Saudações guerreiras
6- Eu não estou a discutir se a decisão de adquirir o A7P foi boa ou má, foi péssima. A FAP teria ficado melhor servida com o F5E. Agora também apetece perguntar se teria sido grande ideia termos sido dos ultimos a receber este avião, quando o "Viper" começava a ser entregue às pazadas na Holanda, Bélgica, Dinamarca e Noruega.[/color]
É uma questão que obviamente não é fácil de dar numa resposta directa.
Não sei sequer se alguma vez na década de 80 do séc. XX teria surgido a ideia de se adquirir o F-16 para Portugal. Mas para não complicar demasiado a coisa é sobre o que está destacado que quero escrever algo.
Julgo ser perfeitamente aceitável a existência dos F-5E em Portugal, no caso de terem vindo. Acho que não seria o ideal e seria sempre uma aquisição que não passaria do razoável, mas que considero válida desde que houvesse algo para apoiá-los e compensar as suas deficiências para que todo o território pudesse gozar de uma cobertura minimamente eficaz.
Quanto ao F-16... Se nem com os F-5, quanto mais com os F-16! Até agora tem prevalecido o aspecto económico, que também concordo ter sido, ou que tem continuado a ser a maneira mais fácil de justificar a não vinda dos F-5. O que de verdade representava para Portugal a existência dos F-5E, não seria exactamente a mesma coisa para terceiros e talvez ainda mais para o país fornecedor: os EUA.
Eles viam as coisas com outros olhos. Se bem que os F-5E eram modestamente sofisticados, manda a sabedoria não dar trunfos ao ”inimigo” num pais em que reinava uma espécie de incógnita política onde a influência do PCP era bastante respeitável e, ainda para mais, outros grupos de extrema esquerda com actos consumados de puro terror terrorista (as FP 25 de Abril – lembram-se?) que ainda se mantinham muito activos.
E no caso de ser necessário um ataque a Portugal se houvesse uma revolução ainda mais á esquerda que a do 25 de Abril de 1974, o que tornava tudo mais difícil no caso de termos um nº de aviões na mesma ordem dos A-7P que chegaram e com um treino considerável poderiam eventualmente fazer mossa da séria.
(Já foi dada uma explicação sobre o porquê da não construcção das VdG em Portugal, por exemplo. O motivo principal avançado - não sei se oficioso se oficial, mas que me parece ser bastante interessante e que nunca cheguei a colocar tal hipótese - foi de natureza totalmente política e não de outra ordem.)
Talvez se Portugal optasse pela França como país fornecedor poderia não haver tanto entrave de natureza política e talvez pudesse-mos dispor de um caça bem mais poderoso que o F-5E, os Mirages III em segunda mão, ou até mesmo os Mirage F.1 novinhos em folha.
Penso ser esta a principal influência externa que justificou a vinda dos A-7P em detrimento de um puro caça como o F-5E, que faria a vida negra a qualquer aventureiro em caso de ataque, da qual ainda ninguém ter falado e que talvez possa ser agora melhor entendível.
Para terminar, voltando um pouco atrás para falar de novo no aspecto económico. Reparem também na quantidade de aeronaves diferentes exclusivamente para treino e outros aviões completamente ultrapassados para qualquer tipo de missões de combate, exceptuando talvez missões de reconhecimento. Falo dos Fiat.
Na prática, não sei se necessitávamos de tanto aparelho diferente, quando os T-33 chegavam e sobravam para toda a frota de aviões de combate.
A propósito... Onde estavam vocês no 25 de Abril?
Cumprimentos