Votei na 3ª opção, embora deva dizer que não concordo muito com o seu conteúdo... Será que o Kerry será mesmo pior em termos de ajuda militar para com Portugal? Será que o Bush foi assim tão bom para com Portugal?
Não me parece que os "peanuts" que o Presidente Bush nos atirou para ficarmos contentes (nem é uma esmola, porque até as OHP vamos ter que pagar...) compensem o facto de termos entrado na lista negra de metade do mundo islâmico (e se calhar nem tanto, pois a nossa intervenção foi tão minúscula que ninguém reparou que ajudámos os EUA), bem como da UE, que quer queiramos quer não, são os nossos "vizinhos do lado", que nos pagam boa parte do que gastamos (leia-se desperdiçamos...), e com os quais vamos ter que viver durante mais uns anitos... Sobretudo, não me parece que paguem os problemas de consciência de ver o meu país associado a uma guerra ilegal, que prejudicou muitos e beneficiou poucos... Mas esperem lá - talvez nos dias de hoje não interesse ter consciência, por isso não liguem à última frase... :? ) do que pela análise fria dos factos, mas não posso deixar de discordar de si.
Apoio o Bush. Do ponto de vista do “benefício” para Portugal é sem duvida o melhor candidato.
Fomos seus apoiantes na campanha do Iraque e continuamos a ser, mesmo depois de que uma grande parte dos países que o apoiaram no início lhe viraram as costas ou estão a pensar nisso.
Hoje somos juntamente com a Grã-bretanha e a Itália os seus grandes aliados na Europa, e o Bush e os americanos em particular não esquecem isso.
Talvez seja bom ver porque é que os outros paíse abandonaram a coligação... Talvez o facto de não se terem descoberto ADM's nem ligações à Al Quaeda tenha alguma coisa a ver com isso? Talvez as ligações "sujas" de muita da administração americana com os negócios do petróleo não tenha nada a ver com isso?
E que benefícios é que os americanos nos deram até agora? E mesmo que dessem, o Tiger22 é apologista de que nós devemos seguir quem nos paga mais, independentemente do que defende ou das razões pelas quais faz uma guerra?
É bom também não esquecer que há uma especial empatia entre o Bush e o Durão Barroso (que é só o presidente da Comissão Europeia) e que regularmente se encontrarão no marco das reuniões do G-7 ou G-8 (com a Rússia).
Essa "empatia", provavelmente é mais show-of e conversa de jornalista do que outra coisa qualquer... E não é essa empatia que vai fazer necessariamente com que Portugal ganhe alguma coisa com isso...
Já o Kerry tentará uma aproximação a França e a Alemanha (facto que estes países aproveitarão para se reaproximar dos EUA) e nos deixarão numa situação digamos de “não exclusividade” no relacionamento com os EUA.
Kerry tentará essa reaproximação, mas a verdade é que, quer democratas, quer republicanos, têm uma definição semelhante de quais são os aliados preferênciais dos EUA, e dessa categoria Portugal não sai, quer tenha um governo PS, quer PSD... Já a Alemanha e a França são parceiros de conveniência - são demasiado fortes para ser ignorados, e por isso têm que ser tratados bem.
De resto, Portugal até pode aproveitar a situação para se apresentar como um interlocutor privilegiado, ligando as duas partes.
Faz-me confusão é o facto de conhecendo como todos conhecíamos a forma como funcionava o regime carniceiro do Saddan Hussein, que matava indiscriminadamente o seu próprio povo, agora estarem todos a afirmar que a guerra do Iraque foi um erro e uma “malandrice”.
A mim faz-me confusão é porque é que, havendo tantos países com comportamentos tão maus, ou ainda piores, os EUA escolham logo o Iraque para invadir...
Também me faz confusão que os EUA não nos tenham libertado da ditadura salazarista, embora já na altura fossem os paladinos da liberdade. Será que os iraquianos não conseguiriam fazer o que nós fizémos?
A questão das armas de destruição maciça é simples: se não as tinha era uma questão de tempo para as ter.
Não se julga ninguém pelas intenções, e muito menos se faz uma guerra por isso...
Por outro lado um Iraque democrático era a pior coisa que poderia existir para todos aqueles países e sociedades corruptas que abundam naquela região.
O Iraque poderá ser o primeiro passo para o começo da democratização daquelas sociedades barbaras e medievais que querem “limpar” o mundo dos infiéis.
Sociedades corruptas, como a Arábia Saudita, no qual as mulheres são tratadas quase como no Afganistão, e onde ainda se pratica a lapidação, e execuções públicas, ou sociedades corruptas como o Irão, no qual as mulheres podem exercer profissões, ir à escola, ou conduzir um carro? Já agora, sabe que as mulheres iraquianas eram, no mundo islâmico, das que tinham mais direitos, até que, com o prolongar do embargo dos EUA, a situação se começou a inverter em meados dos anos 90? E sabe que os sunitas, que os americanos puseram no poder, levaram a cabo uma política sistemática de ataque a escolas e hospitais onde trabalhavam mulheres?
E que exemplo é que se dá às "sociedades bárbaras", ao invadir um país, matar diariamente dezenas a centenas de civis inocentes, e colocar no poder governos fantoches, contrariando o princípio da democracia pelo qual se luta?
É por isso que digo: Força Bush, dá-lhes o que merecem!!!
Sabe que os "eles", incluídos nesse "lhes", não são só terroristas, nem ditadores (e desses não tenho um pingo de pena) mas também mulheres, crianças e velhos?