Estado conta poupar 420 milhões com saída de programa da NATOPublicado hoje às 09:20
Desta forma, o Governo desiste da compra de 10 helicópteros num programa da NATO em que o Estado português tinha gasto 87 milhões de euros desde 2001.
O Estado conta poupar 420 milhões de euros com a saída do programa NH90, um programa da NATO com o objetivo de conceber, produzir e adquirir helicópteros para o Exército semelhantes aos Puma.
Em entrevista à TSF e ao DN, o ministro da Defesa confirmou que o Governo desiste assim da compra de 10 helicópteros, esperando agora evitar o pagamento de uma indemnização de 50 milhões de euros pela denúncia do contrato.
«Temos de ser realistas e verificar se o país tem ou não tem condições para poder cumprir com um programa e com os riscos de derrapagem que os montantes desse programa ainda poderiam assumir desde agora», explicou José Pedro Aguiar-Branco.
O Estado português gastou 87 milhões de euros desde 2001 neste programa, contudo, as empresas portuguesas subcontratadas pelo consórcio que produz os NH90 receberam encomendas no valor de 50 milhões de euros.
Sobretudo depois da chegada dos helicópteros, o negócio continuaria a piorar com o pagamento de 420 milhões de euros até 2020, 120 milhões a pagar já em 2013.
O ministro da Defesa adiantou ainda que «é possível fazer a conversão» dos 50 milhões de euros de indemnização «em outros programas que permitam adquirir outro tipo de equipamentos».
A decisão de denunciar este contrato deverá ser tomada em conjunto com o Ministério da Administração Interna e que pode ser a resposta para os 15 pilotos do Exército formados à conta do Estado mas que nunca voaram em aparelhos do Exército, porque estes não existem.
Os NH90 foram encomendados para cumprir um velho sonho do Exército de ter uma esquadra de helicópteros, sonho que fica adiado, mas que teve o acordo com o Chefe do Estado-maior do Exército, o general Pina Monteiro.
«Com grande sentido patriótico e com uma grande noção do momento que o país atravessa soube encontrar uma posição que signifique a prioridade neste momento que tem de ser focalizada noutras capacidades que não esta», explicou.
A Espanha está a negociar com o consórcio NH Industries um corte de cerca de oito aparelhos de uma encomenda inicial de 45, ao passo que a Grécia quer rever a encomenda que fez de 16 NH90, alargando prazos de entrega e prazos de pagamento.http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portuga ... 39&page=-1