito que isso iria "roubar" fundos da LPM ao exército. Pela minha parte penso que é dos investimentos mais ambiciosos e com mais potencial desde que me lembro.
Já entendo pior o investimento nos leopard (que me parecem CC óptimos) mas que não têm os meios para realmente os apoiar e potenciar, nem perspectivas sérias de os ter a médio prazo. Mais uma vez, dizendo de certeza "baboseiras", penso que esse dinheiro era melhor direccionado a equipar (dentro do exército) as nossas forças operacionais mais ligeiras, dotá-las de maior mobilidade e autonomia, junto com maior treino operacional. Ou então reforçar as aquisições da marinha e força aérea.

No exército das coisas que mais impressão que sempre me fez é a distribuição de verbas, apesar de o entender da perspectiva pragmática. Dinheiro para exercícios a sério e treino só existe para forças que estão em aprontamento, quer para missões no estrangeiro quer para reserva táctica da NATO.

No fundo, o que penso que falta é a falta de planeamento e visão. Se se compra submarinos, armas muito caras e avançadas (em relação ao que tínhamos na marinha) não se reduz as capacidades operacionais da mesma, pelo oposto. É nisso que eu me recuso a entender, decidir investir mas depois porque até é preciso poupar um trocos que estamos com hemorragia de capitais financeiros vamos cortar aonde é socialmente melhor aceite.

Com isto pretendo que se invista a pensar no futuro, e pensando no futuro as coisas devem ser feitas para potenciar o que investimos. Se não o fazemos, e se temos dúvidas que é um bom investimento, então não o façamos. Alguém viu a forma como os submarinos (a nossa arma mais avançada) foi recebida? Não foi debaixo do tapete porque veio debaixo de água... Não há convicção nas apostas que são feitas, é tudo feito ha-hoc e por pressões...

É isso que eu não entendo, não quero entender e me recuso a perceber. Tenhamos orgulho no que somos e inteligentes a usar o nossos recursos. Se é para apostar numa área, depois de ver que é isso que queremos para o futuro, apostemos de peito aberto e com convicção. Exigindo a excelência e dando meios para ela.

Terminando, não entendo porque temos submarinos e não temos melhores meios de combate a incêndios... Porque se os submarinos fossem importantes eles não os recebiam assim...

Com os meus melhores cumprimentos,
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Leonidas em Agosto 15, 2010, 07:01:25 pm
Caro The Rebel,

Eu só lhe consigo responder porque estou meio adoentado e decidi não sair de casa nesta bela tarde de verão.
Muito sinceramente… começo já estar farto daquilo que sai da sua mente, apesar de todos os esforços que foram feitos para fazê-lo demover que estava mesmo errado, resultaram em nada!
O sr. ora dá uma num cravo e outra na ferradura!

O sr., relendo um pouco todo o tópico desde que iniciou a sua intervenção, deduzo que não sabe sequer de como e do que se deve queixar. Não se engane a si próprio. O sr. sofre daquilo a que se apelida: demagogia crónica com origem numa característica que não direi.
Rei é aquele que em terras de cegos consegue ver. Consegue entender ao menos o significado desta expressão?
Não sei em que mundo o sr. vive, mas as suas criticas, tal como todas dos membros deste fórum, vão parar a saco roto. Mas são só as criticas, infelizmente.

(Acredite que há elementos ligados ao governo que vigiam este espaço diariamente e que, em consequência de algumas já aqui levantadas, modificaram-na para bem pior! São esses mesmo (vassalos, ou não) que (também) são responsáveis pelo estado miserável a que chegamos.)

Aqui, informação é coisa que não falta, portanto não se sabe mais o que se lhe possa dizer para que compreenda uma coisa muito simples: os aviões de combate a incêndios e submarinos são instrumentos diferentes e especializados que não têm mais nenhuma função senão para aquilo que foram concebidos. Tal como o bisturi e uma tesoura; uma máquina de raios-x e uma máquina TAC e uma máquina de café; uma fritadeira e uma máquina de lavar loiça, etc, etc, etc.
Diga-me se um cirurgião poderia operar eficazmente hoje, com os mesmos instrumentos de há 50 anos? E se os mesmos métodos de há 50 anos podem ser considerados para o mesmo fim, quando ainda se poderia morrer mais da cura do que da doença?

O que é que há assim de tão complicado para que um ramo de umas FA tenha que ter um instrumento de trabalho actualizado tecnologicamente, para somente assim poder exercer as suas funções com eficácia?
Já não lhe mostraram por números, que a sua teoria estava errada? Já não lhe responderam que não se podem compara maçãs com laranjas? Já não lhe disseram que seria demagogia/má fé/ o que lhe queiram chamar… quando não se pode fazer uma escolha entra carros da polícia e ambulâncias? Mas afinal qual é o seu problema? Anda distraído, não?!

Deixe-me recordar um debate que tive há uns anos atrás… Era a época da febre da treta do europeu de futebol. A discussão centrava-s se o poder político deveria investir num novo hospital pediátrico em Coimbra (ou onde quer que fosse) ou se deveria dar prioridade aos estádios de futebol já que, de acordo que o que se ouvia na altura, o estado ia financiar uma dezena de estádios de futebol. Começou-se pelos estádios de futebol por gerarem receitas. Nunca via nenhuma receita de estádios a financiarem hospitais de criancinhas.

Deixe-me recordar um voo de um helicóptero de determinada estação de televisão, que detectou muito recentemente umas boas dezenas de ambulâncias armazenadas, quando o país necessita delas é a funcionarem!  
“Tenho pena” de si, sabe porquê? Porque actualmente quem está no governo – e infelizmente os que se seguirão - está-se nas tintas para si, bem como para todos aqueles que trabalham e fazem um esforço para viver honestamente.

Portanto, meu caro Rebelde, pelo que o senhor apregoa, lamento informá-lo que pelo que se tem visto até a actualidade, o sr. tem andado constamtemente com as atenções desviadas. Entre submarinos e aviões especializados em combate a incêndios, os primeiros têm a sua existência física em Portugal por não dependerem de quem nos governa actualmente.
Os segundos não têm a sua existência física em Portugal, porque depende/ram de quem governa/governou.
O sr., tal como muitos outros, infelizmente, não entendem que necessitamos as duas coisas e não só uma das duas.
Faz sentido haver uma opção entre haver um laboratório de química e um ginásio para aulas de educação física?

O seu argumento continua a estar carregado de veneno, porque é exactamente por causa dele que em vez de se avançar, retrocede-se.

Se o sr. acusa porque se fez assim, também dever ter a honestidade de acusar quem o fez por não ter feito mais e não por se ter optado por uma coisa em detrimento de outra, porque não foi nada disso que se passou. Essa relação só passou a existir no momento em que alguns "artistas" bradaram em frente ás câmaras de televisão porque razão se compraram os submarinos em vez dehaver mais meios para encndios. Vejo a imagem assim:  como se num enternamento houvesse um doente a gritar por vinho bem alto por aliviar a sua sede, porque a água está choca. Ora se havia dinheiro para submarinos porque não havia dinheiro para aviões de combate a incêndios? Os submarinos vieram como deveria chegar mais material actualizado toecnologicamente como fragatas novas. Só vieram os submarinos(novos) por razões obvias já largamente discutidas aqui. Já imaginou a ministra dizer assim para os hóspitais: escolham entre máquinas de hemodiálise e encubadoras. Ou uma ou outra, não há dinheiro para mais.

Engraçado. Os submarinos têm tanto de proteção civil, como a fragata que foi enviada do continente para socorrer a catástrofe que ocorreu na Madeira há uns meses atrás. Existe um tipo de navio com características militares que tem também uma capacidade incrível de prestar assistência em momentos críticos como as catástrofes naturais. Essa sim, era uma das criticas inteligentes que o sr. deveria fazer, mas poderá eventualmente desconhecer aquilo que acabo de escrever.  

Aconselho-o a procurar um tópico sobre meios aéreos de combate a incêndios na secção de meios aéreos. Já não me lembro do nome do tópico. Irá encontrar uma discussão muito interessante, honesta e sem demagogia.
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: The_Rebel em Agosto 15, 2010, 07:16:15 pm
Citação de: "Leonidas"
Caro The Rebel,

Eu só lhe consigo responder porque estou meio adoentado e decidi não sair de casa nesta bela tarde de verão.
Muito sinceramente… começo já estar farto daquilo que sai da sua mente, apesar de todos os esforços que foram feitos para fazê-lo demover que estava mesmo errado, resultaram em nada!
O sr. ora dá uma num cravo e outra na ferradura!

O sr., relendo um pouco todo o tópico desde que iniciou a sua intervenção, deduzo que não sabe sequer de como e do que se deve queixar. Não se engane a si próprio. O sr. sofre daquilo a que se apelida: demagogia crónica com origem numa característica que não direi.
Rei é aquele que em terras de cegos consegue ver. Consegue entender ao menos o significado desta expressão?
Não sei em que mundo o sr. vive, mas as suas criticas, tal como todas dos membros deste fórum, vão parar a saco roto. Mas são só as criticas, infelizmente.

(Acredite que há elementos ligados ao governo que vigiam este espaço diariamente e que, em consequência de algumas já aqui levantadas, modificaram-na para bem pior! São esses mesmo (vassalos, ou não) que (também) são responsáveis pelo estado miserável a que chegamos.)

Aqui, informação é coisa que não falta, portanto não se sabe mais o que se lhe possa dizer para que compreenda uma coisa muito simples: os aviões de combate a incêndios e submarinos são instrumentos diferentes e especializados que não têm mais nenhuma função senão para aquilo que foram concebidos. Tal como o bisturi e uma tesoura; uma máquina de raios-x e uma máquina TAC e uma máquina de café; uma fritadeira e uma máquina de lavar loiça, etc, etc, etc.
Diga-me se um cirurgião poderia operar eficazmente hoje, com os mesmos instrumentos de há 50 anos? E se os mesmos métodos de há 50 anos podem ser considerados para o mesmo fim, quando ainda se poderia morrer mais da cura do que da doença?

O que é que há assim de tão complicado para que um ramo de umas FA tenha que ter um instrumento de trabalho actualizado tecnologicamente, para somente assim poder exercer as suas funções com eficácia?
Já não lhe mostraram por números, que a sua teoria estava errada? Já não lhe responderam que não se podem compara maçãs com laranjas? Já não lhe disseram que seria demagogia/má fé/ o que lhe queiram chamar… quando não se pode fazer uma escolha entra carros da polícia e ambulâncias? Mas afinal qual é o seu problema? Anda distraído, não?!

Deixe-me recordar um debate que tive há uns anos atrás… Era a época da febre da treta do europeu de futebol. A discussão centrava-s se o poder político deveria investir num novo hospital pediátrico em Coimbra (ou onde quer que fosse) ou se deveria dar prioridade aos estádios de futebol já que, de acordo que o que se ouvia na altura, o estado ia financiar uma dezena de estádios de futebol. Começou-se pelos estádios de futebol por gerarem receitas. Nunca via nenhuma receita de estádios a financiarem hospitais de criancinhas.

Deixe-me recordar um voo de um helicóptero de determinada estação de televisão, que detectou muito recentemente umas boas dezenas de ambulâncias armazenadas, quando o país necessita delas é a funcionarem!  
“Tenho pena” de si, sabe porquê? Porque actualmente quem está no governo – e infelizmente os que se seguirão - está-se nas tintas para si, bem como para todos aqueles que trabalham e fazem um esforço para viver honestamente.

Portanto, meu caro Rebelde, pelo que o senhor apregoa, lamento informá-lo que pelo que se tem visto até a actualidade, o sr. tem andado constamtemente com as atenções desviadas. Entre submarinos e aviões especializados em combate a incêndios, os primeiros têm a sua existência física em Portugal por não dependerem de quem nos governa actualmente.
Os segundos não têm a sua existência física em Portugal, porque depende/ram de quem governa/governou.
O sr., tal como muitos outros, infelizmente, não entendem que necessitamos as duas coisas e não só uma das duas.
Faz sentido haver uma opção entre haver um laboratório de química e um ginásio para aulas de educação física?

O seu argumento continua a estar carregado de veneno, porque é exactamente por causa dele que em vez de se avançar, retrocede-se.

Se o sr. acusa porque se fez assim, também dever ter a honestidade de acusar quem o fez por não ter feito mais e não por se ter optado por uma coisa em detrimento de outra, porque não foi nada disso que se passou. Essa relação só passou a existir no momento em que alguns "artistas" bradaram em frente ás câmaras de televisão porque razão se compraram os submarinos em vez dehaver mais meios para encndios. Vejo a imagem assim:  como se num enternamento houvesse um doente a gritar por vinho bem alto por aliviar a sua sede, porque a água está choca. Ora se havia dinheiro para submarinos porque não havia dinheiro para aviões de combate a incêndios? Os submarinos vieram como deveria chegar mais material actualizado toecnologicamente como fragatas novas. Só vieram os submarinos(novos) por razões obvias já largamente discutidas aqui. Já imaginou a ministra dizer assim para os hóspitais: escolham entre máquinas de hemodiálise e encubadoras. Ou uma ou outra, não há dinheiro para mais.

Engraçado. Os submarinos têm tanto de proteção civil, como a fragata que foi enviada do continente para socorrer a catástrofe que ocorreu na Madeira há uns meses atrás. Existe um tipo de navio com características militares que tem também uma capacidade incrível de prestar assistência em momentos críticos como as catástrofes naturais. Essa sim, era uma das criticas inteligentes que o sr. deveria fazer, mas poderá eventualmente desconhecer aquilo que acabo de escrever.  

Aconselho-o a procurar um tópico sobre meios aéreos de combate a incêndios na secção de meios aéreos. Já não me lembro do nome do tópico. Irá encontrar uma discussão muito interessante, honesta e sem demagogia.

Caro Leonidas,

Tudo certo, percebo o seu ponte de vista. Concordo que fui errante na minha expressão. Também não pretendi ser demagógico mas entendo que o considere assim. No fundo pretendia efectivamente chegar à questão de falta de planeamento (por vezes mais que vontade) e excesso de interesses que me parece existir em Portugal, e talvez tentar perceber o que se pensa que se poderia fazer para alterar isso (se efectivamente alguém concordasse).

Relativamente a: "Engraçado. Os submarinos têm tanto de proteção civil, como a fragata que foi enviada do continente para socorrer a catástrofe que ocorreu na Madeira há uns meses atrás. Existe um tipo de navio com características militares que tem também uma capacidade incrível de prestar assistência em momentos críticos como as catástrofes naturais. Essa sim, era uma das criticas inteligentes que o sr. deveria fazer, mas poderá eventualmente desconhecer aquilo que acabo de escrever." Desconhecia a questão ainda que não fosse adiantar muito ao que pretendia transmitir e claramente não consegui.

Aproveito para lhe acrescentar que consta que efectivamente isso "Já imaginou a ministra dizer assim para os hóspitais: escolham entre máquinas de hemodiálise e encubadoras. Ou uma ou outra, não há dinheiro para mais." acontece. A última referência sobre uma situação destas prendeu-se com a tentativa de expandir, a partir de Coimbra, o rastreio do cólo do útero a todo o país (no fundo acabar com o rastreio oportunistico e passar a ser organizado, com vantagens e desvantagens, não avançou consta exactamente pelas escolhas que foram dadas).

Enfim, agradeço a sua paciência e atenção em me responder. As melhoras.


Com os meus melhores cumprimentos,
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Get_It em Agosto 15, 2010, 10:34:12 pm
Citação de: "The_Rebel"
Porque se os submarinos fossem importantes eles não os recebiam assim...
Não estamos na Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Holanda ou outro país dos quais o senhor estava a referir-se. O que quero dizer com isto? Simplesmente que nesses países ainda há muita gente no poder que se preocupa com os interesses nacionais. Já em Portugal não. Portugal, em geral, em maioria, em mais que a maioria, não se preocupa com Portugal. Não é apenas problema da nossa classe política, é algo que é tradicionalmente português. Senão o fosse já não teria de fazer perguntas como esta:
Citação de: "The_Rebel"
Deixo agora a pergunta, quando é que a sociedade civil se vai mobilizar para começar a inverter este estado de coisas? Que medidas deveria efectuar para tal?

Voltando à citação inicial. O que pode ser importante para si pode já não ser importante para mim. O que pode ser importante para os interesses de Portugal pode já não ser importante para os interesses dos políticos.
Ninguém no governo neste momento quer ser associado com os submarinos, estão amaldiçoados por serem demasiado complexos e secretos para o Zé Povinho perder o intervalo de um jogo de futebol para pesquisar sobre eles e o que realmente representam ou para um jornalista se informar devidamente antes de submeter um artigo para publicação. Estão também amaldiçoados por vários parasitas se terem agarrado ao processo de compra e agora serem vistos como o sinónimo para fraude e corrupção. Daí o motivo pelo qual foram recebidos daquela forma.

Terminando, acho que não sei responder às suas perguntas. Apenas sei responder à questão pelo qual gastamos dinheiro em submarinos. Porque razão temos tanta gente nos locais mais importantes da nossa sociedade (não estou a falar dos Ídolos ou do Big Brother) corrupta ou interesseira? Isso já é o espelho da nossa sociedade.

Cumprimentos,
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: HSMW em Agosto 15, 2010, 11:30:07 pm
Citação de: "Get_It"
O que pode ser importante para os interesses de Portugal pode já não ser importante para os interesses dos políticos.
Ninguém no governo neste momento quer ser associado com os submarinos, estão amaldiçoados por serem demasiado complexos e secretos para o Zé Povinho perder o intervalo de um jogo de futebol para pesquisar sobre eles e o que realmente representam ou para um jornalista se informar devidamente antes de submeter um artigo para publicação. Estão também amaldiçoados por vários parasitas se terem agarrado ao processo de compra e agora serem vistos como o sinónimo para fraude e corrupção. Daí o motivo pelo qual foram recebidos daquela forma.

Terminando, acho que não sei responder às suas perguntas. Apenas sei responder à questão pelo qual gastamos dinheiro em submarinos. Porque razão temos tanta gente nos locais mais importantes da nossa sociedade (não estou a falar dos Ídolos ou do Big Brother) corrupta ou interesseira? Isso já é o espelho da nossa sociedade.

Cumprimentos,

Nem mais!  :Palmas:
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Cabecinhas em Agosto 16, 2010, 12:06:03 am
Conversa interessante... mas não nos estamos a desviar do tópico?
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Centurião em Agosto 16, 2010, 12:19:05 am
Os Leopard são os nossos punhos de ferro em terra. Numa hipotética guerra civil aqui ao lado, os Leopard, mesmo em posições defensivas, são uma mais valia contra qualquer eventualidade. Só é pena o número reduzido.

A Defesa é o nosso seguro de vida. Não é comparável a qualquer outro sector. É lamentável e até ridículo comparar os investimentos reduzidos que se fazem na defesa com, por exemplo, o esbanjamento que o “nosso comandante” Jorge Pereira referiu. É só ver os números. Só a RTP :evil:
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Leonidas em Agosto 16, 2010, 01:27:08 am
Saudações guerreiras

Só para esclarecer que há meios aéreos de combate a incêndios a atuar e mPortugal.
 
O facto de serem poucos nada impede que se baixe os braços. São poucos, mas mais vale um pássaro na mão que dois a voarem. Do pouco que fazem, faz-se alguma coisa. Não querendo voltar á discusão anterior, porque espero já estar arrumada, gostava que o mesmo argumento utilizado por muitos não esclarecidos (espero que o forista The Rebel já não esteja incluído, apesar do direito que lhe assiste de ter sempre dúvidas) que se levantam contra a existência de submarinos em Portugal, por não servirem para apagar fogos, não venham a fazer pressão junto do governo para não se adquirirem mais meios que tornem mais eficaz o combate contra as chamas, porque os resultados que temos não satisfazem.

Em Portugal já se provou que mesmo com meios aéreos não vamos lá! Por isso não vale a pena! Nem sei como ainda vamos contratando aviões ano após ano! É deixar arder. Tanto arde que se extingue.
 
Citação de: "The Rebel"
Tudo certo, percebo o seu ponte de vista. Concordo que fui errante na minha expressão. Também não pretendi ser demagógico mas entendo que o considere assim. No fundo pretendia efectivamente chegar à questão de falta de planeamento (por vezes mais que vontade) e excesso de interesses que me parece existir em Portugal, e talvez tentar perceber o que se pensa que se poderia fazer para alterar isso (se efectivamente alguém concordasse).
Isto tudo é muito simples. Se não manda o governo, mandam outros! Há uma ausência de autoridade e muita falta de sentidos de estado/responsabilidade. Quando não sabem o que hão-de fazer, em vez de penetras, empatam e levam o seu ao fim do mês.

Citação de: "The Rebel"
Relativamente a: "Engraçado. Os submarinos têm tanto de proteção civil, como a fragata que foi enviada do continente para socorrer a catástrofe que ocorreu na Madeira há uns meses atrás. Existe um tipo de navio com características militares que tem também uma capacidade incrível de prestar assistência em momentos críticos como as catástrofes naturais. Essa sim, era uma das criticas inteligentes que o sr. deveria fazer, mas poderá eventualmente desconhecer aquilo que acabo de escrever." Desconhecia a questão ainda que não fosse adiantar muito ao que pretendia transmitir e claramente não consegui.

As FA também podem e devem estar ao serviço do interesse público e não somente para a função principal pela qual existe. Tal como na questão dos incêndios, pela falta de mais meios, as FA debatem-se também com os mesmos problemas.
Não foi á toa que mencionei a ausência do tal navio que descrevi e que seria bastante mais útil que a fragata que enviamos para ajudar naquilo que foi possível, depois da tempestade que se abateu na Madeira este ano. Esse navio é utilizado por várias FA e empregue eficazmente fora do âmbito militar, dadas as suas reconhecidas qualidades. Trata-se de um LPD/LHD.

Se ele não existe, não pudemos ajudar com eficácia a população da Madeira. Imagine que na enxurrada era afectado um importante centro hospitalar e o aeroporto encerrado pelo mesmo motivo?

Esse navio tem a capacidade de substituir tudo isso. Porque não o temos?  Numa situação de emergência não temos capacidade fora do continente. Não temos a mínima capacidade de nos auto-ajudarmos. Curioso é que este tipo de equipamento só faz sentido em havendo uma Marinha e não uma empresa privada que preste serviços de aluguer. Essa empresa não só ía logo á falência em Portugal como o barco se existisse acabava logo numa das sucatas do Godinho.

Citação de: "The Rebel"
Aproveito para lhe acrescentar que consta que efectivamente isso
Citação de: "Leonidas"
"Já imaginou a ministra dizer assim para os hóspitais: escolham entre máquinas de hemodiálise e encubadoras. Ou uma ou outra, não há dinheiro para mais."
acontece. A última referência sobre uma situação destas prendeu-se com a tentativa de expandir, a partir de Coimbra, o rastreio do cólo do útero a todo o país (no fundo acabar com o rastreio oportunistico e passar a ser organizado, com vantagens e desvantagens, não avançou consta exactamente pelas escolhas que foram dadas).
Já agora … eu sei que (tem que) acontece(r), isso que o sr. diz. Na saúde, tal como noutro sector da sociedade, tem que haver soluções de compromisso, porque os recursos não abundam. Agora nas (FA) o que se passa na redução de recursos ou mesmo ausência temporária aceitável de recursos, não tem que acontecer. Pode, mas não deve acontecer.

-------------------------------------

Só acrescentar que muito invejo a Autoridade de Protecção Civil. Nestes últimos anos tem havido um esforço meritório para um verdadeiro reconhecimento público de uma instituição como aquela.

Dizem que o PM e o PR interromperam as férias para conversar com alguém importante desses lados. Não é todos os dias. Deverá ser o 1º comandante em todo o mundo a que lhe acontece isto.

Só mais uma nota: Estou deveras surpreendido com os investimentos feitos na frota de viaturas (impecável, diga-se de passagem). As viaturas são a gasóleo, estejam descansados. São todas novas e não precisam de manutenção, estejam descansados.

Cump.

PS: Tentei localizar o tópico sobre aviões contra incêndios (beriev/Canadair/outros), mas não consegui. Se alguém conseguir, coloque o link aqui no tópico. Obr.
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Get_It em Agosto 16, 2010, 03:57:28 am
Citação de: "Leonidas"
PS: Tentei localizar o tópico sobre aviões contra incêndios (beriev/Canadair/outros), mas não consegui. Se alguém conseguir, coloque o link aqui no tópico. Obr.
De certo é algo que já discutido aqui no fórum mas não encontro nem utilizando a pesquisa o tópico. No Fórum 9G's existe um tópico de 42 páginas («Meios Aéreos do Estado para Combate a Incêndios e Resgate» (http://http)) sobre o assunto e que onde até um piloto da FAP escreveu. Além desse existem outros tópicos com discussões bastantes interessantes -- «Canadairs para Portugal» (http://http), «"Asas de Aluguer" - Hoje no Noticiário da SIC» (http://http).

Cumprimentos,
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lince em Agosto 16, 2010, 07:15:32 am
:arrow:   viewtopic.php?f=6&t=2455 (http://www.forumdefesa.com/forum/viewtopic.php?f=6&t=2455)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: papatango em Agosto 16, 2010, 10:55:14 pm
Citação de: "The Rebel"
Relativamente a: "Engraçado. Os submarinos têm tanto de proteção civil, como a fragata que foi enviada do continente para socorrer a catástrofe que ocorreu na Madeira há uns meses atrás. Existe um tipo de navio com características militares que tem também uma capacidade incrível de prestar assistência em momentos críticos como as catástrofes naturais. Essa sim, era uma das criticas inteligentes que o sr. deveria fazer, mas poderá eventualmente desconhecer aquilo que acabo de escrever." Desconhecia a questão ainda que não fosse adiantar muito ao que pretendia transmitir e claramente não consegui.

Ainda não entendi o que é que a marinha tem a ver com os fogos e o que é que os submarinos têm que ver com os fogos.
Os submarinos fazem falta ao país e existem mil e uma razões para tal.
Mas se quiser saber o que fazer, então é simples, temos que mudar a mentalidadezinha de canalha do Zé Portuga.

Temos que mudar a mentalidade de país de porcos, que sujam a floresta e não a limpam porque dá trabalho.

Temos que limpar a mentalidade de agricultores que deitam fogo à floresta para "fertilizar" e depois deitam as culpas para cima dos malvados dos incendiários que nunca existiram, mas que são um óptimo alibi.

Temos que limpar o país de presidentes de câmara corruptos e desleixados, que metem a familia toda a chular a Câmara e o povo que paga impostos, mas que não são capazes de organizar a protecção civil de forma minimamente aceitável e que são incapazes de aproveitar os recursos disponíveis.

Temos que responsabilizar essa autêntica canalha de CHULOS, a começar pelo presidente da Câmara de São Pedro do Sul, que teve o descaramento e a desbocada pouca vergonha de acusar os militares de não fazerem nada, quando ELE, que tinha a responsabilidade de fazer algo, ficou à sombra a beber Coca Cola.

Temos que ter a CORAGEM de acabar com mais de 100 (uma centena) de Câmaras Municipais completamente inúteis, que são um Cancro Nacional, que gastam milhões mas que são completamente ineficientes quando há problemas sérios. Ou seja: Precisamos de uma regionalização a sério, que é feita não com a criação de regiões, mas aglomerando as Municípios minúsculos  (quase que poderia chamar-lhes Minicipios) que o país tem e que são desde há muito o nosso poder regional.

Temos que dizer as verdades na cara do povo que inventa incendiários para justificar a incompetência e o desleixo. Temos que dizer verdades desagradáveis como a dos incendiários: A esmagadora maioria dos fogos são responsabilidade não de incendiários malucos, mas de cidadãos honestíssimos, que apenas queriam fazer um foguito. OS MESMOS CIDADÃOS QUE DEPOIS PROTESTAM POR CAUSA DA FALTA DE MEIOS E CULPAM OS SUBMARINOS.

Neste país funcionamos assim!
No campo, durante o Inverno todo o lixo vai para um monte e ficamos à espera que chegue o Verão para queimar o lixo, porque custa mais de 75 Euros pagar a uma camioneta para o recolher e levar para o aterro municipal.
E para poupar 75 Euros, pega-se fogo e depois arde uma floresta.

Temos que limpar e mudar muita, muita, muita coisa.

Eu, só lhe posso no entanto garantir uma coisa:

Nenhuma das coisas acima precisa do dinheiro dos submarinos para se fazer.
Precisa de coragem política, e de cidadãos que  sejam responsáveis.
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: HSMW em Agosto 17, 2010, 07:39:51 pm
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Vicente de Lisboa em Agosto 19, 2010, 10:09:56 am
Mas porque carga d'água é que uma empresa publica precisa de fazer publicidade?!  :evil:
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: papatango em Agosto 19, 2010, 08:44:40 pm
Se calhar vendem cargas d'água... :mrgreen:

Estilo:
«Encha a sua piscina em apenas três viagens do nosso  revolucionário Kamov Ka-32
Garantimos poucos salpicos, entrega imediata e preços módicos.

Não nos responsabilizamos se cair alguma peça do helicóptero...»
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: joao emilio em Agosto 22, 2010, 10:40:39 pm
lido este topico que por minha parte me diz respeito e com conhecimento de causa digo o seguinte.
nada tem a haver o cu com as calças, equipamentos militares sao da competencia e de discussao entre militares e nao por leigos, assim como equipamentos para as forças de segurança e demais sectores da sociedade civil.
quanto ao sistema de protecçao civil nacional direi o seguinte:
protecçao civil, nao poderia jamais ter sido misturada com bombeiros, e porquê? por uma razao tao simples como o facto de a organizaçao dos bombeiros ter 600 anos de vida e uma estrutura que em nada se compara hà protecçao civil.
as missoes da protecçao civil sao muito diferentes das dos bombeiros assim como os intresses,bombeiros servem para socorrer qualquer acidente ou incidente, sao forças de socorro operacionais, ou seja de acçao permanente e de prontidao emediata.
a protecçao civil tem como missoes acçoes desenvolvidas junto ou de proximidade da sociedade civil, acçoes de informaçao,prevençao, fiscalizaçao,planeamento, logistica,financeira etc etc.
esta paranoia dos responsaveis andarem a juntar estruturas nacionais só dá asneira, assim tanbem já aconteceu nas forças armadas(comandos x pàras= páracomandos ) nao pode ser cada estrutura tem as suas funcoes, especialidades, e organicas propias.
agora vejamos a problematica dos meios aereos, e como ex.bombeiro vos digo simplesmente isto: a nivel militar acçoes desenvolvidas com apenas meios aereos ainda pode ser viavel, seja no ataque ao solo ou em combate aereo, a nivel de combate a incendios florestais as coisas sao completamente diferentes e porquê? porque de nada vale os meios aereos ligeiros nao servem para nada, os meios pesados e medios servem sim nos ataques ampliados mas apoiados com equipas terrestres e em tempo util, tendo tanbem a atençao ao tipo de floresta que em muitos casos principalmente em grandes incendios tambem de nada valem pois as cargas termicas sao tao grandes e intensas que a agua que cai do ceu se evapora quase de emediato.
agora vemos uma coisa que na minha prespectiva è das mais importantes, em ambiente militar os estrategas dao muita importancia e bem há logistica ou seja nenhum exercito consegue realizar batalhas sem que na retaguarda tenha cozinheiros,padeiros,transportes de material,fabricas de armamento, mecanicos, médicos e imfermeiros, hospitais etc etc, assim tanbem deveria aconteçer a nivel de combate a incendios florestais, nao existe rectaguarda nenhuma, os combatentes passao fome negra, nao existe fornecimento de agua, nem de combustivel, e acima de tudo o maior problema de todos, ou seja o principal problema dos incendios em portugal que sao os rescaldos e a vigilancia, a maior parte dos incendios volta a reacender-se voltando tudo ao ponto 0.
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: chaimites em Dezembro 26, 2012, 05:56:33 am


PS: os kamov-32 continuam a voar
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Setembro 12, 2023, 12:11:55 pm
(https://images4.imagebam.com/6f/51/e4/MEOUM5X_o.jpg)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Outubro 18, 2023, 01:22:45 pm
Proteção Civil do Porto atenta às condições meteorológicas


Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Outubro 18, 2023, 01:30:04 pm
Drone da Proteção Civil tem conseguido prever intervenção nos incêndios


Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Novembro 13, 2023, 05:32:09 pm
A TERRA TREME 2023 Presidente ANEPC


Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Novembro 17, 2023, 12:40:02 pm
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Dezembro 18, 2023, 12:45:55 pm
Balanço #DECIR2023


Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Janeiro 29, 2024, 05:34:01 pm
(https://images4.imagebam.com/ec/d8/bd/MEROWBL_o.jpg)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 15, 2024, 05:35:03 pm
(https://images4.imagebam.com/16/99/ae/MES1HT0_o.jpg)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 27, 2024, 10:40:33 am
(https://images4.imagebam.com/5b/d5/93/MES8PBX_o.jpg)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 27, 2024, 01:50:53 pm
(https://images4.imagebam.com/13/3f/38/MES8ULD_o.jpg)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 28, 2024, 05:37:03 pm
(https://iili.io/JMFNqMv.png)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 28, 2024, 06:47:11 pm
(https://iili.io/JMK5YQe.jpg)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 29, 2024, 02:52:40 pm
(https://images4.imagebam.com/37/37/d2/MESA5YM_o.jpg)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Fevereiro 29, 2024, 05:44:04 pm
Bombeiro morre eletrocutado a tentar a salvar cão


Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Março 01, 2024, 12:35:32 pm
(https://images4.imagebam.com/87/b2/18/MESAQA9_o.jpeg)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Março 01, 2024, 01:47:03 pm
Comandante do Regimento Sapadores Bombeiros do Porto distinguido com medalha de mérito


Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Março 01, 2024, 07:00:16 pm
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Março 15, 2024, 11:02:44 am
Simulacro de carjacking testa meios nas Caldas da Rainha


Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Março 18, 2024, 01:17:10 pm
(https://images4.imagebam.com/2a/af/73/MESKWV3_o.jpg)
Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Abril 18, 2024, 09:50:54 am
Simulacro de resgate no mar


Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Abril 24, 2024, 05:19:47 pm
Simulacro na Nazaré com mais de 400 operacionais


Título: Re: Autoridade Nacional de Protecção Civil
Enviado por: Lusitano89 em Maio 02, 2024, 02:05:59 pm
Em análise: Bombeiros apelam a liquidação de dívidas