Não conseguem "justificar" um investimento de 1500 milhões em fragatas (o que dava para 2 ou 3, consoante os modelos que se pretende), mas achavam que conseguiam justificar o campo de golfe. A lógica realmente não foge muito à da batata.
Agora, nem me surpreende nada que comecem a ser colocadas em cima da mesa todo o tipo de ideias absurdas, para o reequipamento da Marinha. Infelizmente ninguém faz análises das possíveis (e algumas mais que óbvias) desvantagens dos navios em questão, para se tornarem navios de guerra.
O factor velocidade máximo de ambos os navios, 21 nós para os NPOs, e o "NRP holístico" não deverá ultrapassar isso de certeza, seria o suficiente para eliminar ambas as ideias. Navios tão lentos não prestam para escoltar forças navais, nem para fugir a ameaças, nem têm capacidade de se colocar rapidamente numa zona onde são necessários.
Resiliência a danos será praticamente nula em ambos os casos. Outro factor de exclusão.
Reais capacidades de combate limitadíssimas. Os outros países investem milhões para a aumentar as capacidades dos seus navios de guerra, incluindo o aumento do tamanho/deslocamento dos navios para ter capacidade de "absorver" todos os sistemas de combate necessários. Em muitos casos, até fazem navios maiores que o necessário, para terem margem de expansão para futuros upgrades (no futuro com as armas de energia, vai-se exigir que os navios tenham mais capacidade de gerar energia para "municiar" estas armas). Por cá, quer-se sempre fazer o contrário dos outros.
Nos NPOs especificamente, colocar Harpoons neles, não faz sentido, já que são navios que nem sequer seriam capazes de sobreviver em combate tempo suficiente para os lançar. O investimento era muito mais útil, não só em fragatas, mas também em certificar os F-16 para lançarem os Harpoon. Ter meia dúzia de NPOs com Harpoon, é uma solução inferior a ter os Harpoon lançados por qualquer um dos quase 30 F-16. E é uma piada de mau gosto, falar-se dos Sea Sparrow nos NPO como defesa AA. A realidade é que, pelo tempo e dinheiro que se perdia a modificar o projecto dos NPOs para um padrão militar, ia-se comprar umas Sigma 10514 ou 11515, para substituir as 3 VdG.
Já o "NRP holístico", acho que é um bom navio para substituir os hidrográficos, mas não se invente mais que isso. E a conversa dos drones é irracional: que drones é que o dito navio pode receber, que uma fragata com convés de voo não possa? É que os drones para utilizar no tal navio, serão sempre VTOL, e há muito poucos com capacidade de combate de qualquer das formas, e os que há, são bastante limitados no seu armamento, logo uma classe de navios "porta drones" não terá muita utilidade militar, além da capacidade de vigilância e aquisição de alvos. Aquilo nem para o futuro Bayraktar VTOL deve dar.
Mania de tentar reinventar a roda. Se a Marinha quer substituir as VdG, sem gastar uma fortuna, então é só olhar para as Meko A200, Sigma 10514 para cima, e AH140. Não é preciso estar com invenções.