O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?

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P44

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #75 em: Setembro 14, 2010, 09:26:19 am »
Citação de: "cromwell"
Citação de: "P44"
Citação de: "PereiraMarques"
Sinceramente não sei se é impressão minha, mas o 'Luso-Efe' parece-me demasiado "fogoso" nas palavras. Já não é primeira vez que reparo que quando alguém não concorda totalmente com as suas ideias é logo apelidado de "iberista". (Vide presente situação com o 'Cabeça de Martelo') Na minha opinião fica-lhe mal essa postura.


é a rebeldia tipica da juventude. Com o tempo passa.

Não é a rebeldia nenhuma.

É a força de vontade para dizer o que tem na mente. Piores abdominações já eu ouviu da sua parte, caro P44.


Tenho cara de espelho e não sabia...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Vicente de Lisboa

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #76 em: Setembro 14, 2010, 09:28:18 am »
Oh Cabeça de Martelo, bora lá vestir umas saias sevilhanas, comer umas paelhas, beber uma estrella galicia e ir gritar vivas ao João Carlos? Agora que fomos "topados" não vale a pena esconder nada.  :lol:
 

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P44

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #77 em: Setembro 14, 2010, 09:29:40 am »
Citação de: "Vicente de Lisboa"
Oh Cabeça de Martelo, bora lá vestir umas saias sevilhanas, comer umas paelhas, beber uma estrella galicia e ir gritar vivas ao João Carlos? Agora que fomos "topados" não vale a pena esconder nada.  :lol:  :sil:  :Amigos:


Começam é a cair no ridiculo...
"[Os portugueses são]um povo tão dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no Jardim Zoológico"
-Dom Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas
 

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Luso-Efe

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #78 em: Setembro 15, 2010, 06:55:41 pm »
Você também P44? :?:
Chamar aos Portugueses ibéricos é 1 insulto enorme, é o mesmo que nos chamar Espanhóis.

A diferença entre as 2 designações, é que a 1ª é a design. Grega, a 2ª é a design. Romana da península.

Mas tanto 1 como outra são sinónimo do domínio da língua, economia e cultura castelhana.

Viva Portugal
 

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João Vaz

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #79 em: Setembro 17, 2010, 12:11:21 pm »
A velha aliança luso-inglesa selada em Windsor fica bem consoante as épocas, mas navega ao sabor das concorrências de interesse marítimo, comercial e militar. Todas estas vertentes saldaram-se sempre em favor da Velha Albion.

A supremacia naval inglesa indesmentível a partir de meados de Seiscentos, o império colonial britânico nos séculos XVIII e XIX acabaram por colidir com os interesses e os territórios portugueses remanescentes.
 
Esta aliança tem sido invocada ao longo dos séculos, quando os interesses de ambos os países convergem e ignorada, quando não é útil às pretensões do país mais forte. Foi com base nela que D. João VI pediu auxílio inglês para fazer frente à ameaça da Guerra Peninsular (1807-1813) e a Inglaterra o concedeu para travar a hegemonia dos exércitos de Napoleão.
 

iluminura do livro Anciennes Chroniques de France et d'Angleterre de Jean Wavrin (século XV) que retrata o encontro de Ponte de Mouro entre João I e o Duque de Lencastre. Além do duque e do rei português, são também retratados o bispo do Porto, o bispo do Douro, o bispo de Lisboa, o arcebispo de Braga e o general do exército inglês (John Holland). British Library.

É hoje mais uma curiosidade, com várias entradas no reino virtual da anedota. Tais como:
 
- Convenção de Sintra entre os comandantes dos exércitos Inglês e Francês para a evacuação de Portugal pelas tropas francesas (1808)


- Ultimato inglês imposto a Portugal (1890) a retirada das forças militares existentes no território compreendido entre as colónias de Moçambique e Angola terminando com as pretensões portuguesas de um vastíssimo território com fronteiras marítimas do Atlântico ao Índico, o malfadado Mapa Cor de Rosa.


 
-Em 1961, o apoio solicitado pelo governo português a Inglaterra face à invasão da União Indiana em Goa, Damão e Diu não obteve resposta...
 
Hoje em dia existe uma aliança chamada NATO.
"E se os antigos portugueses, e ainda os modernos, não foram tão pouco afeiçoados à escritura como são, não se perderiam tantas antiguidades entre nós (...), nem houvera tão profundo esquecimento de muitas coisas".
Pero de Magalhães de Gândavo, História da Província Santa Cruz, 1576
 

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papatango

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #80 em: Setembro 25, 2010, 03:50:48 pm »
Relativamente à questão da «Aliança Inglesa», devo chamar a atenção para uma tradicional característica comum a muitos portugueses, que é a de não entender o que é realmente uma aliança militar. Para estas pessoas, ser aliado de alguém, implica que esse aliado automaticamente fica obrigado a ajudar Portugal, e nós aparentemente ficamos obrigados apenas a aceitar a ajuda.

Vemos isso no actual contexto, com deputados do Bloco de Esquerda no parlamento, a afirmar que Portugal não precisa de forças armadas, porque somos membros da NATO.

Esta é a visão estratégica de quem tem mentalidade de pedinte e não consegue passar disso.


Razões Históricas:

A aliança entre Portugal e a Inglaterra, foi uma aliança entre dois países europeus que dependiam do mar para sobreviver. A Inglaterra era mais populosa que Portugal, mas a diferença era muito menor que hoje.

Podemos estimar que a população da Inglaterra por volta de 1386 fosse de 2,100,000 habitantes.
Estima-se que Portugal nessa altura tivesse uma população por volta de 800,000 habitantes.
Ou seja, a população da Inglaterra não chega a ser o triplo da de Portugal.

A título de comparação, com os países mais próximos e com os quais a Inglaterra estava em guerra,  Castela tinha uma população de aproximadamente 2,700,000 habitantes, Aragão, 700,000  habitantes, Navarra 100,000 habitantes e a França 18,000,000 de habitantes.

É a enorme vantagem demográfica da França, a razão que leva os ingleses a procurar apoios no continente e não podemos esquecer de que estamos a falar da guerra dos 100 anos, altura em que muitas vezes Castela apoiou a França.

Do lado português, a chegada ao poder da II dinastia com  D. João o mestre de Aviz como rei não se pode dissociar da relação entre os dois países que já existia especialmente a nível comercial.
Portugal, sem uma relação especialmente fiável com Castela, o seu único vizinho que nunca escondeu pretensões hegemónicas precisava desesperadamente de linhas de comunicação que permitissem à economia respirar e beneficiou por isso bastante com a aliança com os ingleses.

Há imensos mitos que foram criados contra os ingleses, acusando-os de todos os males e muitas vezes ignorando propositadamente os beneficios.

Eu aprendi na escola, um nome que a minha professora pintava em cores negras de terror e desgraça: “Tratado de Metueen”.
Este tratado foi pintado como o mais sórdido negócio que beneficiava os ingleses e colocou Portugal na dependência da Inglaterra.

Hoje, não podemos ver as coisas da mesma maneira.
O tratado trocava pano por vinho. Dava aos ingleses um mercado para exportação de lanificios e concedia aos portugueses um mercado de exportação estável, numa altura em que a independência de Portugal relativamente ao recém criado Reino de Espanha não estava absolutamente firmada.

A Catalunha, apoiou-se na França para lutar contra Castela. Mas como tinha fronteiras com a França, a dependência acabou por arriscar absorção.
Portugal optou por ficar dependente da Inglaterra, mas como existia o Oceano entre ambos os países, nós mantivemos a independência.

É isso que nós devemos aos ingleses, por muito que isso irrite os francófonos e os iberistas.
Os ingleses foram aliados.
Só a mentalidade pedinte de alguns portugueses, é que confunde aliados com benfeitores.

Uma aliança implica sempre algum tipo de contrapartida. Tem sempre que se dar algo numa aliança, de uma maneira ou de outra temos sempre que dar algo.
A dependência da Inglaterra, garantiu a Portugal a independência relativamente a Espanha. Garantiu  o livre transito nos mares para as possessões ultramarinas e permitiu a Portugal manter um império mesmo quando o próprio império britânicos já não existia.

Aquilo que devemos sempre lembrar é o seguinte:

Ninguém quer ser aliado de um pedinte.
Na aliança com a Inglaterra, podemos-nos ter transformado num país sem independência económica, mas mantivemos a nossa independência politica.

Se não fosse essa aliança, acabaríamos por não ter independência económica na mesma, e sem qualquer sombra de dúvida, teríamos perdido a independência, como a perderam muitos países europeus, que era mais populosos e mais ricos que Portugal.

Por muito que nos custe, a verdade é que em grande parte devemos à aliança com a Inglaterra o facto de sermos um país independente.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Cabeça de Martelo

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #81 em: Setembro 25, 2010, 05:13:32 pm »
PT falas bem mas na verdade não respondes a questões tão simples como a questão de hoje em dia essa aliança faz sentido? Em quê e para quê? Tudo o que eu tenho visto e de uma forma repetida é que daquelas bandas só sai é porcaria contra Portugal e os Portugueses. Em nome do quê é que eu vou ser aliado de um país que nem sequer se sabe comportar de uma forma digna em relação ao meu país e ao meu povo?
O que tu retratas é algo que aconteceu à séculos atrás e desde aí eu tenho visto pouco ou nenhuma vantagem em ser aliado destes tipos.
Da mesma forma que sabemos que Franco teve planos para invadir Portugal, é também de conhecimento público que o mesmo aconteceu em relação aos Açores por parte dos Britânicos e Norte-Americanos.
Quando os Portugueses perceberem que não têm amigos têm aliados e esses mesmos aliados são de facto de acordo quando há uma vantagem prática para ambas as partes, acho que aí evoluímos como povo. Temos um papel assinado, óptimo, mas há vantagens? Se não, então peço desculpa mas a realidade supera os papéis.
Estamos na EU porque os nossos políticos pensam que as vantagens superam as desvantagens, estamos na OTAN pelo menos motivo, espero que quando aconteça o contrário os nossos caros políticos tenham a cabecinha de pular fora.
Estamos no Afeganistão porquê? Porque os nossos políticos acham que como estamos na OTAN para garantir a nossa segurança, temos que chegar à frente quando a aliança é accionada. Se não estivéssemos na OTAN não tínhamos um único militar nesse TO.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.

 

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Snowmeow

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #82 em: Setembro 25, 2010, 07:00:51 pm »
Falou bonito dessa vez, Cabeça. Só um adendo:
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Estamos no Afeganistão porquê? Porque os nossos políticos acham que como estamos na OTAN para garantir a nossa segurança, temos que chegar à frente quando a aliança é accionada. Se não estivéssemos na OTAN não tínhamos um único militar nesse TO.

A OTAN surgiu para um eventual combate às forças soviéticas, representadas pelos signatários do Pacto de Varsóvia. Hoje, o Pacto de Varsóvia não existe mais, então pra que a OTAN deveria continuar a existir? Pra combater o quê? E o principal, qual é a vantagem de Portugal estar na OTAN, uma vez que não há mais Pacto de Varsóvia a ameaçar a Europa?

Na minha opinião, só pra estender o off-topic, Portugal na OTAN é desperdício de recursos e de homens que porventura venham a serem mortos ou feridos no Afeganistão. Lembre-se, eles não estão a DEFENDER Portugal (O que seria válido), eles estão a INVADIR o Afeganistão, junto das demais forças da OTAN. E a combater um inimigo não-bem-definido, afinal, qualquer civil pode ser um homem-bomba, ou ser erroneamente confundido com um. Portugal não comprou esta guerra, e o povo faria melhor se exigisse a retirada de seus valorosos homens dessa arapuca.

Voltando ao assunto... HOJE, século XXI, qual é a utilidade da aliança militar entre Portugal e Inglaterra? A "ilha" tem aliados mais prioritários, que falam inclusive a mesma língua. Creio que essa aliança só seria deveras útil se houvesse uma guerra intra-europeia, o que não vai acontecer tão cedo, a menos que outro louco suba ao poder. Portugal também tem seus aliados transcontinentais, que falam a mesma língua, mas pelo visto tem medo de um engajamento político mais profundo com medo de que isso vá abalar sua posição (já delicada) na União Europeia. O panorama mundial modificou-se. Está na hora de se modificar as alianças, também.

Se eu falei besteira, me corrijam.
"Não corte uma árvore no Inverno; pois sentirás falta dela no Verão." Jairo Navarro Dias
 

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typhonman

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #83 em: Setembro 25, 2010, 10:36:12 pm »
Citação de: "Snowmeow"
Falou bonito dessa vez, Cabeça. Só um adendo:
Citação de: "Cabeça de Martelo"
Estamos no Afeganistão porquê? Porque os nossos políticos acham que como estamos na OTAN para garantir a nossa segurança, temos que chegar à frente quando a aliança é accionada. Se não estivéssemos na OTAN não tínhamos um único militar nesse TO.

A OTAN surgiu para um eventual combate às forças soviéticas, representadas pelos signatários do Pacto de Varsóvia. Hoje, o Pacto de Varsóvia não existe mais, então pra que a OTAN deveria continuar a existir? Pra combater o quê? E o principal, qual é a vantagem de Portugal estar na OTAN, uma vez que não há mais Pacto de Varsóvia a ameaçar a Europa?

Na minha opinião, só pra estender o off-topic, Portugal na OTAN é desperdício de recursos e de homens que porventura venham a serem mortos ou feridos no Afeganistão. Lembre-se, eles não estão a DEFENDER Portugal (O que seria válido), eles estão a INVADIR o Afeganistão, junto das demais forças da OTAN. E a combater um inimigo não-bem-definido, afinal, qualquer civil pode ser um homem-bomba, ou ser erroneamente confundido com um. Portugal não comprou esta guerra, e o povo faria melhor se exigisse a retirada de seus valorosos homens dessa arapuca.

Voltando ao assunto... HOJE, século XXI, qual é a utilidade da aliança militar entre Portugal e Inglaterra? A "ilha" tem aliados mais prioritários, que falam inclusive a mesma língua. Creio que essa aliança só seria deveras útil se houvesse uma guerra intra-europeia, o que não vai acontecer tão cedo, a menos que outro louco suba ao poder. Portugal também tem seus aliados transcontinentais, que falam a mesma língua, mas pelo visto tem medo de um engajamento político mais profundo com medo de que isso vá abalar sua posição (já delicada) na União Europeia. O panorama mundial modificou-se. Está na hora de se modificar as alianças, também.

Se eu falei besteira, me corrijam.

Pois, mas quem saiu derrotado da "guerra fria" foi a URSS , com a queda da mesma, saindo vitoriosa a NATO e o sistema capitalista.

Os membros da NATO não são obrigados a estar na aliança, só está quem quer. O afeganistão á data da sua invasão era um estado paria, governado por assasinos e que albergava a al-qaeda, hoje a nossa segurança é feita além fronteiras, lutando contra os terroristas no seu território, evitando que venham para a europa fazer atentados.
 

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papatango

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #84 em: Setembro 25, 2010, 11:28:17 pm »
Citação de: "cabeça de martelo"
PT falas bem mas na verdade não respondes a questões tão simples como a questão de hoje em dia essa aliança faz sentido? Em quê e para quê?
Não respondi, porque não é necessário que responda outra vez.
A Aliança Inglesa é um facto histórico e hoje foi substituida pela NATO.
Pensei que a resposta tivesse sido óbvia.
Citação de: "cabeça de martelo"
Em nome do quê é que eu vou ser aliado de um país que nem sequer se sabe comportar de uma forma digna em relação ao meu país e ao meu povo?
O que tu retratas é algo que aconteceu à séculos atrás e desde aí eu tenho visto pouco ou nenhuma vantagem em ser aliado destes tipos.
Por essa ordem de ideias, também teriamos que cortar relações diplomáticas com a Espanha e nem sequer teriamos relações diplomáticas com Angola e Moçambique, países que submeteram o povo português à mais repugnante operação de limpeza étnica da História de África até aos massacres no Ruanda.

Citação de: "cabeça de martelo"
Da mesma forma que sabemos que Franco teve planos para invadir Portugal, é também de conhecimento público que o mesmo aconteceu em relação aos Açores por parte dos Britânicos e Norte-Americanos.
Franco tinha planos para invadir Portugal, para anexar Portugal e assassinar a nossa antiga liberdade e existência como Nação.
Os americanos e os britânicos consideraram a invasão dos Açores para ganhar a guerra contra a Alemanha.

Citação de: "snowmehow"
A OTAN surgiu para um eventual combate às forças soviéticas, representadas pelos signatários do Pacto de Varsóvia. Hoje, o Pacto de Varsóvia não existe mais, então pra que a OTAN deveria continuar a existir? Pra combater o quê? E o principal, qual é a vantagem de Portugal estar na OTAN, uma vez que não há mais Pacto de Varsóvia a ameaçar a Europa?
Em primeiro lugar, a NATO surgiu por causa da ameaça soviética. O Pacto de Varsóvia surgiu depois da NATO.
A Rússia continua a existir e continua a haver necessidade de uma defesa europeia. Como essa defesa não existe, a NATO continua.
Além disso, Portugal está na NATO, porque essa aliança substituiu a Aliança Inglesa que sempre serviu de protecção e apoio militar a uma nação pequena que tem apenas um único vizinho.
Leia o que está escrito antes com atenção, que vai entender.

Citação de: "snowmehow"
Na minha opinião, só pra estender o off-topic, Portugal na OTAN é desperdício de recursos e de homens que porventura venham a serem mortos ou feridos no Afeganistão. Lembre-se, eles não estão a DEFENDER Portugal (O que seria válido), eles estão a INVADIR o Afeganistão, junto das demais forças da OTAN.

Isso faz lembrar odiscurso do Hugo Chavez...  :mrgreen:  :mrgreen:
A presença das forças militares da NATO no Afeganistão, decorreu do facto de na altura não haver no mundo nenhuma organização com capacidade miltiar para controlar um país que deu guarida aos assassinos Talibans e ao crescimento da Alqaeda do Bin Laden.
Se o Afeganistão for deixado à sua sorte como no passado, a população voltará a ser controlada pelos senhores da guerra e a exportação de terror vai prosseguir com mais força ainda.

Estou no entanto de acordo, que não é solução continuar lá eternamente.
Mas querem fazer o quê ?
Solução final e gasear os afegãos ?

Citação de: "snowmehow"
Voltando ao assunto... HOJE, século XXI, qual é a utilidade da aliança militar entre Portugal e Inglaterra?
Já está respondido. A aliança é um facto histórico e como não tem prazo de validade considera-se eterna até que uma das partes a revogue.
Portugal não tem nenhum interesse em revoga-la e a Inglaterra também não.
A função da aliança com a Inglaterra foi substituida pela NATO e pela ligação aos Estados Unidos.

Citação de: "snowmehow"
Portugal também tem seus aliados transcontinentais, que falam a mesma língua, mas pelo visto tem medo de um engajamento político mais profundo com medo de que isso vá abalar sua posição (já delicada) na União Europeia.
Os aliados transcontinentais de Portugal são países que não têm capacidade para mover uma pedra em caso de necessidade.
Não têm poder específico minimamente comparável com o dos Estados Unidos. Isso não vai mudar nem de aqui a 100 anos.

A nossa independência deveu-se sempre ao facto de Portugal estar sempre aliado com a potência naval dominante.
Hoje os Estados Unidos, antes a Inglaterra. Antes disso houve um período em que controlávamos nós próprios o mar, porque ninguém estava interessado.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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gaia

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #85 em: Setembro 26, 2010, 06:50:05 pm »
Acho que o papatango , está a ver bem , e concordo com ele.

A aliança com a Inglaterra , foi útil , para ambos países, e Portugal consegue chegar quase ao fim do século XX , ainda com um império, deve-se á aliança, e também porque os Ingleses, quase sempre conseguiram ganhar todas as guerras, e logo Portugal esteve sempre do lado dos vencedores, embora muitas das vezes não tenha ganho com isso, mas pelo menos não perdeu.

Na guerra dos 100 anos , frota naval portuguesa defende diversas vezes a costa Inglesa , e os pescadores , mercadores já tinham acordos favoráveis, nos dois sentidos.
A conquista de Ceuta , foi também segundo algumas opiniões, para os ingleses terem um apoio , no estreito, e na entrada do mediterrâneo, e compensar a pressão francesa e castelhana.
D. Sebastião , ao contrário de muitos historiadores , foi um grande rei , só que teve o azar de morrer e de ter falhado, queria uma aproximação com a Inglaterra e estava certo.
Na India , os Ingleses aliam-se aos portugueses, em 1620, porque não acreditavam e não confiavam nos Holandeses.
Os Ingleses tinham um problema , tinham muitas dificuldades em derrotar os portugueses no mar , logo estas eram os aliados ideais.
Basta ver as batalha da nau quatro chagas, em que estava ganhar batalha com três navios ingleses, teve o azar de uma das velas começar a arder, e incêndio propaga-se.
Dias depois a S.Filipe , que vinha da india, também é atacada por esses navios , mas o capitão português , diz que não se rende e lutará , e anos anos tinha capturado dois navios ingleses, nas mesmas águas e acende uma luz á noite para mostrar a posição e mostrando que não fugia, os ingleses desistem.
Os ingleses achavam que os portugueses eram loucos, no mar.
Em 1640 a aliança foi importante, e D.João IV ajudou a frota do futuro Carlos II e dá-lhe apoio.
Na guerra sucessão espanhola , a localização de Portugal , permite a entrada do Marquês de Minas em Madrid, mostra vulnerabilidade de Madrid, com Portugal nas fronteiras.
Em meados do século XVIII , existe um atrito diplomático muito grave com embaixada portuguesa em Madrid, e é encerrada, e retaliação a embaixada espanhola é encerrada em Lisboa, os ingleses disponibilizam uma frota e tropas que chegam a Lisboa, e ânimos espanhóis acalmam.
Reparem que no tratado de 1850(?) para definição da fronteiras do Brasil, é ultrapassado pelo de Santo Ildefonso , 1775(?),bastante desfavorável a portugal, porque os ingleses não podiam ajudar , tinham o problema da guerra de  independência  americana e reveses navais nas caraíbas, a situação esteve tão critica que tantos espanhóis e franceses, equacionaram a invasão  da Inglaterra.
Reparem que é precisamente neste época  que se dá grande impulso na marinha portuguesa, construção treino e recrutamento, e Portugal chega ao fim do século XVIII, e tem uma marinha capaz para discutir no plano internacional, e os Ingleses agradecem e estão outra vez mais confiantes, embora a frota portuguesa fosse mais pequena que a Royal Navy, mas era de grande qualidade e capaz.
A frota do estreito defende diversas vezes defende a Costa Inglesa e protege comboios , e colabora com Nelson no mediterrâneo.
Antes da I guerra , a cobiça da Alemanha pelas colónias é mais que evidente , mas os ingleses conseguem acalmar , os alemães , temporariamente, até á guerra.
Na guerra civil espanhola, Salazar, insiste com ingleses , que era muito importante apoiar Franco, e finalmente entendem e concordam, e só no inicio da guerra ,é que entendem finalmente .
Salazar financia a Inglaterra, com uma linha crédito com uma taxa muito baixa , que só é liquidada em 1964.
A aliança foi muito útil aos dois países, a Inglaterra teve quase sempre um aliado fiel, e confiável, mesmo na II Guerra.
Nas guerras napoleónicas, a Inglaterra chegou  estar praticamente isolada , em que os aliados , eram Portugal e o reino de Nápoles.
Os portos portugueses em todo o mundo e seu comércio ajudou a alimentar a Inglaterra, no seu esforço de guerra.
 

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Snowmeow

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #86 em: Setembro 27, 2010, 02:28:26 pm »
Citação de: "Papatango"
A presença das forças militares da NATO no Afeganistão, decorreu do facto de na altura não haver no mundo nenhuma organização com capacidade militar para controlar um país que deu guarida aos assassinos Talibans e ao crescimento da Alqaeda do Bin Laden.
Se o Afeganistão for deixado à sua sorte como no passado, a população voltará a ser controlada pelos senhores da guerra e a exportação de terror vai prosseguir com mais força ainda.
O engraçado é que Serra Leoa e Somália foram deixadas à sua própria sorte e são controladas por gangues e até agora nada de OTAN nem de forças da ONU para controlar esses países que, pode parecer que não, mas podem também servir de base para grupos terroristas.
Engraçado também é que lá não tem petróleo, nem gás, pra ser extraído.
Mais engraçado ainda é que, mesmo tendo os maiores equipamentos de vigilância do mundo, os EUA ainda não encontraram o Bin Laden (Que, na minha opinião, deve estar fumando um narguilé com a Família Real Saudita, na maior tranquilidade - Afinal, o melhor esconderijo é sob as barbas do inimigo, não?). Se eles e a OTAN quisessem, poderiam ter controlado o país desde o começo.

Citação de: "Papatango"
Estou no entanto de acordo, que não é solução continuar lá eternamente.
Mas querem fazer o quê ?
Solução final e gasear os afegãos ?
Se eles "irradiaram" os japoneses em 1945...  :twisted: Nada mais é limite pra eles.
Na boa, eles não querem acabar com a guerra, eles não querem achar o Bin Laden, eles querem que a guerra continue enquanto gerar dinheiro pra indústria da guerra (Que, nos EUA, é bem "gordinha"). Porque, com a tamanha capacidade que eles têm de mover montanhas, se eles quisessem, já teriam achado o Bin Laden, mesmo à custa de transformar as montanhas do Afeganistão em uma planície.
"Não corte uma árvore no Inverno; pois sentirás falta dela no Verão." Jairo Navarro Dias
 

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João Vaz

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #87 em: Setembro 27, 2010, 05:05:02 pm »
...e ainda mais engraçados são os seguintes factos verídicos:

1) o Tratado de aliança diplomática luso-inglês, apelidado de Tratado de Windsor apenas em 1386, tem as suas origens em algo tão britanicamente pragmático como as pretensões de John of Gaunt ao trono de Castela.

2) Além do mais, o contexto histórico em que se insere a concepção do tratado é o da Guerra dos Cem Anos, entre Inglaterra e França. Um contexto continental, não marítimo. A Inglaterra buscou assim, por via dinástica e militar em Castela (recorde-se a invasão inglesa da Galiza em 1386-1387) e, em seguida em Portugal, neutralizar o seu maior inimigo: a França.

3) Portugal não assina a aliança em 1386 com qualquer "potência naval dominante" nesta época, nem nos 200 anos seguintes, uma vez que a Inglaterra apenas ganha estatuto de potência naval emergente dois séculos mais tarde... (e, pelo contrário, são as tropas inglesas auxiliares sob a forma de archeiros que são essencialmente requisitadas, em "troca" de apoio naval das galés portuguesas que, essas sim, se distinguiram em combate no séc. XIV nas guerras mediterrânicas entre Castela e Aragão)

4) E não somente o tratado luso-inglês de Windsor não envolve uma suposta aliança com uma "potência naval" inglesa vitual, como esta, quando finalmente concretizada no final de Quinhentos sob Isabel I, também se eximiu de prestar o apoio solicitado pelos partidarios de D. António Prior do Crato (o mesmo que foi acolhido apenas dois anos mais tarde e ao qual foi prestado apoio considerável nos Açores em 1582-1583 e na expedição a Portugal de 1589) nas vésperas da invasão espanhola por Filipe II em 1580.

Ou seja, apesar do Tratado, a Inglaterra deu provas bastantes da oscilação dos seus interesses reais face ao enunciado entre as duas nações. Vulgo, letra morta.  



Os signatários do Tratado de Windsor (1386): D. João I, rei de Portugal e John of Gaunt, infante de Inglaterra e Duque de Lancaster e Aquitaine
"E se os antigos portugueses, e ainda os modernos, não foram tão pouco afeiçoados à escritura como são, não se perderiam tantas antiguidades entre nós (...), nem houvera tão profundo esquecimento de muitas coisas".
Pero de Magalhães de Gândavo, História da Província Santa Cruz, 1576
 

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papatango

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #88 em: Setembro 27, 2010, 11:16:13 pm »
Citação de: "snowmehow"
O engraçado é que Serra Leoa e Somália foram deixadas à sua própria sorte e são controladas por gangues e até agora nada de OTAN nem de forças da ONU para controlar esses países que, pode parecer que não, mas podem também servir de base para grupos terroristas.
Meu caro, esse assunto está completamente fora do contexto da questão da relação entre Portugal e a Inglaterra.
Não passa de retórica.
Você não diria a mesma coisa se a Alqaeda tivesse morto 2000 pessoas na Marquês de Sapucaí durante o Carnaval no Rio, porque as mulatas estão a violar os principios do Islão.
As operações das Nações Unidas, tendem a eternizar-se porque é muito dificil encontrar soluções adequadas para cada caso.

É por isso que o Brasil tem tropas no Haiti há  mais de seis anos (quase sete), e comanda uma força de estabilização, sem que ali haja um único terrorista para estabilizar e ainda não conseguiu estabilizar coisa nenhuma, nem se prevê que seja capaz de o fazer.

Bater na NATO por causa do Afeganistão dá jeito por razões politicas, mas isso nada tem a ver com a questão do tópico.
É como bater no Brasil por causa do Haiti: Um disparate.

= = = =

Relativamente à aliança inglesa, ela pode ser considerada como uma aliança de nações marítimas contra potências continentais. É uma aliança de conveniência com uma potência naval. O que ocorre é que durante o período da guerra dos 100 anos, só três países atlânticos tinham uma frota permanente: A França, Castela e Portugal.
A Inglaterra juntou-se ao único aliado disponível, que tinha navios de guerra. Portugal fez a vez de potência naval.
É muito mais fácil enganar uma pessoa, que explicar-lhe que foi enganada ...
 

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Snowmeow

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Re: O que é feito da velha aliança Portugal-Inglaterra?
« Responder #89 em: Setembro 28, 2010, 01:41:25 pm »
Citação de: "papatango"
Meu caro, esse assunto está completamente fora do contexto da questão da relação entre Portugal e a Inglaterra.
Não passa de retórica.
Você está certo, mas me permita responder este último off-topic.

Citação de: "papatango"
Você não diria a mesma coisa se a Alqaeda tivesse morto 2000 pessoas na Marquês de Sapucaí durante o Carnaval no Rio, porque as mulatas estão a violar os principios do Islão.
Uma coisa é certa: A Al-Qaeda (Ou qualquer outra organização) não faz terrorismo de graça. Teríamos que voltar à história pra saber o por que disso, e isso seria melhor discutir em outro tópico. Desculpe qualquer incoveniente.

Citação de: "papatango"
É por isso que o Brasil tem tropas no Haiti há  mais de seis anos (quase sete), e comanda uma força de estabilização, sem que ali haja um único terrorista para estabilizar e ainda não conseguiu estabilizar coisa nenhuma, nem se prevê que seja capaz de o fazer.
Os haitianos pediram ajuda; os afegãos, não. (Se eu estou errado, me corrija)

E as coisas estavam indo muito bem até vir o terremoto. E o Brasil não está sozinho, ou "se impondo" lá, ele está lá a serviço da ONU.

Citação de: "papatango"
Bater na NATO por causa do Afeganistão dá jeito por razões politicas, mas isso nada tem a ver com a questão do tópico.
É como bater no Brasil por causa do Haiti: Um disparate.
OK, nada mais a dizer.
Citação de: "oultimoespiao"
porque non te callas?
¬¬
"Não corte uma árvore no Inverno; pois sentirás falta dela no Verão." Jairo Navarro Dias