Tecnologia Portuguesa

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« Responder #105 em: Abril 01, 2008, 09:52:30 pm »
Ciência: Investigadora Margarida Santos recebe Prémio Pulido Valente por avanços no estudo da formação dos anticorpos

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Lisboa, 01 Abril (Lusa) - A investigadora Margarida Almeida Santos recebe quarta-feira o Prémio Pulido Valente Ciência por demonstrar o papel de uma proteína na forma como o organismo produz os anticorpos que combatem as infecções.

O trabalho de Margarida Almeida Santos, de 31 anos, intitulado "Notch1 engagement by Delta-like 1 promotes differentiation of B lymphocytes to antibody-secreting cells", foi publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences".

Os anticorpos produzidos pelo organismo são cruciais para que o sistema imunitário combata as infecções, mas a produção desregulada destes anticorpos pode dar origem a doenças, nomeadamente as auto-imunes (como o Lúpus) ou alguns tipos de cancro.

A investigadora debruçou-se especialmente sobre o receptor (ou sinal) Notch, uma proteína que existe na membrana das células humanas.

Quando proteínas específicas se ligam a este receptor, activa-se um sinal que se desloca para o núcleo da célula, onde vai "comandar" a expressão de genes que podem ter variadas e importantes funções.

Margarida Almeida Santos demonstrou pela primeira vez o papel do Notch no processo de especialização das células que produzem anticorpos, ao observar que quando o receptor é inibido, em células de cultura, há uma drástica redução de anticorpos e que, pelo contrário, quando é activado, a sua produção aumenta.

A investigação sugere que a manipulação deste receptor permitirá construir métodos terapêuticos para tratar doenças que resultem da desregulação da produção de anticorpos por excesso ou defeito.

Margarida Albuquerque Almeida Santos licenciou-se em Biologia Molecular pela Faculdade de Ciências de Lisboa em 1999 e fez o estágio de investigação em Microbiologia no Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB).

Entre 2002 e 2007 desenvolveu o trabalho de Doutoramento no Instituto Gulbenkian de Ciência e doutorou-se em 2007 em Ciências Biomédicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Actualmente trabalha no Departamento de Patologia e Oncologia da Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia, em Filadélfia, no Laboratório do Professor Warren Pear, dedicado a investigação na área do cancro, nomeadamente linfomas, leucemias e mieloma.

O Prémio Pulido Valente Ciência, no valor de 10.000 euros, é atribuído anualmente pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pela Fundação Professor Francisco Pulido Valente (FPFPV) ao melhor trabalho publicado no domínio das Ciências Biomédicas por investigadores em laboratórios nacionais com menos de 35 anos.

 

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« Responder #106 em: Abril 02, 2008, 12:24:22 pm »
Grupo 3B’s da UMinho publica artigo na revista científica Science

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O Grupo 3B’s da Universidade do Minho acaba de publicar na última edição da Revista cientifica Science um artigo que resulta da sua colaboração com o IBNAM - Institute for BioNanoTechnology in Medicine da Nortwestern University, Chicago, EUA, sobre medicina regenerativa/engenharia de tecidos humanos e na utilização de células estaminais humanas: “a Criação de Novos Mini-laboratórios de Células Estaminais Humanas Formados por Organização Molecular Espontânea”.

O trabalho desenvolvido maioritariamente por Ramille M. Capito (IBNAM) e Helena Azevedo (3B’s -UM) resulta da articulação de projectos em curso no grupo de Chicago liderado por Samuel I. Stupp e do projecto da União Europeia - Marie Curie POLYSELF - da responsabilidade do director do Grupo 3B’s Rui L. Reis. No âmbito desse projecto Helena Azevedo, investigadora Doutorada do grupo 3B’s desde 2001, passou cerca de ano e meio a desenvolver trabalho na Northwestern University.

Consegue imaginar o que é ter um polímero (o que vulgarmente chamamos plástico) e uma pequena molécula (algo tipo mas mais pequeno que uma proteína) que instantaneamente se conseguem auto-organizar para formar um saco forte mas flexível, em que é possível cultivar células estaminais humanas, criando uma espécie de laboratório em miniatura? Pense também que o saco poderia, quando utilizado em terapias celulares ou medicina regenerativa, poderia proteger as células estaminais do sistema imunitário do paciente, sendo depois biodegradado ao longo de tempo quando chegasses ao seu destino, libertando as células para fazer o seu trabalho de regeneração de tecidos. Parece impossível? Futurista? Talvez não, ou apenas parcialmente!

De acordo com Rui L. Reis, os investigadores conseguiram demonstrar que é possível produzir estes sacos de forma espontânea e que células estaminais humanas podem crescer no seu interior. Os sacos podem permanecer por semanas em cultura e as suas membranas são permeáveis a proteínas e nutrientes, incluindo algumas moléculas de grande dimensão (como factores de crescimento). Ou seja o mini-laboratório existe de facto e pode receber os necessários consumíveis.

O professor explica em comunicado, que um dos desafios mais interessantes para a ciência actual consiste na descoberta de moléculas com capacidade de organização espontânea em estruturas bem definidas e com propriedades e funcionalidades únicas. Este fenómeno é conhecido como “molecular self-assembly” (auto-organização molecular) e apresenta grande potencial na área da medicina regenerativa. De facto com este tipo de tecnologia é possível sintetizar moléculas (por exemplo sequências de péptidos – materiais semelhantes às proteínas formados pela ligação de dois ou mais aminoácidos) com funcionalidades específicas e capacidade de regular diferentes funções celulares (adesão, proliferação e diferenciação) relevantes por exemplo para as células estaminais.

A utilização deste tipo de moléculas em medicina regenerativa apresenta um conjunto de benefícios significativos. Um que resulta imediatamente claro é a possibilidade de desenvolver métodos cirúrgicos não invasivos, dado que a formação destas estruturas supramoleculares poderá ser programada para ocorrer in-vivo em contacto directo com diferentes tecidos.

A presente edição da prestigiada revista Science (28 Março de 2008 Vol 319, Issue 5871) descreve uma importante descoberta nesta área de materiais que são capazes de organizar as suas moléculas de forma espontânea. Um artigo científico, de autoria de investigadores da Northwestern University e do Grupo 3B’s da U. Minho, descreve pela primeira vez a formação instantânea de uma estrutura macroscópica na forma de saco ou membrana quando duas soluções, uma contendo um polímero natural de grande dimensão (como os que sempre foram estudados no grupo 3B’s nos últimos 10 anos) e outra contendo moléculas de péptidos (de um determinado tipo específico que têm vindo a ser estudados há cerca de sete anos no grupo de Chicago) de menor dimensão e de carga eléctrica oposta, são colocadas em contacto. O biopolímero usado é o ácido hialurônico que é facilmente encontrado no corpo humano, em lugares como articulações e cartilagem, e que tem sido amplamente estudado no U. Minho no âmbito de diversos projectos de engenharia de tecidos de cartilagem.

Estas estruturas sólidas formam-se quando a solução de polímero, mais viscosa e densa, é colocada no topo da solução de péptido. À medida que a solução de polímero submerge na outra solução ocorre a constante renovação da interface líquido-líquido com o consequente crescimento da membrana, até que a solução de polímero fica completamente submergida resultando na formação “auto-organizada” de um saco fechado, de dimensões macroscópicas mas resultante de uma organização à nano-escala.

Quando observadas ao microscópio de elevada resolução, estas estruturas apresentam um sofisticado grau de organização na qual se observa o alinhamento de nano-fibras orientadas perpendicularmente à interface. Pensa-se que esta ordem é responsável pelas propriedades únicas deste sistema, tais como a sua capacidade de “auto-cicatrização”, significando que quando um pequeno defeito/orifício é efectuado na superfície, a membrana é capaz de fechar por si só, como acontece em alguns sistemas vivos. Esta particularidade permite, por exemplo, a injecção de outros componentes (fármacos ou outros agentes terapêuticos e/ou células estaminais) para o interior da membrana/saco e a sua fácil oclusão. Tal nunca tinha sido conseguido antes com qualquer outro tipo de material.

É também extremamente importante referir que esta membrana é suficientemente robusta para ser facilmente manipulada e suturada. Além disso, apresenta outras importantes características como permeabilidade a moléculas maiores como proteínas e factores de crescimento, indicando o potencial destes materiais como sistemas de libertação controlada de agentes terapêuticos.

Uma das possibilidades mais interessantes, que se abre pela primeira vez com a publicação deste trabalho, é a de utilizar estes materiais como fábricas vivas de tecidos humanos baseados na utilização de células estaminais e cocktails de diferenciação. De facto, estes “sacos” podem funcionar como “mini-laboratórios” onde células estaminais podem ser encapsuladas e estimuladas para se diferenciarem em células de diferentes tecidos. Este tipo de sistema proporciona inúmeras oportunidades de aplicação em terapias celulares, podendo ser facilmente introduzido de uma forma não invasiva na zona do corpo que se pretende regenerar através de uma simples injecção. As possibilidades são imensas e o grupo 3B’s vai continuar a explorar as potencialidades deste tipo de materiais “inteligentes” reforçando ainda mais a sua actividade de investigação neste domínio.

Já neste mês de Abril realiza-se na Madeira um workshop de alto nível, com alguns dos maiores especialistas mundiais da área, no âmbito de projecto Europeu InVENTS da responsabilidade de Rui L. Reis. Helena Azevedo será uma das palestrantes convidadas nesse evento. O Prof. Samuel I. Stupp, autor sénior do artigo da Science, será um dos conferencistas plenários no encontro Europeu da Sociedade Mundial de Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa (TERMIS) que reunirá cerca de 800 investigadores de mais de 40 Países no próximo mês de Junho no Porto, e cuja organização é da responsabilidade de Rui Reis e do Grupo 3B’s. Nessa ocasião visitará o Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, então já em pleno funcionamento no AvePark nas Taipas, que será liderado pelo mesmo investigador responsável pelo grupo de Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos da U. Minho, e que terá pólos em mais 20 locais em 13 países da Europa. A spin-off Stemmatters criada pelo grupo 3B’s, e já vencedora do prémio START de empreendedorismo em 2007, ficará localizada no mesmo edifício.
 

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« Responder #107 em: Abril 02, 2008, 12:24:55 pm »
Investigadores portugueses estudam "culpados" por morte de neurónios nas doenças de Alzheimer e Parkinson


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Lisboa, 02 Abr (Lusa) - Um estudo de dois jovens investigadores portugueses acerca do papel dos percursores tóxicos e dos aglomerados proteicos na morte dos neurónios em doenças como Alzheimer e Parkinson é hoje publicado na revista científica internacional PLoS ONE.

Intitulado "Formation of Toxic Oligomeric a-Synuclein Species in Living Cells" ("Formação de Espécies Tóxicas de Alfa-Sinucleina em Células Vivas"), o estudo pode desde já ser lido na versão digital da revista - alojada em www.plosone.org - e será posteriormente publicado na edição impressa.

Em doenças como Parkinson e Alzheimer, uma das questões centrais prende-se com a identificação dos "culpados" pela morte dos neurónios que se perdem nestas patologias e, até há pouco tempo, a presença de aglomerados proteicos no cérebro era a explicação lógica para o mau funcionamento ou a morte neuronal.

Porém, o trabalho desenvolvido pelos investigadores portugueses Tiago Fleming Outeiro, de 31 anos, e Filipe Carvalho, de 27 anos, em conjunto com seis colegas da Escola Médica de Harvard, nos EUA, mostra que a morte dos neurónios pode ter uma explicação mais complexa.

"Pela primeira vez, conseguimos visualizar, em células vivas, os percursores dos aglomerados proteicos, concluindo que são até mais tóxicos para as células", declarou Tiago Outeiro, que a 22 de Junho publicou um estudo sobre a doença de Parkinson na revista Science.

No âmbito da investigação, desenvolvida ao longo de dois anos (entre 2005 e 2007), o grupo aplicou uma técnica inovadora, "que consiste na complementação da actividade de uma proteína fluorescente (proteína fluorescente verde ou GFP) através da junção de duas metades não funcionais da mesma proteína", explicou Tiago Fleming Outeiro, exemplificando que é "como juntar duas metades de uma moeda partida ao meio".

A utilização desta técnica permitiu detectar a formação de micro-aglomerados, que não era possível observar noutros moldes devido às suas reduzidas dimensões.

Os investigadores observaram também que proteínas como a HSP70, pertencente a uma família conhecida como "chaperones moleculares" (que participam no funcionamento normal de diversas proteínas dentro das células), têm a capacidade de prevenir a formação destes micro-aglomerados, reduzindo a toxicidade que lhes está associada.

Segundo Tiago Outeiro, "além de constituir um avanço técnico na observação das partículas tóxicas", a investigação permite "o desenvolvimento de novas estratégias para reduzir a toxicidade das mesmas".

As descobertas são válidas para Alzheimer, Parkinson e outras doenças com percursores tóxicos e aglomerados proteicos e abrem a porta a novas oportunidades terapêuticas, "permitindo avançar para a criação de uma substância química - que assumirá posteriormente a forma de um medicamento - para actuar ao nível dos percursores, nomeadamente impedindo a sua formação", explicou o jovem investigador à agência Lusa.

Os medicamentos poderão vir a ser utilizados logo que surjam os primeiros sintomas, de modo a travar a progressão da doença, ou a título preventivo em pessoas que, devido a factores genéticos ou ambientais, façam parte de grupos de risco.

Em Dezembro, Tiago Outeiro revelou à Lusa que um teste para detectar a probabilidade de uma pessoa vir a desenvolver a doença de Alzheimer estava disponível no Instituto de Medicina Molecular, embora a sua realização dependa de indicação médica.

O teste - destinado a pessoas que reúnem condições específicas, como terem mais de 60 anos ou terem doentes de Alzheimer na família - consiste na determinação dos níveis de 18 proteínas no plasma sanguíneo em pessoas que estão em estádios iniciais da doença, ou seja, quando os sintomas ainda não se manifestaram.

"Quando o teste dá resultado positivo, a fiabilidade ronda os 85 por cento", esclareceu Tiago Outeiro, acrescentando que entre o resultado e o surgimento dos primeiros sintomas podem passar até cinco anos.

À data, o investigador afirmou igualmente que a sua equipa estava a tentar desenvolver um teste capaz de facultar resultados fiáveis também para o risco de incidência da doença de Parkinson.

Neste momento estima-se que existam em Portugal 70 mil pessoas afectadas pela doença de Alzheimer e 20 mil a sofrer de Parkinson.

Doutorado em Ciências Biomédicas no Instituto Tecnológico de Massachusetts, nos Estados Unidos, Tiago Fleming Outeiro concluiu um pós-doutoramento em Harvard e está há sete meses no Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa, onde lidera um grupo de sete pessoas que se dedica ao estudo da base molecular de doenças neurodegenerativas com o objectivo de desenvolver novas formas de intervenção nas patologias ainda sem cura.

Filipe Carvalho, que em 2006, quando era estudante de Medicina no Porto, trabalhou durante dois meses com Tiago Fleming Outeiro na Escola Médica de Harvard, integra esta equipa do Instituto de Medicina Molecular.

 

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« Responder #108 em: Abril 03, 2008, 10:44:07 pm »
Sloan Industry Studies Fellowship” distingue Professor da FCEE|Católica

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Francisco Veloso foi um dos cinco vencedores do “Sloan Industry Studies Fellowship” 2008, reputado prémio da Fundação Alfred P. Sloan que distingue líderes intelectuais cuja investigação tenha contribuído para a dinâmica e sucesso nas indústrias modernas. O professor da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa (FCEE| Católica), foi um dos seleccionados pela sua investigação no contexto da indústria automóvel.




De acordo com a Faculdade, parte importante do seu trabalho está associada ao estudo deste sector em Portugal tendo o professor, entre outras iniciativas, liderado o estudo pioneiro “GAP – Estratégias Globais para o Desenvolvimento da Indústria de Componentes Automóveis em Portugal”, promovido pelo IAPMEI e pela INTELI em 1999.

As Fellowships para o estudo de indústrias da Fundação Sloan têm por objectivo distinguir investigadores de excelência no início da sua carreira académica, cujo trabalho contribua para uma melhor compreensão dos processos que determinam o sucesso nas indústrias. Este tipo de investigação requer um significativo investimento pessoal, desenvolvimento de uma compreensão dos mercados, empresas e instituições de uma determinada indústria e envolve a integração de observação directa com teorias e análise.

Envolvendo nomeações dos melhores académicos de uma geração vindos de muitas disciplinas académicas, desde a engenharia, à gestão ou economia, este é um prémio extremamente competitivo. Os vencedores eleitos por um comité de académicos distintos das várias disciplinas que contribuem para esta área de trabalho recebem como prémio 45 mil dólares para usar como desejarem no avanço da sua investigação durante um período de dois anos.

A investigação em gestão e política de ciência, tecnologia e inovação do Professor Francisco Veloso, com particular enfoque na capacitação e desenvolvimento da indústria automóvel, já o levou a publicar artigos científicos em algumas das mais destacas revistas internacionais nestes domínios. Actualmente divide o seu tempo entre a FCEE| Católica e o departamento de “Engineering and Public Policy” da Carnegie Mellon University onde também lecciona.

Francisco Veloso é doutorado em ‘Technology, Management and Policy’ pelo Massachusetts Institute of Technology, tem o mestrado em Economia e Gestão de Ciência e Tecnologia do Instituto Superior de Economia e Gestão e a licenciatura em Engenharia Física Tecnológica do Instituto Superior Técnico. Foi ainda galardoado com o prémio ‘Excellence and Leadership in Technology and Policy’ do MIT bem como o prémio ISEG/JNICT para o melhor aluno de Mestrado.

Francisco Veloso tem desenvolvido a sua investigação no contexto da indústria automóvel, estando uma parte importante do seu trabalho associada ao estudo da indústria em Portugal, numa parceria Inteli-MIT. Além disso tem trabalho desenvolvido em inúmeras organizações como o Asian Development Bank, a McKinsey & Co., a Accenture, a Comissão Europeia, a Inteli e o CEIIA. É, segundo a Faculdade, o primeiro português a ser premiado pelo seu trabalho nos EUA.

 

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« Responder #109 em: Abril 07, 2008, 12:43:03 pm »
Malária: Investigadora portuguesa recebe prémio europeu

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Lisboa, 07 Abr (Lusa) - A investigadora Cristina Rodrigues recebe sexta-feira em Paris um prémio europeu pela sua tese de doutoramento em Biologia Celular, em que identificou factores do hospedeiro importantes para a infecção das células do fígado pelo parasita da malária.

A cientista receberá o "Era-NET PathoGenoMics PhD Award" na conferência europeia "Genomes 2008", onde terá a oportunidade de apresentar as conclusões da investigação, desenvolvida na Unidade de Malária do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

"O conhecimento da biologia básica das interacções entre o hospedeiro e o parasita é essencial para o desenvolvimento de abordagens profilácticas e o tratamento da doença através do bloqueio de factores que o parasita necessite para infectar", disse hoje a investigadora à Lusa ao ser questionada sobre as implicações do trabalho a nível terapêutico.

Na conferência "Genomes 2008" participam investigadores que em todo o mundo se dedicam ao estudo de microrganismos patogénicos e aproveitam a ocasião para partilhar e discutir os seus trabalhos nessa área.

"Este prémio é muito importante para mim porque reflecte a apreciação do trabalho que realizámos pela comunidade científica internacional", afirmou Cristina Rodrigues. A tese foi orientada por Maria Manuela Mota, no IMM, em colaboração com Graça Vieira, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

O prémio, no valor de 2.000 euros, é atribuído por um júri de três cientistas de topo na área dos microrganismos patogénicos e destina-se a distinguir anualmente as três melhores teses de doutoramento publicadas na Europa.

A "Genomes 2008" é organizada por investigadores de institutos europeus e decorre no Instituto Pasteur em Paris.

Cristina Rodrigues licenciou-se em Biologia Microbiana e Genética na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (2003) e dedica-se desde então ao estudo da malária, nomeadamente no Cenix BioScience GmgH em Dresden (Alemanha), no IMM e no Instituto Gulbenkian de Ciência.

Erradicada em Portugal desde o final dos anos 60, a malária é uma doença infecciosa causada pelo protozoário unicelular Plasmodium, transportado pela fêmea do mosquito Anopheles.

De acordo com dados do "Malária Atlas Project" recentemente publicado, registam-se anualmente 500 milhões de casos de malária, dos quais resultam mais de um milhão de mortes, sendo que 80 por cento das vítimas, na sua maioria crianças, vivem na África intertropical.

 

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« Responder #110 em: Abril 08, 2008, 01:40:34 pm »
Genética: Cientista portuguesa descobre papel de um gene na regulação celular com implicações no cancro


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Lisboa, 08 Abr (Lusa) - Uma investigadora portuguesa que está a doutorar-se nos Estados Unidos descobriu que um gene chamado Diáfano (ou Dia) tem uma importante função reguladora na formação dos tecidos e poderá desempenhar um papel no cancro.

Num estudo publicado na última edição da revista científica norte-americana Development, Catarina Homem e Mark Peifer, seu orientador de doutoramento, mostram que uma mutação desse gene, estudado na mosca da fruta (Drosophila), provoca perda de adesão e mobilidade anormal nas células, como acontece na formação das metástases tumorais.

A descoberta contribui para uma melhor compreensão da regulação genética da formação dos tecidos e órgãos e poderá abrir caminho a intervenções terapêuticas.

"Muitos dos cancros familiares ou hereditários, como o cancro gástrico, estão associados a mutações no gene que codifica as E-caderinas, que são proteínas críticas para a adesão entre células, e pensa-se que essas mutações são responsáveis pela mobilidade e invasão celular", disse hoje Catarina Homem à agência Lusa.

A investigação concluiu que as proteínas que regulam o esqueleto das células fortalecem a adesão entre elas e que mutações nessas proteínas levam à degradação das E-caderinas e à promoção da mobilidade celular.

"Neste trabalho tentámos elucidar quais os mecanismos celulares envolvidos entre forte adesão celular e inibição de mobilidade e invasão celular", indicou a cientista, que está a preparar o seu doutoramento em Biomedicina na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill.

"As células de mosquinhas mutantes para este gene aderem menos fortemente entre si e passam a ser mais móveis e a invadir tecidos vizinhos, revelando que a proteína Dia é necessária para manter uma adesão estável entre células e, consequentemente, para inibir a migração celular", referiu Catarina Homem.

Estes resultados "revelam um possível mecanismo envolvido na formação de metástases e indicam mais um conjunto de proteínas que também poderão ser responsáveis por certos tipos de cancros", acrescentou.

Segundo explicou, o processo de transição de células imóveis e aderentes para células móveis e invasoras é importante para o normal desenvolvimento embrionário e "poderá ser o mecanismo usado por células cancerígenas no processo de formação de metástases, onde células tumorais se desligam das suas células vizinhas e migram para outros locais, iniciando tumores secundários".

Licenciada em Bioquímica pela Universidade do Porto, Catarina Homem é aluna do Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biomedicina (PGDB) na Universidade da Carolina do Norte.

A Development é uma revista bimensal com elevado factor de impacto cujo objectivo é publicar e divulgar descobertas fundamentais sobre os mecanismos celulares e moleculares do desenvolvimento de animais e plantas.

 

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« Responder #111 em: Abril 08, 2008, 02:01:09 pm »
Ciência:Alteração hormonal nas amêijoas provocada por químicos nas águas podem afectar infertilidade humana - especialista


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Faro, 08 Abr (Lusa) - Compostos químicos presentes em detergentes e lançados em zonas costeiras através dos esgotos estão a provocar alterações hormonais em amêijoas brancas que podem estar relacionados com problemas de infertilidade de quem as consome, diz uma especialista da Universidade do Algarve.

O fenómeno foi detectado pela primeira vez em Portugal no Rio Guadiana por uma equipa de investigadores do Grupo de Ecotoxicologia e Química Ambiental do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve (UAlg).

A alteração sexual em búzios - que provoca que fêmeas se tornem machos -, já era conhecida, mas a alteração inversa na amêijoa branca (ou lambujinha) é um fenómeno mais recente, disse à Lusa uma especialista.

Segundo Maria João Bebianno, coordenadora daquele grupo, alguns compostos de detergentes ou medicamentos lançados no ambiente através dos esgotos estão a alterar o funcionamento normal do sistema endócrino das amêijoas brancas.

O fenómeno dá pelo nome de "intersex" e consiste na existência simultânea de características femininas e masculinas no mesmo organismo, sendo que a tendência é que as amêijoas "macho" se tornem em fêmeas, explica a investigadora.

Estas alterações podem não só implicar falhas reprodutivas e consequentes rupturas nos "stocks" de amêijoas brancas como afectar o funcionamento hormonal das pessoas que as ingerem, diz a especialista.

Embora tenha menos valor comercial e seja menos consumida do que a amêijoa preta, a branca acumula componentes químicos que podem estar relacionados com alguns problemas de infertilidade ou diminuição de esperma em humanos, segundo Maria João Bebiano.

Isto porque os efluentes, apesar de parcialmente tratados, mantêm uma carga tóxica, o que podia ser atenuado se as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) estivessem preparadas para tratar esses compostos.

"As ETAR não se adaptaram tecnologicamente ao que é lançado no ambiente e não tratam derivados de detergentes ou medicamentos rejeitados pelas pessoas, o que faz com que se produza um 'cocktail'", observa a investigadora.

Depois do fenómeno ter sido detectado no Rio Guadiana, uma equipa de dez investigadores do CIMA está agora a fazer levantamentos noutros locais do Algarve, nomeadamente na Ria Formosa, nas zonas de Tavira e Faro.

O fenómeno também ocorre nos búzios, à escala mundial, mas é causado pelos compostos químicos presentes nas tintas utilizadas nos cascos dos barcos e que servem para evitar a fixação de alguns organismos.

"Basta uma pequena concentração de químicos para provocar isto, o equivalente a duas chávenas de chá numa piscina olímpica", exemplifica a investigadora, salientando que o fenómeno é quase tão perigoso como as alterações climáticas.

Estas alterações sexuais também estão a acontecer em peixes, o que, segundo Maria João Bebianno, "ainda é mais preocupante", embora não haja ainda dados concretos sobre a situação e a equipa esteja apenas a debruçar-se sobre a amêijoa branca.

Entre Maio e Setembro as amêijoas distinguem-se por serem do sexo masculino ou feminino, mas fora desse intervalo de tempo tornam-se hermafroditas.

O que os investigadores estão a verificar é que os machos vão ganhando características femininas e passam a apresentar ovócitos no tecido testicular.

Segundo Maria João Bebianno, deveria haver um controlo mais rigoroso dos compostos químicos expelidos nos efluentes ou a tentativa de encontrar no mercado produtos alternativos aos detergentes comuns.

A equipa do CIMA que está a estudar o fenómeno vai começar a recolher amostras de amêijoas e a analisá-las em laboratório com a finalidade de verificar se estão a ocorrer mudanças de sexo, esperando-se que haja resultados em Setembro.

 

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« Responder #112 em: Abril 08, 2008, 02:17:58 pm »
Tecnologia: Cientistas portugueses criam no Porto jogos para computador e robôs aéreos autosuficientes

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Porto, 08 de Abril (Lusa) - A Neoscopio, uma empresa portuense constituída por um engenheiro, um físico, um químico e um psicólogo, começou o desenvolver um "jogo de acção" para computador cujo "cenário pode ser a Baixa do Porto".
 
O jogo ainda não tem nome e a sua história ainda está por definir, mas Miguel Andrade, director-geral da empresa e seu porta-voz, disse à Lusa que "estará disponível daqui por seis meses"´.

"Isto é inédito para o desenvolvimento de um jogo, que normalmente demora anos", sublinhou.

O segredo, afirma, reside na "utilização de parte de outros jogos" cujo "software" é do tipo "open source", ou seja, de acesso livre.

É esta matéria-prima tecnológica que a Neoscopio trabalha numa pequena sala rectangular de um dos pavilhões da UPTEC - Parque de Ciências e Tecnologia da Universidade do Porto.

O utilizador deste tipo de software, revela Miguel Andrade, tem "autorização para o modificar conforme lhe apetecer e fazer com ele o que lhe apetecer. Pode fazer as cópias que quiser desse software e inclusive vendê-lo".

A empresa apostou na "comercialização de software em open source" e os clientes-alvo são as "médias e grande empresas".

Segundo o seu director, "existe imenso software deste tipo pelo mundo inteiro, mas também há falta de empresas que dêem apoio, formação e garantia" nesta área.

A Neoscopio já tem um cliente: a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), para a qual Miguel Andrade, engenheiro electrotécnico, e a sua equipa fizeram "um portal para reclamações on-line".

"A ERS antecipou-se e teve o seu "site" a respeitar as normas neste domínio, com o nosso software", orgulha-se o responsável, detendo-se depois no jogo que a empresa começou a desenvolver.

"Vai ser disponibilizado gratuitamente para download", revela, entusiasmado.

Será um jogo em que "há combates e os jogadores tentam eliminar-se mutuamente", esclarece, ao mesmo tempo que faz uma rápida demonstração num computador portátil.

Não muito longe dali, num espaço similar, dois engenheiros mecânicos procuram desenvolver "instrumentos musicais em materiais compósitos, como as fibras de vidro e de carbono".

Júlio Martins e João Petiz juntaram-se e constituíram a IDEIA.M - Investigação e Desenvolvimento de Acessórios e Instrumentos Musicais.

A UPTEC acolheu-os e desde então trabalham numa "ideia" que Júlio Martins considera "praticamente inovadora" e com potencial para ser um bom negócio. As vantagens "são inerentes aos materiais", destacando-se, em primeiro lugar, "o peso".

Desenganem-se, no entanto, aqueles que pensam que poderão partir mais facilmente as suas guitarras de carbono em pleno palco, para gáudio dos fãs mais entusiastas.

"Bem pelo contrário", contraria Júlio Martins.

Não é por acaso que "a fibra de carbono é famosa por ser utilizada nos carros de fórmula 1 e na indústria aeronáutica e aeroespacial para reduzir várias vezes o peso e aumentar a resistência mecânica", lembra.

O responsável refere que, "numa guitarra, e para além da vantagem peso, há outras vantagens como a estabilidade dimensional e o facto de ser possível desenvolver um projecto em que podemos prever as propriedades finais do produto".

A madeira tem os seus caprichos. "Nunca se sabe muito bem para onde é que aquilo caminha", afirma, garantindo que as fibras oferecem ainda "possibilidade de inovar muito no design".

Os ecos que a IDEIA.M recebeu do mercado permitem a Júlio Martins e a João Petiz concluir que "há necessidade de uma empresa com mais conhecimento de fibras compósitas e de um acompanhamento junto das empresas nessa área".

Outra empresa alojada na UPTEC dedica-se aos "robôs com uma autonomia de decisão básica, ou seja, conseguem, sem intervenção humana, desempenhar determinadas tarefas sozinhas. Trata-se da OMNITA - Sistemas Autónomos para Monitorização.

"Posso dar como exemplo: o primeiro veículo que nós temos, um veículo aéreo não tripulado e que é capaz de fazer voo autonomamente. É-lhe dada uma missão, por exemplo fotografar ou filmar uma área, e ele sozinho executa-a", explica André Figueiredo, engenheiro electrotécnico.

"Nós cá em baixo apenas decidimos o que ele deve fotografar, que vídeos deve fazer, mas de resto ele desempenha a sua tarefa sozinho, sem controlo remoto", especifica. André Figueiredo e outros dois engenheiros concluíram que "isto dava jeito para muita coisa" e decidiram "voar" por conta própria e criar uma empresa, a OMNITA.

As construtoras, por exemplo, recorrem muitas vezes à fotografia aérea para poder fazer o acompanhamento de evolução de obras públicas, grandes vias, pontes, etc. Em vez de um avião, as empresas podem vir a recorrer a uns aparelhos que a OMNITA está a desenvolver.

São muito mais pequenos, não precisam de uma pista, nem de combustível, porque tem uma bateria, e não levam piloto. "Um deles pode estar oito horas no ar e outro duas horas", diz André Figueiredo, realçando, assim, outras vantagens que em sua opinião os produtos OMNITA podem oferecer face aos já existentes no mercado.

Os serviços subaquáticos também estão na mira desta empresa. Como exemplo, André Figueiredo aponta "as inspecções de pilares ou infra-estruturas subaquáticas que, desde que caiu a ponte de Entre-os-Rios, têm sido cada vez mais frequentes".

Os robôs podem fazer esse trabalho muito melhor do que qualquer mergulhador. "Não só não há risco para o ser humano como ainda conseguem ir a profundidades superiores, porque os mergulhadores estão limitados em termos de profundidade", defende o mesmo responsável.

"Também fornece informações mais precisas porque está muito mais bem equipado", completa André Figueiredo.

 

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« Responder #113 em: Abril 08, 2008, 02:24:47 pm »
Portugueses participam em marco histórico da investigação sobre a Úlcera do Buruli

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Num artigo publicado na revista científica PLoS NTD foi descrito, pela primeira vez, o isolamento do agente infeccioso, M. ulcerans, a partir do ambiente, mais precisamente de um insecto aquático colhido em África. Este trabalho de colaboração internacional contou com o financiamento do Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano da Fundação Calouste Gulbenkian, com equipas de investigadores Portugueses coordenadas por Jorge Pedrosa e por Manuel Teixeira da Silva, do domínio de Microbiologia e Infecção do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), Universidade do Minho, e do Grupo de Imunologia de Peixes e Vacinas do Instituto de Biologia Molécula e Celular (IBMC), Porto.



Era já sabido que a Úlcera do Buruli ocorre perto de ambientes aquáticos, não sendo transmitida entre pessoas. Este facto sugere a existência de nichos aquáticos a partir dos quais poderia ocorrer a transmissão para humanos. Esta descoberta, que envolveu também cientistas dos EUA, Gana e Bélgica, liderados por Françoise Portaels no Instituto de Medicina Tropical de Antuérpia, foi considerada um marco histórico na investigação sobre a Úlcera do Buruli e um ponto de partida para a investigação futura sobre os seus reservatórios e transmissão, em dois artigos de comentário publicados nas prestigiadas revistas Science e PLoS NTD.

Neste momento, existem ainda outros projectos em curso no ICVS ligados à transmissão, profilaxia e tratamento da Úlcera do Buruli.

A Úlcera de Buruli
A úlcera do Buruli é uma doença necrotizante da pele e tecido subcutâneo que se manifesta por úlceras cutâneas que podem atingir áreas extensas do corpo, desfigurando e incapacitando permanentemente os indivíduos afectados. A úlcera do Buruli é provocada pela bactéria Mycobacterium ulcerans e representa a infecção micobacteriana mais comum, a seguir à tuberculose e à lepra, tendo sido identificada em aproximadamente 30 países, sobretudo de África, mas também da América Latina, Ásia e Austrália, estimando-se que nas regiões endémicas possa afectar até 20% da população. Embora descrita desde 1948, persistem muitas dúvidas sobre a sua transmissão, profilaxia e tratamento.

 

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« Responder #114 em: Abril 09, 2008, 01:56:58 pm »
Investigação: Projecto de regenerão de neurónios na medula espinhal recebe prémio da Gulbenkian

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Porto, 09 Abr (Lusa) - A Fundação Calouste Gulbenkian entrega sexta-feira, no Porto, um prémio de mais de 50 mil euros a um projecto de investigação que poderá permitir criar novos analgésicos e a regeneração de neurónios da medula espinhal.

O projecto em causa é liderado por Filipe Monteiro, investigador do Laboratório de Biologia Celular e Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Em comunicado, a FMUP acrescenta que este projecto de investigação "pretende descobrir novas informações sobre o circuito da dor".

Adianta ainda que a investigação poderá "abrir portas para a cura de lesões da medula espinhal que são, actualmente, irreversíveis".

"Caso se obtenham os resultados esperados, a Faculdade de Medicina pode gerar conhecimentos que permitam desenvolver analgésicos e avaliar a possibilidade de regenerar neurónios da medula espinhal", acrescenta.

O trabalho consistirá na identificação de genes regulados por uma proteína muito particular, que se sabe ter um papel fulcral no estabelecimento do circuito da dor.

"Nos próximos dois anos, o investigador vai analisar a acção desta proteína em neurónios da medula espinhal e do gânglio raquidiano em ratinhos, durante a gestação", salienta a instituição.

Para cumprir esta missão, Filipe Monteiro tem já uma parceria estabelecida com um laboratório de Londres, que lhe permitirá instalar a técnica na Faculdade de Medicina.

A FMUP refere ainda que "novos conhecimentos sobre a influência de certas moléculas na transmissão do estímulo da dor podem permitir o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas dirigidas para este tipo de neurónios".

Se a equipa de investigadores compreender o processo de diferenciação dos neurónios da dor durante o desenvolvimento embrionário, aumenta a esperança de se conseguir recriar o processo de diferenciação das células estaminais para neurónios deste tipo, em laboratório.

O Prémio de Apoio à Investigação na Fronteira das Ciências da Vida da Gulbenkian será entregue, na Aula Magna da FMUP.

 

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« Responder #115 em: Abril 09, 2008, 05:24:53 pm »
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Portugal é o segundo país onde o Governo atribui mais importância às Tecnologias de Informação


Portugal encontra-se em segundo lugar, entre 127 países considerados, em termos da importância que o governo atribui às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na sua visão do futuro, anunciou o gabinete do coordenador do Plano Tecnológico.

Segundo o Global Information Technology Report 2007-2008, hoje divulgado pelo World Economic Forum, Portugal sobe 14 posições na capacidade da administração pública utilizar as Tecnologias, passando a ocupar o 12º lugar, ou o 5º se forem apenas considerado os países pertencentes à União Europeia.

Relativamente à utilização das Tecnologias pela administração pública e a sua eficiência, Portugal encontra-se no 10º lugar.

Segundo este relatório, disponível em www.weforum.org , Portugal encontra-se no 9º lugar da lista global no campo de tempo necessário para abrir uma empresa.

No índice global Networked Readiness Index (NRI), Portugal mantém o 28o lugar, ou o 14º, se forem considerados os 27 países da União Europeia, à frente de Espanha (31º), Itália (42º) e Grécia (56º).

O Networked Readiness Índex mede "o grau de preparação, participação e de desenvolvimento de um país ou região no aproveitamento que faz dos benefícios das tecnologias de informação e comunicação".

O NRI é composto por três componentes: ambiente, preparação e utilização.



http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1325301
 

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« Responder #116 em: Abril 14, 2008, 02:18:50 pm »
Investigadores da UA desenvolveram novo nanocompósito para aplicações biomédicas

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O Centro de Tecnologia Mecânica e Automação da Universidade de Aveiro (TEMA), em parceria com o CICECO e o Georgia Institut of Technology, desenvolveram um novo nanocompósito para aplicações biomédicas que apresenta uma elevada resistência mecânica e permite a criação de interfaces biocompatíveis com o osso circundante e consequentemente crescimento ósseo no nanocompósito. A inovação não passou despercebida à Nanowerk.com, líder mundial na divulgação de novos desenvolvimentos em nanotecnologia, merecendo destaque na sua edição de 25 de Março, tendo sido ainda publicada na revista com elevado factor de impacto Advanced Functional Materials.




Uma das principais dificuldades na área da cirurgia ortopédica prende-se com a utilização de cimentos (PMMA) para a fixação das próteses. As interfaces criadas com o osso e com a prótese metálica são apenas mecânicas, pelo que com o tempo os movimentos relativos entre o cimento e a prótese e o desgaste produzido no osso conduzem à laxação asséptica da prótese e sua rejeição. Por outro lado, a criação de interfaces biocompatíveis tem sido de difícil implementação dado que a hidroxiapatite, material geralmente utilizado para este fim, apresenta uma fraca resistência à tracção.

De acordo com a Universidade de Aveiro, a combinação de conhecimentos em nanoestruturas do TEMA e de biomateriais do CICECO, a colaboração de dois reconhecidos cirurgiões ortopedistas a nível nacional e internacional (Doutores Noronha e Fernando Fonseca), que integram também o TEMA, e de Hamid Garmestani, do Georgia Institut of Technology, tornou possível vocacionar a investigação para a resolução desses problemas reais de extrema importância, permitindo desenvolver um nanocompósito com elevada resistência mecânica e que permite um processo de crescimento ósseo no seu interior.

Ainda segundo a Universidade, para o futuro estão previstos novos desenvolvimentos nesta área com a produção de produtos bioreabsorvíveis de elevada resistência mecânica, estando nas suas pretensões a introdução desses produtos no mercado no próximo ano. Neste sentido, o Centro de Tecnologia Mecânica e Automação está fortemente empenhado no desenvolvimento da área de nanocompósitos, tirando partido das suas competências multidisciplinares e dos conhecimentos existentes a nível nacional na área da medicina com especial ênfase na ortopedia, que permitiram já, nesta primeira fase, a realização de testes mecânicos nos EUA e do desenvolvimento tecnológico na Universidade de Aveiro.

Para breve está prevista a publicação dos resultados dos testes in vivo deste nanocompósito e respectiva análise toxicológica.

Este trabalho decorreu em parceria com o CESAM da Universidade de Aveiro, com a Faculdade de Medicina Veterinária e Departamento de Biologia da Universidade de Évora e Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.




Os artigos publicados no Nanowerk.com e na Revista Advanced Functional Materials podem ser lidos na íntegra em

http://www.ua.pt/uaonline/upload/med/med_901.pdf

http://www.nanowerk.com/spotlight/spotid=5043.php
 

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« Responder #117 em: Abril 14, 2008, 02:27:12 pm »
Genética: Investigadores portugueses identificam região do cérebro envolvida na doença de Machado-Joseph

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Lisboa, 14 Abr (Lusa) - Investigadores da Universidade de Coimbra em colaboração com colegas em França, Suíça e Estados Unidos identificaram uma região do cérebro envolvida numa doença neurodegenerativa de causa desconhecida que tem elevada incidência na ilha açoriana das Flores.

Num estudo publicado na revista Human Molecular Genetics, do grupo editorial da Universidade de Oxford (Reino Unido), os cientistas provaram o envolvimento do estriado cerebral na doença de Machado-Joseph (DMJ), o que explicaria as perturbações de movimento e equilíbrio associadas a esta patologia.

"A descoberta faz do estriado cerebral mais um alvo para futuras estratégias terapêuticas de combate à doença", disse hoje à agência Lusa um dos autores do estudo, o investigador Luís Pereira de Almeida, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.

A DMJ é uma doença neurodegenerativa com início na idade adulta que provoca perda progressiva das capacidades, sobretudo no que respeita à coordenação motora, e a morte gradual de conjuntos específicos de neurónios.

Ainda incurável, esta doença progride para uma dificuldade cada vez maior na coordenação dos movimentos até confinar os pacientes a uma cadeira de rodas ou ao leito, mas sem perda das capacidades cognitivas, e levar à morte prematura nos casos mais graves.

Segundo Luís Pereira de Almeida, que coordenou a equipa de investigadores portugueses, "a doença resulta de uma mutação do gene que codifica para uma proteína, a ataxina-3".

"A mutação consiste no aumento do número de repetições do trinucleótido CAG no gene da ataxina-3, resultando numa alteração da proteína que a torna tóxica por um mecanismo ainda desconhecido", explicou.

O trabalho envolveu o desenvolvimento de um modelo animal da DMJ que se baseou na utilização de vectores virais que permitiram introduzir nas células alvo do cérebro do rato o ADN que codifica para a ataxina-3 mutante.

"É um modelo que permite responder a questões particulares, tais como a neuropatologia em diferentes regiões do cérebro, neste caso a substância nigra numa área afectada na doença, o córtex e o estriado, regiões para as quais havia poucas evidências neuropatológicas directas", acrescentou o investigador, que é professor auxiliar na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.

Descrita como entidade clínica individual em 1978 por uma neurologista portuguesa, Paula Coutinho, que a estudou em famílias açorianas e de Portugal continental, esta doença foi depois encontrada noutras partes do mundo embora a sua maior incidência se registe na ilha das Flores.

Após a identificação do gene causador surgiram registos da doença em diversas localizações geográficas, o que levou ao abandono da sua designação inicial de "Doença Açoriana", também conhecida no arquipélago por "Doença do Tropeção".

Passou então a chamar-se doença de Machado-Joseph, os dois apelidos dos primeiros casos diagnosticados nos anos 70 em duas famílias de ascendência açoriana.

A ilha das Flores, nos Açores, é o local de maior incidência da doença em todo mundo (01 para 400), sendo também muito elevada (01 para 4.000) entre os emigrantes de origem açoriana na Nova Inglaterra (nordeste dos Estados Unidos).

Embora tenha grande variabilidade clínica, os primeiros sintomas são em geral perda de equilíbrio e dificuldades na marcha, na articulação da fala e no deglutir dos alimentos, bem como defeitos subtis nos movimentos dos olhos.

Este trabalho resultou da junção de esforços de duas equipas de investigação, a de Luís Pereira de Almeida e a de Nicole Déglon, em França (Institute of Biomedical Imaging e Molecular Imaging Research Center, de Fontenay-aux-Roses).

Neste projecto, em que colaboraram também investigadores do Federal Institute of Technology of Lausanne (Suíça), do Albany Medical College (Albany, Nova Iorque) e Johns Hopkins University School of Medicine (Baltimore, EUA), a equipa portuguesa teve financiamentos da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da National Ataxia Foundation (EUA).

O trabalho constitui parte da tese de doutoramento de Sandro Alves, que estuda com Luís Pereira de Almeida e é o primeiro autor do estudo.

Em Março do ano passado, o grupo de investigação de Patrícia Maciel, do Instituto de Ciências da Vida e da Saúde da Universidade do Minho, publicou na revista da Federação das Sociedades Americanas de Biologia Experimental (FASEB Journal) outro estudo sobre a DMJ que incidia na compreensão do mecanismo genético causador da morte neuronal e na função biológica da ataxina-3 nesta doença.

Segundo afirmou então Patrícia Maciel à Agência Lusa, "o trabalho pioneiro da Prof. Paula Coutinho abriu portas ao estudo do mapeamento do gene da doença pelo grupo do Prof. Jorge Sequeiros (do Instituto de Biologia Molecular e Celular, da Universidade do Porto) e iniciou anos de dedicação de vários investigadores portugueses a este tema".

 

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« Responder #118 em: Abril 14, 2008, 09:44:03 pm »
Coimbra: Técnica inovadora de produção de fármaco foi artigo mais citado internacionalmente em 2005 - Universidade

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Coimbra, 14 Abr (Lusa) - Um artigo científico de quatro docentes da Universidade de Coimbra a descrever uma técnica inovadora na produção de fármacos foi considerado o mais citado internacionalmente em 2005, foi hoje anunciado.

Da autoria dos investigadores António Ribeiro, Catarina Silva, Domingos Ferreira e Francisco Veiga, da Faculdade de Farmácia, o artigo foi publicado no European Journal of Pharmaceutical Sciences e recebeu agora a distinção "Most Cited Paper 2005 Award", um prémio concedido pela Elsevier, uma das mais prestigiadas editoras científicas internacionais.

De acordo com uma nota do Gabinete de comunicação da Reitoria da Universidade de Coimbra, "a distinção agora recebida foi atribuída por uma das revistas do Top 5 da área da Tecnologia Farmacêutica" e premeia o trabalho dos investigadores, sendo um deles, Francisco Veiga, o responsável pela Unidade de Micro e Nanoencapsulação de Fármacos Peptídicos.

Através de "Chitosan reinforced alginate microspheres obtained through the emulsification/internal gelation technique", título do artigo, os autores dão a conhecer uma técnica inovadora na produção de fármacos que "permite simplificar o processo de microencapsulação de moléculas de origem proteica, que constitui um permanente desafio da investigação farmacêutica".

"A aplicação desta técnica permite ganhos de produtividade, mas também uma minimização de perdas de proteína durante a produção, constituindo um forte contributo para que fármacos habitualmente administrados por injecção, possam ser disponibilizados em formato de toma oral, com óbvias vantagens na comodidade e qualidade de vida dos doentes", lê-se na nota divulgada.

Acrescenta que "foi graças ao uso desta tecnologia que este grupo pôde desenvolver o projecto Insulina Oral, com que arrecadou o 1º lugar no BES Inovação, em 2006", um invento já registado em patente pela Universidade de Coimbra.

A Unidade de Micro e Nanoencapsulação de Fármacos Peptídicos, nos seus seis anos de existência, já produziu mais de 40 trabalhos científicos apresentados e publicados em congressos e revistas científicas internacionais, para além do registo de duas patentes, uma nacional e outra nos Estados Unidos da América, acrescenta a mesma nota do gabinete de comunicação da Reitoria da Universidade.

"Este prémio reflecte a dedicação e perseverança de uma equipa que apostou numa tecnologia inovadora com aplicação directa na indústria farmacêutica", salientou Francisco Veiga, responsável pela Unidade de Micro e Nanoencapsulação de Fármacos Peptídicos.

 

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« Responder #119 em: Abril 14, 2008, 09:48:50 pm »
Investigadores da FMUP descobrem como atrasar em 50% aperto da válvula aórtica

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Uma equipa de investigadores coordenada por Luís Moura, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), descobriu uma forma de atrasar o desenvolvimento natural da estenose aórtica (aperto da válvula aorta).




O trabalho em causa – a única comunicação oral com assinatura portuguesa apresentada, este ano, no Congresso de Cardiologia nos EUA – demonstrou que a administração de estatinas (em determinada dosagem) a pacientes com diagnóstico de estenose valvular aórtica reduz em cerca de 50% a progressão natural desta patologia.

A estenose valvular aórtica é uma doença que afecta 10 a 15% da população entre os 65 e os 80 anos, sendo a causa mais frequente de cirurgia de substituição valvular nos países desenvolvidos. Note-se que, actualmente, os doentes com estenose aórtica não são tratados numa fase precoce. Os doentes são seguidos periodicamente até que a patologia atinja um grau de gravidade que exija a intervenção cirúrgica.

A terapêutica que, comprovadamente, retarda a evolução da estenose valvular aórtica é conhecida, segura, economicamente acessível e está recomendada como primeira linha no tratamento do colesterol elevado e na prevenção da doença cardiovascular. Os cientistas da FMUP consideram assim que o uso de estatinas pode vir a constar também das recomendações terapêuticas da estenose valvular aórtica.

Esta descoberta resulta de uma vasta linha de investigação centralizada no Serviço de Medicina A da FMUP, dirigido por Francisco Rocha Gonçalves, e engloba a colaboração de investigadores de topo da Universidade de Nortwestern de Chicago (EUA) e da Universidade Complutense de Madrid.

De acordo com a FMUP, os próximos passos deste projecto internacional, intitulado RAAVE (Rosuvastatin Affecting Aortic Valve Endothelium to Slow the Progression of Aortic Stenosis), passa pelo desenvolvimento de um estudo genético mais aprofundado e pela melhor caracterização epidemiológica e imagiológica desta doença.