Brasil é o melhor mercado para os grupos de retalho
O Brasil é o melhor mercado para a expansão dos grupos de retalho mundiais, uma posição antes ocupada pela China, num ranking liderado pela América do Sul, revelou hoje uma pesquisa da A. T. Kearney. Em declarações à Lusa, o vice-presidente da A.T. Kearney defendeu que "o Brasil é um mercado-alvo prioritário para a expansão das cadeias de distribuição, devido à taxa de crescimento do PIB de 5% ao ano, esperada para os próximos cinco anos, à elevada percentagem de população urbana e também face ao incremento nas vendas a retalho".
Para além disso, sublinhou existem "o investimento em infra-estruturas previsto para o Mundial de Futebol e os Jogos Olímpicos".
José Ignacio Nieto realçou que, "no estudo de 2002, o Brasil ocupava a última posição (30.ª) do Global Retail Development Índex (GRDI) e, dois anos depois, nem sequer figurava na pesquisa", considerando que é um mercado com "boas oportunidades" para as empresas portuguesas.
"A ligação centenária de Portugal ao Brasil e a ausência de qualquer barreira linguística pode ser, uma vantagem competitiva dos players nacionais face à concorrência internacional, para entrar neste mercado através de oportunidades de aquisição, parceria ou franchising", declarou.
Segundo a 10.ª edição do GRDI, a que a Lusa teve acesso, o Uruguai subiu da 8.ª posição para o número dois do ranking em apenas um ano, beneficiando da subida acentuada do Brasil e de um crescimento significativo do seu Produto Interno Bruto (PIB), de 8,5%, em 2010.
O Chile ascendeu à 3.ª posição após de uma forte recuperação da recessão de 2009, resultado dos incentivos do Governo ao consumo no retalho que, em consequência.
Índia, Koweit e China são os mercados que aparecem nas posições seguintes desta lista, que revela que a instabilidade política vivida no Médio Oriente e Norte de África não afectou as potencialidades destas regiões.
"O Koweit, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos não sofreram qualquer efeito da instabilidade dos países vizinhos e espera-se que permaneçam mercados estáveis no futuro, sendo desta forma susceptíveis de atrair novas acções de internacionalização de retalhistas portugueses, como já o fizeram no passado a Sonae SR - através da Zippy - e a Sacoor Brothers por exemplo", explica o estudo da A. T. Kearney.
Para o vice-presidente da A.T. Kearney, "a experiência dos últimos dez anos a analisar o retalho global mostra que não existe nenhuma fórmula mágica padronizável para a expansão das cadeias de distribuição e retalho", realçando que "as cadeias retalhistas têm que adequar as suas abordagens de acordo com as realidades, reunindo um portefólio de mercados que equilibrem, por um lado, os riscos de curto-prazo, com aspirações de crescimento de longo-prazo, por outro".
Lusa